Dagerman disse:
Já contra a Espanha sofremos um golo na sequência de um lance assim, em que o jogador que está a fazer marcação se esquece de saltar com o avançado que está nas suas costas. Contra a Espanha foi o Guedes, que se encolheu para o Diego Costa poder cabecear. Ontem foi o Cédric, que esteve muito mal no lance.
Mas aquilo nunca devia ser penalty, porque o cabeceamento é muito à queima e a bola nem sequer ia para a baliza. O resultado final foi justo, mas há que dizer que Portugal foi atirado para o segundo lugar e consequentemente para o lado mau dos playoffs. É absurdo que o Queiroz se tenha queixado da arbitragem.
Compreendo e respeito esse ponto de vista, que eventualmente se tratou de um lance de bola na mão; por outro lado não me espanta a decisão do árbitro de campo e a intervenção do var revelando que, ao menos, a interpretação não é evidente. Bem, se a bola ia ou não para a baliza
não creio que seja relevante, não se pode jogar o braço à bola de qualquer das formas. A distância reduzida não inviabiliza necessariamente a existência de intencionalidade. O jogador, ainda que não conheça ao certo a trajectória da bola, pode desejar cortar-lhe caminho, ocupar irregularmente determinado espaço. O atleta iraniano entra em contacto com Cédric, mas
diria que esse contacto faz parte do futebol, que ainda não é basquete. Seja como for, Cédric tem de defender melhor aquele cruzamento, foi demasiado permissivo.
O tal golo de Diego Costa foi precedido de falta, houve uma carga de Fonte sobre um atacante marroquino na área portuguesa
o último encontro suscitou muita polémica
enfim, não apontaria demasiadas baterias às arbitragens, apesar de tudo. Um campeão europeu tem de jogar mais, não há volta a dar. Felizmente, Portugal, não jogando, consegue arrastar consigo os adversários, atirando-os para uma espécie de limbo onde tudo se decide por detalhes, instantes de inspiração, vontade
uma dimensão em que tudo pode acontecer. Não ganhamos, mas também não perdemos. É seguramente genial.