Se te justificas com base em "irracional"... Todos temos momentos de irracionalidade na vida.
Por exemplo, quando o Herrera marcou na Luz, eu festejei a ponto de quase cair da janela abaixo. Lógico que estou a ter um comportamento irracional, movido por uma explosão de alegria.
Isto para dizer que os comportamentos irracionais podem ter várias origens - alegria, tristeza, medo, etc.
O que não consigo perceber é em que medida esses comportamentos definem a razoabilidade de uma pessoa, como escreveste. Se conseguires explicar, agradeço.
Claramente não fazes ideia do que é uma fobia. Tal como não farás ideia do que é pânico e ansiedade "a sério".
O medo tem uma base racional, como ter medo de cobras, de alturas, de andar de avião (...) pois parte de um pressuposto lógico, pois podes ser mordido por uma cobra na floresta, podes cair de uma ponte e morrer ou que o avião onde vais, caia.
A fobia é um medo irracional, ou seja, é o medo levado ao extremo de uma coisa que aparentemente não faz sentido. Tenho um amigo que tem fobia de tudo o que é insecto que vôa, tirando moscas e mosquitos, e que é capaz de mandar abaixo uma esplanada para fugir de uma barata, por exemplo, tal como já vi acontecer.
Ele sabe que uma barata ou um "tira-olhos" não lhe vão fazer mal, mas não consegue controlar o instinto de fugir e levar tudo à frente quando se vê perante uma situação semelhante à qual descrevi.
Não é por acaso que existem fobias para as coisas mais estranhas como ao nº13, a "x" cor, e a mil e uma outras coisas. Não é que a pessoa seja maluca, mas há uma parte da mente que o cérebro não consegue controlar e quem tem fobias não é maluco, é bastante humano tê-las.
No dicionário, a definição de irracional é bastante simples de compreender: "
que não é dotado de razão ou raciocínio" e/ou "
contrário à razão".
Há uns 12/13 anos atrás comecei a ter transtornos de ansiedade derivados de vários factores e como o problema não foi diagnosticado durante muito tempo (vários meses), acabou por ficar um caso sério e desenvolvi várias fobias tais como andar de avião, de comboio, de autocarro (basicamente o medo era de ficar sem oxigénio para respirar "direito") e tinha fobia de locais com muita gente como shoppings e supermercados.
Hoje, depois de estar curado, olho para aquela altura e consigo rir-me de cenas que fiz mas consigo igualmente compreender quem tem fobias ou transtornos de ansiedade. Felizmente ultrapassei um problema que cada vez mais afecta mais gente.
Resumindo, e sem querer dar grandes lições de moral, não convém falar do que se desconhece e é ridículo que se ache que a irracionalidade de um medo que não se explica (fobia), se compare com atitudes de euforia (a tal quase-queda quando festejaste o golo) que nada tem a ver com irracionalidade mas mais com a falta de noção de espaço, coordenação e equilíbrio. Não comparar a falta de intencionalidade com irracionalidade, pois a segunda tem uma base que vem "do fundo" da mente, ao contrário da intencionalidade que envolve outros factores.
Isto tudo para dizer que se o Nakajima desenvolveu uma fobia ao vírus ou à situação que se vive, não se pode culpar o homem, ninguém cria as próprias fobias só porque sim, elas é que nascem ou se desenvolvem através de vários factores, muitas vezes relacionadas com traumas do passado.
É uma situação complicada, ninguém tem culpa e será certamente um caso de resolução difícil.
O facto do homem vir de uma cultura totalmente oposta à nossa pode dificultar a melhoria do seu problema de saúde.
Que o NGC consiga arranjar bons psicoterapeutas e/ou bons psiquiatras ou psicólogos para tentar recuperar o homem ou então a solução passará por vendê-lo, coisa difícil, embora não impossível.