«Garrafas a voar» e críticas à falta de ação da segurança privada
A terceira testemunha a falar esta terça-feira ao coletivo de juízes é João Pedro, estudante de 29 anos e sócio do FC Porto, filho de Carlos Sousa. Presente na AG do terror, o filho da anterior testemunha assina por baixo as críticas que o pai fez à falta de ação da segurança privada. "Não houve interesse da SPDE de evitar a situação ou defender as pessoas", contou João Pedro já depois de ter relatado a sua versão dos factos. "Mal entro no pavilhão, vou ao WC e o meu pai a sugeriu ficar na bancada sul, onde ficam as claques. Disse-lhe para não ir por esses motivos. Por segurança, vamos para a bancada norte. É neste momento, que ouço [Fernando] Madureira a dizer aos elementos dos SD que não os queria ali. Queria os elementos da claque dispersos pelo pavilhão." E prosseguiu: "Fomos para a bancada norte, mas dava para perceber que quem não cantasse era uma pessoa não grata. Estavam a separar. Bati palmas após o discurso de Pinto da Costa, entretanto começa a falar Miguel Vaz Cunha e é nesse momento que começam as confusões. Começaram a voar garrafas e, do lado esquerdo, vi Madureira a descer a bancada e a arrastar muita gente. Do nada, havia muita gente a deslocar-se para a bancada norte. Estava um clima tenso, Vítor Aleixo começa a dirigir-se a mim e a insultar-me: “fdp, se estas mal põe-te daqui para fora, caso contrário sou eu que te meto. Estás a cuspir no prato que te deu de comer””. Continuou a insultar-me, mesmo muito agressivo e os meus pais sempre a tentar acalmar. Pouco depois, um sujeito mais pequeno põe-se ao lado do Aleixo pai, que me deu uma chapada. O meu pai levou um soco, estávamos a ser rodeados, a tentar subir as escadas. O meu pai leva um soco do Aleixo filho, caiu desamparado e ficou no chão a levar pontapés e socos. Vi a minha mãe a ser agarrada, eu em cima do meu pai a tentar desviar o máximo de socos e pontapés possível." Por fim, conta o associado: "Fomos para o ringue, o meu pai foi assistido devido à quantidade de socos e pontapés que levou na cabeça. Fiquei ainda mais preocupado, porque não havia controlo lá dentro e tinha o carro longe. Fiquei com receio do que pudesse acontecer. Liguei para o INEM, mas disseram-me que não podiam fazer nada. Acabei por sair da AG, porque o motorista de Pinto da Costa ofereceu-se para nos dar boleia no seu carro pessoal."