Sei que não é dirigido a mim mas posso tentar responder.
Curiosamente (ou não) uma das soluções para aumentar a produtividade é precisamente a diminuição das horas de trabalho diárias. 8h de trabalho já não se aplica à conjetura atual da sociedade, sobretudo, quando o grande avanço da tecnologia tomou conta de grande parte do mercado de trabalho. Com a tecnologia que dispomos hoje conseguimos produzir em apenas 10h o que antigamente se produzia numa semana. O ideal seria 6h diárias pois assim as pessoas conseguem conciliar mais facilmente a sua vida profissional com a sua vida familiar e privada (boa forma de combater a
depressão e
apatia). E por outro lado implicaria um aumento de número de trabalhadores. Aumento de número de trabalhadores = mais contribuintes. Mais contribuintes = redução inevitável de carga fiscal. Todos sabemos que uma das principais fontes de rendimento do Estado são os impostos, logo a única forma deste poder aumentar os seus lucros está em obter mais contribuintes.
Curiosamente neste país aplica-se um princípio oposto que é diminuir o número de trabalhadores e aumentar o números de horas de trabalho com vista ao aumento da produtividade dizem eles
Nem é preciso de saber muito de economia para perceber que isto é completamente contraditório para quem quer aumentar produtividade. Em quê que isto contribui para o desemprego? Ou melhor para a falta de emprego? É que se diminuem o número de trabalhadores quem serão aqueles que serão sempre contratados? Os mais experientes claro! Aqueles que já levam 20 ou 30 anos de experiência numa determinada área profissional!
Mas então e os jovens (como eu) que temos diplomas universitários para onde vão trabalhar? Ou prosseguem com mais estudos para ocupar o tempo, ou trabalham nos empregos operários não qualificados (cadeias de fast-food e lojas de roupa) para as quais basta ter o 9º ano de escolaridade ou emigram! Cada vez que somos chamados para entrevistas para a nossa área de formação é só mesmo para manter aparências porque já sabemos que iremos esbarrar na barreira da "experiência". Ou seja a geração com mais diplomas universitários de toda a história é aquela que tem menos aproveitamento no mercado de trabalho. E o pior é que este cenário não se resume só a Portugal. É a geração de "educated but jobless"