Como já disse passei horas aqui, há uma década atras, a discutir isso mas aqui vai:
- primeira questão contratar em função das necessidades de curto prazo... presumo que o objetivo da provocação seja levar ao SC, e sobre isso repito o que já disse, ele não é o treinador para o modelo de sustentabilidade que o clube precisa, aliás já disse e repito, que só alguém desatento não percebe que ele não será o treinador do AVB, não vale a pena falar do resto pois já tem sido muito debatido por aqui...
Não, não é só no Sergio. Podes ir ter ao Lopetegui e ao salto gigante na nossa massa salarial que se dá nesse ano.
Podes também ir mais atrás, recorrendo à gestão de ativos no Verão de 2003 e a que estava a ser projectada no Verão de 2011.
Podes ir ainda mais atrás até aos tempos que até o Boavista conseguia o Timofte.
Ou ainda mais quando o Presidente apertava a mão com o Gijon sem guito para trazer o Fernando Gomes.
Há um padrão que foge ao chavão que leio por aqui : "O antigo é que era bom" ou "Morreu em 2012"
Normalmente o que sinalizam é falta de memória ou incapacidade de ter espirito critico quando as coisas correm de feição e justicialismo sanguinário quando a bola não entra.
- Foram sendo cometidos excessos, contratações por valores exagerados, que fizeram que a situação financeira do clube piorasse, o que acabou com o em 5 minutos contratares falcao, alvaro pereira etc, pois chegavas lá e oferecias melhores condições que os concorrentes, agora é mais ao contrario.
Concordo plenamente com os excessos. Ainda há menos de uma semana tivemos outro.
Não consigo é traçar um padrão entre o momento em que isso não ocorria e depois passou a ser norma.
Só o consigo fazer entre o momento em que estávamos tesos e só por caramelos traziamos alguém e não tinhamos qualquer pedal para discutir jogadores com benfica/sporting ( + ou - até Bobby Robson) ou quando ganhamos alguma pujança (talvez a partir de António Oliveira).
A passagem de Lipcsei para Doriva ou de Mitharski/Mielcarski para Jardeis, Pizzis
Depois,, consigo traçar diferenças na gestão consoante o perfil de treinador. Isso, claramente.
Nos anos que citas de sucesso financeiro sou capaz de citar para aí dezenas de jogadores que à data também eram citados como provas de desonestidade, vigarice, incompetência (brasileiros, defesas esquerdos brasileiros e argentinos, carradas)
(e faço a mea culpa do antero, pois era aldrabão mas em competência dava 50 a zero aos atuais).
Podes, por favor, desenvolver esse teu mea culpa? Em que é que erraste no que dizias do Antero e porque é que consideras que dava 50 a zero aos atuais?
E agora faço eu a provocação: explica lá porque que o pdc ainda hoje com 86 anos era o teu diretor desportivo, é que eu não vejo nela 1/10 da qualidade que ele já teve nessa área
Porque sabe mais de futebol do que todo o mundo junto. Saber é uma combo de percepção de talento em jogadores, treinadores, inteligência emocional para mexer nas cabeças de quem o rodeia, quando acelerar, quando travar, quando ficar calado.
Se é graças a Pinto da Costa que temos as contas no estado em que estão (por ca**r de alto nos Angelinos, nos FGomes desta vida e andar de braço dado com as vontades e excentricidades de lopeteguis e conceições, etc) também é graças a Pinto da Costa que o Porto na era Conceição conquistou todos estes titulos.
Imagina que tens um amigo que é irascível e tem um parafuso a menos e que não tem capacidade de se segurar. Esse feitio tem-no impossibilitado de demonstrar que é um actor de mão cheia. Ganha castings, mas não acaba nenhum trabalho porque produtores e realizadores não se podem compadecer com atitudes pouco profissionais, mau feitio.
Como tens guito resolves tu produzir um filme e chama-lo para o protagonizar. Gostas dele e sabes que ele é bom.
Quando nas filmagens percebes que ele está passado do capacete, suspendes as gravações, inventas uma desculpa dizendo que ele está assim porque teve um problema familiar, chamas o gajo ao gabinete e de forma calma e pedagógica vais fazendo as vontades para ver se o acalmas no dia a dia profissional e voltas a chama-lo à razão.
Entretanto ele vai-se pegando com o responsável pela iluminação, os figurantes, a maquilhadora e bufando para um jornalista amigo da TV Guia que
o produtor do filme planeia mal e que é graças a ele que tivemos o êxito de bilheteira.
Tu vais acalmando o responsável pela iluminação, o diretor de atores e todo o elenco que não percebem como admites estas deslealdades e faltas de respeito.
No fim, ele ganha o Oscar para melhor ator principal, o mundo está rendido a seus pés e tu pensas (ingenua e solitariamente) que valeu a pena teres engolido aqueles sapos e apostado nele, porque para além de ser bom tipo e ser teu amigo sabias que era um extraordinário actor.
Agora a minha avaliação: Fizeste bem?
Não. O que ganhaste no curto prazo, vai-se perder a médio/longo prazo porque basicamente alimentaste um monstro que quando sentir que a imagem dele é beliscada em 1 milimetro que seja ativa os amigos da TV Guia, da TV 7 Dias e da Caras para relembrar ao mundo que se o filme teve sucesso foi sempre graças a ele e apesar de ti.
As birras vão aumentando e às vezes os amigos jornalistas têm que ser complementados com posts do "meu blogue às 9".
É isto que tu aturas. Porque é que aturas?
Interpretação andré venturiana que se lê por aqui todos os dias :
"Porque é preciso alimentar a pandilha de mamões à volta da SAD. Porque quer se manter no poder."
Minha interpretação: "Porque acha que é o melhor para o FCP" - Pinto da Costa tem aturado o inimaginável por achar que as qualidades do Sérgio como treinador e a mais valia de rendimento desportivo que ele dá face a um eventual sucessor compensam tudo o resto.
Eu quero que o meu director de futebol tenha esse mindset. Que paute a sua atuação pelo que acha que é melhor para o Porto. Que dentro da estrutura tenha autoridade e admiração de quem com ele trabalha de modo a que a inteligência emocional que sei que tem possa resultar.
Qual é o problema? A minha interpretação é que ele faz o que faz porque acha que é o melhor. O meu pensamento é que não é o melhor e aí centro-me na principal critica que faço à gestão PdC. O que teve sucesso nos anos 80s e 90s não pode ser transplantado para 2024 com a mesma presunção de êxito.
O treinador até pode ser o Guardiola, mas o Porto suporta uma estrutura de custos de tal forma gigantesca que a gestão financeira não pode andar ao sabor dos humores de um funcionário conjuntural com excesso de poder e profundo egocentrismo.
Por isso é que contratava PdC se fosse presidente, mas sou muito critico da "interpretação dele do que acha melhor para o FCP" como lider máximo.
Confio que ele acha que está a fazer bem (porque segue o instinto dos homens do futebol e foi o que sempre fez e resultou), mas duvido que esteja (o tal 2024 vs 80s/90s)