1. Se existem problemas de segurança graves em país x, necessariamente existirão problemas de segurança no país y quando uma vasta quantidade de imigrantes do país x for para lá.
A existência de problemas de segurança num país de origem não significa que os imigrantes irão trazer consigo tais problemas. Em muitos casos, esses imigrantes estão a fugir exatamente desses riscos e situações de insegurança, e estão à procura de estabilidade e melhores condições de vida.
2. Se o país x tem uma cultura que desrespeita direitos fundamentais plasmados há muito no país y, então necessariamente existirá um choque quando uma vasta quantidade de imigrantes daquele país chegar ao y.
Depende da cultura. Muitas vezes o desrespeito pelos direitos fundamentais vem das elites repressivas e não tem correspondência no povo. Mas sim, há sempre esse risco e aí é que tem que haver uma politica activa de integração e educação cívica e até de esforço de acolhimento da própria população local.
3. A maioria dos crimes sexuais não são reportados.
Não sei se é a maioria mas é verdade que muitos não são. Mas nunca foram, não é fenómeno que tenha começado em 2022. E muitas vezes não eram reportados porque a grande maioria era cometida por familiares e amigos próximos, ou por um adulto em posição dominante e uma queixa pode ter muitas outras consequências. É a mesma coisa nos casos da violência doméstica, muitos também não são reportados.
4. Não é "os portugueses não querem fazer os trabalhos", é "os portugueses não querem receber abaixo do salário mínimo para fazer certos trabalhos". Os patrões fazem parte do problema.
Concordo.
5. Não, não existe contribuição positiva para o Estado social (grosso modo).
Quem trabalha na área da saúde sabe que o país não está pronto para este fluxo massivo de imigração.
Ao inglês bêbado em Albufeira, ao espanhol perdido nas montanhas ou ao brasileiro que vem com as gémeas é exigível uma soma pecuniária em troca dos cuidados de saúde prestados.
É obrigatório um dever de assistência, não um dever de gratuitidade.
Um saldo de 1.604,2 milhões de euros entre aquilo que contribuíram e o que receberam em prestações não é propriamente despiciendo.
6. É engraçado que os governos pela Europa fora, de esquerda ou de direita, já concluíram que esta imigração descontrolada traz insegurança e traduz-se num aumento de crimes. Só aqui em Portugal é que isto é um tabu.
O aumento dos crimes têm sido residual comparado com a entrada da imigração e nos concelhos onde há mais imigração nem há uma relação directa com o aumento da criminalidade. Por outro lado, há muito menos crimes agora do que havia nos anos 90, todas as métricas indicam isso.
Mas acima de tudo acho que estamos a comparar 2 ou 3 anos de imigração em massa para Portugal com países com décadas de entrada de imigrantes e com problemas que já vêm muito de trás, como a imigração massiva de pessoas das ex-colónias (norte de África para França) ou de países muito específicos (turcos na Alemanha).
7. Os que são tão a favor de um fluxo enorme de imigrantes usam sempre argumentos económicos para defender a sua entrada. Mas estamos a falar de pessoas ou de objetos? Se o Estado social não funciona na sua plenitude para quem já estava cá, quanto mais para quem vem. Estamos a falhar com estas pessoas, que não raro vêm com uma mão atrás e outra à frente, ao deixá-las vir para Portugal sem lhes garantirmos condições condizentes com a sua dignidade.
Para quem é da AMP, por favor veja as condições de trabalho dos motoristas da UNIR. Falem com eles. Registem as condições deploráveis em que trabalham, propiciadas por ENTIDADES PÚBLICAS.
Gente trabalhadora e de bem a ser explorada pelo Estado português.
Eu acho que ninguém é a favor de um fluxo enorme de imigrantes em sentido abstracto. É a favor de políticas de integração, como o ensino da língua, oportunidades de emprego, acesso à saúde e programas de apoio social. E é aí que a doutrina diverge: de um lado temos pessoas que dizem que como não lhes podemos garantir isso não devemos deixar entrar mais ninguém (ou deve haver quotas). Do outro lado temos pessoas que dizem que, uma vez que ainda precisamos de imigração e que temos uma boa tradição de acolhimento, temos que fazer um esforço para lhes dar as garantias necessárias para serem bem integrados. Estou neste segundo grupo.
8. Se atentarmos ao meu ponto 4, veremos que de facto existe uma perda de trabalhos da população portuguesa, que NÃO SE DEVE aos imigrantes, ou seja, não é nenhum roubo. É culpa dos patrões.
Concordo.
9. Os próprios imigrantes que tiveram de trabalhar e suar para se legalizarem são contra os que vêm para cá ilegais. Com esses, a tolerância deve ser ZERO. Portugal só cumpre 4% das ordens de expulsão de estrangeiros.
Não sei, eu acho que em certos contextos se deve fazer um esforço para os legalizar. Depende de quem são, de onde vieram e da forma como cá chegam.
10. Os imigrantes mais ricos provocam inflação.
Certo. No mercado imobiliário, na restauração, no custo de vida de quem tem que ir viver para as periferias.
11. A maioria da população é contra a situação atual no tocante da imigração. A maioria da população não vota no Chega.
São ambos factos, impossível contrariar.
12. Isto sendo dito, a manifestação de ontem do Chaga tem de ser CONDENADA, aquilo nada mais é que um desfile de racismo e xenofobia.
Concordo. São livres de se manifestar mas tudo aquilo é repugnante.