Iria com calma a generalizar as forças de segurança.
As ações individuais de algum agente podem e devem ser escrutinadas e investigadas. Criar uma sensação de desconfiança na população relativamente às instituições não é benéfico para ninguém.
Não é para levar à letra. Somente ilustro a realidade evocando casos concretos. A sucessão de casos censuráveis no seio das forças de segurança surgem em número e regularidade suficientes para se ponderar, contudo, a existência de problemas de maior alcance do que meros incidentes pontuais.
E acrescente-se, à margem de eventuais problemas de violência ou de permeabilidade quanto a determinadas pulsões, que a desconfiança acerca da bondade das instituições sociais é coisa fundamental à sociedade. Porque haveremos de tomar como inerentemente boas ou insusceptíveis de censura as instituições criadas por seres humanos?... São coisas com disfunções, efeitos não desejados, susceptíveis de problemas próprios, que podem ser corrigidas, reformuladas, substituídas... A violência e o abuso de poder, pela natureza das instituições de segurança e ordem públicas, tende a ser um problema.
Há vários documentos internacionais que apontam problemas de violência policial ao nosso país. Parece-me uma desconfiança razoável.
A forma de expressar e tratar a desconfiança é que poderá não ser benéfica.
Seja como for, tratou-se de uma expressão hiperbólica. Não será justo atribuir culpas a todos os elementos das seguranças, nem tinha essa intenção. Tão pouco tendo a ter simpatia por explicações do género "maçãs podres" ou casos isolados.