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bluemonday

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  • Reinaldo Teles
  • José Maria Pedroto
Não se pode negar que na prática, houve regimes autointitulados comunistas que frequentemente suprimiram liberdades individuais em nome do coletivo e da unidade do Estado, o que contribuiu para essa perceção do “apagamento do eu”, como referes. Mas por outro lado, tens diversas correntes de pensamento dentro do comunismo que criticam a forma como a ideologia foi aplicada, até porque para Marx o comunismo não eliminaria a individualidade, mas ia realizá-la na sua plenitude. Marx desenvolveu toda a sua análise crítica ao capitalismo e teoria económica na segunda metade do séc.XIX. É completamente estúpido pensar-se que o próprio Marx, se fosse vivo nos dias de hoje, não adaptaria o seu trabalho ao contexto atual. Seria o primeiro a dizer que abolir o capitalismo de um dia para o outro seria um ato criminoso que condenaria à morte milhões de pessoas, por exemplo. Marx, tem mau marketing, mas era alguém bem à frente do seu tempo e que fez uma crítica absolutamente brilhante ao capitalismo

Eu desde muito cedo que comecei a questionar tudo à minha volta e todas as normas que me impunham e que me rodeavam. Sempre fui um aluno exímio, mas detestava quase tudo no sistema escolar. Trinta crianças ou adolescentes, todos diferentes, com capacidades de aprendizagem diferentes, com infâncias diferentes, de meios diferentes, contextos diferentes, todos a aprender da mesma forma, com horários rígidos, cargas horárias desadequadas, fechadas numa sala, todos a serem formatados para se tornarem alunos do mesmo tipo num sistema de ensino que suprime a individualidade e destrói a curiosidade. Um ensino que não fomenta o pensamento crítico e que cria pessoas obedientes para se tornarem trabalhadores obedientes.

Não há sistema que promova tanto a instrumentalização da pessoa e elimina a individualidade como o atual. Acordamos de manhã, as crianças vão para a escola, os pais vão para o trabalho, saem ao final da tarde, vão levar as crianças a atividades extraescolares como o desporto ou a música, chegam à noite, passam ali 1h juntos e termina o dia, num rotina interminável. Se isto não é exploração do indivíduo...

Tenho dificuldade em entender e aceitar sociedades que são construídas de cima para baixo. Vivemos em sociedades democráticas, mas até um certo ponto, sob o jugo de normas que não questionámos e máquinas de propaganda sofisticadas que nos fazem acreditar que aquilo que pensamos sobre algo partiu da nossa mente, mas na realidade nos foi implantado sem percebermos.

Por isso acho que nunca nos devemos contentar com um determinado tipo de sociedade e procurar sempre progredir e melhorar o que podemos melhorar para tornar a experiência neste planeta o melhor possível para todos e não apenas para uma pequena percentagem de sortudos. Acredito mais em sociedades geradas de baixo para cima, a partir do nível local onde as pequenas comunidades têm perfeita noção do seu contexto e do que precisam e que o estado deve servir apenas para garantir que ninguém fica para trás, que todos jogam 'o jogo' de forma justa e garantir segurança contra ameaças externas. Infelizmente, acho que caminhamos para sociedades mais autoritárias e que vão acabar por criar desigualdades muito maiores e sociedades altamente tecnológicas, mas menos justas. Espero estar errado.
O apagamento do eu e a instrumentalização da pessoa não é uma percepção, é mesmo uma consequência lógica do comunismo, seja no papel, seja na prática (ver, acerca disso, o meu comentário anterior a este que agora escrevo.

Essa é uma das grandes incoerências de Marx. A (extrema) atenção às desigualdades materiais das pessoas e a indiferença, senão mesmo repulsa, face às diferenças de outro tipo.

Para Marx, abolir o capitalismo seria sempre necessário, ontem ou hoje. Concebia-o como um sistema condenável e condenado, fadado à morte.

"Ah, mas vendo hoje o progresso da social-democracia e de outras correntes derivadas, Marx moderar-se-ia" - não. Já existiam os rebentos na altura e Marx acusava os seus autores de serem cobardes, porquanto rejeitavam a necessidade de uma revolução proletária.

Diga-se, aliás, que o alemão projetava a revolução proletária como sanguinária, não era nada pacífica. E o que se seguia? A ditadura do proletariado, usando e abusando o Estado do seu aparelho coativo para impor os princípios, valores e fins do comunismo.

Marx nunca concretizou como se passaria dessa ditadura do proletariado para a sua utópica sociedade comunista sem classes nem Estado.

Individualidade? Marx condenou certas etnias (judeus), incentivou a perseguição à religião, achava a instituição da família uma aberração (indo beber certas ideias nesse âmbito a Platão), repugnava a liberdade nas suas mais diversas formas e rejeitava interesses próprios dos trabalhadores.

Já agora: és a favor de sociedades de baixo para cima, e eu também sou, mas Marx defendia uma centralização do poder.
 

Cheue

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12 Maio 2016
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Porquê ? porque denunciam as coisas?
então mas não dizes que são todos esquerdalhos?

têm lá a comentar a Susana Mamalhona, entre outros que só têm narrativas iguais ao chega enquanto comentam crime e imigração e tu dizes que são esquerdalhos...
em que ficamos?

o Chega até tem um deputado que veio diretamente destes programas, lol.
 
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Ruben1893

Neste clube,é impossível pensar que não é possível
24 Julho 2019
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  • Reinaldo Teles
  • Alfredo Quintana
  • Fernando "Bibota" Gomes
  • André Villas-Boas
cheira-me que o professor é gajo para ser líder do PS um dia.
tal como o Sebastião Bugalho no PSD.
É capaz

Agora vão deixar o Carneiro queimar-se
Depois são capazes de dar a pasta ao Duarte Cordeiro
 

Portoallez2

Tribuna Presidencial
4 Setembro 2016
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então mas não dizes que são todos esquerdalhos?

têm lá a comentar a Susana Mamalhona, entre outros que só têm narrativas iguais ao chega enquanto comentam crime e imigração e tu dizes que são esquerdalhos...
em que ficamos?

o Chega até tem um deputado que veio diretamente destes programas, lol.
Uma coisa é comentar e a dar a mostrar o que se está a passar e isso é uma obrigação ou pelo menos deve ser..outra coisa é querer afastar comentadores porque não dão jeito ao regime..esse programa deve ter os dias contados , ou então vão substituir pelos " isentos "... mas a Susana Mamalhona é assumidamente votante do Chega ou é simplesmente comentadora? isso são coisas diferentes..
 

Portoallez2

Tribuna Presidencial
4 Setembro 2016
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E acredito que se essa triagem estivesse a ser feita, perto de metade dos imigrantes actualmente a circular em Portugal não tinha sequer entrado.

Quem andou a apoiar medidas como extinção do SEF tem toda a responsabilidade pelo caos que se vive no interior do país.
Este foi um erro colossal..
 

Dagerman

Tribuna Presidencial
1 Abril 2015
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Acredito mais em sociedades geradas de baixo para cima, a partir do nível local onde as pequenas comunidades têm perfeita noção do seu contexto e do que precisam e que o estado deve servir apenas para garantir que ninguém fica para trás, que todos jogam 'o jogo' de forma justa e garantir segurança contra ameaças externas. Infelizmente, acho que caminhamos para sociedades mais autoritárias e que vão acabar por criar desigualdades muito maiores e sociedades altamente tecnológicas, mas menos justas. Espero estar errado.
Sociedades geradas de baixo para cima são uma aspiração nobre e justa, mas na práctica isso só existiu em comunidades primitivas de caçadores-recolectores ou em comunidades agrícolas isoladas do poder central, como Vilarinho das Furnas ou o Corvo no século XIX.

As sociedades complexas, desde a Mesopotâmia aos nossos dias, geram sempre estruturas de poder, e dificilmente podem existir sem hierarquias rígidas e sem serem organizadas de cima para baixo.

Concordo absolutamente que caminhamos para sociedades tecnocráticas muito mais autoritárias, seguindo o modelo chinês.
 

Cheue

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12 Maio 2016
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Ideologia do bem? Eu considero alguma filosofia marxista muito bela, mas não nos enganemos: o comunismo assenta no apagamento do "eu" em nome do "nós".

Promove a instrumentalização da pessoa e elimina a sua individualidade para promover certas obras ou ideiais coletivos, o que inelutavelmente leva ao autoritarismo.

Concomitantemente, define de per si os fins da comunidade, do Estado - o Homem é obrigado a seguir tais fins, os seus interesses são aniquilados.

A organização comunitária, quer assuma a forma de Estado ou não, é uma necessidade, não uma aspiração absoluta.
o objectivo final do comunismo é basicamente anarquia, abolição do estado.
o que é uma utopia total, mas também é verdade que os russos na prática distorceram completamente a teoria para o que lhes dava jeito - faz lembrar a religião...
 

Manageiro de futból

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25 Julho 2007
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Uma coisa é comentar e a dar a mostrar o que se está a passar e isso é uma obrigação ou pelo menos deve ser..outra coisa é querer afastar comentadores porque não dão jeito ao regime..esse programa deve ter os dias contados , ou então vão substituir pelos " isentos "... mas a Susana Mamalhona é assumidamente votante do Chega ou é simplesmente comentadora? isso são coisas diferentes..
O programa começa em 2021, a Joana Amaral Dias está lá desde o início.

O programa começa num governo PS,
passa por um governo PS com maioria absoluta,
por um governo PSD em minoria,
e continua até haver um governo PSD com votação reforçada, o CH como principal partido da oposição e o PS a passar para terceiro partido, com a esquerda atirada ao tapete.

Em 2025 afastam uma comentadora porque blablabla "não dá jeito ao regime xuxalista e esquerdalho". Mas esta merda tem alguma lógica sequer? És um idiota completo ou estás só a gozar com o pessoal?
 

Cheue

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12 Maio 2016
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Uma coisa é comentar e a dar a mostrar o que se está a passar e isso é uma obrigação ou pelo menos deve ser..outra coisa é querer afastar comentadores porque não dão jeito ao regime..esse programa deve ter os dias contados , ou então vão substituir pelos " isentos "... mas a Susana Mamalhona é assumidamente votante do Chega ou é simplesmente comentadora? isso são coisas diferentes..
então mas em programas de comentário de crimes também têm que ter partido?
estamos a falar de crónicas criminais de programas da manhã, não de comentadores de politica.

qual regime?...
por favor, se há espaços de comentário que encaixam na narrativa do Chega que nem uma luva são esses.
aquilo é basicamente a hora da resistência lusitana.
 

Cheue

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12 Maio 2016
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a reacção do monhé sempre que eu entro na mercearia:

 

Devenish

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11 Outubro 2006
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Porto
  • Reinaldo Teles
  • Março/19
Isso é totalmente falso..começou numa conta paródia...
Poligráfo (Comentary)
@JornaIPoIigrafo
Pedro Frazão disse "Só ponderaria o aborto de um filho meu se tivesse deformação incompatível com a vida ou se fosse negro, no entanto, teria imensos remorsos quanto ao primeiro caso!" Grj7vYrXQAEL-8b.jpg
 

Portoallez2

Tribuna Presidencial
4 Setembro 2016
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Poligráfo (Comentary)
@JornaIPoIigrafo
Pedro Frazão disse "Só ponderaria o aborto de um filho meu se tivesse deformação incompatível com a vida ou se fosse negro, no entanto, teria imensos remorsos quanto ao primeiro caso!" Visualizar anexo 36138
Essa página é falsa, é paródia do verdadeiro polígrafo...bastou uma pesquisa de 10 segundos..