Actualidade Nacional

Hendrix

Lugar Anual
31 Março 2025
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A Joana Amaral Dias fundou um dos blogues históricos da Esquerda, o 5 Dias, no qual eu também comecei.
Um blogue onde à direita do Bloco ninguém entrava. Quando deixaram entrar a troupe da Fernanda Câncio e do João Galamba, o blogue acabou.
Gosto da Joana Amaral Dias e, também por isso, tenho pena de vê-la fazer estas figuras num Partido de extrema-direita. O seu pai também teria pena se fosse vivo.
Claro que, se tivesse continuado na Esquerda, nunca teria tanto mediatismo como tem agora.
Pedro Nuno Santos? És tu?
 
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Manageiro de futból

Tribuna Presidencial
25 Julho 2007
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Esmoriz
Hoje usa-se o rótulo infamante de "extrema-direita" como nos anos 70 se usava o rótulo de "fascista" para qualquer partido à direita do PS, ou como ainda hoje nos EUA se usa o rótulo de "comunista" para quem defenda um serviço de saúde ao estilo europeu.
Qualquer partido que seja anti-europeista e tenha como prioridade a defesa da soberania nacional é logo rotulado como de extrema-direita. Nesses termos, o ADN seria tão de extrema-direita como o PCP.
Não vou nessa conversa. Isso para mim é atirar areia para os olhos das pessoas.
O ADN não é um partido facilmente rotulável. Em certos aspectos são tão ou mais liberais do que a IL (defesa da liberdade e dos direitos individuais), noutros aspectos são um partido conservador (defesa da família tradicional, etc.) e noutros são um partido de esquerda (muito do seu programa podia ser defendido pelo PCP, o PAN ou mesmo o BE).
Os partidos dos extremos têm algumas coisas em que se confundem mas concordo contigo que aquilo não é fácil de catalogar. De qualquer forma ver uma ex trostkista a ir à Fátima agradecer já não sei o quê e a atacar a imigração com uma conversa nacionalista era algo que ninguém imaginava que fosse acontecer há uns 10 anos atrás
 
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Moradona

Arquibancada
18 Maio 2025
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O apagamento do eu e a instrumentalização da pessoa não é uma percepção, é mesmo uma consequência lógica do comunismo, seja no papel, seja na prática (ver, acerca disso, o meu comentário anterior a este que agora escrevo.

Essa é uma das grandes incoerências de Marx. A (extrema) atenção às desigualdades materiais das pessoas e a indiferença, senão mesmo repulsa, face às diferenças de outro tipo.

Para Marx, abolir o capitalismo seria sempre necessário, ontem ou hoje. Concebia-o como um sistema condenável e condenado, fadado à morte.

"Ah, mas vendo hoje o progresso da social-democracia e de outras correntes derivadas, Marx moderar-se-ia" - não. Já existiam os rebentos na altura e Marx acusava os seus autores de serem cobardes, porquanto rejeitavam a necessidade de uma revolução proletária.

Diga-se, aliás, que o alemão projetava a revolução proletária como sanguinária, não era nada pacífica. E o que se seguia? A ditadura do proletariado, usando e abusando o Estado do seu aparelho coativo para impor os princípios, valores e fins do comunismo.

Marx nunca concretizou como se passaria dessa ditadura do proletariado para a sua utópica sociedade comunista sem classes nem Estado.

Individualidade? Marx condenou certas etnias (judeus), incentivou a perseguição à religião, achava a instituição da família uma aberração (indo beber certas ideias nesse âmbito a Platão), repugnava a liberdade nas suas mais diversas formas e rejeitava interesses próprios dos trabalhadores.

Já agora: és a favor de sociedades de baixo para cima, e eu também sou, mas Marx defendia uma centralização do poder.
Não concordo com parte do teu comentário, mas não vale a pena irmos mais fundo senão ficaríamos aqui por horas, não porque não quisesse discutir sobre isto, mas num fórum de futebol e a escrever torna-se cansativo.

Eu não sou Marxista, reconheço muito valor à sua obra e ao seu génio. Estamos a falar de uma pessoa bem à frente do seu tempo, assim como outros da sua época como o próprio Charles Darwin, que desenvolveu a sua teoria sobre a evolução das espécies sensivelmente durante o mesmo período e naturalmente, não acertou em tudo à primeira. Depois de Darwin seguiram-se muitos que foram corrigindo e acrescentando valor à sua elegante teoria. Não podemos olhar para a teoria de Marx como a receita perfeita para o sistema económico e político das sociedades humanas, mas não tenho a menor dúvida que Marx, nos dias de hoje, faria diversas correções e reconheceria erros na sua própria teoria depois de vários terem tentado aplicá-la. Tenho também a certeza que faria críticas brutais ao que foi feito na União Soviética ou na China de Mao. Basta olharmos para o exemplo das religiões, como o Cristianismo, apesar dos ensinamentos e filosofia de Jesus Cristo, muitos subverteram-nos para criar uma estrutura de poder. É uma parte significativa da história das civilizações humanas.

E aproveitando o gancho das religiões, já fui, quando era mais jovem, um ateísta acérrimo. Hoje, à medida com que fui amadurecendo fui percebendo a importância da religião na vida das outras pessoas. Quando amadurecemos começamos a colocar-nos no lugar dos outros. Para mim a religião pode não fazer sentido, mas isso é porque consigo encontrar significado noutras coisas à minha volta. Para outras pessoas, muita gente, a religião ajuda a aliviar as frustrações e o sofrimento inerentes à experiência humana nesta vida. Sim, há o problema dos fundamentalismos e extremismos, mas esses, infelizmente, não são apenas inerentes à religião, além de que apesar uns serem religiosos e outros nãos, o sistemas de pensamento simbólico profundo, são comuns a todos nós e a todas as culturas e civilizações.
 

dortmund

Tribuna
10 Março 2012
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  • André Villas-Boas
  • Alfredo Quintana
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O que dizem de Fernando Araújo ?
Cabeça de lista pelo Porto, já não quer ser deputado.
Arrisco mais, nunca quis ser deputado, querer, queria ser ministro.
PS continua a dar tiros nos pezinhos...
 

Dagerman

Tribuna Presidencial
1 Abril 2015
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Os partidos dos extremos têm algumas coisas em que se confundem mas concordo contigo que aquilo não é fácil de catalogar. De qualquer forma ver uma ex trostkista a ir à Fátima agradecer já não sei o quê e a atacar a imigração com uma conversa nacionalista era algo que ninguém imaginava que fosse acontecer há uns 10 anos atrás
Essa de a Joaninha ter ido a Fátima agradecer passou-me ao lado. PQP, já me estragaste o fim de semana.
No programa do partido não vejo nenhum ataque à imigração, apenas à imigração ilegal. Falam de deportar imigrantes que tenham cometido crimes, mas isso até o governo canadiano faz, nomeadamente com açorianos que se mudaram para lá aos três anos de idade. E o Canadá nunca foi governado pela extrema-direita.
A maior viragem que veja na JAD, além de se ter convertido aparentemente ao catolicismo (!!!), é a questão do aborto, da qual há 20 anos era uma defensora absoluta, e hoje já só o admite em casos de violação e de malformações do feto. Mas esta viragem não me choca. Eu votei a favor no referendo sobre o aborto, mas se fosse hoje abstinha-me, porque se sou contra a pena de morte, é contraditório defender o aborto a pedido.
 
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Dagerman

Tribuna Presidencial
1 Abril 2015
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Não necessariamente, tens alguns exemplos de sociedades que se organizaram 'bottom-up'. Talvez o caso mais famoso e paradigmático seja o da Catalunha durante a Guerra Civil, que levou George Orwell a escrever o livro "Homenagem à Catalunha". É um exemplo paradigmático porque as pessoas se organizaram e tomaram conta das suas vidas, viveram de forma próspera durante um bom tempo. Só a forma como organizaram a educação com ênfase na autonomia, na curiosidade intrínseca das crianças, pensamento crítica e coeducação deveria ser um exemplo para as nossas sociedades. As pessoas liam, participavam diretamente na vida política, iam ao teatro, eram atividades praticadas de forma generalizada pelas populações.

Pena ter sido naquele contexto de guerra, mas houve outros casos em Espanha durante o mesmo período. Acredito que o período o contexto impediram que se seguissem mais exemplos.

Aliás, eu gosto sempre de dar o exemplo do que acontece quando ocorrem grandes catástrofes naturais. Por exemplo, as cheias do ano passado em Valência, o que foi que aconteceu? As pessoas rapidamente se organizaram e deram conta do recado, muito antes de receberam ajuda das instituições governamentais. Igual durante as cheias no Rio Grande do Sul. As pessoas rapidamente se organizam e cooperam, mas depois cria-se a ideia de que o povo é burro e precisa de uma classe de 'inteligentes' que os governem. É uma ideia bastante conveniente, até porque a estupidificação das massas é sempre uma prioridade de quem tem o controlo do poder e é necessário fazer acreditar que o povinho é todo burro e que precisam de um grupo privilegiado de iluminados para os liderar.
Curiosamente, pensei em juntar aos meus exemplos de comunitarismo a experiência anarquista na Espanha dos anos 30, que conheço muito bem.
Mas essa experiência surgiu numa conjuntura muito especial, se calhar única na história, e não creio que aquilo pudesse durar mesmo que os republicanos tivessem vencido a guerra. Teriam sido rapidamente esmagados pelas forças republicanas, apoiadas pelos comunistas, como aliás foram de qualquer modo.

É verdade que em momentos de crise as pessoas têm capacidade de se organizar e trabalhar em conjunto, mas só o fazem quando sabem que não podem contar com o estado. E hoje as pessoas estão demasiado passivas, demasiado habituadas a depender do estado, até porque foram condicionadas para isso.
Então, esse espírito comunitário de entreajuda só existe em países pobres, onde sabes que não vai chegar ajuda da polícia, dos bombeiros ou da protecção civil.
Um exemplo disso são os incêndios, quando eu era puto, há 40 anos, se havia um incêndio na terra, os vizinhos todos juntavam-se para o apagar, mesmo que o pinhal não fosse deles. Hoje ligam para os bombeiros e ficam a assistir ao trabalho dos profissionais.
 
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Dagerman

Tribuna Presidencial
1 Abril 2015
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Devenish

Tribuna Presidencial
11 Outubro 2006
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Porto
  • Reinaldo Teles
  • Março/19
Sobre a frase que coloquei aqui e que era falsa e comprovada pelo @Portoallez2 ficam as minhas desculpas e alertei o autor dela que fez um post novo o que só o enobrece.
Fakes news jamais, odeio isso.
Aqui está o post de retificação dele.

Carlos Esperança está com Rui Devenish.
Favoritos · 5 h ·
Da série: Obrigado, Marcelo – A FRASE:
Caros leitores: avisado por Rui Devenish, a quem agradeço a vigilância crítica, retiro a frase que de boa fé julgava ter sido dita pelo execrável deputado Pedro Frazão. Deixo-lhes o monopólio da mentira, reiterando os agradecimentos ao leitor de há muitos anos, com pedido de desculpas a todos os leitores pelo erro.
 
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