Percebo a ideia e concordo. Eu ia por outro lado, quem tem uma casa ao abandono devia ser obrigado a vendê-la. No fundo, seria uma espécie de lei das sesmarias para a habitação. Se nunca usas, tens de vender a quem use. Só na minha rua há três casas cujos donos estão em França há décadas e não querem saber delas para nada, nunca cá vêm, e que se fossem postas no mercado facilmente seriam vendidas por 70 ou cem mil euros. Só que os herdeiros pôem-se a fazer contas, concluem que se as vendessem só iriam receber uns dez mil euros por cabeça, e como não estão a precisar do dinheiro, deixam andar. Entretanto as casas vão-se degradando, e casas que hoje seriam perfeitamente recuperáveis, daqui a quinze anos só servirão para demolir. Isto faz sentido? Para mim, não.Políticos a usar o poder do Estado para atirar o problema da habitação para a propriedade privada! Sim, vamos taxar a malta das décadas de 40, 50 e 60 como os meus pais, ou tios, que construíram a vida no litoral, casa, trabalho e família e que hoje em dia herdaram terrenos e casas que ninguém quer lá nos confins de trás os montes, onde mais de metade das aldeias são casas vazias, herdadas por filhos e netos, muitos deles de portugueses que emigraram. Vamos aumentar impostos a esta gente que para ter uma vida digna deram cabo do lombo desde os 10, 12, 14 anos de idade. Sim, são estes os grandes culpados da falta de oferta no mercado de habitação.
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