Do que vi no vídeo o primeiro a abrir as hostilidades foi o André Ventura.
Aliás até fui ouvir de novo, e curti a jornalista a dizer “André Ventura não vale a pena” a fazer lembrar a minha tia quando o pai bebe demais no jantar de Natal e começa a dizer mal dos pretos. “Não vale a pena, antes que saia merda e estrague o natal a toda a gente”.
o André Ventura é muito hábil nisto de atacar os outros e se leva contra-ataque, “ai que estão a desrespeitar um milhão e meio de portugueses”. A mim não me ilude com essa, ele que se vá foder.
Eu detesto o André Ventura, não pretendo comentar qualquer conteúdo político aqui...
Estava a ver em directo quando aquilo aconteceu. Quem começou a insultar foi mesmo o Filipe Santos Costa. Costuma ser o Ventura a faltar ao respeito, mas desta vez não foi. Acho que essa é uma estratégia falhada, só dá votos ao Chega...
O Tribunal apenas aceitou o pedido de impugnação porque a Comissão não conseguiu provar em sede de julgamento que o PS tinha a intenção de usar o FSC para fazer propaganda, e isso seria necessário para estarmos perante uma assessoria.
Como é óbvio, é muito difícil provar intenções interiores, ou seja, dificílimo provar expressamente que o objetivo era propaganda. No entanto, basta ver o contexto do podcast e o próprio viés do jornalista (que o próprio admitiu, já agora, não é uma teoria...) para concluir que era mesmo propaganda...
Entrevistas com membros do governo e outras figuras preponderantes do PS, com um enorme background do PS por detrás, enquanto fazia perguntas pouco complicadas e mandava atacadelas a outros partidos, sendo pago para fazer isso...
Um jornalista político não pode fazer uma coisa dessas. Há contas para pagar, mas uma coisa é alguém que trabalha num jornal local e faz um serviço para uma câmara ou secção de um partido, outra é alguém que é jornalista de jornais grandes como o Público e o Expresso e decide fazer propaganda para o então maior partido, por sinal partido do Governo.
Ainda para mais quando a inclinação ideológica (e partidária) se enquadra perfeitamente com esse mesmo partido.
Imaginemos uma Maria João Avillez a fazer um podcast do PSD. Quer dizer, mau exemplo, pois também não é jornalista, mas um José Gomes Ferreira a fazer um podcast do PSD. Ou uma Ana Leal a fazer um podcast do Chega. Não é aceitável...
Em suma, o problema é que isto retira credibilidade ao jornalismo, enfraquece a luta pela democracia e as atitudes do Filipe Santos Costa só beneficiaram o vitimismo recorrente do André Ventura...