... não é bem o mesmo. As estruturas e práticas da sociedade relacionam-se com o modelo económico. Por mais à esquerda que as pessoas possam ser, vêem-se na necessidade de prestar trabalho assalariado, de participar nos mercados, de consumir... O sistema é um empreendimento colectivo e coercivo, que envolve e ultrapassa o indivíduo. Comprar bens e serviços é incontornável, tal como é cada vez mais difícil não possuir determinadas tecnologias. E isso não impede, porém, a procura de formas alternativas de organização ou meras alterações ao próprio sistema. A maior parte das pessoas que votam à esquerda não defenderão propriamente a substituição radical do actual modelo por sociedades socialistas ou comunistas, antes um arranjo diferente da realidade. ... seja como for, comer uma coisa e não outra é uma opção meramente individual, que o indivíduo controla em grande extensão. Ter um iPhone... enfim, mesmo havendo alternativas, não iria por aí.
Agora, um estilo de vida faustoso, de luxo e ostentação, consumismo desbragado... talvez não seja o mais adequado ou coerente.