Embora muito do que escreva não seja propriamente uma resposta ao que escreveste, aproveito para me estender se não levares a mal.Parabéns pelo raciocinio, subscrevo na totalidade.
Só acrescentaria umas coisinhas que me parecem lógicas:
- Não precisariamos de tanta mão de obra estrangeira, se não se dessem subsídios a quem não gosta de trabalhar (e excluo deste leque quem não pode mesmo por limitações, sejam elas de ordem física ou psicológica). Incluo, por exemplo, gente que procria - enquanto "mãe solteira" - só porque sim.
- Se os impostos, taxas e taxinhas não fossem pornográficos, estariam criadas condições para reter mão de obra qualificada, que emigra por razões óbvias. Acredito que a receita do IVA, por exemplo, fosse bem mais simpática com um corte brutal. Aquela conversa do dia a dia do "não quero fatura", tendia a desaparecer.
Coisas tão básicas que fico doente como haja quem defende o atual estado das coisas.
Se há mais de 1 milhão de imigrantes a trabalhar em Portugal (com os quais a Segurança Social lucrou 1600 milhões de euros há 2 anos), seria difícil que os cerca de 100 mil beneficiários do RSI em idade activa (incluídos nestes 100 mil aqueles que não podem trabalhar por limitações) tivessem capacidade de substituí-los.
A imigração transformou-se numa questão ideológica porque foi cavalgada pela extrema-direita. Tem de ser apenas uma medida de gestão corrente igual à que o Governo decide diariamente- devem entrar a cada ano aqueles que forem necessários para a economia portuguesa.
Quanto ao resto:
- Economia paralela: 82 mil milhões
- Fuga para offshores/paraísos fiscais: 53 mil milhões
-Bancos falidos (BES, BPN e Banif): 20 mil milhões (+ 200 milhões em 2025)
- Fuga directa aos impostos: 12 mil milhões
- Rendas excessivas para as empresas do sector energético: 5 mil milhões
- Ajustes directos: 2 mil milhões
- Benefícios fiscais às grandes empresas: 1800 milhões
- Isenções de impostos aos fundos imobiliários: 1700 milhões de lucros isentos de impostos
- Transferências para as PPP's rodoviárias: Mil milhões de euros
- Igreja Católica: 800 milhões em 2 anos (fora as JMJ)
RSI: 320 milhões
RTP: 200 milhões
Grandes escritórios de advogados: 50 milhões
Num país em que a taxa de pobreza sem transferências sociais seria de 40%; num país em que 1,8 milhões de pessoas, das quais 250 mil crianças, vivem abaixo do limiar de pobreza; num país com as maiores desigualdades sociais da Europa, o problema, claramente, é do RSI, outra batalha ideológica iniciada pelo Paulo Portas e que a extrema -direita cavalgou.
Culpem-se, então, os 150 euros que em média os beneficiários do RSI recebem. Culpem-se os 10 mil ciganos crianças, adultos e idosos que o recebem.
Culpem-se os 300 milhões do RSI e esqueça-se que só em 2025 ainda vão mais 200 milhões para o BES.
Culpe-se este sistema em que quem rouba milhões merece admiração, mas quem leva tostões é um criminoso. Culpe-se esta guerra dos ricos contra os pobres, em que vencer como estão a vencer não é suficiente - é preciso esmagar mesmo até ao tempo da servidão.
Também fico doente com estas coisas.
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