@Neiva ,
suponho que o colega se encontre exaltado com o que tem passado na televisão, e é natural e compreensível. Seja como for, os pobres têm necessariamente de ter os mesmos direitos formais que qualquer outro cidadão de classe média ou elevada. Uma coisa será a necessidade de cumprir deveres específicos para aceder a habitação pública, subsídios, ... , sim, no entanto a lei continua a aplicar-se a todos por igual. Caso contrário não seríamos um regime democrático.
Até porque neste país há cerca de dois milhões de portugueses que vivem com menos de 591 euros por mês. Sem transferências sociais, o número aproximar-se-ia de 4.4 milhões de pobres.
@LuisFreitas ,
não iria por aí, evitaria associar pobreza a questões de moralidade. Claro que os inquilinos de habitação pública devem zelar por ela. Tal como quem arrenda uma casa no mercado privado deve ter atenção à propriedade do senhorio. Qualquer cidadão deve estimar a propriedade pública. E porque restringir esse tal dever moral a quem tem acesso a casas sociais? Virtualmente toda a população, de uma forma ou de outra, beneficia de bens e serviços públicos. Trata-se de uma responsabilidade comum.
Claro que a lei e a ordem pública devem ser mantidas. E a morte do nosso concidadão investigada, fosse ele uma pessoa espectacular ou um criminoso da pior espécie. Mas também devo dizer: se nos preocupamos realmente com estas questões de segurança e criminalidade, é necessário alterar os factores que as influenciam. As pessoas que moram na Pasteleira ou na Cova da Moura não nasceram com uma deformidade moral ou predisposição genética para o crime. Os problemas sociais requerem soluções da mesma natureza, o que implica um debate sério e acções políticas consequentes.