Vou voltar a dizer, porque isto não é assim tão difícil de perceber: A decisão política tem de ser económica e não ideológica.
Os instrumentos são o que definem essa política. Se os planos regionais de ordenamento, se a Lei de Bases para o Turismo, se os PDM inclusive, permitem essa construção, tu não podes dizer "construam, mas depois iremos impedir-vos de terem recursos humanos para sustentar a atividade". O que propões é o caos.
E, portanto, tenho de voltar a referir: não se trata de ter vantagens ou não. O que disse é querer ver um político honesto a explicar como irá resolver o problema na sua base e não a lidar com efeitos secundários com decisões que iriam ter consequências desastrosas para a economia.
Tu basicamente dizes tudo e o seu contrario que é o que se passa nesses dois pontos.. e não é dificil de perceber que o que defendes para portugal não é o mesmo que o modelo que dizes que gostavas que fosse seguido.Os países nórdicos são exemplares na sua abordagem política, na capacidade de criar consensos e de serem civilizados na decisão.
De um lado a outro do espetro político, preocupam-se essencialmente em manter um nível elevado de bem-estar na sociedade. É esse o exemplo que eu gostaria de ver seguido em Portugal. Comparar as economias dos dois países no estado em que estão não tem qualquer cabimento.
Portugal só pode olhar para a economia, e para os planos, como se os planos não pudessem ser alterados e como se a politica não fosse isso mesmo. O hotel não pode ficar sem a mão de obra que precisa que é o caos, o SNS, Educação Segurança e Habitação degradarem isso já é um caos aceitável. E como se Portugal tivesse acabado se em vez de entrarem 1,5M de imigrantes em 6-7 anos tivessem entrado 500 mil..
Eu já te disse atrás para preveres como vai estar Saude, Educaçao, Segurança e Habitação daqui a 5 anos, os numeros tem um atraso em relação tens é que ver a tendencia se conseguires claro, as medidas tem impactos a medio longo prazo, tu na inflação da Argentina andavas a ver uns numero que te diziam que a inflação continuava a crescer e ia acabar em 250% e depois acabou em 120% por exemplo.Saíste de um regime ditatorial repressivo com 25%+ de analfabetismo, salários baixíssimos, sem serviços de saúde para a esmagadora maioria da população, numa economia agrária em isolamento internacional e com uma guerra colonial. Difícil seria fazer pior.
Agora, os números contradizem-te na "guinada". A pobreza continua a baixar, o nível de qualificação continua a subir, os salários continuam a aumentar, a mobilidade social é maior. Mas desde o COVID que houveram alterações significativas a nível de preços que a guerra piorou e que só agora começam a normalizar, que levaram à perda de poder de compra (e sem falar na crise da habitação).
Eu não sou favorável a ter uma economia de baixos rendimentos. Portanto, o meu problema não é com os custos, mas sim com os rendimentos. Portugal, pela sua posição geográfica, nunca terá uma economia com salários comparáveis ao centro da Europa, mas devia pelo menos tentar manter-se em linha com Espanha. As diferenças são notórias, desde logo na Alemanha compras um carro com 3 salários, que em Portugal custa 10 ou 15. Uma coisa tão básica como um telemóvel não é um investimento importante que acarreta poupança, crédito ou pagamento em prestações por estes lados. Tendo em conta a dependência portuguesa com importações, especialmente de artigos que são hoje em dia vistos como essenciais na "qualidade de vida", acabas por adiar por vários anos a independência financeira das famílias e a sua capacidade de investimento no seu futuro só para o básico do estilo de vida moderno que encontras facilmente noutros países.
Claro que és a favor de uma economia de baixos rendimentos e de ordenado minimo, se não o fosses não defendias o aumento dessa industria.. e o caos que seria sem ela.
Em Portugal um carro foi sempre mais dificil de comprar que na alemanha e atualmente até é mais facil de arranjar carro que há 20 anos porque há um mercado de usados muito maior, mas o carro tem a importância que tem, a questão é que dava para se fazer vida com qualidade com salarios mais baixos que no centro da europa porque se tinha habitação barata, e serviços com alguma qualidade.. agora tirou-se isso e ficaram só os salarios baixos.
Sobre a pobreza, as barracas e sem abrigo são cada vez mais porque a pobreza está a baixar como dizes.
"Nós queremos pagar uma casa mas recebemos um salário de 800€": cada vez mais pessoas moram em barracas à volta de Lisboa
A crise da habitação em Portugal está atingir a abrir espaço para um crescimento de bairros ilegais e barracas como não se via há décadas. Mais de 1.200 famílias moram em barracas perto de Lisboa

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