Nos manuais de história (sobretudo história do século XIX para cá) nunca se contextualiza nem aprofunda nada. Podiam ter sido todos escritos pelo José Rodrigues dos Santos.
"Homenagem à Catalunha" de Orwell e "O Curto Verão da Anarquia" de H.M. Enzensberger foram se calhar os dois livros que mais contribuíram para que eu nunca tenha simpatizado com o ideário comunista. E a experiência anarquista em Espanha foi uma coisa muito bela, mas também muito irrealista. Talvez tivesse resultado melhor cem ou duzentos anos antes, quando o poder do estado ainda não era avassalador. Além de que nos 30 o impulso geral ia todo no sentido do fortalecimento do estado, e portanto os anarquistas estavam completamente em contra-ciclo. Não tinham hipóteses nenhumas. Olha, mas pelo menos deixaram um herói popular, Durruti, e algumas das canções revolucionárias mais bonitas de sempre. Nem tudo se perdeu!