No táxi a caminho de casa.
Sou sócio do FC Porto desde 1967. Até hoje, nunca na minha vida tive vergonha de ser FC Porto. Até hoje.
O que assisti e o que passei hoje foi algo que nunca concebi ser possível. Ainda estou sem palavras. Nem nos meus piores pesadelos imaginei ver uma AG do meu clube manietada pelo medo, pela ameaça e pela agressão, com a mais serena complacência de um senhor que durante tantos anos admirei, e não admirei muita gente nesta vida.
Fui agredido por um autêntico filho da puta de metro e noventa, barba e vestido com a nossa camisola principal da temporada 11/12, com idade para ser quase meu neto, que gritava como um maluco em direção a um grupo de indivíduos na central, e que minutos antes tinha visto empurrar uma senhora já nos seus 40 anos, que se não tivesse sido amparada, podia ter caído pela escadaria abaixo. Levantei-me para o mandar, literalmente, foder. Gritei-lhe que vi o que fez à adepta, que era uma vergonha. Calou-se. Voltei costas e uns minutos volvidos, levei uma pancada nas costas. Tive dois sócios a amparar-me. O pulha, com um par de amigos, gritava que quando saísse me ia matar. Segurança? Um vi a rir-se bem lá no fundo.
Fui operado devido a uma estenose cervical em 2019. À custa do escroque estou a sentir já há horas um formigueiro incessante ao longo do braço e mão direita. Se continuar, terei que ir amanhã ao hospital.
Simplesmente inenarrável. Ainda estou sem palavras, não consigo dizer muito mais que isto.
Agradecer aos sócios que hoje mostraram que o coração do FC Porto que tanto amei ainda bate. Esta foi só a primeira batalha. Juntos vamos tirar o FC Porto das amarras desta escumalha, estou certo.
O que vi hoje, do verdadeiro PORTISMO, deixou-me extremamente orgulhoso. Um bem haja a todos.
E que nunca ninguém se esqueça deste dia negro.