Sofri verdadeiramente apenas com a seleção no europeu de 1984, quando fomos eliminados pela França de Platini, Girrese, Tigana...
Foi um golpe duro a juntar à final roubada ao Porto, na Taça das Taças, semanas antes, com a Juventus do mesmo Platini e Bonieck.
Depois, no mundial de 1986, a eliminação anedótica só deu para isso mesmo, para rir.
Acompanhei com algum entusiasmo algumas das campanhas que se seguiram, das quais se destacam as eliminatórias épicas com a nossa besta negra, a França, então com o magnífico Zizou, decididas sempre in extremis, de forma dramática.
Ou, mais recentemente, com a Espanha campeã da europa, no mundial da África do Sul, também jogada com granda galhardia e decidida no limite.
Já no "nosso" europeu de 2004, confesso, gostei do desfecho.
Aí a seleção tornou-se claramente o coito de abrigo dos despeitados e frustres invejosos do Porto Campeão Europeu, onde nem o presidente da república J. Sampaio se dignou prestar a devida homenagem ao campeão europeu de clubes e se apressou a glorificar e homenagear os vencidos de Scolari.
Esse pulha de terras de Vera Cruz que, a primeira coisa que disse ao pisar solo português foi que não iria congratular o Porto acabado de vencer a taça Uefa, hostilizando premeditada e injustamente um campeão e anfitrião.
Com essa atitude arregimentou à sua volta as hordas de invejosos e despeitados trafiquistas e sportinguistas, conforme era seu objetivo expresso.
Ostracizou o melhor guarda redes europeu em benefício de um labreca da vida e colheu o que mereceu, ele e o seu extenso séquito de sabujos.
A partir dessa data ficou claro para mim que não era possível rever-me ou identificar-me com uma seleção de um país que trata os seus melhores como estrangeiros, invejando-os, maltratando-os, desrespeitando-os, perseguindo-os e segregando-os, só porque não são oriundos da capital do império caído, de preferência do último estandarte fascista, o Trafica.
Não posso aceitar, sequer admitir, que os portugueses do norte ou qualquer outra região do país, e os seus símbolos sejam secundarizados e alienados da sua condição e cidadania de primeiro plano apenas pelo facto de não pertencerem ao círculo geográfico da grande Lisboa, cidade que eu amo.
A chamada seleção nacional tornou-se, para mim, não mais que um ponto de encontro, um refúgio para os deserdados da glória suprema dos verdadeiros campeões carpirem as suas mágoas e unirem os seus corações na esperança de atingirem esse estado de alma que só aos campeões é possível viver e sentir.
A esses órfãos da glória foi possível vive-la com o euro 2016, mas sabemos bem como desejariam experimentá-la de modo mais íntimo e sentido com o seu clube do coração.