Como viveram a final de Viena?

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Tribuna Presidencial
30 Maio 2016
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  • José Maria Pedroto
  • Fernando "Bibota" Gomes
  • André Villas-Boas
  • Madjer
psychopiu disse:
27 de Maio de 1987.

Esta data tenho-a escrita a ouro nas minhas memórias. Custa entender como é que já foi há 32 anos!
Parece que ainda foi ontem. Mesmo!!

Tinha 10 anos e vivi esse dia com uma electricidade que não me deixava parar quieto.
De manhã fui para a escola, com um fato de treino azul, com o brasão abençoado cosido no peito, pela senhora minha Mãe.

Ah, vivia (e vivo ainda) em Lisboa, por isso era natural ouvir algumas bocas na rua enquanto ia para a escola. Curiosamente de pessoal mais velho, provavelmente pais de colegas meus, pessoas com idade para ter juízo e não provocar uma criança que estava à beira de viver um sonho.
Na escola, os miúdos estavam todos pelo Porto e desejavam-me sorte. Nos intervalos os jogos eram todos Porto Vs alemões e todos queriam ser do Porto.
À tarde fui ao dentista que ficava perto da Av. da República (não me lembro se já lá estava a casa do FC Porto) e havia uma varanda com uma bandeira do Porto:
- "Olha mamã, aqueles ali são do Porto!!!"
- "Ah ah, logo é que eles vão ver. Vão levar poucas do Bayern, vêm de lá com o rabo entre as pernas" - responde-me um filho da puta que passava por nós nessa altura.
A minha mãe, que sempre foi discreta e não se mete em confusões perguntou-lhe se era idiota ou só mesmo parvo, por dizer isso a uma criança. Eh eh, quem foi com o rabo entre as pernas foi ele, lampião de merda.

Começa o jogo e além dos meus pais e irmãos, estão lá amigos dos meus irmãos, nossos vizinhos.
1 lampião e 2 lagartos.
Aquilo começa mal, o Koegl marca e ficamos um bocado desmoralizados. Chega o intervalo e vou-me fechar no meu quarto a comer um Corneto de Morango, que a minha Mãe me tinha comprado para festejarmos a vitória. Mas os nervos não me deixaram aguentar. O lampião foi para casa, provavelmente para festeja a nossa eventual derrota.
Recomeça a final e caímos em cima dos alemães. O Futre finta meia duzia de germânicos e em vez de passar, tenta o golo à Maradona. A casa quase que vem abaixo.
Continua o jogo. Ouve-se na televisão:
"água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Mas desta vez não fura..." O Frasco mete a bola no Juary, o Pfaff sai-se ao brasileiro que cruza para a pequena área, a bola aproxima-se e o Deus da bola marca o golo mais mítico da nossa história. "Madjer, de calcanhar imaginem!!!", grita o António Pedro na Antena 1.
Foda-se, todos saltamos, o meu pai manda o candeeiro do tecto com o caralho, ao saltar de braços no ar.
Calma, ainda Só estamos empatados.
"Mlynarzick dá para Celso. Celso, levanta à esquerda, minha gente, Está sozinho!!, vai para grande área Madjer, vai simular, outra finta.... GOOLLLOOO!!!!GOOLLLOOO!!!!GOOLLLOOO!!!!" Foi assim o relato do 2º golo na Antena 1,
"Reviravolta feita, espectáculo no Prater".
Mandámos a casa abaixo. Todos no ar, todos a abraçar-nos. O Vizinho lampião devia estar com a mesma cachola dos alemães.
Passei o resto do jogo à janela, a agitar uma bandeira azul e branca com 2 metros de pano (eu devia ter 1,20 Mts, na altura).
À janela, os meus amigos da rua gritavam todos pelo Porto.
Chorei esse tempo todo, sem perceber porquê. Aprendi nesse dia que também se chora de felicidade.

Quando o jogo acabou, vi a entrega da Taça ao João Pinto e disse ao meu pai que ia para a rua ter com os meus amigos.
começou-se a juntar mais gente (tudo lamps e lagartos) e andamos a correr o bairro todo a gritar PORTO!! Cheguei a casa à meia noite, porque o meu pai achou que já era demais para uma criança de 10 anos e que no dia a seguir ia ter aulas. Em casa, abrimos a essa hora uma garrafa de champanhe para festejar. Na televisão o João Pinto ainda andava agarrado à taça :D

No dia a seguir levei um cachecol ao pescoço e toda a gente dava-me os parabéns. Na escola era só eu e uma outra colega, que conheci nesse dia.

Da parte da tarde, tive que voltar para casa, porque tinha 39º de febre e a garganta feita num oito.
Ainda hoje me arrepio ao ver as imagens e ao ouvir o relato do jogo (nos meses seguintes devo ter visto o jogo e ouvido o relato da Antena 1 mais de 100 vezes).

Foi sem dúvida dos dias mais felizes e marcantes que tive. Escrevi este texto com lágrimas no olhos, tal é a emoção que guardo deste dia.

Sim, ser Portista também é doença, mas das boas!!!

Partilhamos do mesmo fascínio por esse belo dia de Maio de 1987.

A emoção. O carinho. O fascínio. A adoração. O revivalismo. Memórias singulares.

Por ter acontecido na nossa infância teve um impacto muito grande.

A memória não apaga.

Onde estávamos, o que fizemos nesse dia, como reagimos, com quem vimos o jogo. Os pais, os avós...

Podemo-nos esquecer do que almoçámos ontem, mas o que aconteceu há 32 anos, ao final da tarde de 27 de Maio de 1987, nunca ficará na sombra.

E confesso que ao percorrer o texto que escreveste, a dificuldade em ler aumentou.

Não por culpa tua, mas porque algo nos meus olhos não me estava a permitir ler com clareza.

Fez-me reviver tudo o que vivi nesse dia, e teve o condão de puxar as minhas memórias de infância que é algo que eu guardo com muito carinho e saudade.

Apesar da final de Basileia ter sido a primeira final, e ter ensinado o caminho a todas as outras que se seguiram, a final de Viena foi a final das finais. Como essa não haverá mais nenhuma. A Primeira vitória. Especial. Única. Marcante. E o golo do Madjer, meu Deus, obra prima de classe. 

Estava escrito que aquela final seria nossa.

 

Magic

Arquibancada
9 Março 2012
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Tinha 5 anos e as recordações do jogo em si são vagas mas lembro-me da alegria do meu pai, a quem eu e o meu irmão devemos esta paixão ao nosso FC Porto.

Algum tempo depois o meu pai arranjou uma cassete de vídeo com o jogo e durante anos revi o jogo dezenas de vezes. O Madjer encantava-me, o golo de calcanhar é uma marca da nossa história, e também das finais europeias, mas o drible dele na criação do 2º golo é impressionante, ainda hoje não paro de sorrir ao rever esse lance.

Foi a nossa afirmação europeia, iniciada em Basileia, e consolidada até hoje.
 

lucho

Tribuna Presidencial
11 Abril 2008
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Vila do Conde, 1974
psychopiu disse:
27 de Maio de 1987.

Esta data tenho-a escrita a ouro nas minhas memórias. Custa entender como é que já foi há 32 anos!
Parece que ainda foi ontem. Mesmo!!

Tinha 10 anos e vivi esse dia com uma electricidade que não me deixava parar quieto.
De manhã fui para a escola, com um fato de treino azul, com o brasão abençoado cosido no peito, pela senhora minha Mãe.

Ah, vivia (e vivo ainda) em Lisboa, por isso era natural ouvir algumas bocas na rua enquanto ia para a escola. Curiosamente de pessoal mais velho, provavelmente pais de colegas meus, pessoas com idade para ter juízo e não provocar uma criança que estava à beira de viver um sonho.
Na escola, os miúdos estavam todos pelo Porto e desejavam-me sorte. Nos intervalos os jogos eram todos Porto Vs alemões e todos queriam ser do Porto.
À tarde fui ao dentista que ficava perto da Av. da República (não me lembro se já lá estava a casa do FC Porto) e havia uma varanda com uma bandeira do Porto:
- "Olha mamã, aqueles ali são do Porto!!!"
- "Ah ah, logo é que eles vão ver. Vão levar poucas do Bayern, vêm de lá com o rabo entre as pernas" - responde-me um filho da puta que passava por nós nessa altura.
A minha mãe, que sempre foi discreta e não se mete em confusões perguntou-lhe se era idiota ou só mesmo parvo, por dizer isso a uma criança. Eh eh, quem foi com o rabo entre as pernas foi ele, lampião de merda.

Começa o jogo e além dos meus pais e irmãos, estão lá amigos dos meus irmãos, nossos vizinhos.
1 lampião e 2 lagartos.
Aquilo começa mal, o Koegl marca e ficamos um bocado desmoralizados. Chega o intervalo e vou-me fechar no meu quarto a comer um Corneto de Morango, que a minha Mãe me tinha comprado para festejarmos a vitória. Mas os nervos não me deixaram aguentar. O lampião foi para casa, provavelmente para festeja a nossa eventual derrota.
Recomeça a final e caímos em cima dos alemães. O Futre finta meia duzia de germânicos e em vez de passar, tenta o golo à Maradona. A casa quase que vem abaixo.
Continua o jogo. Ouve-se na televisão:
"água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Mas desta vez não fura..." O Frasco mete a bola no Juary, o Pfaff sai-se ao brasileiro que cruza para a pequena área, a bola aproxima-se e o Deus da bola marca o golo mais mítico da nossa história. "Madjer, de calcanhar imaginem!!!", grita o António Pedro na Antena 1.
Foda-se, todos saltamos, o meu pai manda o candeeiro do tecto com o caralho, ao saltar de braços no ar.
Calma, ainda Só estamos empatados.
"Mlynarzick dá para Celso. Celso, levanta à esquerda, minha gente, Está sozinho!!, vai para grande área Madjer, vai simular, outra finta.... GOOLLLOOO!!!!GOOLLLOOO!!!!GOOLLLOOO!!!!" Foi assim o relato do 2º golo na Antena 1,
"Reviravolta feita, espectáculo no Prater".
Mandámos a casa abaixo. Todos no ar, todos a abraçar-nos. O Vizinho lampião devia estar com a mesma cachola dos alemães.
Passei o resto do jogo à janela, a agitar uma bandeira azul e branca com 2 metros de pano (eu devia ter 1,20 Mts, na altura).
À janela, os meus amigos da rua gritavam todos pelo Porto.
Chorei esse tempo todo, sem perceber porquê. Aprendi nesse dia que também se chora de felicidade.

Quando o jogo acabou, vi a entrega da Taça ao João Pinto e disse ao meu pai que ia para a rua ter com os meus amigos.
começou-se a juntar mais gente (tudo lamps e lagartos) e andamos a correr o bairro todo a gritar PORTO!! Cheguei a casa à meia noite, porque o meu pai achou que já era demais para uma criança de 10 anos e que no dia a seguir ia ter aulas. Em casa, abrimos a essa hora uma garrafa de champanhe para festejar. Na televisão o João Pinto ainda andava agarrado à taça :D

No dia a seguir levei um cachecol ao pescoço e toda a gente dava-me os parabéns. Na escola era só eu e uma outra colega, que conheci nesse dia.

Da parte da tarde, tive que voltar para casa, porque tinha 39º de febre e a garganta feita num oito.
Ainda hoje me arrepio ao ver as imagens e ao ouvir o relato do jogo (nos meses seguintes devo ter visto o jogo e ouvido o relato da Antena 1 mais de 100 vezes).

Foi sem dúvida dos dias mais felizes e marcantes que tive. Escrevi este texto com lágrimas no olhos, tal é a emoção que guardo deste dia.

Sim, ser Portista também é doença, mas das boas!!!
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Como me emocionaste. Revi-me em cada palavra tua. Tinha só mais 2 anos do que tu.
 

Ignis Draco

Tribuna
26 Maio 2019
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  • Março/21
  • Setembro/19
  • Vítor Baia
Era demasiado pequeno para me lembrar de alguma coisa em concreto ou vivê-la com a importância que teve.

Embora me lembre de ver alguns familiares a falar sobre a enorme importância que isso teve, mesmo daqueles que não eram portistas.

A minha mais incrível e emocionante recordação vem de 2002-2004, pois já era "crescido", portista muito ferrenho e vivi intensamente cada um dos jogos, alguns deles no Estádio (Antas ou Dragão).
 

SuperdragonXXI

Tribuna
10 Novembro 2014
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Eu tive o enormissimo privilegio de ver ao vivo esta grande noite do NGC. O número de adeptos do Bayern era impressionante, mas a nossa festa no fim foi incrível. Tinhamos adeptos Austriacos do Austria e creio que do Rapid do nosso lado. Quando saí do estádio muitos adeptos do Bayern bateram-nos palmas. Aquilo foi uma surpresa gigante para eles.
 

mega_dragon

Tribuna Presidencial
24 Junho 2012
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Eu tinha um mês e 17 dias. Muito provavelmente agarrei no biberon para imitar o João Pinto com a Taça. E ao longo dos anos vi e revi o jogo inteiro e resumos. Mítico !
 

mega_dragon

Tribuna Presidencial
24 Junho 2012
10,336
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psychopiu disse:
27 de Maio de 1987.

Esta data tenho-a escrita a ouro nas minhas memórias. Custa entender como é que já foi há 32 anos!
Parece que ainda foi ontem. Mesmo!!

Tinha 10 anos e vivi esse dia com uma electricidade que não me deixava parar quieto.
De manhã fui para a escola, com um fato de treino azul, com o brasão abençoado cosido no peito, pela senhora minha Mãe.

Ah, vivia (e vivo ainda) em Lisboa, por isso era natural ouvir algumas bocas na rua enquanto ia para a escola. Curiosamente de pessoal mais velho, provavelmente pais de colegas meus, pessoas com idade para ter juízo e não provocar uma criança que estava à beira de viver um sonho.
Na escola, os miúdos estavam todos pelo Porto e desejavam-me sorte. Nos intervalos os jogos eram todos Porto Vs alemões e todos queriam ser do Porto.
À tarde fui ao dentista que ficava perto da Av. da República (não me lembro se já lá estava a casa do FC Porto) e havia uma varanda com uma bandeira do Porto:
- "Olha mamã, aqueles ali são do Porto!!!"
- "Ah ah, logo é que eles vão ver. Vão levar poucas do Bayern, vêm de lá com o rabo entre as pernas" - responde-me um filho da puta que passava por nós nessa altura.
A minha mãe, que sempre foi discreta e não se mete em confusões perguntou-lhe se era idiota ou só mesmo parvo, por dizer isso a uma criança. Eh eh, quem foi com o rabo entre as pernas foi ele, lampião de merda.

Começa o jogo e além dos meus pais e irmãos, estão lá amigos dos meus irmãos, nossos vizinhos.
1 lampião e 2 lagartos.
Aquilo começa mal, o Koegl marca e ficamos um bocado desmoralizados. Chega o intervalo e vou-me fechar no meu quarto a comer um Corneto de Morango, que a minha Mãe me tinha comprado para festejarmos a vitória. Mas os nervos não me deixaram aguentar. O lampião foi para casa, provavelmente para festeja a nossa eventual derrota.
Recomeça a final e caímos em cima dos alemães. O Futre finta meia duzia de germânicos e em vez de passar, tenta o golo à Maradona. A casa quase que vem abaixo.
Continua o jogo. Ouve-se na televisão:
"água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Mas desta vez não fura..." O Frasco mete a bola no Juary, o Pfaff sai-se ao brasileiro que cruza para a pequena área, a bola aproxima-se e o Deus da bola marca o golo mais mítico da nossa história. "Madjer, de calcanhar imaginem!!!", grita o António Pedro na Antena 1.
Foda-se, todos saltamos, o meu pai manda o candeeiro do tecto com o caralho, ao saltar de braços no ar.
Calma, ainda Só estamos empatados.
"Mlynarzick dá para Celso. Celso, levanta à esquerda, minha gente, Está sozinho!!, vai para grande área Madjer, vai simular, outra finta.... GOOLLLOOO!!!!GOOLLLOOO!!!!GOOLLLOOO!!!!" Foi assim o relato do 2º golo na Antena 1,
"Reviravolta feita, espectáculo no Prater".
Mandámos a casa abaixo. Todos no ar, todos a abraçar-nos. O Vizinho lampião devia estar com a mesma cachola dos alemães.
Passei o resto do jogo à janela, a agitar uma bandeira azul e branca com 2 metros de pano (eu devia ter 1,20 Mts, na altura).
À janela, os meus amigos da rua gritavam todos pelo Porto.
Chorei esse tempo todo, sem perceber porquê. Aprendi nesse dia que também se chora de felicidade.

Quando o jogo acabou, vi a entrega da Taça ao João Pinto e disse ao meu pai que ia para a rua ter com os meus amigos.
começou-se a juntar mais gente (tudo lamps e lagartos) e andamos a correr o bairro todo a gritar PORTO!! Cheguei a casa à meia noite, porque o meu pai achou que já era demais para uma criança de 10 anos e que no dia a seguir ia ter aulas. Em casa, abrimos a essa hora uma garrafa de champanhe para festejar. Na televisão o João Pinto ainda andava agarrado à taça :D

No dia a seguir levei um cachecol ao pescoço e toda a gente dava-me os parabéns. Na escola era só eu e uma outra colega, que conheci nesse dia.

Da parte da tarde, tive que voltar para casa, porque tinha 39º de febre e a garganta feita num oito.
Ainda hoje me arrepio ao ver as imagens e ao ouvir o relato do jogo (nos meses seguintes devo ter visto o jogo e ouvido o relato da Antena 1 mais de 100 vezes).

Foi sem dúvida dos dias mais felizes e marcantes que tive. Escrevi este texto com lágrimas no olhos, tal é a emoção que guardo deste dia.

Sim, ser Portista também é doença, mas das boas!!!
Que relato emocionante !  Acredito que esse dia foi decisivo no início do crescimento do Portismo em Lisboa.

Já agora tens uma ideia da nossa percentagem de adeptos em Lisboa e arredores ?
 

psychopiu

Bancada lateral
30 Julho 2018
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mega_dragon disse:
Que relato emocionante !  Acredito que esse dia foi decisivo no início do crescimento do Portismo em Lisboa.

Já agora tens uma ideia da nossa percentagem de adeptos em Lisboa e arredores ?
Também acredito que esse dia tenha sido determinante para o Portismo em Lisboa.
Na altura os únicos Portistas da minha idade que conhecia eram filhos de malta que tinha vindo do Porto para Lx trabalhar.

Hoje já se encontra Portistas sem qualquer ligação à cidade ou ao Norte do país e Portistas que fazem os jantares de Natal um tormento aos pais e familiares lampiões e croquetes.

A década de 90, as conquistas do tempo do Mourinho e o tetra do Adrianse/Jesualdo sedimentaram a nossa hegemonia.

Lembro-me de após a CL de 2004 ver os putos a jogar à bola e dizerem:
"eu sou o Deco, tu o Derlei", etc. Havia uma identificação com os jogadores do NGC, como se fossem os seus ídolos, o que seria impensável uns anos antes.

Em sentido contrário, estes últimos anos (poucos títulos e aposta nos jovens por parte do toupeirense), poderão ter comprometido que se passasse o mesmo com esta nova geração.

Qualquer das formas, existem muito mais gente com bom gosto actualmente do que há uns 30 anos atrás. Em termos de proporção ou percentagem não sei dizer, mas somos cada vez mais.
 

Vlk

Tribuna Presidencial
3 Junho 2014
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Lisboa
mega_dragon disse:
Que relato emocionante !  Acredito que esse dia foi decisivo no início do crescimento do Portismo em Lisboa.

Já agora tens uma ideia da nossa percentagem de adeptos em Lisboa e arredores ?
Tb sou Lisboeta. Diria que somos para aí uns 5 a 10% dos adeptos. A vantagem é que a maioria escolheu o Porto de forma consciente e com convicção, porque o mais fácil seria pertencer à manada e ser lampião.
 

Marulanda

Tribuna
28 Agosto 2019
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  • Deco
Foi um momento unico. Nessa altura eu tinha -3 anos. Foi uma festa de arromba com os outros espermatozoides.
 
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jferreira20

Bancada central
30 Junho 2017
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Não vi o jogo porque fiz um sacrifício pela minha mãe. Aguentei-me dentro da barriga dela mais uma semana do que o que seria previsto e ela conseguiu ver o jogo sossegada, embora extremamente grávida.
 

mega_dragon

Tribuna Presidencial
24 Junho 2012
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Vlk disse:
Tb sou Lisboeta. Diria que somos para aí uns 5 a 10% dos adeptos. A vantagem é que a maioria escolheu o Porto de forma consciente e com convicção, porque o mais fácil seria pertencer à manada e ser lampião.
Era a ideia que tinha segundo alguns estudos e de relatos de outras pessoas que aí vivem. Devemos andar a bater os 10% na Área Metropolitana. Em Lisboa Cidade se calhar mais para os 5, equiparado com os belenenses não ?

Os lampiões são bem mais que lagartos ou depende da zona?

Eu acho que nós devemos conseguir penetrar melhor e cativar novos adeptos em familias tradicionalmente de lagartos. E tambem ja ouvi dizer que ha muitos brasileiros emigrados por aí que têm preferencia por nós.
 

Vlk

Tribuna Presidencial
3 Junho 2014
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Lisboa
mega_dragon disse:
Era a ideia que tinha segundo alguns estudos e de relatos de outras pessoas que aí vivem. Devemos andar a bater os 10% na Área Metropolitana. Em Lisboa Cidade se calhar mais para os 5, equiparado com os belenenses não ?

Os lampiões são bem mais que lagartos ou depende da zona?

Eu acho que nós devemos conseguir penetrar melhor e cativar novos adeptos em familias tradicionalmente de lagartos. E tambem ja ouvi dizer que ha muitos brasileiros emigrados por aí que têm preferencia por nós.
Os nossos não devem depender muito da zona, os deles têm pequenas variações (tipo Amadora tem muito lampião). No total diria que em Lisboa há 50% a 60% de lampiões 30% a 40% de lagartos.
Belenenses hoje em dia são muito poucos.

Isto são as impressões que eu tenho.
 

mega_dragon

Tribuna Presidencial
24 Junho 2012
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Vlk disse:
Os nossos não devem depender muito da zona, os deles têm pequenas variações (tipo Amadora tem muito lampião). No total diria que em Lisboa há 50% a 60% de lampiões 30% a 40% de lagartos.
Belenenses hoje em dia são muito poucos.

Isto são as impressões que eu tenho.
Pois no geral da Área Metropolitana acredito deve ser 50% lampiões, 35% lagartos, 10% Dragões e restantes 5% para outros (Belenenses em destaque).

Quanto à variação dos outros acredito que na Amadora ou até Margem Sul haja maior supremacia de lampiões e os lagartos equilibrem em Oeiras, Cascais ou Sintra. Os lampiões colam-se onde há mais classes baixas. 


Quanto a nós no Grande Porto (Porto, Gaia, Matosinhos, Maia, Gondomar, Valongo) temos a vantagem de não haver rivais à altura, o que nos coloca com percentagens esmagadoras (a rondar os 70/75%). Por outro lado os poucos anti têm quase todos tendência para o lampionismo, o que lhes dá percentagens médias (15/17%) que dificilmente o Porto atingirá em Lisboa por ser contra 2. Os lagartos por aqui são quase inexistentes (4/5%). De qq forma chegar aos 10% contra 2 é bom.
 

salman

Tribuna
18 Outubro 2012
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Ainda era muito novo na altura mas foi uma alegria imensa, após estarmos a perder desde cedo. O golo do Madjer é memorável, mas foi o golo do Juary que quase me fez ficar afónico. Isto após entrar em pânico quando vi o Madjer a ser assistido e em vias de sair, mas pouco depois de reentrar no relvado parte os rins a um defesa do bayern e cruza a bola para o sitio de ninguém... até que apareceu a "arma secreta" Juary :)))
Estive hoje em Viena e não podia deixar de ir ver ao vivo o estádio da nossa grande vitória!! Aqui fica o registo!


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Pavão

Tribuna Presidencial
25 Maio 2014
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boas memórias...

eu tinha 8 anos, vi o jogo com o meu pai, em casa... lembro-me da forma palerma como sofremos o golo, alguém tinha chamado o M?ynarczyk e como o golo resultou numa distracção da nossa defesa.

Mas naquela altura, apesar dos nervos que já me corroíam nessa idade ao ver o nosso amado Porto jogar, naquela equipa, havia aquele joker, aquela sensação de magia, sempre que o Futre pegava na bola havia a sensação de que tudo era possível.

Aquele Porto jogava de igual para igual com qualquer equipa do mundo, e assim fez. O calcanhar do Madjer foi um momento mágico e o golo do Juari uma explosão de alegria.

Um amigo do meu pai trouxe-me de Viena de Austria um galhardete que comprou no estádio, com a constituição dos 11, lá na final, tenho-o guardado até hoje como um tesouro de valor incalculável.
 

K92

Tribuna Presidencial
4 Junho 2014
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Tinha 18/19 anos e foi o jogo mais emocionante que vi (vivi).
A Europa tinha "começado" há pouco para nós com a final de Basileia e uma ou outra noite épica pelo meio e íamos jogar contra o Bayern na final da Taça dos Campeões Europeus.
Pelo menos para mim, nem sonho era... jamais o pensava ser possível... :)

Vi a segunda parte com um daqueles colares com crucifixo (não lembro o nome que dão...) e foi a única vez que o fiz que me lembre.
Inimaginável até então para a grande maioria dos Portistas, acredito!
A partir desse dia o Céu passou a ser o limite! :)
 

Morais

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4 Maio 2017
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Foi um dia muito atípico em minha vida e não somente por nossa estrondosa vitória.
Primeiramente eu teria ido ver essa final com uns vizinhos meus mas quando não tem que ser não é e não tem jeito.Eu em 19 de Maio desse ano de 1987 entrei para o serviço militar e após 8/9 dias sem ler qualquer jornal,ouvir uma rádio e muito menos ver televisão lá fomos liberados após o almoço para irmos para casa e não teve a ver com essa final apenas era o procedimento padrão militar.
Quando saí do quartel parecia estar noutro Mundo e demorei a entrar no ritmo normal quando cheguei em casa evidentemente que minha mãe queria era saber se eu estava vivo e de boa saúde e saber se me tinha alimentado bem enfim coisas normais.A primeira parte ainda descalibrado confesso que nem prestei muita atenção ao jogo mas na segunda comecei dar sinais de vida e foi uma empolgação só,que tremenda vitória nem queria acreditar.
No resto o que guardo e que para mim foi a melhor equipa que nosso clube já teve e tinha uma dupla atacante como Madjer e Futre que eram foram de série e com eles tudo era possível.