Como viveram a final de Viena?

JoaoFCP

Bancada lateral
11 Abril 2012
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7 anos, era um homenzão e não chorei o jogo todo. No final aparece umas legendas a dizer Porto campeão europeu e desmanchei-me. Inesquecível.
 

bluevertigo

Tribuna Presidencial
26 Maio 2014
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  • Abril/22
  • Fevereiro/20
Bem novo, e incrível, à última não pude ir com o meu irmão mais velho e malta amiga. Imperdível.
Chorei muito ao intervalo.
Mas aquela 2ªparte, talvez a melhor de sempre ao nível das emoções cá dentro. Tudo tão puro. Tudo na descoberta. Tudo fascínio. Para sempre!

 

brazuca

Tribuna Presidencial
5 Maio 2013
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Brasil
  • Vítor Hugo
  • Sérgio Conceição
  • Reinaldo Teles
Tinha apenas 14 anos, lembro-me como se fosse hoje,vi com o meu pai, nessa epoca as noticias chegavam no Brasil através de um jornal chamado mundo português nele é que meu pai acompanhava seus amores: sua patria e o FC Porto,mas quis Deus que esse jogo fosse transmitido pela tv brasileira.
Quando sentamos para ver o jogo e dei me conta que era o poderoso Bayer o adversário, incredulo disse ao meu pai que as hipoteses eram pequenas de vitória, ele virou- se e disse: somos do Norte, para nós tudo é possivel e foi mesmo,lindas jogadas,belos golos ,muita garra,nesse dia nasceu mais um portista:eu.
Obrigado meu pai.
 
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19 Maio 2008
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Tinha 12 anos...a caminho dos 13. Vi com o meu saudoso pai em casa na TV e sofri muito mesmo...os golos do futre e do Juary gritei até ficar sem voz.

Vi na Tv todos os jogos desta campanha vitoriosa.

Eu tinha mais uma razão para sofrer muito, pois nasci na Alemanha e vim em 1984, ( sofri imenso com a derrota em Basileia contra a Juventus injustamente) mantinha ainda muitos amigos lá e família. E lembro me do meu primo dizer que os nossos amigos alemães escarneciam de nós é que diziam que levaríamos no mínimo 5-0. Éramos o david contra o Golias.

Bayern e Dínamo de Kiev eram as 2 mais fortes equipas da Europa e então.

E depois o contexto Socio político económico. Eles eram o país mais rico da Europa...nós os mais pobres da Europa.

A componente física era completamente díspar entre eles e nos. Os nossos eram todos anões comparando com eles. Nós éramos todos muito menos intenso que eles.

Em termos de popularidade ou percentagem de possibilidade de vitória( em termos de percepção)nossa era tipo o Braga ganhar ao actual Barcelona numa final da champions.

A primeira pare estávamos borrados de medo...no intervalo Artur Jorge disse aos moços que não havia medo...e a segunda parte  foi toda nossa. Empatamos aos 78m...naquele tempo os jogadores portugueses mesmo que craques não tinham estofo para se baterem com os nórdico. Era tipo uma barreira mental.
Era o tempo  de o futebol são 11 contra 11 e no final ganha a Alemanha.

Acho que todas as finais esta foi a final das finais, completos underdogs mas ganhamos e com mérito, talvez em emoção só a de Sevilha se aproxime, a de Basileia que perdemos tb.

Saudades dessa alegria! Que puta de equipa tínhamos!


E depois olhando para hoje a tal pureza, e amor ao clube que se perdeu...por parte daquela gente que comanda os destinos do clube.
 
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aaveloso

Bancada central
22 Novembro 2016
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Braga
Eu tinha 22 anos e estava a acabar a faculdade, no Porto.
Mas nesse dia não estava no Porto.
Assisti à final em casa, com a família.
Não tenho uma história em especial para contar mas...
foi algo completamente transcendente!!!

O facto de sermos outsiders perante o colosso Bayern que jogava praticamente em casa.
A forma como fomos crescendo no jogo e encostamos os alemães às cordas.
A forma como foram marcados os golos, aquele primeiro golo ...
o segundo quando ainda não tínhamos acabado de gritar o primeiro, foi algo incrível.

Digo-vos uma coisa: após o segundo golo não tive qualquer receio que os alemães empatassem.
Eles ficaram completamente siderados, sem capacidade de reacção.
Os nossos, em contrapartida, estavam com uma adrenalina
que eram capazes de trepar as paredes, se necessário fosse.

Nunca mais vamos ser campeões europeus pela primeira vez!
 
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bluevertigo

Tribuna Presidencial
26 Maio 2014
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  • Abril/22
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David Copperfield disse:
Tinha 12 anos...a caminho dos 13. Vi com o meu saudoso pai em casa na TV e sofri muito mesmo...os golos do futre e do Juary gritei até ficar sem voz.

Vi na Tv todos os jogos desta campanha vitoriosa.

Eu tinha mais uma razão para sofrer muito, pois nasci na Alemanha e vim em 1984, ( sofri imenso com a derrota em Basileia contra a Juventus injustamente) mantinha ainda muitos amigos lá e família. E lembro me do meu primo dizer que os nossos amigos alemães escarneciam de nós é que diziam que levaríamos no mínimo 5-0. Éramos o david contra o Golias.

Bayern e Dínamo de Kiev eram as 2 mais fortes equipas da Europa e então.

E depois o contexto Socio político económico. Eles eram o país mais rico da Europa...nós os mais pobres da Europa.

A componente física era completamente díspar entre eles e nos. Os nossos eram todos anões comparando com eles. Nós éramos todos muito menos intenso que eles.

Em termos de popularidade ou percentagem de possibilidade de vitória( em termos de percepção)nossa era tipo o Braga ganhar ao actual Barcelona numa final da champions.

A primeira pare estávamos borrados de medo...no intervalo Artur Jorge disse aos moços que não havia medo...e a segunda parte  foi toda nossa. Empatamos aos 78m...naquele tempo os jogadores portugueses mesmo que craques não tinham estofo para se baterem com os nórdico. Era tipo uma barreira mental.
Era o tempo  de o futebol são 11 contra 11 e no final ganha a Alemanha.

Acho que todas as finais esta foi a final das finais, completos underdogs mas ganhamos e com mérito, talvez em emoção só a de Sevilha se aproxime, a de Basileia que perdemos tb.

Saudades dessa alegria! Que puta de equipa tínhamos!


E depois olhando para hoje a tal pureza, e amor ao clube que se perdeu...por parte daquela gente que comanda os destinos do clube.
Reviver e arrepiar no teu texto!
 

bluevertigo

Tribuna Presidencial
26 Maio 2014
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  • Abril/22
  • Fevereiro/20
aaveloso disse:
Eu tinha 22 anos e estava a acabar a faculdade, no Porto.
Mas nesse dia não estava no Porto.
Assisti à final em casa, com a família.
Não tenho uma história em especial para contar mas...
foi algo completamente transcendente!!!

O facto de sermos outsiders perante o colosso Bayern que jogava praticamente em casa.
A forma como fomos crescendo no jogo e encostamos os alemães às cordas.
A forma como foram marcados os golos, aquele primeiro golo ...
o segundo quando ainda não tínhamos acabado de gritar o primeiro, foi algo incrível.

Digo-vos uma coisa: após o segundo golo não tive qualquer receio que os alemães empatassem.
Eles ficaram completamente siderados, sem capacidade de reacção.
Os nossos, em contrapartida, estavam com uma adrenalina
que eram capazes de trepar as paredes, se necessário fosse.

Nunca mais vamos ser campeões europeus pela primeira vez!
Isso. Nunca mais como na primeira vez. Ainda bem que a vivemos!
Excelente!
 

ChamaDoDragao

Bancada central
13 Maio 2016
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Bonitos relatos! O amor ao nosso clube é ímpar...

Eu nasci em Março de 1987, por isso tinha 2 mesinhos. Escusado será dizer que não me lembro de nada, mas segundo os meus pais fomos todos para os Aliados a seguir. Eu não saí do carro, porque era um ser frágil, mas por piada costumo dizer que foi nessa noite que virei portista!
"Só vejo azul e branco à minha volta"...é o que eu gosto de pensar que eu estava a pensar naquele momento ;) saudades do meu avô, que era portista ferrenho...muito por "culpa" dele que sinto o amor pelo nosso clube como sinto hoje. Era o sócio 1051, e tem um azulejo com o nome dele no Dragão...saudades desses tempos, em que o futebol era mais movido pelo amor à camisola do que outra coisa qualquer. Nesses tempos sim, era "faca nos dentes" e superação pura! Amor ao azul e branco, a uma cidade, a uma identidade, a uma forma de ser...ser tripeiro!
 

lucho

Tribuna Presidencial
11 Abril 2008
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Vila do Conde, 1974
Ainda hoje a minha equipa é aquela. Aquela que eu amo, um a um. Daqui por 30 anos se ainda for vivo é aquela equipa que eu amo.  A equipa de 1987. Com o Mly, o Gomes, o Juary, o Madjer, o Futre e o André.

Foi uma tarde noite que nunca mais esqueço. Com 12 anos a alegria que vivi nos golos de Madjer e de Juary nunca mais senti coisa igual. Foi magia, foi qualquer coisa de transcendental. Imaginem uma criança a chorar a imitar o Juary de joelhos, foi mais ou menos isto. Ainda hoje me emociono ao reviver isto. Próximo disto só o Costinha em Manchester e o Derley em Sevilha...
 

Jared Miller

Bancada central
30 Julho 2007
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Sou de Lisboa, e vivia rodeado de familiares sportinguistas ferrenhos (só não me fizeram logo sócio do Sporting, porque os meus pais não deixaram) e em maio de 87 tinha 7 anos a caminho dos 8 e lembro-me de dizer a esses familiares que era sportinguista, mas na realidade já gostava mais de azul do que verde. O futebol para mim, ainda era mais jogar que acompanhar os jogos na televisão ou nos estádios.

Lembro-me de estar em casa a ver o jogo com o meu pai (que é benfiquista, nem ele sabe bem porquê
) e de saltarmos os dois do sofá com o golo de calcanhar o Madjer.

É daquelas recordações de infância que estão armazenadas no meu cérebro e que, quando recordadas, libertam todas as aquelas hormonas que nos fazem sentir bem!

A partir dessa data, o meu amor pelo Porto cresceu, cresceu e nunca mais parou de crescer. Foram anos fantásticos!

Não esquecer nunca que, todos os que estão a ler estas palavras e que amam o nosso clube já tiveram esta sensação duas vezes, a cores, meus amigos! Os adeptos dos outros clubes ou nunca o sentiram, ou se o fizeram, a televisão ainda era a preto e branco :)

Saudações portistas!
 

fonte

Bancada central
17 Maio 2016
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  • Lucho González
  • Campeão Nacional 19/20
Tinha 3 anos e dois meses e segundo o meu pai foi este jogo que me fez Portista... embora eu continue a acreditar que já nasci assim.

Como é óbvio não tenho qualquer recordação deste jogo mas acreditando nas palavras do meu pai (que é benfiquista infelizmente mas fazia questão de torcer pelo Porto nas competições europeias) ficarei eternamente grato ao calcanhar do grande Madjer e companhia!
 
P

psychopiu

Bancada lateral
30 Julho 2018
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27 de Maio de 1987.

Esta data tenho-a escrita a ouro nas minhas memórias. Custa entender como é que já foi há 32 anos!
Parece que ainda foi ontem. Mesmo!!

Tinha 10 anos e vivi esse dia com uma electricidade que não me deixava parar quieto.
De manhã fui para a escola, com um fato de treino azul, com o brasão abençoado cosido no peito, pela senhora minha Mãe.

Ah, vivia (e vivo ainda) em Lisboa, por isso era natural ouvir algumas bocas na rua enquanto ia para a escola. Curiosamente de pessoal mais velho, provavelmente pais de colegas meus, pessoas com idade para ter juízo e não provocar uma criança que estava à beira de viver um sonho.
Na escola, os miúdos estavam todos pelo Porto e desejavam-me sorte. Nos intervalos os jogos eram todos Porto Vs alemões e todos queriam ser do Porto.
À tarde fui ao dentista que ficava perto da Av. da República (não me lembro se já lá estava a casa do FC Porto) e havia uma varanda com uma bandeira do Porto:
- "Olha mamã, aqueles ali são do Porto!!!"
- "Ah ah, logo é que eles vão ver. Vão levar poucas do Bayern, vêm de lá com o rabo entre as pernas" - responde-me um filho da puta que passava por nós nessa altura.
A minha mãe, que sempre foi discreta e não se mete em confusões perguntou-lhe se era idiota ou só mesmo parvo, por dizer isso a uma criança. Eh eh, quem foi com o rabo entre as pernas foi ele, lampião de merda.

Começa o jogo e além dos meus pais e irmãos, estão lá amigos dos meus irmãos, nossos vizinhos.
1 lampião e 2 lagartos.
Aquilo começa mal, o Koegl marca e ficamos um bocado desmoralizados. Chega o intervalo e vou-me fechar no meu quarto a comer um Corneto de Morango, que a minha Mãe me tinha comprado para festejarmos a vitória. Mas os nervos não me deixaram aguentar. O lampião foi para casa, provavelmente para festeja a nossa eventual derrota.
Recomeça a final e caímos em cima dos alemães. O Futre finta meia duzia de germânicos e em vez de passar, tenta o golo à Maradona. A casa quase que vem abaixo.
Continua o jogo. Ouve-se na televisão:
"água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Mas desta vez não fura..." O Frasco mete a bola no Juary, o Pfaff sai-se ao brasileiro que cruza para a pequena área, a bola aproxima-se e o Deus da bola marca o golo mais mítico da nossa história. "Madjer, de calcanhar imaginem!!!", grita o António Pedro na Antena 1.
Foda-se, todos saltamos, o meu pai manda o candeeiro do tecto com o caralho, ao saltar de braços no ar.
Calma, ainda Só estamos empatados.
"Mlynarzick dá para Celso. Celso, levanta à esquerda, minha gente, Está sozinho!!, vai para grande área Madjer, vai simular, outra finta.... GOOLLLOOO!!!!GOOLLLOOO!!!!GOOLLLOOO!!!!" Foi assim o relato do 2º golo na Antena 1,
"Reviravolta feita, espectáculo no Prater".
Mandámos a casa abaixo. Todos no ar, todos a abraçar-nos. O Vizinho lampião devia estar com a mesma cachola dos alemães.
Passei o resto do jogo à janela, a agitar uma bandeira azul e branca com 2 metros de pano (eu devia ter 1,20 Mts, na altura).
À janela, os meus amigos da rua gritavam todos pelo Porto.
Chorei esse tempo todo, sem perceber porquê. Aprendi nesse dia que também se chora de felicidade.

Quando o jogo acabou, vi a entrega da Taça ao João Pinto e disse ao meu pai que ia para a rua ter com os meus amigos.
começou-se a juntar mais gente (tudo lamps e lagartos) e andamos a correr o bairro todo a gritar PORTO!! Cheguei a casa à meia noite, porque o meu pai achou que já era demais para uma criança de 10 anos e que no dia a seguir ia ter aulas. Em casa, abrimos a essa hora uma garrafa de champanhe para festejar. Na televisão o João Pinto ainda andava agarrado à taça :D

No dia a seguir levei um cachecol ao pescoço e toda a gente dava-me os parabéns. Na escola era só eu e uma outra colega, que conheci nesse dia.

Da parte da tarde, tive que voltar para casa, porque tinha 39º de febre e a garganta feita num oito.
Ainda hoje me arrepio ao ver as imagens e ao ouvir o relato do jogo (nos meses seguintes devo ter visto o jogo e ouvido o relato da Antena 1 mais de 100 vezes).

Foi sem dúvida dos dias mais felizes e marcantes que tive. Escrevi este texto com lágrimas no olhos, tal é a emoção que guardo deste dia.

Sim, ser Portista também é doença, mas das boas!!!