De um lado há o histerismo e o Apocalypse now, do outro o desdém e o deixa andar. Eu tento-me manter no meio entre os 2, estar alerta e não paranóico, e estar socialmente consciente e não armado em Super herói. Acima de tudo tenho feito as compras para dias e não para meses, porque além de mim existem milhões de pessoas que devem ter o direito de comprar o que querem dentro das quantidades adequadas.
Da mesma forma que nunca entre em alarmismos por causa da Gripe A, sinto que estou de momento a ver/viver um acontecimento marcante em directo, talvez o segundo da minha vida , após ter vivenciado em directo na TV o embate dos aviões nas torres no 11 de Setembro.
Partilho este texto do Bruno Nogueira, o qual subscrevo.
"Não pretendo dar lições de moral porque não tenho estudos para isso. Também não pretendo criticar ninguém, porque sei que a crítica mal digerida pode incendiar o efeito contrário. Pretendo única e simplesmente partilhar o que tenho feito nos últimos dias, sirva a quem servir. O desconhecido dá medo, é o escuro das crianças. No entanto, há já coisas que sei que tenho de fazer para evitar que os números de casos se multipliquem, e estou a fazer a minha parte. Antecipar, diria que é uma boa palavra. Antecipar, para não remendar o pior dos cenários. Tenho a família resguardada em casa, saímos só para o estritamente necessário, e mantemos a calma. Há uma coisa importante no meio disto tudo: a negação do problema não o elimina, só o incendeia. Não é por me sentir saudável que sigo a vida como se nada estivesse a acontecer. Posso a qualquer momento contrair o vírus, e antes de ter sintomas espalhar a quem não tem sistema imunitário forte o suficiente para o combater. Isto não é sobre mim, é sobre uma coisa maior do que eu. É sobre nós. E é esse degrau mental que me faz ter consciência que a minha prioridade tem de ser colectiva, e não minha e do meu espelho. Não ceder ao pânico, o pânico é um vírus que mata por dentro. Faço as compras para os dias que se seguem, e não para os meses que estão por vir. Há idosos e pessoas com menos disponibilidade financeira que precisam de prateleiras de supermercado que não estejam repletas de medo. Cancelei viagens ao estrangeiro que tinha no final deste mês. Perdi dinheiro, ganhei tempo. Mantenho as crianças informadas, não multiplico o que leio na imprensa, não faço vista turva. Filtro.
Não ceder à histeria nem à indiferença, são os dois contagiosos. Acreditar que todos juntos ultrapassaremos isto. São tempos confusos, mas a luta será ganha. Não olhar para os números de infectados em Portugal e achar que são poucos e que ainda não é tempo de agir. É agora, está a acontecer.
Nesta história não há nós e eles, há todos. E juntos, não tenho dúvidas disso, vamos escrever o melhor final que esta história pode e merece ter"
Da mesma forma que nunca entre em alarmismos por causa da Gripe A, sinto que estou de momento a ver/viver um acontecimento marcante em directo, talvez o segundo da minha vida , após ter vivenciado em directo na TV o embate dos aviões nas torres no 11 de Setembro.
Partilho este texto do Bruno Nogueira, o qual subscrevo.
"Não pretendo dar lições de moral porque não tenho estudos para isso. Também não pretendo criticar ninguém, porque sei que a crítica mal digerida pode incendiar o efeito contrário. Pretendo única e simplesmente partilhar o que tenho feito nos últimos dias, sirva a quem servir. O desconhecido dá medo, é o escuro das crianças. No entanto, há já coisas que sei que tenho de fazer para evitar que os números de casos se multipliquem, e estou a fazer a minha parte. Antecipar, diria que é uma boa palavra. Antecipar, para não remendar o pior dos cenários. Tenho a família resguardada em casa, saímos só para o estritamente necessário, e mantemos a calma. Há uma coisa importante no meio disto tudo: a negação do problema não o elimina, só o incendeia. Não é por me sentir saudável que sigo a vida como se nada estivesse a acontecer. Posso a qualquer momento contrair o vírus, e antes de ter sintomas espalhar a quem não tem sistema imunitário forte o suficiente para o combater. Isto não é sobre mim, é sobre uma coisa maior do que eu. É sobre nós. E é esse degrau mental que me faz ter consciência que a minha prioridade tem de ser colectiva, e não minha e do meu espelho. Não ceder ao pânico, o pânico é um vírus que mata por dentro. Faço as compras para os dias que se seguem, e não para os meses que estão por vir. Há idosos e pessoas com menos disponibilidade financeira que precisam de prateleiras de supermercado que não estejam repletas de medo. Cancelei viagens ao estrangeiro que tinha no final deste mês. Perdi dinheiro, ganhei tempo. Mantenho as crianças informadas, não multiplico o que leio na imprensa, não faço vista turva. Filtro.
Não ceder à histeria nem à indiferença, são os dois contagiosos. Acreditar que todos juntos ultrapassaremos isto. São tempos confusos, mas a luta será ganha. Não olhar para os números de infectados em Portugal e achar que são poucos e que ainda não é tempo de agir. É agora, está a acontecer.
Nesta história não há nós e eles, há todos. E juntos, não tenho dúvidas disso, vamos escrever o melhor final que esta história pode e merece ter"