O apartheid caiu graças à conjugação de uma série de factores. Os mais importantes foram certamente as pressões internacionais tanto diplomáticas como económicas e a resistência interna, que assumiu a forma de protesto negro organizado. Nos finais dos anos oitenta, enquanto se ia alterando o mapa geopolítico do mundo, o governo sul-africano começou a compreender que os privilégios económicos dos brancos não podiam sobreviver indefinidamente ao embargo internacional e que, por muita dura que fosse a repressão, a resistência negra não morreria jamais. Se não se tomassem medidas drásticas, o país iria certamente cair, mais tarde ou mais cedo, na anarquia e no banho de sangue.
Em 1990, o presidente F. W. de Klerk, membro do partido nacional toda a sua vida, pôs Mandela em liberdade e encetou negociações formais com a maioria negra representada pelo ANC (Congresso Nacional Africano) para desmantelar as leis do apartheid e preparar o caminho para a democracia.
Em Abril de 1994, a África do Sul celebrou as suas primeiras eleições democráticas, das quais saiu eleito presidente Nelson Mandela, que se retirou do poder em 1999, dando lugar ao seu sucessor na chefia do ANC, Thabo Mbeki. Estava criado o primeiro estado de maioria negra.
A África do Sul, que passou a desfrutar de uma estabilidade que nunca conhecera desde a chegada dos primeiros colonos holandeses, em 1652, teve a sorte enorme de encontrar em Mandela um homem à altura da tarefa que o aguardava.