Perdemos em casa de uma equipa que por pouco não se qualificou para a Champions no melhor campeonato do mundo e que gastou perto de 230M este verão, tendo praticamente perdido só o Elanga para o Newcastle.
Como o Marinakis é maluco, arranjou problemas com o Nuno e despediu-o, contratando o Postecoglou cujo perfil não se enquadrava minimamente com o plantel que tinha à disposição, o que se tornou claro nos resultados que conseguiu. Depois despede-o e vai buscar o Sean Dyche que está muito mais perto do Nuno do que do Postecoglou, e que mete a equipa a jogar de uma forma menos ambiciosa e suicida (para os jogadores que tem) deixando os jogadores bastante mais confortáveis. Quem analisava o Forest só pela classificação foi preguiçoso. Não se vão aproximar dos números do Nuno na temporada passada mas também vão estar longe de ter os números do Postecoglou desta temporada.
Com isto, tivemos de nos adaptar a um estilo de jogo que não sabíamos ao certo qual ia ser, sem saber o que o Dyche is querer manter para facilitar a vida aos jogadores - mesmo indo contra o que normalmente pede às suas equipas - e sem saber o que ele ia mudar. A única coisa certa é que a intensidade, a velocidade e o físico que qualquer equipa inglesa tem de meter em campo todos os fins-de-semana ia lá estar. Consigo assim perceber a aposta no Rosario sabendo que a presença dele ia ajudar a manter a equipa mais coesa e segura do ponto de vista físico e aéreo. Continuo a achar que ainda não estamos num nível que nos permita dominar um jogo destes sem antes termos de "forçar" o adversário a assumir mais riscos ao conseguirmos manter o resultado em branco durante mais tempo do que contariam.
Não foi a troca do Pablo pelo Gabri que nos fez perder este jogo. Temos inúmeros casos em que a troca de UM jogador acaba por fazer a diferença pela positiva da mesma forma que o manter a "melhor" equipa titular nem sempre é o melhor caminho para ganhar. Há 1, 2, 3, 4, 5, 50, 100 exemplos disso. Sem os erros individuais que deram nos penalties estavamos mais do que dentro do jogo e prestes a forçar o Forest a arriscar mais se quisessem ganhar em casa, depois de já terem perdido um jogo no City Ground.
Não venham com coisas de que o Farioli foi cagão. Esta mania de que TEMOS de ganhar TODOS os jogos está mais que gasta. Temos é de fazer tudo para ganhar as competições. Isso por vezes implica ser mais conservador e/ou cauteloso num jogo ou outro, ou pelo menos em partes de jogos. Não há mal nenhum nisso nem é propriamente definidor da ambição da equipa/treinador.
Este era um jogo que podíamos perfeitamente perder. Quer pelo histório recente na Liga Europa, quer pelo histório em Inglaterra, quer pelo competitividade do adversário a quem é pedido que jogue sempre no máximo os 90 minutos de todas as jornadas do campeonato. Também não era um jogo em que tivessemos a urgência de ter de ganhar, o que é muito diferente de dizer que não era isso que se queria, visto termos 6 pontos em 2 jogos, este ser o jogo mais complicado de toda a fase de grupos, e ainda termos 3 jogos em casa.
Aceito perfeitamente que digam que por ser um jogo em que por a pressão de ter ABSOLUTAMENTE de ganhar não estar lá podíamos ter sido mais ambiciosos. Mas da mesma forma também aceito que não se faça disto um drama.
Perdemos com dois penalties nas condições que já listei em cima, num jogo em que apesar de todas as condicionantes estivemos a detalhes de conseguir um resultado positivo. Mesmo com um Frodo a um nível mais baixo, e mesmo com um Samu praticamente inexsistente.
Mais do que as críticas ao Farioli que tenho visto por aqui o que me surpreende é o quão pouco se acredita que ele aprende a sério com este tipo de resultado e exibição. E por outro lado, se arriscar mais no jogo com o 5LB nos aproximava mais da derrota nesse jogo, ao ver a reacção de muita gente a esta derrota em Inglaterra num jogo completamente irrelevante para as contas da temporada, nem quero imaginar o que teria sido se tivesse sido mais ambicioso com o 5LB, porventura ter ido até mais ao encontro com o que o pessoal esperava/exigia à equipa, e tivesse perdido. Com esta mania de fazer dos resultados o be-all and end-all, independentemente de tudo o que envolve o jogo e do contexto do mesmo na temporada, não duvido que houvesse quem pedisse o despedimento do gajo. Haja paciência.
Campeões, caralho.