Na época anterior, 2002/2003, tinha chegado ao país, o troféu que faltava ao futebol português. E pelas mãos, do FC PORTO, de quem mais haveria de ser? Só que, não satisfeitos com esse facto, os PORTISTAS quiseram ir mais além, quiseram tocar o céu e os deuses vestiram-se de Azul e Branco, em Gelsenkirchen. Se ainda restavam dúvidas elas foram completamente dissipadas.
O FC PORTO não foi, apenas, a melhor equipa de Portugal, foi a melhor da Europa, num início de século onde vitórias desta magnitude fazem parte de um mega espectáculo multimédia, com a devida e mais que merecida dimensão planetária.
Aquelas imagens de alegria e loucura, gravadas a fogo na memória colectiva dos PORTISTAS, que não de todos os portugueses, permanecerão indeléveis e imperecíveis. O FC PORTO fez-se credor de um respeito que parecia não ser possível alcançar e reivindica, legitimamente, o título do clube português com melhor palmarés internacional, digno de ombrear com alguns monstros do futebol da Velha Europa.
Além do respeito e admiração conquistados, foi dada uma autêntica lição de vida através de um plantel humilde, sem milionários e sem vedetas galácticas. Foi a vitória do querer, do acreditar (piamente) no trabalho árduo e nas próprias capacidades. Depois da vitória em Viena, sobre o Bayern, em 1987, a Alemanha voltou a ser um amuleto, passados que estavam 17 anos e numa altura em que a UEFA que tudo fizera para que não fosse provável repetirem-se façanhas desta envergadura, ao tornar praticamente inalcançável a Liga dos Campeões a equipas consideradas de 2ª linha. Senão veja-se o que aconteceu desde então até aos dias actuais.
O jogo dava os últimos estertores e a festa prometia ser rija lá para as bandas da foz do rio Douro. Precisamente na cidade que, um dia, deu nome a um país roído de ódio, inveja, mesquinhez e mediocridade, como se pode comprovar nos dias que se seguiram.
Foram os tempos de todos os sorrisos amarelos. Foram os tempos em que se agraciaram derrotados e se esqueceram os vencedores.
Para terminar, uma pequena referência a uma figura sagrada do Clube: VÍTOR BAÍA. Com o troféu da Liga dos Campeões bem junto a si, o melhor guarda-redes português de todos os tempos e o jogador de futebol mais vitorioso do futebol MUNDIAL, passou a ser o ÚNICO jogador nascido em Portugal a vencer todas as provas da UEFA. Ganhou a extinta Taça das Taças com o Barcelona (1996/97), a Taça UEFA (2002/03) e a Liga dos Campeões 2003/04), com o FC Porto. Foi apenas o 11º jogador do futebol europeu a consegui-lo.