Hoje o dia veio triste, pesado, cinzento. Depois de uma noite complicada, estou meio que anestesiado com a dor, incrédulo que a implacável morte levou o nosso grande capitão.
Todos os relatos aqui escritos, uns mais curtos, outros mais prolongados, uns mais emocionais, outros mais descritivos, mais não são do que a imensa impressão digital que o Jorge Costa deixou neste enorme clube, se transformando num dos seus maiores representantes, um dos poucos que é e que sintetiza, em tudo, o que é ser portista.
Com o Presidente Pinto da Costa a dor veio anunciada. Sabíamos que estava doente, a implacável derrota acabou por o fragilizar mais ainda, o confronto com a realidade foi catalisador de um final anunciado. Com o nosso Capitão não foi assim. Ninguém nos preparou para isto. Ninguém nos avisou dos vidros que nos dilaceram a alma neste momento. Ninguém nos prepara para uma perda desta magnitude.
O meu irmão mandou-me uma mensagem pouco depois do anúncio da sua morte: "porra, mano, levaram o nosso capitão desta forma. Temos é que viver cada momento, aproveitar o bom da vida, nunca se sabe quando o fim chega."
Ainda anestesiado pela dor da perda, é isto que vou (tentar) fazer. Vou hoje ao dragão prestar-lhe a minha homenagem. Vou segunda-feira assistir aquele que será o primeiro ato da nossa redenção que nos levará até aos Aliados, onde iremos todos gritar em uníssono "ESTA TAMBÉM É TUA, CAPITÃO".
E que neste fórum se escreva um novo mural de portismo, não alimentado pelo doloroso confronto com a finitude mas antes pela alegria contagiante de mais uma vitória.