A diferença é que para mim os problemas actuais do FC Porto não são questões menores ou quotidianas, são estruturantes.
Falar em colocar os interesses do FC Porto em primeiro lugar e não haver massa crítica à forma como se opera internamente é conversa de violino.
O Baluarte diz defender de forma intransigente os interesses do FC Porto, logo devia automaticamente questionar o seu funcionamento por parte dos gestores e funcionários. Se for para apenas ter um papel externo, então não deviam estar os próprios responsáveis internos já a fazê-lo e de forma também intransigente?
O que ele faz é defender de forma intransigente os interesses da SAD do FC Porto. Com qualidade, diga-se. E não há mal nenhum em estar alinhado com a SAD actual, é um posicionamento que se tem ou não se tem, não tenho nada contra, honestamente.
Onde não concordo contigo é quando achas que alguém que expõe de forma tão eficaz e detalhada cada intervenção da imprensa portuguesa a seguir ser completamente cego e incoerente nas questões realmente importantes do clube. Não é distração, é política pura.
É óbvio que todos desejamos as vitórias do FC Porto, seja quem for a geri-lo, a questão é que o PB já não é somente o autor duma página sobre o clube.
O caminho que escolheu (ao lado desta SAD) terá inevitavelmente consequências, pois quando toda a gente estiver com a SAD em cheque, algo que parece inevitável dado o estado das coisas, este ou terá que ser honesto com as pessoas e criará um conflito com quem lhe dá a mão agora ou irá fazer o que todos têm feito nos últimos anos: agir como se estivesse tudo bem, dizer que o FC Porto ainda é o melhor clube português e que só não ganhamos por causa do regime.
Gostaria de ver o Pedro Bragança como oposição ao status quo actual, mas dado que se juntou a este ou foi engolido pelo mesmo, é mais um sujeito (inteligente e polido) numa enorme casta de interesses em que o clube não se posiciona em primeiro lugar.
Se por outro lado, a questão for exclusivamente sobre a sua estratégia pessoal para atingir objectivos maiores e se deve estar a favor ou contra o status quo, isso já nos remete para uma discussão bem mais complexa e prolongada, obviamente.