Parece-me mais ou menos evidente que tínhamos algum poder de influência no futebol português até à emergência do polvo. Nas décadas de 1990/2000... as arbitragens nada tinham que ver com as actuais. A tese de termos sido sempre prejudicados desde a nossa fundação pode fazer parte do folclore/cultura portista, adequar-se à clivagem norte/sul, mas não é verdade.
Algumas incoerências na entrevista: acerca de Wendel, o presidente afirma que nenhum clube português, racionalmente, pode comprar um jogador por 20 milhões de euros. Ermm
. E isto depois de admitir, muito de passagem, que terá havido algum exagero nas contratações. Muito de passagem porque culpa sobretudo os treinadores pelas finanças escorregadias do clube, um contratrou mal, e, agora generalizando a outros técnicos, os recursos detidos pelo clube foram mal geridos (Aboubakar, Ricardo, Marega
). Não se pode imputar o deslize nas contas azuis e brancas aos treinadores, julgo que é mais do que evidente. Que tivesse precavido a questão dos recursos aquando a assinatura de contrato com os técnicos (jogadores x, y e z têm de fazer parte do plantel). E se a renovação do contrato de Casillas não é cenário exequível, o que dizer da sua contratação (mesmo com o contributo do Real nos primeiros anos)?, e por que motivo lhe foi prolongado o vínculo laboral? Nesta linha de pensamento, onde e como se enquadra a contratação de Maxi?... Espero que se tenha aprendido alguma coisa com tudo isto.
Considero estranha a divergência entre o presidente, que conta duas arbitragens não isentas, e o departamento de comunicação, que acena com mais de meia dúzia de grandes penalidades, algumas de incontestável clareza. Se temos de escamotear a dimensão do roubo para que alguém nos leve a sério
estamos muito mal. Nem sequer devíamos ter esse cuidado, porque ninguém quer saber se nos prejudicam em 2 ou em 100 jogos, excepto os próprios portistas.
Por um lado, o Porto não podia continuar a assistir passivamente à degradação da integridade do futebol, por outro deixámos de divulgar emails para que não nos acusem de atirarmos mais achas para a fogueira. Imagino que não seja para levar a sério, embora o número de emails revelados tenha diminuído significativamente.
Muito bem na crítica ao governo, ao baixo nível de competência dos árbitros e à dualidade de critérios que beneficia o benfica e prejudica o nosso clube. Muito bem em todas as declarações que corroboram e reforçam as posições assumidas no decorrer dos programas Universo Porto. Quanto ao combate ao polvo, não será difícil encontrar consensos entre portistas.
Não compreendo as críticas ao braga. Apresentam-nos os minhotos e salvador como testas de ferro do benfica, mas, em simultâneo, continuamos a emprestar-lhes jogadores?!... Ou são inimigos ou não são. Se são inimigos, não faz sentido ajudá-los desportivamente.