Alguns pontos sobre o que foi apresentado.
1. Que eu visse ainda não foram apresentadas as contas semestrais que obviamente terão muito mais informação. O que analiso aqui é baseado no comunicado e em extrapolações dos relatórios anteriores.
2. Aumento dos Capitais próprios de -175mEuros para -8.5mEuros. Enfim o aumento dos capitais próprios é baseado tal como antecipávamos sobretudo na reavaliação do estádio. É uma reavaliação baseada em DCF o que faz sentido mas é preciso entender que é puramente contabilistica. Ou seja embora se baseie nas projeções de receita do estádio o negócio com a Legends/6th sense não entra nestas contas. O dinheiro vai entrar no 4º trimestre. A reavaliação em si não tem mal nenhum e parece-me correctamente realizada considerando que para o FFP precisávamos dos CP neste nível.
Não resolve nenhum problema para além desse e aliás penso que foi para resolver esse problema que foi efectuada.
De resto só vem demonstrar que o valor financeiro de capitais próprios negativos ou positivos vale muito pouco e por alguma razão é totalmente irrelevante no contexto de uma avaliação. Pode-se dizer que é um disparate ficar contente com este aumento (de certa forma é) mas também é um disparate a excitação que havia quando eles eram negativos.
Mais uma vez repito esta reavaliação tem zero impacto financeiro no clube. Teria efeito fiscal mas no nosso enquadramento (prejuízos acumulados) duvido que possa ter. Aliás só teria se alienassemos alguma vez o dito estádio. (atenção que não dediquei ainda muito esforço a esta análise por isso vale o que vale). Ou seja nem ficamos melhor financeiramente nem alienamos por via desta reavaliação qualquer receita futura.
Foi uma operação contabilista (entenda-se não financeira) para resolver o problema da FFP. E nesse sentido ficou resolvido.
3. Operação como Legends / 6th Sense. 30% valerem 60 milhões (ou 70 milhões) depende de muita coisa que não está esclarecida. Período, acredito que não será menos de 15 anos. o que vai ser partilhado ou seja o que está incluído no negocio e se há ou não um mínimo que não é partilhado. Se houver um mínimo que não é partilhado acho que tem potencial para ser um ótimo negocio.
percebo o ponto dos que dizem eh pá mas sozinhos não conseguiríamos otimizar? não não conseguimos.
Se faz sentido fechar um negocio destes no ultimo exercício do mandato... enfim. deixo isso à interpretação de cada um. legalmente pode. nos estatutos da SAD e do FC Porto se bem me lembro não há período de gestão. O dinheiro a entrar ainda não entrou mas admito que entre a tempo de ser gasto ou pelo menos comprometido.
4. Passivo. O passivo aparentemente baixou de 532 para 513. Isto antes da última antecipação de receita na Sagasta. A redução dá-se sobretudo pela redução de 60 milhões (aproximadamente) em Outros Empréstimos leia-se Factoring onde está a Sagasta e o Banco Alemão. Ou seja essa redução vai ser invertida com a nova operação Sagasta. Ou seja isto está a ser tratado como revolving.
A boa notícia é que parece que o passivo financeiro não vai aumentar com a nova operação que tanto alarido levantou.
Note-se que o passivo não desceu mais por via dos impostos diferidos (35 milhões) que são fugazzi. A redução real (com efeitos práticos ou seja que tem de ser pago) do passivo é próxima dos 50 milhões.
5. Custos Operacionais reduzem pelo efeito de não contabilização do prémio. É uma redução triste. preferia ter de pagar o prémio.
6. mais valia do Otavio. trinta e tal milhões. Como já havia sido dito parece que os custos da transação incluindo o Coimbra já estavam contabilizados aquando do prémio. algo a validar com o R&C