As pessoas que diziam não sei quê sobre a Amália faziam-no por razões políticas, por acharem que o fado era a música do salazarismo.
As letras do carlos Tê são boas e ajudam a tornar tolerável Mingos e os Samurais.
Mas eu tenho a opinião que nenhuma canção se aguenta só pela letra. Já tive montes de discussões sobre o assunto, penso que até aqui no tópico. Para mim é estranhíssimo ver críticos a falarem duma canção e só se referirem à letra. Para mim a letra é o que menos importa, e algumas das minhas bandas preferidas (por exemplo, Pixies) têm letristas que valha-me deus, não dizem nada de jeito, ou nada que faça sentido.
Canções que se aguentem só pela letra…hmm, não conheço nenhuma.
Mas tens pessoas que são top por causa das letras - por exemplo, Dylan e Cohen, embora as canções deles sejam musicalmente muito boas. No entanto, para aturar a voz do Dylan, só mesmo gostando muito das letras…
Pelo contrário, também tens canções que se estragam pela letra. O Paul McCartney, num dos primeiros álbuns a solo dele, tem uma música (Monkberry Moon Delight) a meu ver irrepreensível, mas a letra sem sentido (que fala sobre tomates, ketchup, sopas e puré, etc., foi feita para ser nonsense) dá-me alguma agonia.
Vejo que és fã do surrealismo. Eu não sou grande fã do estilo, mas gosto dos filmes do Buñuel e acho alguma graça ao Cesariny. Do Dali não gosto nem pintado!
E as letras do Black Francis são demasiado abstrusas para o meu gosto, mas isso não impede que adore os Pixies de Doolittle e Bossanova.
Hehehe, mas se for por aí, as letras dos GNR também não prestam (discordo muito, acho que são geniais, conquanto sem sentido - propositadamente - por vezes).
Que raio significa, por exemplo, “e ao vir-me / embora em verde tónico / no país onde fumam as cigarras”? Até hoje não sei, mas a imagem agrada-me.