Nuno Espírito Santo

Gonçaloo

Tribuna
10 Março 2012
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pauletaoaz disse:
O que se passou na conferência de imprensa foi completamente surreal. Mas depois do que vi percebo agora ainda melhor o porquê de jogarmos como jogamos, quando ele mete a atitude/vontade/garra, etc acima de qualquer táctica está tudo dito. O problema é que não há equipa que por mais vontade e garra que tenha consegue vencer títulos sem um sistema táctico consolidado e com uma ideia de jogo.
Tem dado para ganhar.
Tem dado para ver jogadores a dar o litro, a jogar com garra.
Tem-se visto mais do que nas três últimas épocas a esse nível.
"Tu bates bem, tu bates bem. Atitude".
 

rock

Bancada lateral
1 Dezembro 2013
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Lisboa
Sem comentários... Quando vi pensei que era alguma brincadeira e espero que no balneário o tom de voz não seja aquele.
 

Branco

Tribuna Presidencial
2 Julho 2007
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  • Junho/18
Foi uma conferência surreal, mas o que interessa é o que vejo em campo, e este último jogo foi um dos mais consistentes que vi a equipa do Nuno fazer, e talvez o que melhor tenha sido gerido do primeiro ao último minuto, o adversário não era nenhuma equipa do outro mundo, mas o Lito é dos melhores treinadores da liga e o Arouca é uma equipa que até defende bem.

Quanto aos gatafunhos do Nuno, ao menos agora ninguém pode dizer que ele é entediante nas conferências de imprensa, ele passará então a ser mestre surrealista ou personagem surreal, consoante os resultados apareçam ou não.

Mas o rótulo de génio cómico já ninguém lhe tira, já não me ria assim há muito tempo.
 

Gonçaloo

Tribuna
10 Março 2012
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Já agora, um grande texto sobre o tema do momento, cortesia do Reflexão Portista:

"Na conferência de imprensa que se seguiu ao triunfo por 3-0 sobre o Arouca, Nuno Espirito do Santo teve um gesto extremamente atípico num treinador de futebol de elite: falou de futebol, falou de treino, falou de táctica, falou de mentalidade. NES desligou o piloto automático habitual que faz com que cada conferência acabe quase sempre por ser um exercício de repetição da anterior e deixou plasmado, visualmente, o que ele entende por "Jogar á Porto". Um modelo onde o sistema, a táctica, o desenho em campo, tudo se reduza a um plano secundário face a um conjunto de valores partilhados pelo grupo. E sabem que mais? Tem toda a razão.

O "Jogar á Porto" é um conceito pintocostista, forjado na década de vitórias dos anos oitenta, que bebia directamente da radical mudança implementada na década anterior pelo "refundador" moral do clube, José Maria Pedroto. Pedroto - o mais brutal treinador da história do futebol luso - não era um inovador táctico como Guardiola nem era um motivador nato como Simeone nem um gestor de grupo privilegiado como foi (ou é?) José Mourinho. Era um pouco de tudo. Para o "Zé do Boné" jogar em 4-4-2 - a táctica habitual da época - não era um santo e senha mas também não era um condicionante. Jogou em 4-5-1, jogou em 4-2-4, jogou em 4-3-3 em muitas ocasiões da sua carreira. Porque os resultados eram quase sempre os mesmos? Porque o importante não era o desenho, era a atitude. Se algo defendeu Pedroto foi a criação de uma base forte no balneário, um espírito de coesão de equipa onde cada jogador sabia que tinha e devia confiar no colega, onde todos jogavam para todos - mesmo quando havia dandys do talento de um Oliveira - e que o importante era controlar onde se jogava - o espaço - e o ritmo a que se jogava - a bola - dentro de uma dinâmica grupal. Para Pedroto as linhas não existiam por si mesmas se não que eram tecidas no balneário, no treino, nas conversas com e entre os jogadores. Se um jogador estivesse preparado a dar a vida pelo colega em campo, a dar tudo pelo clube, então as probabilidades de êxito eram muito maiores. Claro que Pedroto não inventou nada. Quase todas as grandes equipas da história partiam dessa premissa mas no caso do Porto, um clube sem dinheiro para contratar estrelas e que dependia enormemente da formação e da prospecção em clubes vizinhos - de onde vinha o 80% do plantel quase sempre - essa realidade tornava-se cada vez mais importante. Para contrariar o "Sistema" e a qualidade dos planteis mais ricos dos clubes de Lisboa, o forjar desse "Jogar á Porto", tão bem interpretado por Rodolfo e João Pinto, por Octávio e André, por Jaime Magalhães e Frasco, durante esses quinze anos, assentou as sólidas base do êxito do clube mesmo quando Pedroto já não estava.



NES recuperou exactamente as mesmas expressões, a mesma atitude na formação do grupo. Ele conhece a casa. Ele viveu o que é "Jogar á Porto" mesmo na sua etapa já mais decadente onde os valores se foram perdendo por culpa de uma SAD com mais olhos que barriga que levaram o clube á situação financeira penosa onde se encontra. E portanto é natural que seja ele - e não Lopetegui ou Peseiro - a explicar algo que, no entanto, também Villas-Boas e Vitor Pereira fizeram durante três anos. A diferença? NES tem claramente material de pior qualidade para por a ideia em prática. Porque criar o pilar que é introduzir no jogador o "Jogar á Porto" é fundamental mas não suficiente. Não o é quando falta qualidade individual. Não o é quando o jogador sabe que daqui a oito meses nada disto lhe vai servir porque vai ser despachado pela SAD para tapar buracos. Não o é quando é o próprio jogador que está com a cabeça noutro lado. Esses problemas não os teve nunca Pedroto - que viveu outro mundo - e que agora minam o balneário. Porquê?
Porque foi a própria SAD do clube que em diversas ocasiões manifestou a evidência de que o jogador do FCP é-o apenas durante ciclos curtos. Foram eles que abandonaram a formação e o campo de recrutamento local - que permitiu que os Diogo Jota, Rafas e afins acabem noutro lado - em função de negócios aparentemente mais lucrativos mas que deixavam o balneário sem referências. Foram eles que procuraram satisfazer caprichos de treinador, agentes e comissionistas e esqueceram-se da necessidade de ter sempre lideres a passar a mensagem, nacionais ou estrangeiros. Porque olhando para Helton ou Sapunaru, para Lucho ou Hulk, está claro que não é preciso ser-se portuense para ser-se "Jogador á Porto". Mas hoje já nem isso sobra porque o importante é o tal ciclo que acabou num problema de muitos milhões e poucas soluções. Os balneários hoje não são os de antes nem o são os jogadores. André Silva é da casa. Ruben Neves também. Ambos querem ser jogador do Porto durante muito tempo mas ambos sabem que o clube os tentou vender num passado muito recente porque as contas são mais importantes que ter essa base de "Jogar á Porto". Com que motivação jogam se sabem que têm o destino marcado por decisões que não são suas. E que pode fazer um treinador que quer criar esse núcleo duro se os jogadores que escolhe para que façam parte do mesmo são provavelmente os primeiros com guia de marcha - juntem a esses dois Danilo, Layun e Herrera e podem fazer-se uma ideia de quem vai ser vendido em Junho para salvar as contas.

NES deu ontem uma lição que todos os portistas que cresceram com o clube nos últimos trinta anos sabem de memória. Que "Jogar á Porto" não pode ser nunca um espelho do que faz um Barcelona porque as nossas condições são e sempre foram diferentes. Que querer implementar um desenho táctico, um sistema de jogo, nunca pode ser a prioridade num clube que se fez grande com base noutros princípios e valores. NES tacticamente não é um treinador entusiasmante nem apresenta um futebol vistoso e provavelmente não tem sequer nível mínimo exigido para levar o FC Porto ao êxito. Mas sabe qual é a base a partir da qual se constroem os triunfos nesta instituição e é normal que ressalve esse processo, sobretudo quando, e é evidente, tem um grupo de jogadores novos e jovens, a maioria dos quais com o futuro já traçado antes de começar, que dificultam ainda mais o seu trabalho. Não tem a mesma matéria prima da esmagadora maioria dos treinadores do FC Porto pos-Pedroto e não tem culpa no cartório nesse aspecto. É de louvar que queira recuperar uma ideia e uma mensagem - pelo menos na teoria - e que procure criar este cordão de empatia com os adeptos que valorizam essa aproximação ao ADN do clube. No entanto, sabe ele e sabemos que nós que isso será sempre insuficiente se todo o trabalho de base for deitado borda fora para tapar erros de muitos anos. Porque se algo fez do FC Porto grande, no passado, foi a constância de uma ideia, esse "Jogar á Porto" que mais do que as vitórias em campo selaram para sempre a história deste clube."
 

pvieira91

Tribuna Presidencial
2 Setembro 2012
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Philipp disse:
Ora ai está. Elogiada pela CS. Está tudo dito.
Ah pois... nos somos vitimas nao é? A comunicação social esta contra nós. É isso e os comunistas comerem criancinhas ao pequeno almoço.
Deixemo-nos de complexos. Temos é de ser melhores, jogar melhor à bola. Mais competentes na gestão desportiva
 

grandeporto

Tribuna Presidencial
25 Agosto 2006
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Gaia
Gonçaloo fizeste bem, muito bem em colocar esse texto. Tambem fiquei surpreendido com o NES, contudo não exageremos na chacota, porque o NES foi voluntarioso, inocente e fez algo inedito.
O que é fundamental?
Que da teoria se faça prática do balneario à Administração, porque o NES até pode criar um bom ambiente e balneario de trabalho mas se a Direção continuar o ciclo de negociatas e desmantelar esta equipa de jovens para manter a sua megalomania de excessos de contas, de jogadores, de empresarios e contrataçoes ridiculas a preços ridiculos de nada adiantará o trabalho do NES.
 

Philipp

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25 Janeiro 2015
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  • José Mourinho
pvieira91 disse:
Ah pois... nos somos vitimas nao é? A comunicação social esta contra nós. É isso e os comunistas comerem criancinhas ao pequeno almoço.
Deixemo-nos de complexos. Temos é de ser melhores, jogar melhor à bola. Mais competentes na gestão desportiva
Não. O jornal A Bola sempre foi nosso aliado. Tanto é que o Serpa veio à gala dos Dragões de Ouro. Espero que o Presidente tenha a amabilidade de convidar outro dos nossos aliados históricos na próxima gala, o grande Octávio Ribeiro.
 

lpmacedo

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15 Julho 2013
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Bom sinal que aqui se critique conferências de imprensa. Quando passarmos para primeiro vai se criticar alguma substituição ou a roupa ou qq coisa menor.
 

ElTigre

Bancada central
15 Abril 2011
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London, UK
Falar de ideias, princípios de jogo e de treino não falou ele... Porque será?

Um verdadeiro hino à banalidade, é o que é hoje o FC Porto.

E enquanto assim for, não ganharemos nada.
 

deco macau

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29 Outubro 2014
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  • Campeão Nacional 19/20
Se fosse o Mourinho ou o Guardiola a fazer algo do genero todos iam elogiar. Como e o Nuno, todos malham nele,


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Ablon

Tribuna Presidencial
26 Março 2016
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grandeporto disse:
Gonçaloo fizeste bem, muito bem em colocar esse texto. Tambem fiquei surpreendido com o NES, contudo não exageremos na chacota, porque o NES foi voluntarioso, inocente e fez algo inedito.
O que é fundamental?
Que da teoria se faça prática do balneario à Administração, porque o NES até pode criar um bom ambiente e balneario de trabalho mas se a Direção continuar o ciclo de negociatas e desmantelar esta equipa de jovens para manter a sua megalomania de excessos de contas, de jogadores, de empresarios e contrataçoes ridiculas a preços ridiculos de nada adiantará o trabalho do NES.
Por acaso acho que de inocente não tem nada.
 

Eclipsisboy

UM PASSADO ÍMPAR E UM FUTURO RISONHO! 💙🤍
25 Maio 2014
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Porto
  • Pinto da Costa
  • Campeão Nacional 19/20
  • Taça de Portugal 19/20
Neste jogo quem critica o treinador são aqueles que seguem o mesmo registo desde que ele foi apresentado. Por isso nada de novo.

Quanto a este jogo penso que o treinador esteve bem, ao contrário do jogo para a Liga dos Campeões.

Conferência pos jogo muito bem conseguida.
 

DiogoS

Bancada lateral
19 Agosto 2016
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ElTigre disse:
Falar de ideias, princípios de jogo e de treino não falou ele... Porque será?

Um verdadeiro hino à banalidade, é o que é hoje o FC Porto.

E enquanto assim for, não ganharemos nada.
Fico à espera de um treinador que faça isso. Nem Mourinho nem Guardiola, esses monstros do futebol presos a 2013
 

Draconem

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16 Junho 2013
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  • Janeiro/17
  • Junho/21
Pinto da Costa = Paixão + Competência + Rigor + Ambição
Antero Henrique = Recrutamento + Desenvolvimento + Rendimento
Nuno Espírito Santo = Compromisso + Cooperação + Comunicação = União + Determinação = Atitude
Daimaou Kosaka = Pen + Apple = Apple-Pen

Uma coisa é certa, em jogos de palavras, seja regras de três R's ou três C's, ninguém nos bate. Já estivemos mais longe de ter material para uma compilação num livro de auto-ajuda/teoria do futebol.
 

Regod

Tribuna Presidencial
21 Março 2015
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  • Reinaldo Teles
Philipp disse:
Não. O jornal A Bola sempre foi nosso aliado. Tanto é que o Serpa veio à gala dos Dragões de Ouro. Espero que o Presidente tenha a amabilidade de convidar outro dos nossos aliados históricos na próxima gala, o grande Octávio Ribeiro.
o Pinto da Costa nao escreveu para abola antes de ser presidente?
 

quintero

Tribuna Presidencial
4 Julho 2013
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  • Sérgio Conceição
  • Hulk
espero que na proxima semana ele peça no flipchart e ponha a receita de um bacalhau a braga... seria mais interresante e até ..sei la...podia atrair mais mulheres ao futebol..