Branco disse:
Eu por acaso tinha essa ideia antes de ele aqui chegar, mas á medida que o tempo passou, comecei a reparar nas diferenças.
Ele tem claramente duas formas de jogar, uma contra equipas pequenas e outra contra equipas da mesma dimensão ou maior, na primeira assume claramente o jogo, e mistura elementos de transições com posse, na segunda aí sim, joga na expectativa.
O Jesualdo jogava sempre da mesma forma, o Nuno parece que tenta adaptar a sua forma de jogar ao grau de dificuldade do adversário, eu acho que isso pode ser útil contra os autocarros, ou pelo menos atenuar alguns problemas que o Jesualdo tinha nessa vertente.
E depois há o plano motivacional, eu acho que o Nuno talvez consiga retirar mais animicamente dos jogadores e criar uma equipa de maior espirito guerreiro.
Concordo com a análise à forma de jogar do Nuno, mas não concordo com essa forma de jogar. Não podemos mudar os nosso princípios em função do adversário, no máximo adaptamo-nos se o adversário for mesmo muito forte. De resto acho que temos de ser sempre iguais a nós mesmos e nunca abdicar de atacar.
Eu gosto mais de ver uma equipa à imagem da que o Vitor Pereira tinha montado: equipa subida, pressão alta, recuperação de bola em zonas mais adiantadas. Eramos muito consistentes defensivamente, permitíamos poucos ataques ao adversário. Só tínhamos era dificuldade em desmontar autocarros, mas aí acho que a culpa não era só do treinador (principalmente na segunda época).
Claro que também podemos ter resultados jogando mais na expectativa, defendendo mais atrás e as linhas mais juntas. O problema acho que nem é tanto esse. O problema está depois da recuperação da bola. O Real quando encabou o Bayern sempre que recuperava a bola sabia exactamente o que fazer com ela. Tanto lançava logo perigosos contra-ataques como conseguia também segurá-la, trocá-la e jogar mais organizado.
Com a Roma, com 2 jogadores a mais, fizemos uma gestão de jogo deplorável, não sabíamos o que fazer com a bola. Não soubemos interpretar os momentos de jogo. Ontem meio campo totalmente inoperante. Penso que só conseguimos lançar um contra-ataque naquela jogada onde o Layun domina mal a bola. Ataque organizado não existiu, principalmente na segunda parte. Não conseguíamos ter bola no meio campo adversário. Perdi a conta das vezes em que tentámos bater nas costas dos defesas.
Acho que o Nuno tem de repensar estas abordagens. Claro que o campeonato só tem meia dúzia de jogos de grau de dificuldade elevada, mas como temos visto nos últimos anos, todos os pontos contam. E na Europa, apesar do grupo ser acessível os adversários não vão abrir a pernas. E se é acessível para nós, também o é para eles pois podiam ter calhado num grupo com equipas melhores que nós. E se queremos ter algum sucesso europeu, temos de melhorar. Ultrapassámos a Roma com mérito, mas também com alguma sorte à mistura.