Relativo á questão do gato fedorento vs o Gentelmen Herman José, vou aqui por a minha colherada, sou suspeito porque sou um admirador do Herman José, mas para mim cheira quase a heresia tecer comparações entre ambos.
Como já foi aqui referido, a questão que se coloca é porque é que o gato fedorento não faz mais comédia? a resposta é simples porque não tem mais nada de novo para apresentar o gato fedorento que foi inteligente o suficiente de beber influências externas e aplica-las em Portugal e ai ter preenchido um espaço que não existia, a verdade é que o gato fedorento só consegue fazer comédia num só registo, é conamis, mais conamis, mais conamis , mas sem desfazer no que pouco que faz é bom e tem graça, mas apenas funciona nesse registo.
Enquanto o Herman José é um show men ao estilo Broadway ou Westminster, atenção o Herman José é actor, compositor, excelente musico, comediante, realizador, canta, compõem, toca 4,5 instrumentos musicais, fala 4,5 línguas, criou dezenas de personagens todas elas diferentes umas das outras desde de um Nelo até á Maximiana passando pelo Diacono, excelente entrevistador, excelente apresentador, o Herman consegue com a mesma avontade estar a comer bifanas no bailarico em Salvaterra de Magos com o Nelo Monteiro como depois é capaz de estar a guiar uma entrevista com o Jerry Seinfeld, vamos por a coisa em perspetiva nem que o gato vivesse 500 anos ganharia metade da pedalada que o Herman tem, o Herman nasceu foi num pais se escala nenhuma, bastava o Herman ter nascido em Vigo ou em Sevilha e feito carreira no pais irmão e o Herman poderia ser um caso sério de entretimento a nível mundial.
Relativo á coragem politica, ao abalar a sociedade e essas coisas que se gosta tanto em Portugal,o pais das bocas, o Herman satirizou mas com respeito com a Igreja quando a Igreja passado 6,7 anos do pos-25 de Abril no Tal Canal, o Herman satirizou com os nossos personagens da Historia Portuguesa , satirizou as Vacas Sagradas da sociedade portuguesa daquele tempo quando nunca ninguém o fazia.
O ricardo araujo pereira com todo o respeito por o trabalho dele pois acho que devemos dar mérito a quem o tem, mas é um produto desta elite intelectual portuguesa, a elite muito contestaria, a elite dos botelhos, pinhões, dos António Vasconcelos, dos danieis oliveiras, da nova vaga de fadistas, essa elite centralista, muito contestaria que está rotulada de esquerdalha mas que a direita adora, que os Mexias e companhia adoram a elite que combate imenso o fascismo a elite que só quer o bem toda muito bem intencionada, a questão é quem é afinal o Fascismo actual? os outros por vezes somos nós também....
Acho que dos tempos do Herman regredimos imenso, regredimos imenso também no espectro cultural português musicalmente os anos 80,90 tínhamos todo o cancioneiro tradicional português, hoje em dia só temos fado, mais fado, mais fado como o fado existisse ou fosse representativo de toda a musicalidade portuguesa, como regredimos a nível humorístico, o que queria ver era num Porto Canal ver humor que satirasse as Vacas Sagradas do Portugal actual, que disse-se umas quantas verdades como o Herman fez nos anos 80, mas hoje em dia é tudo muito engavetado muito sistémico, muito main-streem, onde os Botelhos, os Vasconcelos, os danieis olveiras os ricardos araújos pereiras continuam atirar bocas a um fascismo seja o que isso for actualmente .