Pentacampeões – 1999 - Ano D’ouro

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BARROSO
Tempo útil: 2785’ - Jogos: 35 - Épocas: 96/97 e 97/98 - Golos: 5
Foi boa a época de estreia nas Antas, em 1996/97, quase se eclipsando na segunda, onde jogou apenas oito vezes ( no campeonato anterior tinha feito 26 jogos), porque Paulinho esteve sempre em acção e depois chegaram Chippo e Doriva. Barroso não conseguiu aguentar a concorrência, acabando por ser preterido e, no final da temporada, dispensado à Académica.

COSTA
Tempo útil: 353’ - Jogos: 6 - Épocas: 96/97 e 97/98 - Golos: 1
Dois anos a trabalhar para o TRI e para o TETRA mas sempre com êxito reduzido. A sua passagem pelo FC Porto coincidiu com o reinado de António Oliveira, mas nem por isso o técnico lhe deu grandes hipóteses para se impor. Daí a saída, tentando no V. Guimarães o que não conseguira nas Antas: ser titular.

SÉRGIO CONCEIÇÃO
Tempo útil: 4541’ - Jogos: 55 - Épocas: 96/97 e 97/98 - Golos: 8
A estrela mais cintilante do TETRA. O FC Porto jogou mais ou menos consoante o trabalho do internacional português, um extremo fantástico, com piques notáveis, remates certeiros e cruzamentos a régua e esquadro. Despertou a cobiça dos milionários do “Cálcio” e mudou-se para a Lázio no final da época transacta (97/98), numa transferência que, na altura, foi recorde nacional em termos financeiros.

ANDRÉ
Tempo útil: 143’ - Jogos: 5 - Épocas: 94/95 - Golos: 0
Durante onze épocas deixou litros de suor espalhados pelos campos participando, de forma activa, em todas as grandes vitórias internacionais da equipa. Foi dos mais dinâmicos “carregadores de piano”que alguma vez o futebol português criou. Um trabalhador incansável, capaz de todos os sacrifícios. Ligado ao Tetra como jogador – fez parte da equipa de 1994/95, jogando cinco vezes – e como adjunto de António Oliveira nas campanhas de 1996/97 e 1997/98 e de Fernando Santos em 1998/99

SEMEDO
Tempo útil: 138’ - Jogos: 3 - Épocas: 94/95 e 95/96 - Golos: 0
Ficará sempre ligado à história do FC Porto, já que durante doze épocas esteve ao serviço do futebol sénior Portista. Mais de 200 jogos no campeonato português e uma forma muito especial de jogar de um futebolista tecnicamente acima da média. Integrou o plantel nas épocas de Bobby Robson, mas só jogou 180 minutos.

JAIME MAGALHÃES
Tempo útil: 22’ - Jogos: 1 - Épocas: 94/95 - Golos: 0
Na altura do PENTA, era o treinador da equipa de infantis do FC Porto, tendo dedicado toda a sua vida ao Clube. Quinze épocas como profissional, esteve na final de Basileia e ajudou a ganhar a Taça dos Campeões Europeus, a Taça Intercontinental e a Supertaça Europeia. Na época de 1994/95 jogou 22 minutos, tempo que o liga ao PENTA.

KULKOV
Tempo útil: 2117’ - Jogos: 24 - Épocas: 94/95 - Golos: 2
Foi um trinco seguro e com passagem muito positiva pelo FC Porto na época de 1994/95, participando em 22 jogos e apontando 2 golos. Formou com Emerson, na altura, uma dupla de… betão.
 
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EMERSON
Tempo útil: 550’ - Jogos: 60 - Épocas: 94/95 e 95/96 - Golos: 9
Contribuiu de forma decisiva, e durante duas épocas, para o domínio total e inequívoco dos Portistas no campeonato nacional. Em 1994/95 fez 31 jogos e marcou 5 golos, na temporada seguinte esteve em 29 e fez 4 golos. Duro, levou a equipa ao colo jornadas a fio, emprestando-lhe agressividade e fazendo girar todas as unidades.

WETL
Tempo útil: 490’ - Jogos: 11 - Épocas: 96/97 - Golos: 1
O internacional austríaco foi cedido, em 97/98, ao Rapid Viena, participando na conquista do TRI, ao realizar 11 jogos em 1996/97 e marcando um golo.

LIPCSEI
Tempo útil: 1865’ - Jogos: 23 - Épocas: 96/97 - Golos: 6
Uma lesão complicada obstou a que o internacional húngaro pudesse dar continuidade ao bom trabalho que desenvolveu no campeonato de 1995/96 em que foi 21 vez utilizado, tendo marcado 6 golos. Transferiu-se, já no decorrer da temporada de 98/99, para a Áustria.

BINO
Tempo útil: 556’ - Jogos: 14 - Épocas: 95/96 e 96/97 - Golos: 2
Um caso de clara inadaptação ao clube que o ajudou a nascer para o futebol. Bino fez apenas um jogo pelo FC Porto na temporada de 1996/97, acabando emprestado ao Marítimo. Na época do PENTA jogava no Sporting.

LATAPY
Tempo útil: 2549’ - Jogos: 40 - Épocas: 94/95 e /96 - Golos: 6
Realizou 40 jogos nas duas épocas em que esteve ao serviço do FC Porto, mas foi na temporada de 1995/96 em que mais se notabilizou ao ponto de ter feito mais de 26 jogos como titular e ter marcado 5 golos.

RUI FILIPE
Tempo útil: 93’ - Jogos: 1 - Épocas: 94/95 - Golos: 1
A morte roubou-o ao futebol. Foi dele o primeiro golo do PENTA, no jogo que os Portistas bateram, nas Antas, o Braga, por 2-0.

BARONI
Tempo útil: 338’ - Jogos: 14 - Épocas: 94/95 - Golos: 1
Suplente utilizado 14 vezes no campeonato de 1994/95, o avançado peruano teve uma passagem pouco gratificante pelo FC Porto.
 
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EDMILSON
Tempo útil: 4663’ - Jogos: 58 - Épocas: 95/96 E 96/97 - Golos: 23
Teve participação decisiva no TRI, quer no campeonato de 1995/96 (31 jogos e 13 golos) quer no de 1996/97 (27/10). Um avançado fadado para os grandes momentos, para os jogos decisivos. Jogador de explosões, rápido e mortífero na zona de finalização. É capaz de alterar as exibições brilhantes com outras de desacerto quase total.

IURAN
Tempo útil: 1657’ - Jogos: 23 - Épocas: 94/95 - Golos: 23
Poderosíssimo nos duelos individuais, foi um assistente precioso de Domingos, quando, na época de 1994/95 quando este se sagrou melhor marcador do clube com 19 golos.

DOMINGOS
Tempo útil: 5572’ - Jogos: 77 - Épocas: 94/95 a 96/97 - Golos: 46
Três títulos seguidos (94/97), melhor marcador do campeonato em 1995/96, com 25 golos, Domingos ficará ligado à história do FC Porto, porque foi, durante mais de uma dezena de anos, uma das suas bandeiras. Um fino marcador de golos, um repentista capaz das jogadas mais inacreditáveis e de finalizações impossíveis.

KOSTADINOV
Tempo útil: 101’ - Jogos: 2 - Épocas: 94/95 - Golos: 1
Grande finalizador, mas também um mortífero assistente, capaz das jogadas mais incríveis. Um avançado talhado para os grandes jogos foi peça - chave nos dois campeonatos ganhos pelo FC Porto antes do primeiro título que conduziu ao PENTA. Em 1994/95 participou em dois jogos e marcou um golo.

JORGE COUTO
Tempo útil: 690’ - Jogos: 14 - Épocas: 94/95 e 95/96 - Golos: 3
Nunca teve uma presença assídua na equipa Portista, jogando algumas vezes, passando despercebido noutras. Nas épocas de 1994/95 e 1995/96 participou em 14 jogos marcando três golos.

VÍTOR BAÍA
Tempo útil: 7081’ - Jogos: 75 - Épocas: 94/95, 95/96 e 98/99 – Golos sofridos: 34
Uma referência obrigatória das balizas mundiais. Conquistou os dois primeiros títulos do PENTA, transferindo-se, depois, para o Barcelona – por 1,2 milhões de contos (6 M€) – e continuou a ser um nome sagrado na história do FC Porto. Tanto que, quando as coisas apertaram em 98/99 e Baía estava disponível em Espanha, Pinto da Costa, em Janeiro, não hesitou em fazê-lo regressar, conseguindo uma jogada decisiva para a conquista deste Campeonato.

RUI CORREIA
Tempo útil: 3615’ - Jogos: 38 - Épocas: 97/98 e 98/99 – Golos sofridos: 35
Titular quase absoluto na equipa que conquistou o TETRA (fez 27 jogos), o guarda-redes que o FC Porto foi buscar ao Braga fez uma época com altos e baixos, mas foi sempre a primeira aposta de António Oliveira. Com Fernando Santos chegou Kralj e, ainda assim, Rui Correia conquistou espaço, que perdeu, definitivamente, com a chegada de Vítor Baía
 
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COSTINHA
Tempo útil: 39’ - Jogos: 2 - Épocas: 97/98 e 98/99 – Golos sofridos: 0
Para Mlynarczyk, treinador dos guarda-redes do FC Porto, Costinha poderia ser um novo V. Baía. Uma paragem de quase uma época não impediu, na época passada (97/98), que os Portistas o fossem contratar, depois de resolvida a questão com o Sporting. Curiosamente, Fernando Santos também não lhe deu oportunidades, pelo que passou uma época a … treinar.

KRALJ
Tempo útil: 676’ - Jogos: 7 - Épocas: 98/99 – Golos sofridos: 9
Chegou às Antas como o verdadeiro sucessor de Baía mas não foi capaz de viver com tamanha pressão. Sucederam-se erros, apesar das oportunidades que Fernando Santos lhe deu, ao ponto de ter sido alvo de muitas críticas pela teimosia na aposta no jugoslavo. O desfecho da história foi o mais previsível: Kralj regressou em Fevereiro à sua terra natal, já com destino para o PSV Eindhoven, da Holanda, que deixou nos cofres do FC Porto a quase totalidade do investimento feito no inicio da temporada.

SECRETÁRIO
Tempo útil: 9585’ - Jogos: 106 - Épocas: 94/95, 95/96, 97/98 e 98/99 – Golos: 5
Só faltou o TRI. Não foi totalmente feliz no Real Madrid e o FC Porto voltou a abrir-lhe as portas. Chegou na época passada (97/98), a tempo ainda de participar em 19 jogos, sempre a lateral direito, depois de ter sido, com Bobby Robson ao leme, utilizado várias vezes no meio-campo. Exibiu-se este ano (98/99), ao seu melhor nível e foi decisivo na vitória do Penta.

NELSON
Tempo útil: 131’ - Jogos: 2 - Épocas: 98/99 – Golos: 0
O FC Porto precisava de um lateral que “afrontasse” Secretário e, quando necessário, Fernando Mendes. Fez, por isso, regressar Nelson do futebol inglês, numa aposta que se revelaria infeliz. Não porque o defesa falhasse nas oportunidades que lhe foram dadas, simplesmente porque Fernando Santos nem sequer teve oportunidade para o chamar. Uma série de lesões marcou uma época negra para o internacional português.

JORGE COSTA
Tempo útil: 9513’ - Jogos: 105 - Épocas: 94/95 a 98/99 – Golos: 8
Uma lesão na pré-época de 1997/98, na Suécia, impediu o capitão Portista de estar ao seu melhor nível. Aliás, depois de ter recuperado, de forma espectacular a uma operação aos ligamentos, voltou a magoar-se, parando outra vez. Na sua “contabilidade” pessoal, Jorge Costa, já leva cinco operações com algum risco, mas a todas continua a reagir com uma disponibilidade notável. Foi o grande líder do plantel, sendo dos jogadores que mais facilmente assimilaram as ideias de Fernando Santos, fazendo a sua melhor época de sempre.

ALOÍSIO
Tempo útil: 13562’ - Jogos: 148 - Épocas: 94/95 a 98/99 – Golos: 9
Os anos parecem não passar por Aloísio que já leva nove épocas ao serviço do FC Porto. Os treinadores mudam, os companheiros são outros – com o brasileiro já jogaram Paulo Pereira, Fernando Couto, João Manuel Pinto, Gaspar, Jorge Costa, José Carlos, Lula, entre outros -, a filosofia pode ser alterada, mas Aloísio mantém-se de pedra e cal. De uma eficiência notável, sabe estar em campo como poucos. E já renovou contrato.

JOÃO MANUEL PINTO
Tempo útil: 4618’ - Jogos: 74 - Épocas: 95/96 a 98/99 – Golos: 9
Com a lesão de Jorge Costa afirmou-se como um dos mais destacados defesas no ano do TETRA. Com o capitão de novo em forma, voltou ao banco dos suplentes, praticamente toda a temporada. Foi na condição de suplente utilizável que Fernando Santos lhe explorou a faceta de polivalente, fazendo-o jogar como central, mas também como lateral ou, mesmo, ponta-de-lança.
 
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hast

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Para os menos atentos, faz precisamente hoje dez anos, que conquistamos o PENTA.

O mês de Maio é o mês de glória do nosso clube.

Um grande SARAVÁ para todos os PORTISTAS. Bem hajam.
 
H

hast

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FERNANDO MENDES
Tempo útil: 4800’ - Jogos: 60 - Épocas: 96/97 a 98/99 – Golos: 5
Começou a época como lateral-esquerdo sem oposição. Os seus melhores momentos coincidiram no mesmo jogo: em Amesterdão, com o Ajax, na Liga dos Campeões. Estava a ser o melhor em campo quando sofreu uma lesão que o obrigou a sair. Em Janeiro chegou Esquerdinha e, depois do encontro com o Boavista, perdeu a titularidade para o brasileiro.

RICARDO CARVALHO
Tempo útil: 98’ - Jogos: 1 - Épocas: 98/99 – Golos: 0
Sempre que tem oportunidade, Pinto da Costa lembra que o central é uma aposta sua. Pela primeira vez no plantel sénior do FC Porto, Ricardo Carvalho fez desta uma época de transição, jogando quase exclusivamente na Selecção de “Esperanças”. Por uma vez, frente ao Salgueiros, foi titular (Aloísio e Jorge Costa estavam castigados) e teve uma falha grave no final da primeira parte, que resultou no golo da equipa de Paranhos. Depois do intervalo, recompôs-se e a equipa tratou do resto, vencendo de forma convincente. Ricardo foi elogiado pela exibição e “despenalizado” pelo erro. Espera que a próxima seja a temporada da sua afirmação.

ESQUERDINHA
Tempo útil: 1013’ - Jogos: 12 - Épocas: 98/99 – Golos: 1
Chegou em Janeiro, pedindo calma porque estava parado há muito tempo, mas que, logo que ganhasse ritmo, iria morder os calcanhares a Fernando Mendes. Titubeou numa primeira oportunidade, em Guimarães; agarrou a segunda, frente ao U. Leiria, nas Antas, com ambas as mãos, conquistando a titularidade. Curiosamente foi apresentado como um lateral que ataca muito bem mas foi a defender que começou por se destacar. Foi dando indícios de que, de facto, também sabia atacar e, inclusive, marcar golos.

PAULINHO SANTOS
Tempo útil: 12155’ - Jogos: 131 - Épocas: 94/95 a 98/99 – Golos: 5
A época não estava ser a melhor e pior ficou na segunda parte do encontro com o Boavista, em Março. Uma lesão grave atirou Paulinho para o bloco operatório…Uma pausa numa forma de estar que só acalmou por força da anestesia. É que, feito o trabalho do cirurgião, o carismático Portista estava pronto para provar que em todas as circunstâncias mostra a sua raça. Esta não foi a temporada do Paulinho mas já está apto para se candidatar a melhor da próxima.

DORIVA
Tempo útil: 2840’ - Jogos: 30 - Épocas: 97/98 e 98/99 – Golos: 5
Uma das polémicas da temporada. Tudo porque, num momento em que se afirmava como peça fundamental do onze, mão resistiu ao apelo das liras e mudou-se para Itália, com autorização da SAS, que encaixou 1,4 milhões de contos (7M€). as criticas multiplicaram-se até que Peixe começou a jogar (e muito bem) e quase tudo foi esquecido.

CHIPPO
Tempo útil: 1205’ - Jogos: 30 - Épocas: 97/98 e 98/99 – Golos: 2
Ao fim de duas épocas, continua sem impor a titularidade e chega a passar períodos em que nem sequer é convocado, apesar de continuar a ser uma das peças-chave da selecção de Marrocos. Fernando Santos é que não encontrou espaço para Chippo no onze dos Dragões.

PEIXE
Tempo útil: 928’ - Jogos: 14 - Épocas: 98/99 – Golos: 1
Chegou às Antas na mesma altura que Costinha, em 1997/98, e também a tempo de ser campeão. Esperou por esta época para calar vozes e renascer… Conseguiu-o quando Paulinho se lesionou e Fernando Santos deu-lhe a responsabilidade de segurar o meio-campo. Cumpriu com distinção, fazendo um último terço de época espectacular.
 
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hast

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Eu é que agradeço.

O \"culpado\" deste interminável rol de factos históricos é o nosso CLUBE. E há tanta coisa [história] ainda para relembrar, que só tenho pena de não ter todo o tempo do mundo disponível, para a partilhar convosco.

Mas com calma lá chegaremos. ;-)
 
H

hast

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CHAÍNHO
Tempo útil: 1453’ - Jogos: 26 - Épocas: 98/99 – Golos: 2
Para ano de adaptação, esteve à altura. Um momento mágico do ano viveu-o no encontro com o Benfica, quando marcou um golo que ajudou à vitória. Foi dos mais esfuziantes nos festejos, pela conversão absoluta ao espírito do Dragão, visível em todos os momentos em que jogou, sempre sem economia de energias na defesa do colectivo. Ainda assim, os Portistas esperam mais dele na próxima temporada.

ZAHOVIC
Tempo útil: 7113’ - Jogos: 86 - Épocas: 96/97 a 98/99 – Golos: 27
Às vezes parece genial, às vezes aparentemente desinteressado, em qualquer circunstância um jogador acima da média. No Penta, conquistou um tri pessoal, sendo que nesta última época foi simplesmente sensacional. Uma peça-chave da equipa, que não só serviu para furar as muralhas adversárias com passes milimétricos como assumiu ele mesmo a responsabilidade de fazer golos. 1998/99 foi o seu ano…

CAPUCHO
Tempo útil: 5173’ - Jogos: 65 - Épocas: 97/98 e 98/99 – Golos: 10
Com a saída de Edmilson para o Paris Sait-Germain, no final de 1996/97, o FC Porto não perdeu tempo e foi contratá-lo ao Guimarães. Em boa hora o fez, porque Capucho foi, de forma evidente, um dos jogadores mais importantes na conquista do Tetra e ainda mais no Penta, quando teve que substituir Sérgio Conceição. É certo que demorou a adaptar-se à nova realidade, mas quando acertou foi o extremo certo no lugar certo.

CARLOS MANUEL
Tempo útil: 40’ - Jogos: 1 - Épocas: 98/99 – Golos: 0
Um ano de transição a aprender que as exigências e responsabilidades num plantel campeão são diferentes das demais. Humilde, inclusive no discurso, mereceu o prémio de participação no último jogo, tornando-se oficialmente campeão.

PANDURU
Tempo útil: 305’ - Jogos: 6 - Épocas: 98/99 – Golos: 0
Uma aposta falhada, estranhamente. T(inha)em quase tudo para ser craque, principalmente uma técnica irrepreensível e um remate temível. Mas nada disto se viu, durante a temporada, no FC Porto. Nunca ultrapassou o estatuto de suplente utilizável… às vezes.

DECO
Tempo útil: 375’ - Jogos: 6 - Épocas: 98/99 – Golos: 0
Apresentou-se nas Antas em Março, apenas com seis jogos na I Divisão, mas ainda a tempo de participar, activamente, na conquista do Campeonato. É a grande esperança dos Portistas para a próxima temporada, pela genialidade do seu futebol, pela rápida adaptação que protagonizou à filosofia do Dragão.

RUI BARROS
Tempo útil: 6894’ - Jogos: 125 - Épocas: 94/95 a 98/99 – Golos: 24
Um verdadeiro Pentacampeão. Continua talismã, pelo facto de, sempre que jogou nos seniores do FC Porto, ter sido campeão. Vai no quinto título consecutivo e a festejar da mesma forma que o primeiro. Um profissional a tempo inteiro que soube tornar-se num símbolo de uma certa forma de estar no futebol, a de um craque que nunca perdeu a humildade e muito menos a capacidade de trabalho.
 
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hast

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> araujo-lux Comentou:

> Grande trabalho hast, és grande...

*****

SOMOS... grandes, caro araujo. À imagem do FCP.
 
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DRULOVIC
Tempo útil: 11016’ - Jogos: 146 - Épocas: 94/94 a 98/99 – Golos: 21
O rei dos passes mortíferos que já é prata da casa. Parece ter olhos nos pés, que descobrem o companheiro melhor colocado e a melhor via para lhe fazer chegar a bola. Participou nos cinco campeonatos, sempre com as bancadas das Antas rendidas ao seu talento. Esta terá sido mesmo a sua melhor temporada.

JARDEL
Tempo útil: 8150’ - Jogos: 93 - Épocas: 96/97 a 98/99 – Golos: 92
Não há guarda-redes em Portugal que não o conheça e que não receie. A missão é marcar golos, não interessa como. Jardel marca e marca tanto que, este ano (1999), não se limitou a ser, pela terceira vez consecutiva, o melhor marcador do Campeonato português, conquistou a Bota europeia, com 36 golos apontados. Todos pensam que foi o seu último ano nas Antas e os adeptos do FC Porto já sentem saudades. O rei dos goleadores é também rei no coração dos Portistas.

MIELCARSKI
Tempo útil: 1218’ - Jogos: 41 - Épocas: 95/96 a 98/99 – Golos: 8
A seguir a um azar veio uma lesão. Ou outro azar. Foi assim a carreira do polaco nos quatro anos que jogou no FC Porto. Prometeu muito à chegada, várias vezes provou talento mas nunca os deuses estiveram do seu lado. Ainda assim, contabiliza, na caminhada até ao Penta, momentos fantásticos, com golos decisivos… em 1997/98. Esta foi mais uma para esquecer.

QUINZINHO
Tempo útil: 814’ - Jogos: 21 - Épocas: 95/96 e 98/99 – Golos: 6
A alegria das bancadas. Sempre que Fernando Santos o mandava aquecer, ouviam-se aplausos nas Antas., porque os adeptos gostavam do estilo do angolano. Que, além do mais, faz golos e até, quando é preciso, imita Jardel, como no encontro com o Campomaiorense, onde foi titular no lugar do brasileiro (que estava castigado) e marcou dois golos.

MIKI
Tempo útil: 69’ - Jogos: 5 - Épocas: 98/99 – Golos: 0
Um jovem húngaro à procura de afirmação que viveu uma época de adaptação. O talento é inato, nota-se, mas ainda de forma algo irregular. Entusiasmou na pré-temporada e, depois, eclipsou-se, ressurgindo a espaços muito curtos. Tem pela frente uma época em que necessita, absolutamente, de se impor.

FOLHA
Tempo útil: 4496’ - Jogos: 87 - Épocas: 94/94 a 98/99 – Golos: 13
É Pentacampeão de corpo inteiro, mas, nesta época, só deu uma ajudinha, porque, entretanto, se transferiu para o futebol belga, e com êxito. Dele diz-se que é sensacional nos treinos sem conseguir o mesmo nível nos jogos. É, para todos os efeitos, um homem da casa, mais um símbolo de uma geração que deu grandes nomes ao futebol Portista, de que são expoentes Vítor Baía e Fernando Couto

ARTUR
Tempo útil: 3387’ - Jogos: 63 - Épocas: 96/97 a 98/99 – Golos: 11
Outro dos campeões que partiram antes dos festejos. O brasileiro regressou à sua terra natal frustrado por uma temporada que, de todos os ângulos, lhe estava a ser adversa. Merece, contudo, o registo na conquista do Penta, porque jogou e, sobretudo, porque é possível recuar ao ano do Tri, altura em que foi fundamental.
 
H

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No domínio dos deuses

Cinco títulos em igual número de épocas é feito único no futebol português, é o escrever em linhas de ouro a mais brilhante página de história desde que em Portugal existe futebol organizado. Se na época passada (1997/98) chegar ao Tetra – e tal valeu reeditar o feito mítico do Sporting dos Cinco Violinos – significou o ultrapassar do sonho, o Penta entra no domínio dos deuses. Nesta altura, um olhar atento para o futebol português, com as suas convulsões, contradições e virtudes, leva-nos a concluir que será mais fácil o FC Porto chegar ao Hexa do que ver o seu Penta igualado. Dar fio à estrela será, em princípio, mais viável do que lançar uma nova e a concorrência permitir que voe tão alto como a Azul e Branca.
Bobby Robson iniciou a caminhada para aquilo que parecia impossível, pois ele próprio chegara às Antas para “safar” uma época iniciada por Ivic e que se afigurava desastrosa desde que, no pós-25 de Abril, os Portistas passaram a discutir ponto a ponto os títulos nacionais. Após dois anos e meio de Azul e Branco – meio ano a recuperar a imagem e os jogadores e os dois seguintes a erguer o troféu de campeão, Robson mudou-se para o azul-grenã, do Barcelona.
O futebol português vivia um momento de euforia, com uma honrosa presença no Euro’96. Terminada a aventura da selecção, Pinto da Costa atravessou-se no caminho do seleccionador e António Oliveira passou a ser o treinador do FC Porto. Ou seja, o responsável pela conquista do Tricampeonato, já de si um feito ímpar no historial do clube. Apesar de nunca ter sido um bem-amado, António Oliveira conseguiu o Tri e o Tetra, abdicando no final da época, depois de ter juntado a Taça de Portugal ao Título de 1997/98.
Fernando Santos foi o eleito para continuar a campanha rumo ao sonho maior. Tetra tinha sido o Sporting no tempo dos violinos, que se calhar não eram cinco, mas sim onze, sendo que cinco deles eram Stradivarius, como disse alguém com a memória comparativa de quem os viu actuar.
Sócio do Benfica – com fotografia publicada a votar nas últimas eleições -, engenheiro de canudo e treinador de profissão, Fernando Santos provocou algumas exaltações de espíritos. Ainda por cima dizia Porto em vez de FC Porto, o que, para os desconfiados indefectíveis do clube, era importantíssimo quando as coisas corriam mal e nada de mais se, como era “obrigação”, a equipa somava três pontos.
A pulso, depois de um período de aprendizagem mútua – o treinador precisava de aprender a ser campeão e os jogadores a serem campeões comandados por ele, sem que tal significasse um corte radical com o passado, mas sim uma nova filosofia -, Fernando Santos e o seu 4-3-3 ditaram a lei de um campeonato em que só o Boavista conseguiu assumir-se como sombra.
De Lisboa e dos rivais de Alvalade e da Luz, chegavam notícias de convulsões, confusões e pontos perdidos. O Pentacampeonato ia ganhando forma e uma segunda volta soberba confirmou, a uma jornada do fim, aquilo que se adivinhou logo depois da eliminação da Taça de Portugal, em casa, com o Torreense. A forma como o grupo foi capaz de se unir e de lutar contra a adversidade deu aos Portistas, desde logo, a garantia de que o quinto título consecutivo seria uma realidade. O Boavista deu luta, pressionou bastante, mas acabou por ganhar a melhor equipa.
Como sempre acontece.

Carlos Machado «OJOGO» - Edição especial FC PORTO PENTACAMPEÃO - 4 Junho de 1999
 
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hast

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Bastidores

Kralj, a música e Fernando Santos
Ivica Kralj vivia num andar mesmo por cima daquele que é(ra) habitado por Fernando Santos, bem perto do Estádio das Antas. O guarda-redes jugoslavo tinha manias muito próprias, nos relvados e fora deles. Era capaz, num treino, de fazer grandes defesas e, a partir de certa altura, alhear-se, dependendo também de quem estava a assistir. E gostava, também, de ouvir música com uns decibéis acima do normal. Um dia, já a horas pequenas em que se espera que os jogadores estejam a dormir, Fernando Santos teve que subir e bater à porta da casa de Kralj, para lhe pedir para baixara o som. Mesmo sabendo que o treinador vivia por baixo – e que se deitava cedo – Kralj não se importava.

O veto de Braga
O guarda-redes jugoslavo chegou às Antas como o homem que ia finalmente terminar com o “fantasma” de Vítor Baía. Mas um conjunto de fífias monumentais, que ficaram conhecidas como “kralhadas”, fizeram os adeptos rapidamente desacreditar nas suas capacidades. Os administradores e o próprio Fernando Santos tiveram paciência de chinês e tudo fizeram para o tranquilizar. Os primeiros, porque o investimento tinha sido de monta (mais de 400 mil contos/2 milhões de euros), e o treinador, porque cedo percebeu que a gestão de recursos humanos, numa SAD, tem de ser concertada com a gestão financeira. A mudança de política em relação ao guarda-redes aconteceu no final do jogo em Braga, na 10ª jornada. Pinto da Costa tinha, dias antes, descido ao balneário para dar uns valentes puxões de orelhas aos jogadores e a verdade é que a equipa pareceu outra frente aos bracarenses. A 12 minutos do fim, vencia por 2-3, mas Kralj voltou a falhar um cruzamento e Toni empatou.
Nessa mesma noite, alguns dos administradores Portistas encontraram-se num bar portuense e quem ouviu a conversa garante que Kralj deve ter ficado com as orelhas a arder. O guarda-redes jugoslavo nunca mais jogou e foi Rui Correia a ocupar a baliza até à 19ª jornada, altura em que Baía passou a vestir a camisola 99.

Sem dar cavaco
Kralj partiria dias depois para a Jugoslávia, praticamente sem dar cavaco a ninguém. José veiga ainda fez um telefonema a Pinto da Costa, a dar-lhe conta da necessidade da viagem, mas relações entre o empresário e o presidente Portista já há muito estavam azedas e a conversa não correu bem. E Kralj partiu mesmo, sem sequer avisar o seu vizinho treinador, que só deu pela falta dele no treino do dia seguinte. Ainda voltaria às Antas, mas já com guia de marcha passada, num negócio que permitiu recuperar praticamente todo o investimento.

A mulher de Doriva
Pinto da Costa já disse publicamente que tinha votado contra a saída de Doriva em Janeiro (1999), no final da primeira volta do campeonato, por causa das circunstâncias em que a transferência se tinha desenrolado. O que realmente se passou, porém, conta-se agora. “Tocado” pela Sampdoria já há meses, Doriva tinha a perspectiva de mais do que duplicar o contrato com o FC Porto. Por isso, queria ir. Um dia, no momento crucial das negociações, apareceu com a mulher na Torre das Antas e o protagonismo foi feminino. A mulher de Doriva foi clara e directa: o negócio tinha que se fazer e, se não se fizesse, ela arrancava para o Brasil. “E o meu marido vai atrás!”. Ao que o jogador assentia com a cabeça. O negócio fez-se, até porque se um escudo era um escudo, oito milhões de dólares eram oito milhões de dólares.

O puxão de orelhas
Foi muito comentada uma cena passada no final do Guimarães - FC Porto (derrota Portista por 3-2, no mesmo dia em que, à tarde, o Benfica perdera na Madeira). Até Vale e Azevedo se referiu a ela dizendo que Pinto da Costa chamara traidor a um dos seus jogadores.
Zahovic fora expulso por José Pratas, por ter gritado qualquer coisa aos ouvidos do árbitro, que acabara de apitar uma falta contra a sua equipa. Uns jogos antes, em Vila do Conde, já tinha ficado maldisposto por ter sido substituído. E por essa altura estava ao rubro a luta entre Pinto da Costa e o empresário José Veiga, representante de Zahovic. Ora, no fim do jogo de Guimarães, Pinto da Costa foi à cabine e disse, em tom irritado, mais ou menos isto; “Se algum jogador pensa que pode forçar a saída do FC Porto, está muito enganado!”. O destinatário toda a gente sabia quem era…

“Deixe lá ‘mister’…”
A história passou-se ainda e Viseu, onde o FC Porto fez a preparação da pré-temporada. As coisas não estavam a correr como Fernando Santos pretendia, faltava algum empenhamento nos treinos. O treinador, acabado de chegar ao clube, fazia sentir aos jogadores que não estava satisfeito com a forma como as coisas decorriam, tentava fazer passar a mensagem de que seria mais difícil este ano porque as outras equipas tinham cada vez menos reverência. A coisa começava a tornar-se incómoda, até que um dos jogadores lhe disse um dia: “Ó ‘mister’, deixe lá… Quando for no campeonato, nós damos dez pontos de avanço…”. Na altura, o treinador, não ficou demasiado tranquilo.
«PÚBLICO» Edição Especial PENTACAMPEÕES - 30 de Maio de 1999)
 
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Trinta de Maio, a festa da consagração

A festa no estádio e as boas vibrações
No estádio a festa começou cedo, logo que os portões se abriram, às 14 horas. Junto à Torre das Antas o entusiasmo era o mesmo que se pode ver num qualquer concerto de rock, Com tudo, mas mesmo tudo, pintadinho de Azul e Branco e com o que era ícone do Penta a vender-se melhor que a Super Bock geladinha.
Lá dentro, a festa também estava preparada para cerca de 50 mil entusiastas. As jovens, maneantes e bonitas dançarinas, davam o mote ao som das músicas tecno… Penta. Entram em campo, primeiro, os elementos da equipa de karaté Portista. Pois é, as meninas das artes marciais também foram campeãs nacionais.
Na mesma onda oriental entrou em terreno o célebre dragão do Penta, um talismã que todos os anos sobe ao relvado nestas alturas. Os alunos da escola She-si, sita em Cedofeita, a freguesia de nascimento do presidente Pinto da Costa, deram vida à milenar dança do dragão.
A primeira «ola» é formada a 50 minutos do início do jogo e foi uma maré que nunca mais parou e que saudou também a entrada dos Pentacampeões em campo, para a foto tradicional e na companhia dos filhos e de outros familiares. Os jogadores Portistas, claro, mais uma vez não dispensaram as pinturas nos cabelos e no rosto.
Do céu caíram – passe a força da expressão – pára-quedistas enquanto se preparava o desfile de outros campeões: Basquetebol, Andebol, Hóquei em Patins, Boxe e Natação. Rui Reininho – com a sua pronúncia do Norte, cada vez mais longe de ser um prenúncio de morte – e o conhecido vira dos “Mamonas Assassinas”, aceleraram o ritmo de uma festa que começou no relvado sem Pinto da Costa. O presidente surgiu na tribuna VIP, oito minutos antes do apito inicial, na companhia do ministro Pina Moura e de Kundy Paihama, ministro da Defesa de Angola e também ele um conhecido Portista. Narciso Miranda, presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Francisco Assis, líder do grupo parlamentar do PS, Fernando Gomes, presidente da Câmara Municipal do Porto, e Ludgero Marques, presidente da AIP, onde curiosamente, não se sentou José Guilherme Aguiar. O director-executivo da Liga viu o jogo, na companhia dos filhos, na tribuna de Imprensa…

Os últimos 90 minutos

FC Porto
Vítor Baía (Costinha, 80’); Nelson, Jorge Costa (cap.), Aloísio (João Manuel Pinto, 45’), Esquerdinha; Rui Barros (Carlos Manuel, 55’), Peixe, Zahovic; capucho, Jardel e Drulovic
Suplentes não utilizados: Chainho e Quinzinho
E. Amadora
Hilário; José Carlos, Rebelo (cap.), Raúl Oliveira, Kenedy; Pedro Simões, Lázaro, Jorge Andrade, Sérgio Marquês (Miguel, 64’); Stênio (Júlio, 79’) e Capitão (Fonseca, 73’)
Suplentes não utilizados: Luís Vasco e Rui Neves
Golos:
1-0 por Drulovic, aos 38 minutos. Isolou-se, driblou Hilário e rematou, descaído sobre a direita, para o fundo das malhas.
2-0 por Jardel, aos 65 minutos, que culminou uma jogada a três toques iniciada em Zahovic, que solicitou Capucho e este a servir o goleador Portista e europeu. Um golo do triangulo de ouro dos Dragões.
Melhor em campo: Emilio Peixe
Actuou, aliás como sempre tem acontecido, nos limites da dedicação, entregando-se ao jogo com grande entusiasmo, numa espécie de radar no meio campo, onde liquidou todas as iniciáticas do adversário. Grande raio de acção, pois claro, sentido de participação, absoluta generosidade para cumprir obrigações defensivas, Desta vez não foi tão efectivo no apoio ao ataque mas ainda assim soube criar lances embaraçosos no meio-campo estrelista.

Como actuaram os Dragões:
Vítor Baía – Uma exibição tranquila, num jogo sem problemas; sempre que foi convidado a participar fÊ-lo com toda a segurança e à vontade.
Nelson – Um regresso feliz à titularidade; foi competente na defesa da sua área e foi um dos bons animadores do ataque.
Jorge Costa – Impôs a sua autoridade com classe. Dirigiu a defesa e organizou-a com firmeza e dedicação, confirmando a sua boa forma.
Aloísio – Cumpriu sem um único erro, apostou na antecipação e ganhou, num jogo em que o seu adversário nunca foi ameaça por aí fora.
Esquerdinha – Foi elemento vivo e produtivo, saiu com coragem e energia para a frente e revelou absoluta serenidade quando foi obrigado a defender.
Rui Barros – Não começou mal, é um facto, mas o seu futebol foi oerdendo fulgor ao longo do tempo.
Zahovic – A bola nos seus pés moveu-se com alegria, de um lado para o outro, num ritmo certo, mas, desta vez, o esloveno foi só obrigado a recorrer a uma parte do seu grande repertório.
Capucho – Quando decide arrancar é como uma bala. Desta teve três sprints vigorosos e com este resultado final: assistiu Jardel no 2º golo e criou mais dois lances de golo que os seus colegas não souberam aproveitar.
Jardel – A inteligência sempre encontra uma saída – um novo golo, oportuno golo, e ofereceu outro a Drulovic.
Drulovic – Um excelente golo de um jogador com uma classe indiscutível. Acrescente-se mais dois ou três lances de qualidade na sua última exibição oficial da época.
João Manuel Pinto – Resolveu todos os pequenos problemas provocados pelo adversário, sem a mínima dificuldade.
Carlos Manuel – Escreveu o seu nome na lista dos campeões. Fica premiado o seu trabalho invisível ao longo da época.
Costinha – Tudo o que se disse sobre Carlos Manuel aplica-se a Costinha.

Devagarinho que a noite é longa

O Dragão fechou as portas. O título, esse, já estava no seu bolso há uma semana e era a altura de festejar em sua casa e com as suas gentes. Um estádio cheio, entusiástico, vestido de Azul e Branco, querendo ser também protagonista da festa. E foi bonita a festa do Penta, ainda que na despedida o jogo que opôs os portistas ao Estrela da Amadora, não tivesse sido um grande espectáculo de futebol o que, se calhar, nem era o mais importante. Mas, na hora do adeus à temporada e com semelhante desiderato, tudo se perdoa porque o objectivo foi amplamente cumprido.
Os Portista entraram… mascarados. Pintados de Azul. Demonstraram querer ganhar o jogo para fechar em beleza a época. Conseguiram-no, embora jogando devagarinho. Compreendeu-se isso mesmo. A noite iria ser longa, as comemorações desgastantes e, por via disso, nada de despender esforços excessivos que depois poderia haver… défice de forças. Seja como for, o jogo teve alguns momentos agradáveis. Mormente na etapa complementar do prélio, pois o FC Porto cresceu de produção, mostrou-se mais determinado e fundamentalmente, mas expedito. E também do lado amadorense há a registar uma intenção mais vincada, após o intervalo, porque os pupilos de Jorge Jesus não quiseram ter um papel passivo.
E surgiram algumas vezes nas imediações da área das redes de Baía, que teve uma aparatosa intervenção a remate de Lázaro e viu Pedro Simões atirar uma bola à barra.
Mas era dia de festa e o jogo não era mais do que cumprir calendário. Fernando Santos deu a todos os elementos do plantel a oportunidade de serem campeões. Carlos Manuel e Costinha tiveram o ensejo de inscrever o seu nome no galarim dos campeões.

A maior receita do ano

No dia 30 de Maio de 1999 estiveram no Estádio das Antas, 48.545 espectadores, para presenciarem o último desafio do Penta. O que originou a maior receita da temporada: perto de cem mil contos (500 mil €).
Estes números não contemplam, claro, as mais-valias conseguidas pelos candongueiros que marcaram presença nas imediações do estádio e que devem ter colhido também bons lucros, pois havia notícias de que alguns bilhetes teriam sido vendidos a 25 contos (125 €)!
De outros números falando, Angelino Ferreira, administrador da SAD, referiu no final do jogo que a transferência de Chippo para o Coventry rendeu 1,3 milhões de dólares, ou seja, cerca de 250 mil contos (1.250.000€). Ora como o marroquino tinha custado 700 mil dólares ao FC Porto, o clube aqui ganhou cerca de 130 mil contos (650.00€). Nada mal.


O dia em que o Douro galgou as suas margens

O conhecimento recíproco tornara-se absoluto, como nunca. Cada um revia-se um ser realizado, todos juntos eram milhares e milhares de corações esmagados pela felicidade. Muitos milhares. Dragões. Essa felicidade que ninguém precisou de inventar era total, o quadro que se estendeu por toda a cidade poderia traduzir-se talvez apenas nas mãos de um pintor: bastava que alguém fadado para perpetuar com firmeza ou no abstracto os sentimentos os sentimentos, se lembrasse de eliminar as margens do Douro e submergir a cidade pelas suas cores originais. Em todos os tons possíveis e imaginários. De Azul.
Nada os detinha, nada os inibia. Nas horas loucas dos sentidos, o gigantesco circo humano que coloriu a Cidade Invicta, concentrado desde as primeiras horas da tarde no parque central, vivia a embriaguez típica dos feitos raros.
Por todo o Porto via-se um carrossel de loucura, circulando sem travão à volta do centro histórico, as Antas, nestes tempos o verdadeiro património mundial dos Portistas.
Ninguém pode dizer quando tudo começou, talvez há cinco anos, talvez há cinco semanas, eles e elas só sabiam agradecer o facto do Penta. Comendo, bebendo, urinando, arrotando, dançando, todo o gestual característico do humano em gozo, a festa era demasiada para corações pequenos.
Num dia como aquele os comportamentos teriam de ser desmesuradamente afectados, para irem de encontro ao fogo do vulcão do Penta. Não poderia tolerar-se comportamentos passivos ou bons comportamentos. Ardente, a cidade do FC Porto passava ao lado das Antas, convencida da proibição de entrar, invejosa de 50 mil felizardos, e caía, em vagas, na Avenida dos Aliados, onde a meio da tarde se ouviu o primeiro coro total: foi o 36º de Jardel, e o troféu que Zulmiro de Carvalho ergueu até aos 18 metros recebeu os primeiros beijos, as primeiras lágrimas.
A protecção policial não aguentou a s emoções mais fortes e na altura em que Pinto da Costa estava chegar aos Paços do Concelho já há muito se faziam poderosas rezas para os deuses do futebol Portista fazerem o milagre mais esperado depois do Penta: a continuação de Jardel.

A grande vaga final

E, como um Douro sem controlo, indiferentes ao som detestável dos que anunciavam as pilhas de nervos espalhadas por alguns estádios do País, as gentes começaram a tomar-se de febres incontroláveis ao fechar do 2-0 nas Antas. Perto e longe, por todos os acessos, deu-se a grande vaga final, a procura desesperada de um lugar no terraço da avenida. Lá, no fundo, as mãos cruzavam-se, impacientes, atrás dos restos de pilhas de símbolos do Dragão, sugadas na Loja Azul montada no fim da praça, onde se amontoavam as notas que pagaram o raro prazer de levar tudo o que consubstanciasse o Penta.
Consumada a rotura de stocks, afagava-se o desejo nos copos, nas farturas, em tudo o que testemunhava que S. João tinha sangue Azul. Olhava-se o topo e, sem portas à imaginação, destacava-se o cume da gigantesca obra do Penta, num aço prateado, brilhante, num contraste belo com a vegetação, a visão suprema, a visão suprema, algo que surgiria terrível aos credos suspensos pelo inimaginável Penta, essa conjugação de títulos que foi capaz de gerar os maiores desequilíbrios e que, pronunciando sobre a magnitude da praça, ganhara os contornos do mais angelical protector da ordem do Dragão. O prazer que se captava desses olhares lembrava a entrega dos cinco sentidos, um por cada título. E quando o cortejo dos campeões chegou qualquer coisa engoliu a capacidade descritiva. O jorro de emoções deixou de ter lugar nas páginas despretensiosas de um qualquer jornal…
«ABola» 31 de Maio de 1999
 

lucho

Tribuna Presidencial
11 Abril 2008
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3,326
Vila do Conde, 1974
foi um ano verdadeiramente de ouro...
campeões no futebol (com F.Santos) 1 semana antes deste jogo com o estrela, qd nos preparavamos para entrar em alvalade (aliás 15 minutos antes qd acabou o farense-boavista)...

ganhamos TB no andebol com J.Magalhães 31 anos depois, no basket com Babo (2 anos depois) no hóquei com Livramento (8 anos depois) e na natação, foi um PENTA NAS 5 MODALIDADES.
 
T

Timofte 2-3

Guest
Ainda tenho a capa do expresso com a fotografia de todos os campeões ;)
 
T

Timofte 2-3

Guest
> lucho Comentou:

> eu vi este jogo:) saudades, foi um domingo à tarde...



Também vi...pela televisão e só o resumo :(