Isto vai ser longo.
Numa das épocas de VP (2012 se não estou em erro), acompanhei o Porto à Madeira. Paguei 100 e picos euros, ida e volta.
Há 2 anos, voltei lá para o jogo do título. Arrotei 480€.
Se a TAP já era cara antes, o que será agora? Pegando no exemplo da Madeira, existe uma concertação de preços entre as 2 companhias que fazem voos nacionais e praticamente todos os meses vês queixas por parte do governo regional sobre o subsídio de mobilidade. Subsídio que sai do Estado, ou seja de todos nós. Eu, residente em Lisboa, nem a esse subsídio tenho direito e portanto a minha continuidade territorial para as ilhas custa-me 480€. Se a TAP sair de cena, dás o mercado à Easyjet e é fácil prever que eles irão aproveitar isso para colocar os preços que bem entenderem, com consequências previsíveis para os residentes das regiões, nós restantes portugueses que queremos nos deslocar para lá e o turismo em geral que é essencial para a economia das regiões ultra-periféricas.
Os valores que estão em causa são essencialmente internos, já que para fora a TAP faz preços bastante competitivos. O ano passado fui a Paris por 42€. O interesse de teres um controlo público sobre uma empresa de aviação é precisamente para conseguires controlar o mercado e a oferta existente, garantindo preços decentes nas rotas nacionais. A quebra de relevância da TAP em todos os aeroportos nacionais deveu-se precisamente aos efeitos da privatização e à alteração da política da empresa. Não defendo a nacionalização para ficar tudo na mesma, mas sim para ter uma companhia que efetivamente defenda os nossos princípios básicos enquanto portugueses.
Obviamente que essas perguntas requerem uma análise de viabilidade. Certamente, e sem querermos dar uma de Chainsaw Al na TAP, qualquer restruturação implica redução de custos.
Lisboa: 55%
Porto: 28%
Faro: 6%
Funchal: 29%
Ponta Delgada: 13% (com a SATA a absorver 73% do tráfego, precisamente aquilo que a TAP deveria fazer nos restantes aeroportos)
Referi acima, o problema foi mesmo a privatização. Não que a gestão anterior fosse boa, a resolução foi pior, e desde aí estes valores foram todos a descer.
O Cotrim responde a uma afirmação sobre maçãs com outra sobre bananas. O ministro foi impreciso nos valores, mas o ponto dele é pertinente.
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Não deixa de ser irreal ou sequer razoável dizer "nem mais um cêntimo para a TAP", quando de uma forma ou de outra iremos ter de lá colocar capital público. Nem que seja para pagar a quota parte das dívidas.
Bom, bom seria debater isto com uma cerveja na mão. Agora um teclado...
Vou dar um exemplo prático sobre a questão dos preços:Os preços da TAP já eram elevados e um luxo para os portugueses antes da privatização. Não é uma questão de esquerda e direita, por muito que as pessoas continuem a levar tudo para esse lado, infelizmente, levando a que as discussões sejam estéreis. O que importa é perceber que efeito terá a nacionalização da TAP no bolso dos portugueses e das gerações futuras, e é por isso que muita gente, mesmo de esquerda e do PS se têm mostrado contra a nacionalização da TAP. Isto não é uma guerra Público x Privado, esse tipo de argumentação não levam a lugar nenhum e é tudo o que não precisamos. Se de facto a TAP tivesse problemas, mas fosse uma empresa viável, a nacionalização faria todo o sentido, o problema não está na nacionalização, está naquilo que representará para os portugueses e para as gerações futuras.
Numa das épocas de VP (2012 se não estou em erro), acompanhei o Porto à Madeira. Paguei 100 e picos euros, ida e volta.
Há 2 anos, voltei lá para o jogo do título. Arrotei 480€.
Se a TAP já era cara antes, o que será agora? Pegando no exemplo da Madeira, existe uma concertação de preços entre as 2 companhias que fazem voos nacionais e praticamente todos os meses vês queixas por parte do governo regional sobre o subsídio de mobilidade. Subsídio que sai do Estado, ou seja de todos nós. Eu, residente em Lisboa, nem a esse subsídio tenho direito e portanto a minha continuidade territorial para as ilhas custa-me 480€. Se a TAP sair de cena, dás o mercado à Easyjet e é fácil prever que eles irão aproveitar isso para colocar os preços que bem entenderem, com consequências previsíveis para os residentes das regiões, nós restantes portugueses que queremos nos deslocar para lá e o turismo em geral que é essencial para a economia das regiões ultra-periféricas.
Os valores que estão em causa são essencialmente internos, já que para fora a TAP faz preços bastante competitivos. O ano passado fui a Paris por 42€. O interesse de teres um controlo público sobre uma empresa de aviação é precisamente para conseguires controlar o mercado e a oferta existente, garantindo preços decentes nas rotas nacionais. A quebra de relevância da TAP em todos os aeroportos nacionais deveu-se precisamente aos efeitos da privatização e à alteração da política da empresa. Não defendo a nacionalização para ficar tudo na mesma, mas sim para ter uma companhia que efetivamente defenda os nossos princípios básicos enquanto portugueses.
O erro inicial foi a privatização. Se deixares falir a TAP, quantos trabalhadores vão ser despedidos?É tudo muito bonito, mas qual é o plano do governo e do ministro Pedro Nuno Santos para a reestruturação da TAP? Quanto vai custar ao Estado? Quantos trabalhadores vão ser despedidos? A Lufthansa vai despedir 40% dos seus trabalhadores, quantos trabalhadores terá que despedir a TAP dos seus 10.000?
Obviamente que essas perguntas requerem uma análise de viabilidade. Certamente, e sem querermos dar uma de Chainsaw Al na TAP, qualquer restruturação implica redução de custos.
Esses números não parecem estar corretos. Já me fizeste abrir o relatório de aeronáutica.A TAP deu prejuízo de 400M€ no primeiro trimestre sem a pandemia, quanto de prejuízo é que vai dar no pós-covid? No Porto, apenas 19% do total de passageiros provêm de voos da TAP, no Algarve anda perto dos 3%, na Madeira não chega aos 20% e nos Açores não chega aos 15%. Qual coesão territorial? Isso é sequer argumento?
Lisboa: 55%
Porto: 28%
Faro: 6%
Funchal: 29%
Ponta Delgada: 13% (com a SATA a absorver 73% do tráfego, precisamente aquilo que a TAP deveria fazer nos restantes aeroportos)
Referi acima, o problema foi mesmo a privatização. Não que a gestão anterior fosse boa, a resolução foi pior, e desde aí estes valores foram todos a descer.
Não sei do que falas. A TAP teve ganhos operacionais na ordem dos 3 mil milhões de euros no ano passado. Se estiveres a falar de resultados operacionais, aí sim a conversa é outra já que a TAP está no vermelho. Mas continuo na minha e suponho que isto é ideológico, o impacto negativo na economia do país tem de ser medido quando falamos de investir seja em que for.Outra coisa que não faz sentido nenhum são as comparações com os empréstimos a outras companhias aéreas, a Lufthansa que é de quem se fala mais, vai receber um empréstimo do estado alemão que significa o dobro das suas receitas operacionais me 2019. Os 1200 milhões de € que se fala para a TAP, representam 130 vezes os proveitos operacionais da TAP em 2018. Mas alguém no seu perfeito juízo acha que o Estado vai conseguir reaver o dinheiro que vai investir na TAP? É utópico.
E com o covid, a expetativa é que caiam muitas outras empresas. Daí a TAP ganhar importância na estabilidade da aviação portuguesa.Temos também ter em consideração o que significarão os próximos 2 anos na aviação mundial. Se a TAP no período em que o turismo atingiu o seu ponto máximo em Portugal, teve um prejuízo descomunal, o que é que vai acontecer daqui para a frente? Para que é que vai servir a TAP?
Portanto defendes que não deve ser feita a nacionalização e apenas deixar a empresa cair para ir lá buscar os restos. Esqueces-te que Portugal é ainda um grande acionista da TAP (50%) e que deixá-la falir também terá custos elevados para o país. E portanto, o que sugeres é pagar para mudar o nome da empresa e fazer uma reestruturação mascarada. Em que é que estamos de desacordo então?Eu acho que é bom para o país ter uma companhia aérea portuguesa, por diferentes questões que já foram apontadas e são válidas, mas a TAP será apenas mais um buraco negro que vai absorver milhares de milhões de € aos contribuintes portugueses e futuras gerações. O mais sensato seria deixar cair a TAP e criar uma nova companhia aérea de raiz, absorvendo parte da mão-de-obra da TAP, criando uma empresa mais pequena, limpa e com capacidade para atrair investidores privados incluindo portugueses para fazerem parte do capital da companhia aérea juntamente com o estado, que é algo que é completamente impossível com a TAP, pois ninguém no seu perfeito juízo vai querer investir numa companhia aérea sem qualquer tipo de futuro e que está condenada à falência. A falência controlada da TAP e criação de uma companhia aérea de raiz, mais pequena e eficiente, teria muito menos custos para os contribuintes e seria muito mais benéfico para o país.
Vou pegar no exemplo da Madeira novamente. Para além do óbvio oligopólio atual, estão há vários anos a tentar que apareça uma terceira companhia a fazer as ligações nacionais. Até agora nada. Os voos internacionais são fáceis, os nacionais é que precisam de salvaguarda e, neste momento com a TAP privada, é excessivamente caro voar dentro de portas.Desculpa, mas isso não é de todo verdade. Não faz qualquer tipo de sentido dizer-se que se a TAP falir se coloca em causa a continuidade territorial e se abre espaços para monopólios. Não tem ponta por onde se lhe pegue. O exemplo do Porto e do que aconteceu com outros países cujas companhias aéreas faliram não deixam margem para dúvidas, no dia seguinte, apareceram várias outras companhias aéreas a repor o vazio deixado pela TAP com preços bastante mais baratos. Não houve monopólio nenhum, foi precisamente o oposto.
Polígrafo."O ministro aponta o número de chegadas ao país (para facilitar a leitura, voos de fora para aeroportos portugueses). Ele fala da circulação em geral (qualquer aeroporto para qualquer aeroporto). "
Quanto a esta afirmação, por voltas e voltas que se tentem dar, o ministro Pedro Nuno Santos meteu a pata na poça e o relatório da ANAC é bem claro. O ministro ou não sabia os números ou aldrabou como tantas vezes faz pensando que percebe muito disto e todos os outros que discordam dele são fanáticos e não percebem patavina disto.
O Cotrim responde a uma afirmação sobre maçãs com outra sobre bananas. O ministro foi impreciso nos valores, mas o ponto dele é pertinente.
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Lá em cima criticaste privatizações, nacionalizações, PPP. A Sevenair funciona nesses aeroportos com uma concessão de exploração, que na prática é uma PPP.Como é que isso pode ser uma contradição?
Cometi essa gafe porque tomei como premissa a postura natural da direita perante o financiamento em privados. Não tenho estado muito atento aos debates e ao que dizem os diferentes partidos sobre isto, mas tenho a certeza absoluta que alguns partidos de direita defenderão precisamente aquilo porque também é ideológico.LOL... basta uma pequena pesquisa para perceber que isso é completamente mentira e se fosse verdade seria um disparate total.
Não deixa de ser irreal ou sequer razoável dizer "nem mais um cêntimo para a TAP", quando de uma forma ou de outra iremos ter de lá colocar capital público. Nem que seja para pagar a quota parte das dívidas.
Bom, bom seria debater isto com uma cerveja na mão. Agora um teclado...