Política nacional

Ginjeet

Tribuna Presidencial
11 Março 2018
5,599
6,701
Isto vai ser longo.


Os preços da TAP já eram elevados e um luxo para os portugueses antes da privatização. Não é uma questão de esquerda e direita, por muito que as pessoas continuem a levar tudo para esse lado, infelizmente, levando a que as discussões sejam estéreis. O que importa é perceber que efeito terá a nacionalização da TAP no bolso dos portugueses e das gerações futuras, e é por isso que muita gente, mesmo de esquerda e do PS se têm mostrado contra a nacionalização da TAP. Isto não é uma guerra Público x Privado, esse tipo de argumentação não levam a lugar nenhum e é tudo o que não precisamos. Se de facto a TAP tivesse problemas, mas fosse uma empresa viável, a nacionalização faria todo o sentido, o problema não está na nacionalização, está naquilo que representará para os portugueses e para as gerações futuras.
Vou dar um exemplo prático sobre a questão dos preços:
Numa das épocas de VP (2012 se não estou em erro), acompanhei o Porto à Madeira. Paguei 100 e picos euros, ida e volta.
Há 2 anos, voltei lá para o jogo do título. Arrotei 480€.

Se a TAP já era cara antes, o que será agora? Pegando no exemplo da Madeira, existe uma concertação de preços entre as 2 companhias que fazem voos nacionais e praticamente todos os meses vês queixas por parte do governo regional sobre o subsídio de mobilidade. Subsídio que sai do Estado, ou seja de todos nós. Eu, residente em Lisboa, nem a esse subsídio tenho direito e portanto a minha continuidade territorial para as ilhas custa-me 480€. Se a TAP sair de cena, dás o mercado à Easyjet e é fácil prever que eles irão aproveitar isso para colocar os preços que bem entenderem, com consequências previsíveis para os residentes das regiões, nós restantes portugueses que queremos nos deslocar para lá e o turismo em geral que é essencial para a economia das regiões ultra-periféricas.

Os valores que estão em causa são essencialmente internos, já que para fora a TAP faz preços bastante competitivos. O ano passado fui a Paris por 42€. O interesse de teres um controlo público sobre uma empresa de aviação é precisamente para conseguires controlar o mercado e a oferta existente, garantindo preços decentes nas rotas nacionais. A quebra de relevância da TAP em todos os aeroportos nacionais deveu-se precisamente aos efeitos da privatização e à alteração da política da empresa. Não defendo a nacionalização para ficar tudo na mesma, mas sim para ter uma companhia que efetivamente defenda os nossos princípios básicos enquanto portugueses.


É tudo muito bonito, mas qual é o plano do governo e do ministro Pedro Nuno Santos para a reestruturação da TAP? Quanto vai custar ao Estado? Quantos trabalhadores vão ser despedidos? A Lufthansa vai despedir 40% dos seus trabalhadores, quantos trabalhadores terá que despedir a TAP dos seus 10.000?
O erro inicial foi a privatização. Se deixares falir a TAP, quantos trabalhadores vão ser despedidos?
Obviamente que essas perguntas requerem uma análise de viabilidade. Certamente, e sem querermos dar uma de Chainsaw Al na TAP, qualquer restruturação implica redução de custos.


A TAP deu prejuízo de 400M€ no primeiro trimestre sem a pandemia, quanto de prejuízo é que vai dar no pós-covid? No Porto, apenas 19% do total de passageiros provêm de voos da TAP, no Algarve anda perto dos 3%, na Madeira não chega aos 20% e nos Açores não chega aos 15%. Qual coesão territorial? Isso é sequer argumento?
Esses números não parecem estar corretos. Já me fizeste abrir o relatório de aeronáutica.
Lisboa: 55%
Porto: 28%
Faro: 6%
Funchal: 29%
Ponta Delgada: 13% (com a SATA a absorver 73% do tráfego, precisamente aquilo que a TAP deveria fazer nos restantes aeroportos)

Referi acima, o problema foi mesmo a privatização. Não que a gestão anterior fosse boa, a resolução foi pior, e desde aí estes valores foram todos a descer.


Outra coisa que não faz sentido nenhum são as comparações com os empréstimos a outras companhias aéreas, a Lufthansa que é de quem se fala mais, vai receber um empréstimo do estado alemão que significa o dobro das suas receitas operacionais me 2019. Os 1200 milhões de € que se fala para a TAP, representam 130 vezes os proveitos operacionais da TAP em 2018. Mas alguém no seu perfeito juízo acha que o Estado vai conseguir reaver o dinheiro que vai investir na TAP? É utópico.
Não sei do que falas. A TAP teve ganhos operacionais na ordem dos 3 mil milhões de euros no ano passado. Se estiveres a falar de resultados operacionais, aí sim a conversa é outra já que a TAP está no vermelho. Mas continuo na minha e suponho que isto é ideológico, o impacto negativo na economia do país tem de ser medido quando falamos de investir seja em que for.


Temos também ter em consideração o que significarão os próximos 2 anos na aviação mundial. Se a TAP no período em que o turismo atingiu o seu ponto máximo em Portugal, teve um prejuízo descomunal, o que é que vai acontecer daqui para a frente? Para que é que vai servir a TAP?
E com o covid, a expetativa é que caiam muitas outras empresas. Daí a TAP ganhar importância na estabilidade da aviação portuguesa.


Eu acho que é bom para o país ter uma companhia aérea portuguesa, por diferentes questões que já foram apontadas e são válidas, mas a TAP será apenas mais um buraco negro que vai absorver milhares de milhões de € aos contribuintes portugueses e futuras gerações. O mais sensato seria deixar cair a TAP e criar uma nova companhia aérea de raiz, absorvendo parte da mão-de-obra da TAP, criando uma empresa mais pequena, limpa e com capacidade para atrair investidores privados incluindo portugueses para fazerem parte do capital da companhia aérea juntamente com o estado, que é algo que é completamente impossível com a TAP, pois ninguém no seu perfeito juízo vai querer investir numa companhia aérea sem qualquer tipo de futuro e que está condenada à falência. A falência controlada da TAP e criação de uma companhia aérea de raiz, mais pequena e eficiente, teria muito menos custos para os contribuintes e seria muito mais benéfico para o país.
Portanto defendes que não deve ser feita a nacionalização e apenas deixar a empresa cair para ir lá buscar os restos. Esqueces-te que Portugal é ainda um grande acionista da TAP (50%) e que deixá-la falir também terá custos elevados para o país. E portanto, o que sugeres é pagar para mudar o nome da empresa e fazer uma reestruturação mascarada. Em que é que estamos de desacordo então?


Desculpa, mas isso não é de todo verdade. Não faz qualquer tipo de sentido dizer-se que se a TAP falir se coloca em causa a continuidade territorial e se abre espaços para monopólios. Não tem ponta por onde se lhe pegue. O exemplo do Porto e do que aconteceu com outros países cujas companhias aéreas faliram não deixam margem para dúvidas, no dia seguinte, apareceram várias outras companhias aéreas a repor o vazio deixado pela TAP com preços bastante mais baratos. Não houve monopólio nenhum, foi precisamente o oposto.
Vou pegar no exemplo da Madeira novamente. Para além do óbvio oligopólio atual, estão há vários anos a tentar que apareça uma terceira companhia a fazer as ligações nacionais. Até agora nada. Os voos internacionais são fáceis, os nacionais é que precisam de salvaguarda e, neste momento com a TAP privada, é excessivamente caro voar dentro de portas.


"O ministro aponta o número de chegadas ao país (para facilitar a leitura, voos de fora para aeroportos portugueses). Ele fala da circulação em geral (qualquer aeroporto para qualquer aeroporto). "

Quanto a esta afirmação, por voltas e voltas que se tentem dar, o ministro Pedro Nuno Santos meteu a pata na poça e o relatório da ANAC é bem claro. O ministro ou não sabia os números ou aldrabou como tantas vezes faz pensando que percebe muito disto e todos os outros que discordam dele são fanáticos e não percebem patavina disto.
Polígrafo.
O Cotrim responde a uma afirmação sobre maçãs com outra sobre bananas. O ministro foi impreciso nos valores, mas o ponto dele é pertinente.


[/QUOTE]
Como é que isso pode ser uma contradição?
Lá em cima criticaste privatizações, nacionalizações, PPP. A Sevenair funciona nesses aeroportos com uma concessão de exploração, que na prática é uma PPP.


LOL... basta uma pequena pesquisa para perceber que isso é completamente mentira e se fosse verdade seria um disparate total.
Cometi essa gafe porque tomei como premissa a postura natural da direita perante o financiamento em privados. Não tenho estado muito atento aos debates e ao que dizem os diferentes partidos sobre isto, mas tenho a certeza absoluta que alguns partidos de direita defenderão precisamente aquilo porque também é ideológico.
Não deixa de ser irreal ou sequer razoável dizer "nem mais um cêntimo para a TAP", quando de uma forma ou de outra iremos ter de lá colocar capital público. Nem que seja para pagar a quota parte das dívidas.

Bom, bom seria debater isto com uma cerveja na mão. Agora um teclado...
 

slowboy

Tribuna Presidencial
18 Julho 2006
14,505
3,913
Conquistas
1
  • José Maria Pedroto
O Cotrim devia ler melhor o que foi dito.
O ministro aponta o número de chegadas ao país (para facilitar a leitura, voos de fora para aeroportos portugueses). Ele fala da circulação em geral (qualquer aeroporto para qualquer aeroporto).



Das principais cidades europeias para Lisboa e Porto, existem aos pontapés.
Quantos voos tens a ligar Portugal à diáspora na Venezuela? Para as ilhas?

A grande maioria dos países desenvolvidos têm uma companhia aérea que, através de participação pública ou acordos público-privados, mantém os interesses nacionais e ligações regulares com algum controlo público. Estabiliza as rotas internacionais e reduz a especulação, mantendo controlados os preços. Se deixares falir a TAP, perdes esse controlo e, como já referi acima, colocas em causa a continuidade territorial e abres espaço para monopólios.
Para a venezuela não sei (até acho que os voos da TAP estão suspensos por questões políticas).

Mas para a madeira vou muitas vezes (por questões familiares) e acho que nos últimos 5 anos nunca fui pela TAP.
Açores fui uma vez e não fui pela TAP.

A easyjet/ryanair tem feito maravilhas para as ilhas.
 
Última edição:

sirmister

Tribuna Presidencial
21 Março 2008
68,065
39,648
Conquistas
2
  • Março/22
  • Abril/19
Lá em cima criticaste privatizações, nacionalizações, PPP. A Sevenair funciona nesses aeroportos com uma concessão de exploração, que na prática é uma PPP.
Critiquei os negocios que são feitos para roubar e grande parte desses negocios são feitos com esse intuito, se a TAP era uma empresa publica que era um cancro e era para privatizar pelo menos que ficassem com aquilo e responsaveis, agora estes sistemas em que o lucro é para privados e o prejuizo para o estado é feito para roubar e alimentar os boys, não é feito com qualquer outro interesse, tal como grande parte das ppp que foram feitos nas autoestradas.

Porque é que a ANA que dá 250M de lucro por ano foi privatizada?... estão na mesma area, ficavas com a tap a dar prejuizo e a ANA a dar lucro, uma compensava a outra.
 

Tiagotg999

Tribuna Presidencial
19 Maio 2016
11,495
16,925
33
Vila Das Aves
É curioso este invocar de interesse nacional nesta trapalhada toda da TAP, pessoalmente acho que é mais uma manobra "á lá Costa", imaginem a vergonha que seria a TAP falir em pleno mandato socialista...

...curioso também para saber, se após injecção do (NOSSO) dinheiro, vão continuar com os prémios chorudos a alguns funcionários.

Por exemplo a senhora do Fernando Medina, que com pouco tempo de casa recebeu uns bons 18m€.
Bem bom.
 
  • Like
Reações: tripeiro_de_gema

Branco

Tribuna Presidencial
2 Julho 2007
21,251
4,865
Conquistas
1
  • Junho/18
Esta conversa das privatizações não faz sentido, eu não sou contra empresas estatais mas os únicos sectores onde faz sentido existir uma empresa estatal são sectores onde não existe concorrência, o sector dos transportes aéreos é altamente concorrencial e ainda por cima a nossa geografia favorece-nos nesse particular, não somos a Nova Zelândia que está longe de todas as rotas internacionais.

Mas mesmo que se considere essencial haver uma empresa estatal por causa da coesão nacional, que se compre uma SATA e invista na mesma, mantemos um número minimo de voos para as regiões autónomas e entre Lisboa, Porto e Algarve, para com isso retirar qualquer tentativa de concertação de preços de quem mais queira fazer essas rotas.
 

John Wick

Tribuna
31 Outubro 2019
3,805
7,979
Conquistas
2
  • Novembro/19
  • Deco
Isto vai ser longo.




Vou dar um exemplo prático sobre a questão dos preços:
Numa das épocas de VP (2012 se não estou em erro), acompanhei o Porto à Madeira. Paguei 100 e picos euros, ida e volta.
Há 2 anos, voltei lá para o jogo do título. Arrotei 480€.

Se a TAP já era cara antes, o que será agora? Pegando no exemplo da Madeira, existe uma concertação de preços entre as 2 companhias que fazem voos nacionais e praticamente todos os meses vês queixas por parte do governo regional sobre o subsídio de mobilidade. Subsídio que sai do Estado, ou seja de todos nós. Eu, residente em Lisboa, nem a esse subsídio tenho direito e portanto a minha continuidade territorial para as ilhas custa-me 480€. Se a TAP sair de cena, dás o mercado à Easyjet e é fácil prever que eles irão aproveitar isso para colocar os preços que bem entenderem, com consequências previsíveis para os residentes das regiões, nós restantes portugueses que queremos nos deslocar para lá e o turismo em geral que é essencial para a economia das regiões ultra-periféricas.

Os valores que estão em causa são essencialmente internos, já que para fora a TAP faz preços bastante competitivos. O ano passado fui a Paris por 42€. O interesse de teres um controlo público sobre uma empresa de aviação é precisamente para conseguires controlar o mercado e a oferta existente, garantindo preços decentes nas rotas nacionais. A quebra de relevância da TAP em todos os aeroportos nacionais deveu-se precisamente aos efeitos da privatização e à alteração da política da empresa. Não defendo a nacionalização para ficar tudo na mesma, mas sim para ter uma companhia que efetivamente defenda os nossos princípios básicos enquanto portugueses.




O erro inicial foi a privatização. Se deixares falir a TAP, quantos trabalhadores vão ser despedidos?
Obviamente que essas perguntas requerem uma análise de viabilidade. Certamente, e sem querermos dar uma de Chainsaw Al na TAP, qualquer restruturação implica redução de custos.




Esses números não parecem estar corretos. Já me fizeste abrir o relatório de aeronáutica.
Lisboa: 55%
Porto: 28%
Faro: 6%
Funchal: 29%
Ponta Delgada: 13% (com a SATA a absorver 73% do tráfego, precisamente aquilo que a TAP deveria fazer nos restantes aeroportos)

Referi acima, o problema foi mesmo a privatização. Não que a gestão anterior fosse boa, a resolução foi pior, e desde aí estes valores foram todos a descer.




Não sei do que falas. A TAP teve ganhos operacionais na ordem dos 3 mil milhões de euros no ano passado. Se estiveres a falar de resultados operacionais, aí sim a conversa é outra já que a TAP está no vermelho. Mas continuo na minha e suponho que isto é ideológico, o impacto negativo na economia do país tem de ser medido quando falamos de investir seja em que for.




E com o covid, a expetativa é que caiam muitas outras empresas. Daí a TAP ganhar importância na estabilidade da aviação portuguesa.




Portanto defendes que não deve ser feita a nacionalização e apenas deixar a empresa cair para ir lá buscar os restos. Esqueces-te que Portugal é ainda um grande acionista da TAP (50%) e que deixá-la falir também terá custos elevados para o país. E portanto, o que sugeres é pagar para mudar o nome da empresa e fazer uma reestruturação mascarada. Em que é que estamos de desacordo então?




Vou pegar no exemplo da Madeira novamente. Para além do óbvio oligopólio atual, estão há vários anos a tentar que apareça uma terceira companhia a fazer as ligações nacionais. Até agora nada. Os voos internacionais são fáceis, os nacionais é que precisam de salvaguarda e, neste momento com a TAP privada, é excessivamente caro voar dentro de portas.




Polígrafo.
O Cotrim responde a uma afirmação sobre maçãs com outra sobre bananas. O ministro foi impreciso nos valores, mas o ponto dele é pertinente.

Caro @Ginjeet, acho que vai aí uma confusão tremenda. Eu não referi estar contra o estado ter uma companhia aérea, não acho é que essa companhia deva ser a TAP uma vez que não tem salvação possível e será sempre um buraco negro para o dinheiro dos contribuintes. Estamos a falar em 1200 milhões de € para as necessidades imediatas da TAP e tendo em conta a crise no mercado da aviação nos próximos anos, será necessário muito mais dinheiro para a TAP poder continuar a funcionar normalmente, será caótico para os contribuintes e para as gerações futuras. Nem sequer há um plano nem tão pouco há noção do montante exacto que será necessário investir na TAP, o que por si só já é um absurdo. Não tenho a menor dúvida que existe uma forte ligação emocional à TAP, principalmente por parte da elite política que tem governado o país, mas é um risco absurdo e desnecessário a nacionalização da TAP quando existe a possibilidade de uma resolução da TAP, uma falência controlada e a criação de uma nova companhia aérea, de raiz, limpa, leve e bastante mais eficiente que a TAP que seria o que qualquer país dito normal faria.

Sim, em relação ao ponto foi um erro meu e naturalmente queria dizer resultados operacionais e não receitas, mas por aí se vê a loucura que é e o peso que terá para o povo português a nacionalização da TAP.

Obviamente que a falência da TAP terá custos para o Estado, isso é óbvio, mas nem sequer há comparação possível com os custos que uma nacionalização acarretará para o bolso dos portugueses, seriam muitos milhares de milhões e não apenas os 1200M€ que apenas serviram para permitir à TAP funcionar normalmente durante uns meses. Não é uma reestruturação mascarada nem nada que se pareça, é a insolvência da TAP, os privados ficariam a arder, uma pequena parte da dívida poderia ser comprada pela nova companhia aérea, como é óbvio teria de ser bastante diferente da TAP, bastante mais pequena e muito menos cara, teria capacidade para atrair investidores privados, coisa que a TAP não tem e não obrigaria o povo português a um sacrífico absurdo e sem qualquer tipo de sentido. Os custos para o Estado seriam incomparavelmente menores quando comparado com o capital necessário para salvar a TAP.

A privatização não foi um erro, o erro foi a forma como todo o processo foi conduzido e os acordos que se fizeram, a TAP há muito que era mal gerida e já está em falência técnica há mais de uma década, bem antes da privatização.

A situação da Madeira é uma não questão e isso já foi bem explorado aqui. A defesa da nacionalização da TAP prende-se em argumentos que não fazem qualquer tipo de sentido no contexto actual, não estamos nos anos 90 e o mercado da aviação nos próximos tempos vai passar por dificuldades absurdas, por si só já é um absurdo investir 1200M€ na TAP só para que esta consiga funcionar durante uns meses, quanto será necessário para a sobrevivência da TAP durante este período de crise? É um absurdo completo avançar-se com isto em qualquer circunstância, quanto mais nas circunstâncias actuais onde o dinheiro investido na TAP poderia ser muito melhor empregue.
 
  • Like
Reações: tripeiro_de_gema

Raba

Tribuna Presidencial
13 Junho 2013
17,557
21,867
Conquistas
4
  • André Villas-Boas
  • Fernando "Bibota" Gomes
  • Alfredo Quintana
  • Campeão Nacional 19/20
O Pedro Nuno Santos é só um dos melhores militantes do PS. Foi graças também a ele, que faz parte da ala chamada de "jovens turcos" dentro do PS, que foi possível uma aproximação à esquerda e os acordos com BE e PCP que possibilitaram correr com o Coelho e o neo-liberalismo do poleiro.

Não é um politico de meias palavras. Fala claro e não tem medo de dizer o que pensa. É isto que causa uma enorme azia à direita.
:ROFLMAO::ROFLMAO::ROFLMAO::ROFLMAO::ROFLMAO:

Todos os políticos do PS são os melhores do mundo em todas as matérias e tudo faz azia à direita.

Tens de variar um bocado esse discurso.
 

Raba

Tribuna Presidencial
13 Junho 2013
17,557
21,867
Conquistas
4
  • André Villas-Boas
  • Fernando "Bibota" Gomes
  • Alfredo Quintana
  • Campeão Nacional 19/20
Acho que te enganaste na direção do comentário. Ele consegue criar mais incómodo na ala dele do que na direita. Quando a sucessão do Costa entrar em marcha, aí é que tu verás o que é azia. Teremos de um lado o carregador de bilhas de gás para a fotografia vs truculento aos gritos em bicos de pés.

Já escolheste o teu novo ídolo, Philipp?
Seria engraçado ver-te de olhinhos apaixonados pelo Medina. Hihihi.
O Medina é o melhor presidente de câmara do mundo e é isso que causa azia à direita.
(não sei se entretanto ele já respondeu, mas não deve fugir muito disto)
 

John Wick

Tribuna
31 Outubro 2019
3,805
7,979
Conquistas
2
  • Novembro/19
  • Deco
Polígrafo.
O Cotrim responde a uma afirmação sobre maçãs com outra sobre bananas. O ministro foi impreciso nos valores, mas o ponto dele é pertinente.
Só acrescentar que o Polígrafo, para dar jeito, pegou nos números do último trimestre, o que não faz sentido absolutamente nenhum. Se olharmos para os números do ano inteiro, o que é muito mais justo para a análise, a narrativa do ministro cai por terra, 1/3 dos passageiros voa com a TAP e não metade.
 

Branco

Tribuna Presidencial
2 Julho 2007
21,251
4,865
Conquistas
1
  • Junho/18
Esse Polígrafo tem muito que se lhe diga, esses sites de verificação raramente são verdadeiramente precisos e muitas vezes comentam estrategicamente aquilo que acham que pode ou não reforçar determinada narrativa, possuem tanto de imparcial como muito do que avaliam.
 

slowboy

Tribuna Presidencial
18 Julho 2006
14,505
3,913
Conquistas
1
  • José Maria Pedroto
E nacionaliza-se a efacec também? Mais alguma?

Tenho um amigo que precisa de saber o quanto vai ser violado nos impostos do próxima ano.
 
Última edição:

mitla

Bancada central
19 Abril 2013
2,413
2,321
Conquistas
6
  • Domingos
  • Kostadinov
  • Alfredo Quintana
  • Lucho González
Prefiro 1000x pôr dinheiro na EFACEC que no buraco negro da TAP, para além que os valores envolvidos devem ser uma brincadeira comparados com os da TAP.

Mas também me parece que vamos levar cá um knock-out em forma de impostos que vai demorar bem a recuperar.
 

tripeiro_de_gema

Pinto da Costa vai-te embora
26 Maio 2014
12,958
7,025
Conquistas
5
  • Taça de Portugal 19/20
  • Deco
  • Lucho González
  • Campeão Nacional 19/20
Não me quero alongar muito sobre a conversa, porque acho que não faz muito sentido estar a discutir isto, e não vejo qualquer razão para nacionalizar a TAP, a não ser por motivos puramente ideológicos ou por vaidade de termos uma companhia aérea, mas pronto não há nada a fazer.

O que era o país e a TAP há 50 anos atrás, nada tem a ver com a situação do país nos últimos anos. Hoje em dia com um mercado liberalizado e globalizado, existe cada vez mais oferta no ramo das companhias aéreas, existe n companhias aéreas a operar em Portugal. A coesão territorial é um argumento que podia fazer sentido há muitos anos atrás, hoje não faz sentido, porque hoje temos a Ryanair, Easyjet e Vueling que estão mais que "enraízados" em Portugal, por exemplo eu para ir para os Açores recorri à Ryanair e SATA, para a Madeira recorri à Ryanair e Transavia, por isso nem sequer faz sentido falar em coesão territorial. O problema da TAP é o problema típico das empresas monopolistas, essas empresas monopolistas não sabem, nem nunca souberam se adaptar às tendências mercado e depois basta aparecer concorrência e ficam aflitos, por isso que a TAP se encontra em situação de pré-falência, porque a TAP já não tem o monopólio e hoje em dia só serve fazer favores políticos e para nomear boys. Podia falar de casos semelhantes à TAP como por exemplo a Olivedesportos, os tais donos da SPORTTV.

Nacionalizar um buraco como a TAP é sustentar um elefante branco, uma fatura pesada que as gerações futuras irão pagar cara, tudo isto, porque temos pessoas que metem a ideologia política à frente do bom-senso, e esta gente sofre de outro mal é que não têm visão de futuro. No entanto, irei aguardar pela posição do Presidente da República, neste caso Marcelo Rebelo de Sousa, porque o Presidente pode estar limitado nas funções, mas ainda assim tem na sua mão o poder executivo, não só pode vetar como ainda pode fiscalizar. Aí é que o Marcelo se irá revelar de vez.
 
Última edição:

Morais

Tribuna Presidencial
4 Maio 2017
16,997
2,960
Conquistas
2
57
Porto
  • Artur Jorge
  • Cubillas
E ao que parece nestas últimas horas aconteceram várias novidades uma delas será a nacionalização da Efacec e o Estado a comprar os 22,5% da Gateway do brasileiro/norte-americano e dono da Azul e com isso ele está fora da TAP ,esta quanto a mim é a parte mais relevante da história,pois claramente se entendeu que ele queria era abrir rotas da Azul e colocar a TAP a fazer translados,muito bem nosso Governo ,estão finalmente a aprender com as borradas passadas e com empresas relevantes que foram privatizadas e hoje quase nem existem mais.
Não sou adepto de nacionalizações mas muito menos de ver delapidado sÍmbolos que criamos com muito esforço durante décadas.
A Tap terá de ser totalmente remodelada e ter um modo de operação mais reduzido mas tem toda a razão de existir até porque ela não é apenas uma companhia aérea de passageiros e envolve muitas outras áreas desde logo uma que é particularmente relevante que é a manutenção da OGMA.
Por certo minha opinião não irá agradar a maioria mas conheço e de que maneira é que é colocar brasileiros nestes negócios e só entramos em furadas,exemplos são inúmeros.
 

Ginjeet

Tribuna Presidencial
11 Março 2018
5,599
6,701
Porque é que a ANA que dá 250M de lucro por ano foi privatizada?... estão na mesma area, ficavas com a tap a dar prejuizo e a ANA a dar lucro, uma compensava a outra.
Tens de perguntar a quem tentou vender tudo o que era património do país.

Esta conversa das privatizações não faz sentido, eu não sou contra empresas estatais mas os únicos sectores onde faz sentido existir uma empresa estatal são sectores onde não existe concorrência, o sector dos transportes aéreos é altamente concorrencial e ainda por cima a nossa geografia favorece-nos nesse particular, não somos a Nova Zelândia que está longe de todas as rotas internacionais.
Entras a pés juntos com um pressuposto ideológico, de centro direita. :p Eu coloco-me num centro esquerda e vejo a importância de uma participação pública nos serviços básicos e essenciais à estrutura social, água, eletricidade, saúde, educação e transportes. Sociologicamente, o conceito de sociedade e capitalismo são opostos porque um baseia-se no grupo de indivíduos em busca de um bem comum enquanto outro concentra-se no objetivo da acumulação de riqueza por quaisquer meios necessários. Ou seja, enquanto o primeiro enquadra o capital como algo que existe para capacitar todos os indivíduos de um grupo social, o outro obriga à necessidade de cada indivíduo criar a sua própria riqueza para fazer face a situações inesperadas que lhe possam surgir devido à falta de "almofada" que a inexistência de um serviço público eficaz lhe proporciona. O capitalismo também esquece que a criação de riqueza de um indivíduo motiva à pobreza de outros, porque o capital é limitado. O mercado livre que sugeres tem implicações secundárias na economia individual pois potencia a existência de concertação de preços entre concorrentes e a criação de monopólios/oligopólios em mercados maduros. A TAP enquadra-se ou deveria se enquadrar neste cenário como dissuasor destas práticas, embora nos últimos anos tenha sido um praticante delas.


Mas mesmo que se considere essencial haver uma empresa estatal por causa da coesão nacional, que se compre uma SATA e invista na mesma, mantemos um número minimo de voos para as regiões autónomas e entre Lisboa, Porto e Algarve, para com isso retirar qualquer tentativa de concertação de preços de quem mais queira fazer essas rotas.
A SATA é pública. O índice de endividamento da SATA é atualmente muito superior ao da TAP.


Caro @Ginjeet, acho que vai aí uma confusão tremenda. Eu não referi estar contra o estado ter uma companhia aérea, não acho é que essa companhia deva ser a TAP uma vez que não tem salvação possível e será sempre um buraco negro para o dinheiro dos contribuintes. Estamos a falar em 1200 milhões de € para as necessidades imediatas da TAP e tendo em conta a crise no mercado da aviação nos próximos anos, será necessário muito mais dinheiro para a TAP poder continuar a funcionar normalmente, será caótico para os contribuintes e para as gerações futuras. Nem sequer há um plano nem tão pouco há noção do montante exacto que será necessário investir na TAP, o que por si só já é um absurdo. Não tenho a menor dúvida que existe uma forte ligação emocional à TAP, principalmente por parte da elite política que tem governado o país, mas é um risco absurdo e desnecessário a nacionalização da TAP quando existe a possibilidade de uma resolução da TAP, uma falência controlada e a criação de uma nova companhia aérea, de raiz, limpa, leve e bastante mais eficiente que a TAP que seria o que qualquer país dito normal faria.
Em cima referiste preocupação com os 10.000 funcionários da TAP. Depois sugeres falir a TAP para criar uma empresa mais pequena. Quantos desses 10.000 ficariam na rua? Quanto pagarias em indemnizações? Em cessões de contratos? E em subsídios de desemprego? Como ficariam as carreiras dos reintegrados? E as reformas? Os ativos da nova empresa seriam adquiridos em segunda mão à TAP antes que os credores lá chegassem ou seriam novos? Quanto seria o real custo de criar uma empresa dessas de raíz? Apesar de tudo, a TAP tem ativos enormes e a sua reestruturação será socialmente mais estável do que essa possibilidade, e permite que seja efetuada de forma menos brusca.

O ministro pode ser tudo o que quiseres, mas o gajo é um cabrão de um excelente negociador. Ao demonstrar disponibilidade do governo em nacionalizar a TAP, pressionou os restantes acionistas a aceitar acordos vantajosos para o Estado. Até ponho a hipótese de terem nacionalizado a EFACEC só para poder dizer "Estão a ver? Não temos problemas em nacionalizar isto".


QUOTE="John Wick, post: 4133836, member: 21386"]
A privatização não foi um erro, o erro foi a forma como todo o processo foi conduzido e os acordos que se fizeram, a TAP há muito que era mal gerida e já está em falência técnica há mais de uma década, bem antes da privatização.[/quote]

Uma privatização que permitiu à TAP perder a sua utilidade pública, para uma empresa que ao fim de 5 anos demonstrou não ter capacidade financeira para a levantar e que piorou em todos os índices. Isto é uma boa privatização?


Só acrescentar que o Polígrafo, para dar jeito, pegou nos números do último trimestre, o que não faz sentido absolutamente nenhum. Se olharmos para os números do ano inteiro, o que é muito mais justo para a análise, a narrativa do ministro cai por terra, 1/3 dos passageiros voa com a TAP e não metade.
Onde encontras dados anuais? A ANAC só divulga relatórios trimestrais no seu site e os dados percentuais ao longo do ano sofrem variações mínimas.
 

Branco

Tribuna Presidencial
2 Julho 2007
21,251
4,865
Conquistas
1
  • Junho/18
Entras a pés juntos com um pressuposto ideológico, de centro direita. :p Eu coloco-me num centro esquerda e vejo a importância de uma participação pública nos serviços básicos e essenciais à estrutura social, água, eletricidade, saúde, educação e transportes. Sociologicamente, o conceito de sociedade e capitalismo são opostos porque um baseia-se no grupo de indivíduos em busca de um bem comum enquanto outro concentra-se no objetivo da acumulação de riqueza por quaisquer meios necessários. Ou seja, enquanto o primeiro enquadra o capital como algo que existe para capacitar todos os indivíduos de um grupo social, o outro obriga à necessidade de cada indivíduo criar a sua própria riqueza para fazer face a situações inesperadas que lhe possam surgir devido à falta de "almofada" que a inexistência de um serviço público eficaz lhe proporciona. O capitalismo também esquece que a criação de riqueza de um indivíduo motiva à pobreza de outros, porque o capital é limitado. O mercado livre que sugeres tem implicações secundárias na economia individual pois potencia a existência de concertação de preços entre concorrentes e a criação de monopólios/oligopólios em mercados maduros. A TAP enquadra-se ou deveria se enquadrar neste cenário como dissuasor destas práticas, embora nos últimos anos tenha sido um praticante delas.

A SATA é pública. O índice de endividamento da SATA é atualmente muito superior ao da TAP.
Ok, tu então entendes que é preciso uma companhia aérea para evitar concertação de preços, tudo bem, mas aqui a solução da SATA parece fazer muito mais sentido, porque com a TAP a esmagadora maioria dos voos não são rotas essenciais dentro do país ou de emigração, aliás mesmo no caso da SATA isso também é assim (embora menos).

Não faria muito mais sentido o estado comprar a SATA (à região autónoma dos Açores) e a usar essencialmente para voos internos e rotas de emigração, com talvez mais algumas rotas rentáveis para tentar rentabilizar a empresa ?

Mesmo que perdesse dinheiro para evitar a concertação de preços, creio que seria muito menos que a solução de investir na TAP.
 

sirmister

Tribuna Presidencial
21 Março 2008
68,065
39,648
Conquistas
2
  • Março/22
  • Abril/19
Tens de perguntar a quem tentou vender tudo o que era património do país.
Os que tentam vender e destruir comem todos da mesma gamela, estes negocios são feitos para roubar, é ver onde anda o Teixeira dos Santos só para não recuar muito..