Política nacional

sirmister

Tribuna Presidencial
21 Março 2008
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2
  • Março/22
  • Abril/19
Como disse concordo neste sentido, um crescimento do salário minímo deve acompanhar sempre o crescimento do salário médio e assim vice-versa.
O caso que acabaste de dar é talvez o exemplo espanhol, que aumentou de 735€ para 900€. Aqui em Portugal o salário minímo está ser aumentado às mijinhas, só que este caso está ter o efeito contrário, a aproximar ambos(salário minímo e médio).
O problema é que e preciso pensar o que fazer com uma parte da industria que paga o salario minimo e provavelmente não vai conseguir pagar esses 900 euros..
 
R

Rm95

Guest
Essa última frase é demagogia.

Existem 3 formas básicas de aumentar o salário médio:
•aumentos no salário mínimo, que por inerência irão, numa proporção indireta, alterar o salário médio;
•aumentos diretos na função pública, com alguma repercussão direta no setor privado;
•investimento privado;

Repara que não coloquei "crescimento económico", que parece ser a única coisa que vejo chalupa, Cotrim e companhia usar para solução universal dos males do país. Aquelas palavras só por si são absolutamente inócuas, é um chavão que se perde entre as falácias ideológicas dos vários partidos.

Nos anos anteriores à pandemia, tiveste o maior crescimento económico das últimas duas décadas, e isso não se repercutiu no aumento significativo do salário médio. Porquê? Porque daquelas 3 medidas, o governo apenas adotou a primeira. Aumentaram o salário mínimo em 20%, o médio subiu menos de 10%. A segunda opção teve apenas ajustes de acordo com a inflação, a terceira não depende diretamente do governo, embora existam várias opções a tomar para o encorajar.

Por fim, o chalupa voltou a falar de carga fiscal. Há muito por onde criticar este governo, a carga fiscal não é um desses pontos. Apenas demonstra a sua própria ignorância de como funciona a economia. A carga fiscal em Portugal aumentou, não pelo agravamento de impostos (IRS e IVA até desceram nos últimos 6 anos), mas sim pela estratégia bem conseguida do governo em estimular a economia através do consumo, que criou riqueza e emprego. Mais trabalhadores e mais faturação = mais receita fiscal cobrada. Aliás, foi a TSU a grande motivadora desse crescimento. A relação entre essa receita fiscal e a receita total aumenta, logo a "carga fiscal" aumenta. Ainda assim, continuamos com uma carga fiscal muito inferior aos países mais ricos, o que demonstra que ainda temos muito por onde estimular o consumo, nomeadamente através do aumento de salários.

PS. Não disse que a direita se opõe à subida dos salários. Disse que têm pavor de dizer isso como medida de campanha porque sabem que perderão o apoio do setor privado. É a tal questão cultural que temos em Portugal, que por alguma razão acha que tem de criar um conflito entre workforce e empresas, quando estes deviam ser parceiros mutuamente valorizados.
Essa última frase é demagogia.

Existem 3 formas básicas de aumentar o salário médio:
•aumentos no salário mínimo, que por inerência irão, numa proporção indireta, alterar o salário médio;
•aumentos diretos na função pública, com alguma repercussão direta no setor privado;
•investimento privado;

Repara que não coloquei "crescimento económico", que parece ser a única coisa que vejo chalupa, Cotrim e companhia usar para solução universal dos males do país. Aquelas palavras só por si são absolutamente inócuas, é um chavão que se perde entre as falácias ideológicas dos vários partidos.

Nos anos anteriores à pandemia, tiveste o maior crescimento económico das últimas duas décadas, e isso não se repercutiu no aumento significativo do salário médio. Porquê? Porque daquelas 3 medidas, o governo apenas adotou a primeira. Aumentaram o salário mínimo em 20%, o médio subiu menos de 10%. A segunda opção teve apenas ajustes de acordo com a inflação, a terceira não depende diretamente do governo, embora existam várias opções a tomar para o encorajar.

Por fim, o chalupa voltou a falar de carga fiscal. Há muito por onde criticar este governo, a carga fiscal não é um desses pontos. Apenas demonstra a sua própria ignorância de como funciona a economia. A carga fiscal em Portugal aumentou, não pelo agravamento de impostos (IRS e IVA até desceram nos últimos 6 anos), mas sim pela estratégia bem conseguida do governo em estimular a economia através do consumo, que criou riqueza e emprego. Mais trabalhadores e mais faturação = mais receita fiscal cobrada. Aliás, foi a TSU a grande motivadora desse crescimento. A relação entre essa receita fiscal e a receita total aumenta, logo a "carga fiscal" aumenta. Ainda assim, continuamos com uma carga fiscal muito inferior aos países mais ricos, o que demonstra que ainda temos muito por onde estimular o consumo, nomeadamente através do aumento de salários.

PS. Não disse que a direita se opõe à subida dos salários. Disse que têm pavor de dizer isso como medida de campanha porque sabem que perderão o apoio do setor privado. É a tal questão cultural que temos em Portugal, que por alguma razão acha que tem de criar um conflito entre workforce e empresas, quando estes deviam ser parceiros mutuamente valorizados.
Os impostos nao aumentaram nos ultimos 6 anos? Os diretos talvez nao, mas os indiretos sim, dou te logo o exemplo do imposto combustível e do imi. E mesmo que os impostos nao tivessem aumentado, a obrigação era baixa a carga fiscal em portugal, porque afinal de contas, o antonio costa nao tinha dito que a austeridade ja tinha acabado?! Pelos vistos nao, ja que a carga fiscal aumentou.

Mais uma inverdade tua: o aumento do salário minimo nao faz aumentar o salario medio. Tanto e que o salario minimo esta cada vez mais proximo do salario medio em Portugal, vives em que pais mesmo?!
O aumento do salario minimo deve acontecer quando ha crescimento económico que o sustente. Porque se o aumentares sem essa vertente, as pessoas irao perder poder de compra, a inflação ira crescer. E o que tem acontecido.

sabias que o poder de compra em Portugal em 2021 e inferior ao poder de compra em 2009?
sabias que em 2030, polonia, hungria nos ultrapassaram no pib per capita, e ja tem mais poder de compra que nos?


E sim, tivemos uns anos ultimamente que crescemos mais um poucochinho, mas nao foi tanto como os paises que nos tem ultrapassado ultimamente, esses paises de leste. E o que crescemos deveu se apenas ao turismo. E nenhum pais vai longe dependendo tanto do turismo como o nosso.
E preciso exportar mais, baixar os impostos as pessoas e empresas, para se tornarem mais produtivas, competitivas, atrair investimento estrangeiro, dar mais poder de compra as pessoas em consequência de melhores salarios. Mas isso e uma coisa que os socialistas nao sabem fazer que e por o pais a crescer.

Nao e atraves do consumo que se faz um pais crescer e melhorar os salários. E o rui rio explicou muito bem isso no debate contra a catarina martins.
E por isso que portugal esta cada vez mais na cauda da uniao europeia e a ser ultrapassado por todos.
 

tripeiro_de_gema

Pinto da Costa vai-te embora
26 Maio 2014
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  • Taça de Portugal 19/20
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O problema é que e preciso pensar o que fazer com uma parte da industria que paga o salario minimo e provavelmente não vai conseguir pagar esses 900 euros..
O que estás a descrever é uma realidade de muitas PMEs em Portugal, acabando por aumentar directamente e indirectamente os custos com o pessoal, obviamente que estes custos iriam ser cobrados aos clientes consumidores, agora o resultado é saber se o que é cobrado aos clientes consegue sutentar os gastos(incluindo também Segurança Social, subsídios, etc.)?
Resultado da estratégia(ou falta dela) da aposta na industrialização desde de 74/75.
 
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Rm95

Guest
É matemática básica. Não há nada a provar.

O grande problema aqui é o salário mínimo ser usado como referência para muitos empregos. Passa tudo por uma estatística muito simples:
Percentagem de trabalhadores a receber salário mínimo na Alemanha: <2%
Percentagem de trabalhadores a receber salário mínimo no Reino Unido: 7%
Percentagem de trabalhadores a receber salário mínimo em Portugal: >20%

E isto tem aumentado à medida que o salário mínimo tem sido aumentado, porque os salários que estavam abaixo do que hoje é o salário mínimo não sofreram atualizações semelhantes e passaram também a ser salários mínimos.
E porque sera que esses salários medios nao aumentam?! Sera porque nao sao demasiado taxados? Como e possível uma empresa ter um custo de 2000 euros com um trabalhador para lhe pagar 1000 euros?! E "comer" metade do dinheiro.

E preciso baixar os impostos ha classe media. A classe media e taxada em Portugal como se fossem milionários.
 

sirmister

Tribuna Presidencial
21 Março 2008
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O que estás a descrever é uma realidade de muitas PMEs em Portugal, acabando por aumentar directamente e indirectamente os custos com o pessoal, obviamente que estes custos iriam ser cobrados ao consumidor, agora o resultado é se o que é cobrado ao consumidor consegue sutentar os gastos mais a carga fiscal, sem ter que despedir pessoal ou cortar noutras despesas(logística, transportes, etc.)?
Resultado da estratégia(ou falta dela) da aposta na industrialização desde de 74/75.
Não é obvio, o que pode acontecer é que algumas industrias deixam de colocar produtos a preços que lhes permitem competir e fecham, quando se mexe numa variavel as coisas mudam todas.

Porque isto da globalização é bonito, mas a malta quer comprar trapos na primark a 5 euros feita na china, com trabalhadores que são explorados e com energia que vem de centrais a carvão, mas ao mesmo tempo quer que a industria textil em PT pague 1000 euros aos empregados e que a empresa compre a energia eletrica mais cara que vem da eolica, mas não quer pagar os 20 euros que o trapo agora custa.

Tal como quer ir ao restaurante todos os dias e pagar 7,5 euros, mas quer que o empregado ganhe 1000 euros, e reclama se demorar 2 min a ser servido, ao mesmo tempo que vai ao macdonald e faz de empregado e vai buscar a comida e arruma o tabuleiro.

E são duas industrias ai que empregam uma parte significativa do tecido em PT.
 
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tripeiro_de_gema

Pinto da Costa vai-te embora
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Não é obvio, o que pode acontecer é que algumas industrias deixam de colocar produtos a preços que lhes permitem competir e fecham, quando se mexe numa variavel as coisas mudam todas.

Porque isto da globalização é bonito, mas a malta quer comprar trapos na primark a 5 euros feita na china, com trabalhadores que são explorados e com energia que vem de centrais a carvão, mas ao mesmo tempo quer que a industria textil em PT pague 1000 euros aos empregados e que a empresa compre a energia eletrica mais cara que vem da eolica, mas não quer pagar os 20 euros que o trapo agora custa.

Tal como quer ir ao restaurante todos os dias e pagar 7,5 euros, mas quer que o empregado ganhe 1000 euros, e reclama se demorar 2 min a ser servido, ao mesmo tempo que vai ao macdonald e faz de empregado e vai buscar a comida e arruma o tabuleiro.

E são duas industrias ai que empregam uma parte significativa do tecido em PT.
Hoje em dia a malta cada vez mais faz compras online agora com estas plataformas como Amazon, AliExpress, Alibaba, Banggood que vendem de tudo e mais alguma coisa, por um bom preço e que oferecem descontos, também a Spartoo e Zalando(mais dedicados ao calçado e vestuário), não tens como competir.
 
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jabbcv

Tribuna Presidencial
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Marco de Canaveses
O Costa ontem fez muita publicidade da sua nova tv que é a cnn.
A cnn tem uma grande claque de apoio e propaganda do Costa.
Acho que deve haver troca de favores de parte a parte.
 
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Hulk27

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Porque isto da globalização é bonito, mas a malta quer comprar trapos na primark a 5 euros feita na china, com trabalhadores que são explorados e com energia que vem de centrais a carvão, mas ao mesmo tempo quer que a industria textil em PT pague 1000 euros aos empregados e que a empresa compre a energia eletrica mais cara que vem da eolica, mas não quer pagar os 20 euros que o trapo agora custa.



E são duas industrias ai que empregam uma parte significativa do tecido em PT.
É um dos problemas principais mudar as mentalidades. A qualidade da roupa em certas marcas baixou imenso. Muitas pessoas hoje preferem comprar três camisolas cheias de matérias sintéticas do que uma num algodão de qualidade. São escolhas mas é obvio que as empresas nacionais desta maneira muito dificilmente podem competir. É como a agricultura. Existe um principio ( o princípio de reciprocidade )na UE que faz que tudo que seja considerado orgânico no Brasil(exemplo) tem que ser considerado dessa forma nos estados membros. E tambêm tens a questão do modelo agricolo que faz que tens uma concorrência completamente desleal.
 
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Ginjeet

Tribuna Presidencial
11 Março 2018
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Os impostos nao aumentaram nos ultimos 6 anos? Os diretos talvez nao, mas os indiretos sim, dou te logo o exemplo do imposto combustível e do imi. E mesmo que os impostos nao tivessem aumentado, a obrigação era baixa a carga fiscal em portugal, porque afinal de contas, o antonio costa nao tinha dito que a austeridade ja tinha acabado?! Pelos vistos nao, ja que a carga fiscal aumentou.
O aumento do IMI foi irrisório, então quando comparado com a descida do IVA para o consumidor final. Não sou contra o ISP, embora considere que os impostos sobre produtos que visam a redução do consumo desse produto precisem de ser coerentes com as alternativas existentes no mercado a esse produto, algo que não aconteceu no pós-primeira vaga da pandemia. Quando afirmo que os impostos não aumentaram nos últimos 6 anos, é porque no geral, um português com consumo semelhante em 2021 paga menos impostos percentualmente que aquilo que pagava em 2015.

Relativamente à carga fiscal, já expliquei em cima, mas voltarei a ela mais abaixo.

Mais uma inverdade tua: o aumento do salário minimo nao faz aumentar o salario medio. Tanto e que o salario minimo esta cada vez mais proximo do salario medio em Portugal, vives em que pais mesmo?!
O aumento do salario minimo deve acontecer quando ha crescimento económico que o sustente. Porque se o aumentares sem essa vertente, as pessoas irao perder poder de compra, a inflação ira crescer. E o que tem acontecido.
O salário médio é uma média de todos os salários. Se o salário mínimo aumenta e tens pessoas efetivamente a receber esse valor, o médio aumenta. Não significa que as pessoas que recebiam salário médio tenham visto os seus salários aumentar. Demonstrei isso com uma conta simples ontem. Também referi que é preciso começar a falar mais de salário médio e menos de salário mínimo, porque a diferença entre os dois valores está a se esbater demasiado rapidamente.

E sim, tivemos uns anos ultimamente que crescemos mais um poucochinho, mas nao foi tanto como os paises que nos tem ultrapassado ultimamente, esses paises de leste. E o que crescemos deveu se apenas ao turismo. E nenhum pais vai longe dependendo tanto do turismo como o nosso.
E preciso exportar mais
Parei no exportar mais.
A carga fiscal não é o monstro das bolachas. Um país desenvolvido, por norma, tem uma carga fiscal bastante alta porque a sua economia depende dos serviços e não das exportações.

Um exemplo matemático simples para explicar a carga fiscal:

O João recebe 1000€ e paga 20% de imposto sobre o rendimento. Vamos assumir que o João gasta o dinheiro todo com que fica, porque sabemos que os portugueses não são grande coisa a poupar :D O João faz o seu mês com 800€, sendo que nos impostos indiretos através do consumo, vê desaparecer 30%, 800x30%= 240€. No final do mês, dos 1000€, o João pagou 440€ em impostos, e teve um poder de compra real de 560€.

Agora o João passou a receber 1200€, com o mesmo imposto sobre o rendimento, mas o acumulado dos impostos indiretos baixou para 25%. Ficam logo 240€ retidos sobre o rendimento, ficando então com 960€ para gastar, sendo que desses, 240€ voam nos indiretos. O poder de compra do João pagou 480€ em impostos e o poder de compra ascendeu a 720€.

Onde entra a carga fiscal? Repara que os impostos diminuíram neste exemplo, mas o Estado cobra mais imposto. Assume-se que a produtividade do João manteve-se igual e não consideramos inflação. Logo a receita fiscal aumenta comparativamente a exportações e outras receitas de Estado, aumentando desta forma a carga fiscal. A redução do desemprego ajudou também e tudo aquilo que se está a fazer para tentar combater a fraude fiscal, nomeadamente a transição digital também ajuda a que o Estado arrecade mais impostos.


O que se pode fazer quanto a isto?
Alguns impostos são exagerados, mas acima de tudo o Estado deveria alterar algumas coisas nos impostos antes de considerar apenas baixá-los. Dou-te alguns exemplos:
• Patamares na TSU. Veria com bons olhos subir a TSU para 40% para salários brutos abaixo dos, por exemplo (para usar os patamares do IRS), 15.000€ anuais, baixando a TSU para os escalões médios, e mantendo igual a partir dos 48.000€
• Aumento da dedução do valor do investimento no IRC para os 100%, atualmente está nos 25%
• Reduzir as rendas sobre a eletricidade, com estímulo para a utilização certificada de renováveis
• Agilizar a burocracia que atrasa os licenciamentos

Tudo isto pode ser feito antes sequer de pensar em mexer nos valores de IRC/IRS/IVA, e tem pouco impacto em termos orçamentais. Obviamente que iria causar uma onda de indignação nas empresas, porque estariam a se sentirem obrigadas a aumentar os salários acima dos 1200€ brutos, esse valor imenso que os trabalhadores vão logo gastar em Ferraris . A questão cultural que já referi por diversas vezes impede que se compreenda que se os salários de todos aumentarem, o poder de compra dispara, como ficou plasmado ali em cima no exemplo que dei, e portanto as receitas das empresas também o farão. Há quem ache que consegue ganhar mais dinheiro do que aquele que existe no mercado.

Termino dizendo que a fraude fiscal é um problema endémico e tem responsabilidade direta no aumento dos impostos. Deve ser sempre a bandeira de qualquer governo.
 

Jules Winnfield

Tribuna Presidencial
11 Abril 2016
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O voto político coerente é aquele que beneficia direta e indiretamente os interesses do votante. As políticas são claras e cada um deve priorizar que benefícios são para si, os mais importantes. Infelizmente temos realidades muitos distintas na Europa, as políticas de coesão não surtiram efeito. Quer a nível local quer a nível Europeu o acentuar das assimetrias nada de bom augura para as democracias.
 
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Tribuna Presidencial
25 Julho 2007
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Esmoriz
O aumento do IMI foi irrisório, então quando comparado com a descida do IVA para o consumidor final. Não sou contra o ISP, embora considere que os impostos sobre produtos que visam a redução do consumo desse produto precisem de ser coerentes com as alternativas existentes no mercado a esse produto, algo que não aconteceu no pós-primeira vaga da pandemia. Quando afirmo que os impostos não aumentaram nos últimos 6 anos, é porque no geral, um português com consumo semelhante em 2021 paga menos impostos percentualmente que aquilo que pagava em 2015.

Relativamente à carga fiscal, já expliquei em cima, mas voltarei a ela mais abaixo.



O salário médio é uma média de todos os salários. Se o salário mínimo aumenta e tens pessoas efetivamente a receber esse valor, o médio aumenta. Não significa que as pessoas que recebiam salário médio tenham visto os seus salários aumentar. Demonstrei isso com uma conta simples ontem. Também referi que é preciso começar a falar mais de salário médio e menos de salário mínimo, porque a diferença entre os dois valores está a se esbater demasiado rapidamente.



Parei no exportar mais.
A carga fiscal não é o monstro das bolachas. Um país desenvolvido, por norma, tem uma carga fiscal bastante alta porque a sua economia depende dos serviços e não das exportações.

Um exemplo matemático simples para explicar a carga fiscal:

O João recebe 1000€ e paga 20% de imposto sobre o rendimento. Vamos assumir que o João gasta o dinheiro todo com que fica, porque sabemos que os portugueses não são grande coisa a poupar :D O João faz o seu mês com 800€, sendo que nos impostos indiretos através do consumo, vê desaparecer 30%, 800x30%= 240€. No final do mês, dos 1000€, o João pagou 440€ em impostos, e teve um poder de compra real de 560€.

Agora o João passou a receber 1200€, com o mesmo imposto sobre o rendimento, mas o acumulado dos impostos indiretos baixou para 25%. Ficam logo 240€ retidos sobre o rendimento, ficando então com 960€ para gastar, sendo que desses, 240€ voam nos indiretos. O poder de compra do João pagou 480€ em impostos e o poder de compra ascendeu a 720€.

Onde entra a carga fiscal? Repara que os impostos diminuíram neste exemplo, mas o Estado cobra mais imposto. Assume-se que a produtividade do João manteve-se igual e não consideramos inflação. Logo a receita fiscal aumenta comparativamente a exportações e outras receitas de Estado, aumentando desta forma a carga fiscal. A redução do desemprego ajudou também e tudo aquilo que se está a fazer para tentar combater a fraude fiscal, nomeadamente a transição digital também ajuda a que o Estado arrecade mais impostos.


O que se pode fazer quanto a isto?
Alguns impostos são exagerados, mas acima de tudo o Estado deveria alterar algumas coisas nos impostos antes de considerar apenas baixá-los. Dou-te alguns exemplos:
• Patamares na TSU. Veria com bons olhos subir a TSU para 40% para salários brutos abaixo dos, por exemplo (para usar os patamares do IRS), 15.000€ anuais, baixando a TSU para os escalões médios, e mantendo igual a partir dos 48.000€
• Aumento da dedução do valor do investimento no IRC para os 100%, atualmente está nos 25%
• Reduzir as rendas sobre a eletricidade, com estímulo para a utilização certificada de renováveis
• Agilizar a burocracia que atrasa os licenciamentos

Tudo isto pode ser feito antes sequer de pensar em mexer nos valores de IRC/IRS/IVA, e tem pouco impacto em termos orçamentais. Obviamente que iria causar uma onda de indignação nas empresas, porque estariam a se sentirem obrigadas a aumentar os salários acima dos 1200€ brutos, esse valor imenso que os trabalhadores vão logo gastar em Ferraris . A questão cultural que já referi por diversas vezes impede que se compreenda que se os salários de todos aumentarem, o poder de compra dispara, como ficou plasmado ali em cima no exemplo que dei, e portanto as receitas das empresas também o farão. Há quem ache que consegue ganhar mais dinheiro do que aquele que existe no mercado.

Termino dizendo que a fraude fiscal é um problema endémico e tem responsabilidade direta no aumento dos impostos. Deve ser sempre a bandeira de qualquer governo.
Sobre isto é preciso dizer que enquanto inspetor tributário, André Ventura contribuiu para que uma empresa de Paulo Lalanda de Castro não pagasse quase 2 milhões de euros em IVA ao Estado. Curiosamente uma empresa que trazia cidadãos líbios para receberem tratamento médico em Portugal, ao abrigo dos vistos de refugiados, acto solidário que ele agora tanto critica.

Já nem falo da situação de ter sido consultor da Finpartner (empresa que basicamente ajuda os seus clientes na aquisição de vistos gold e imobiliário de luxo) acumulando com o seu cargo de deputado especializado em denunciar poucas vergonhas.

Também tenho muitas dúvidas na sua proposta para diminuir os salários dos políticos. Os salários altos contribuem para que as pessoas mais competentes da esfera privada entrem na vida política e diminuem, pelo menos em teoria, a corrupção. Estou mesmo a ver a política ainda mais cheia de zés merdas que se vendem por dois bacalhaus, porque ninguém minimamente competente quer ganhar na política 10% do que ganharia numa empresa privada. Se queres ter os melhores a servir o país, tens que lhes pagar bem, ponto.
 

LR

Tribuna Presidencial
3 Julho 2017
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Lisboa
curioso que o ventura mostra uma foto do costa com o socrates, quando ele (e até o costa) tem fotos com o DDT
o que interessa estar a trazer para debates, fotos com pessoal, com contas com a justiça?

este pessoal não se manca mesmo...
 

J | [Ka!s3r^].

Tribuna Presidencial
7 Abril 2012
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1
  • Alfredo Quintana
Rendimento Mínimo em Portugal | 20 anos de RMG/RSI (mtsss.gov.pt)

Um relatório de interesse acerca do RSI, útil para esclarecer dúvidas que possam existir. Importa ter presente que, quando se fala de RSI, refere-se um montante anual de cerca 350 milhões de euros. O peso do RSI no total da despesa relativa ao sistema de segurança social, em 2017, era de 1.2%. Se se eliminasse a prestação, por completo, o estado pouparia uns estonteantes 0.4% da sua despesa pública anual. Recorde-se também que o valor médio de RSI (112 euros por beneficiário em 2017) não chega a 40% da fasquia de limiar da pobreza e que deixa de fora a maior parte das pessoas em situação de indigência. Parte significativa dos beneficiários são crianças e jovens menores de idade. ... há fiscalização e critérios a cumprir no acesso à prestação. Existirão falhas?... naturalmente, como em tudo. Mas certamente não será nesta componente da despesa onde se encontra a pólvora.

É sintomático que a atitude de partida em relação ao tema seja a da necessidade de cortar esta despesa e não a de adequar as prestações sociais à evolução da situação financeira da população.

Acrescente-se, por comparação, que o país perdeu um valor estimado de 880 a 1000 milhões de euros em evasão fiscal no ano passado.
 
R

Rm95

Guest
Rendimento Mínimo em Portugal | 20 anos de RMG/RSI (mtsss.gov.pt)

Um relatório de interesse acerca do RSI, útil para esclarecer dúvidas que possam existir. Importa ter presente que, quando se fala de RSI, refere-se um montante anual de cerca 350 milhões de euros. O peso do RSI no total da despesa relativa ao sistema de segurança social, em 2017, era de 1.2%. Se se eliminasse a prestação, por completo, o estado pouparia uns estonteantes 0.4% da sua despesa pública anual. Recorde-se também que o valor médio de RSI (112 euros por beneficiário em 2017) não chega a 40% da fasquia de limiar da pobreza e que deixa de fora a maior parte das pessoas em situação de indigência. Parte significativa dos beneficiários são crianças e jovens menores de idade. ... há fiscalização e critérios a cumprir no acesso à prestação. Existirão falhas?... naturalmente, como em tudo. Mas certamente não será nesta componente da despesa onde se encontra a pólvora.

É sintomático que a atitude de partida em relação ao tema seja a da necessidade de cortar esta despesa e não a de adequar as prestações sociais à evolução da situação financeira da população.

Acrescente-se, por comparação, que o país perdeu um valor estimado de 880 a 1000 milhões de euros em evasão fiscal no ano passado.
O próprio ventura tem nocao disso, sabe que isso nao e grande problema. Sao estratégias populistas dele, porque sabe que muita gente gosta de ouvir isso.
 

J | [Ka!s3r^].

Tribuna Presidencial
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  • Alfredo Quintana
O próprio ventura tem nocao disso, sabe que isso nao e grande problema. Sao estratégias populistas dele, porque sabe que muita gente gosta de ouvir isso.
Não tenho qualquer dúvida de que saiba. Nem todas as pessoas terão contudo exacta noção das factualidades do RSI.
 

D10s

Tribuna
21 Novembro 2013
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O próprio ventura tem nocao disso, sabe que isso nao e grande problema. Sao estratégias populistas dele, porque sabe que muita gente gosta de ouvir isso.
E é fácil arranjar evidências anedóticas de alguem que abusa do sistema do RSI e daí a sinédoque é fácil!!