Política nacional

XaviJr

Lugar Anual
15 Janeiro 2018
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não percebo o problema de demonstrar desagrado com algo que não se concorda numa rede social.
podes discordar, e até podes demonstrar isso directamente nessa plataforma, não é um comunicado do partido sequer, é uma opinião pessoal.

a morte da esquerda radical já anda a ser anunciada há tanto tempo. o PCP então teve o funeral feito desde que me lembro de ser gente.
 

Zeus

Tribuna Presidencial
1 Agosto 2015
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Olimpo
Eu acho que o PSD assim como a direita tem o dever de acolher o Chega no seu bloco, não o fazer seria ainda pior. O Chega terá nas próximas eleições de acordo com as sondagens um resultado à volta de 7% a 10% o que significa que se o nº vontantes for igual às ultimas eleições serão cerca de 350m a 500m pessoas a votar no CH.

Ora a direita não pode pegar e dizer que estas pessoas são todas abjetas, até porque o crescimento deste tipo de partidos acontece precisamente quando são marginalizados. É importante trazê-los para o arco da governação, traçar como é obvio linhas vermelhas mas discutir seriamente sobre os problemas que o CH levanta e que em parte são legítimos, (não vamos fingir que não há um problema com a comunidade cigana), as soluções que oferecem podem é não ser as melhores.

É normal ver a esquerda a estrebuchar porque contavam que o PSD nunca se iria juntar ao CH, o que faria com que a esquerda se perpetuasse por uma eternidade no poder (por isso é que sempre lhes interessou o crescimento do CH), mas foram surpreendidos pelo Killer Instinc político do Rui Rio, eu que no ano passado pela primeira vez não votei PSD em legislativas por causa do Rio tenho que bater palmas a esta decisão de formar um bloco de direita para correr com o governo corrupto do PS no Açores, e espero, se houver oportunidade, que direita faça o mesmo a nível nacional.
 
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Tony_Gomes9

Arquibancada
25 Julho 2020
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Faltou-me dizer isso John.
A esquerda hoje preocupa-se mais com questões identitarias e de género, do que com as questões sociais e económicas.

Por exemplo ontem vi uma das Mortágua toda indignada no Twitter, porque a fnac tem uma seleção de livros para homem e para mulher... Tipo como sugestão para oferecer no natal.
Estamos no meio de uma pandemia, virá a maior crise económica e social da história das democracias liberais, já existe uma crise brutal em surdina e um alto dirigente do bloco está preocupado com as escolhas duma empresa privada.

Depois acordam no dia a seguir às eleições petrificados, indignados, a insultar o povo e a perguntarem-se o que é lhes aconteceu.
Um bolsonaro chegou ao poder, não foi por causa de questões morais nem de género, foi pela pobreza e pela criminalidade.
Houveram ditaduras nos anos 30, não foi pela corrupção nem por questões de género, foi pela fome e por uma ausência de esperança no futuro.

A morte da esquerda radical vai ser esta e eles ainda não se aperceberam.
Falam em códigos uns para os outros. Formam uma elite, que eles tanto odiavam, que se agradam uns aos outros.
Chamam deploráveis e facistas e quem se atreve a questionar seja o que for.
Deixaram de lutar pelo povo e passaram a lutar pelas suas causas pessoais e pelos seus ideais.

O PC fazia isso, conheço tanta gente, mas tanta, que votou PC toda a sua vida ( mesmo não sendo comunista ) que vão votar no chega.
Votavam porque sentem que os comunistas os defendiam e falavam para eles, e deixaram de votar porque eles entraram na negociata da geringonça.

O chega bem substituir o PC em termos de votantes, que com muita pena minha vai acabar por definhar.
Eu tenho alguma dificuldade em validar essa tese da transição de votos do PCP para o Chega, mesmo conhecendo alguns casos pontuais como os que indicaste. Em França sei que esse fenómeno foi real, mas acho que o PCP em Portugal tem uma história muito consolidada de antítese aos piores valores que o Chega embandeira, por isso custa-me a crer que essa viragem seja significativa; acho que a percentagem de eleitores que troque PCP pelo Chega é relativamente substituída pelo eleitorado moderado que é atirado para o PCP por oposição ao crescimento de movimentos PNR-like.
Aqui em Portugal penso ser esse o caso, muito diferente do que foi em França ou ate nos USA (em que o bipartidarismo promove ainda mais essas transições) por serem contextos muito diferentes.

Acho que tens muita razão quando dizes que há um excesso de discussão de assuntos menores e que se perde o foco nos assuntos maiores. Mas acho que cá, tal como no Brasil, a ascensão dos extremos representa mais a queda dos respetivos moderados desses quadrantes políticos do que propriamente na transição de um extremo de um quadrante para o extremo oposto. No Brasil a ascensão de Bolsonaro foi mais assente no desaparecimento absoluto da direita moderada, com o falhanço absoluto de Temer no pós-Dilma, que obrigou o eleitorado que jurou votar contra o prolongamento do PT no poder a fazer a escolha impossível de votar em Bolsonaro; mais até do que propriamente eleitores do PT transitarem diretamente para Bolsonaro por antítese a Lula e seu machuchos. Acho que aqui em Portugal o fenómeno será mais parecido com o Brasileiro.

Aliás, os Açores são um exemplo disso.
O PSD se quisesse mesmo esmagar o Chega (será que quer?) teria feito o mais lógico: liderava um governo com CDS+PPM+IL e propunha a formar governo assim sem nunca negociar com o Chega qqr posição: aí o Chega teria de decidir entre ser a cara do chumbo de um governo alternativo a monarquia do PS de César, que o eleitorado açoriano nunca iria perdoar, ou legitimar esse governo sem fazer parte do arco de governação. E se essa alternativa fosse melhor que o governo PS anterior (dificilmente nao seria né), o Chega acabaria esquecido e minimizado na sua importância.
Mas o PSD optou pelo caminho menos ambicioso, e trouxe o Chega ao palco relevante que nao merecia, legitimando-o e, sem qualquer duvida, transferindo para o mesmo parte do seu eleitorado a medio-longo prazo.
Custa-me a crer que a culpa da ascensão do Chega nesta situação passe mais pela queda do PCP (que ja ha uns 15 anos atras tinha passado pelo mesmo na região e depois regressou) do que propriamente pela absoluta inaptidão política do PSD e centro-direita na região.
 
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Smaug

Bancada central
1 Setembro 2012
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Concordo em absoluto. Aliás, o Chega para mim é uma direita nacionalista, não os chamaria de extrema-direita. Acho a figura do gajo do Vox um pedaço assustadora e não sinto o mesmo do lado do Ventura. É claro que há uns tipos malucos colados ao Chega-skinheads e isso, mas também há tipos colados ao PCP que são estalinistas. Aliás, se o PCP e o BE são tolerados e representam uma ideologia cujos resultados são conhecidos de todos, não vejo porque existe este frenesi com o Chega. E realmente integrados num bloco de direita ficam menos radicais, pelo menos na ação. Curiosamente, a primeira pessoa a estabelecer essa ponte foi o presidente do Governo da Madeira, que foi atacado pela ideia em muitos jornais. Simplesmente antecipou o que aconteceu nos Açores, embora eu preveja que as coisas nos Açores vão correr muito mal e portanto daqui a 4 anos está lá o PS com maioria absoluta.
 
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John Wick

John Wick

Tribuna
31 Outubro 2019
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  • Novembro/19
  • Deco
Faltou-me dizer isso John.
A esquerda hoje preocupa-se mais com questões identitarias e de género, do que com as questões sociais e económicas.

Por exemplo ontem vi uma das Mortágua toda indignada no Twitter, porque a fnac tem uma seleção de livros para homem e para mulher... Tipo como sugestão para oferecer no natal.
Estamos no meio de uma pandemia, virá a maior crise económica e social da história das democracias liberais, já existe uma crise brutal em surdina e um alto dirigente do bloco está preocupado com as escolhas duma empresa privada.

Depois acordam no dia a seguir às eleições petrificados, indignados, a insultar o povo e a perguntarem-se o que é lhes aconteceu.
Um bolsonaro chegou ao poder, não foi por causa de questões morais nem de género, foi pela pobreza e pela criminalidade.
Houveram ditaduras nos anos 30, não foi pela corrupção nem por questões de género, foi pela fome e por uma ausência de esperança no futuro.

A morte da esquerda radical vai ser esta e eles ainda não se aperceberam.
Falam em códigos uns para os outros. Formam uma elite, que eles tanto odiavam, que se agradam uns aos outros.
Chamam deploráveis e facistas e quem se atreve a questionar seja o que for.
Deixaram de lutar pelo povo e passaram a lutar pelas suas causas pessoais e pelos seus ideais.

O PC fazia isso, conheço tanta gente, mas tanta, que votou PC toda a sua vida ( mesmo não sendo comunista ) que vão votar no chega.
Votavam porque sentem que os comunistas os defendiam e falavam para eles, e deixaram de votar porque eles entraram na negociata da geringonça.

O chega bem substituir o PC em termos de votantes, que com muita pena minha vai acabar por definhar.
Sim, também muito por aí.

Parte da esquerda ocupou-se de causas pós-modernistas sem qualquer valor real ou validade científica. O feminismo já deixou de ser uma causa justa, agora ou és feminista radical ou então fazes parte do patriarcado opressor. Tens obrigatoriamente que recusar a biologia e o dimorfismo sexual, já não chega lutar para que homens e mulheres tenham os mesmos direitos e sejam tratados da mesma forma, agora tens que dizer que o homem e a mulher são iguais e que a biologia e os determinismos genéticos não são reais e que as diferenças entre sexos devem-se somente à cultura e à socialização, apesar de existirem uma miríade de estudos que demonstram claramente que as crianças com menos de 2 anos, preferem determinado tipos de brinquedos de acordo com o sexo. A maioria das crianças do sexo masculino, mesmo antes de qualquer tipo de socialização, prefere brincar com bolas, a maioria das crianças do sexo feminino prefere brincar com bonecas. Mas há quem ache que isto é problemático e que as crianças devem ser educadas de forma neutra e devem ser eles a decidir qual o seu sexo e género.
Há também o construtivismo social, um ideia peregrina, há muito tempo refutada pela ciência e que voltou a ganhar novos adeptos nas ciências sociais e na sociedade.
E as políticas identitárias, a esquerda anti-racista, agora coloca rótulos em tudo e cria mais divisões que os próprios intolerantes. Já não chega seres o Joaquim, a Teresa, o Manuel. Agora és a Rita, transracial, não binária, cissexual às segundas-feiras, transsexual às terças, unicórnio às quartas-feiras, etc.

E aqui em Portugal isto ainda é bastante soft, nos EUA atingiu proporções assustadoras e continua a crescer.


Depois é pena que isto se confunda com causas justas e que valem a pena, como o feminismo verdadeiro, a luta contra o racismo, a luta pelos direitos dos LGBT, etc.

Sim, há mesmo muita gente que votava PCP e que está a escapar para o Chega, acho que se está a ver isso com maior evidência naquelas zonas do Alentejo onde o PC tinha imensos votos e onde o Chega está a crescer bastante.
 

Vieira_Amares

Tribuna Presidencial
16 Março 2012
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  • Dezembro/20
não percebo o problema de demonstrar desagrado com algo que não se concorda numa rede social.
podes discordar, e até podes demonstrar isso directamente nessa plataforma, não é um comunicado do partido sequer, é uma opinião pessoal.

a morte da esquerda radical já anda a ser anunciada há tanto tempo. o PCP então teve o funeral feito desde que me lembro de ser gente.
O mal não é nenhum.
Sendo que estamos a viver os tempos que estamos a viver e o Twitter é um meio de comunicação com os eleitores ( não um grupo do whatsapp ), acho ridículo focar atenções em algo trivial e boçal.
Quando és um dirigente vocal e destacado como são as Mortágua, acabaram as opiniões pessoais em público. É pena que poucos políticos em Portugal percebam isso. O cargo confunde-se com a pessoa, para o bem para o mal. Ou aderes à teoria do Costa que estava na lista do Dr Luís Vieira como cidadão? Não podes criticar, tendo em conta a tua opinião, caso contrário entras em incoerência. 😊

Eu sei que sim, mas desde os tempos da grande depressão que não tínhamos tantos partidos de extrema direita perto do poder.
Isso quer dizer que o voto trabalhador passou para a direita radical, pelas razões que eu já expliquei.
 

John Wick

Tribuna
31 Outubro 2019
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  • Novembro/19
  • Deco
Faltou-me dizer isso John.
A esquerda hoje preocupa-se mais com questões identitarias e de género, do que com as questões sociais e económicas.

Por exemplo ontem vi uma das Mortágua toda indignada no Twitter, porque a fnac tem uma seleção de livros para homem e para mulher... Tipo como sugestão para oferecer no natal.
Estamos no meio de uma pandemia, virá a maior crise económica e social da história das democracias liberais, já existe uma crise brutal em surdina e um alto dirigente do bloco está preocupado com as escolhas duma empresa privada.

Depois acordam no dia a seguir às eleições petrificados, indignados, a insultar o povo e a perguntarem-se o que é lhes aconteceu.
Um bolsonaro chegou ao poder, não foi por causa de questões morais nem de género, foi pela pobreza e pela criminalidade.
Houveram ditaduras nos anos 30, não foi pela corrupção nem por questões de género, foi pela fome e por uma ausência de esperança no futuro.

A morte da esquerda radical vai ser esta e eles ainda não se aperceberam.
Falam em códigos uns para os outros. Formam uma elite, que eles tanto odiavam, que se agradam uns aos outros.
Chamam deploráveis e facistas e quem se atreve a questionar seja o que for.
Deixaram de lutar pelo povo e passaram a lutar pelas suas causas pessoais e pelos seus ideais.

O PC fazia isso, conheço tanta gente, mas tanta, que votou PC toda a sua vida ( mesmo não sendo comunista ) que vão votar no chega.
Votavam porque sentem que os comunistas os defendiam e falavam para eles, e deixaram de votar porque eles entraram na negociata da geringonça.

O chega bem substituir o PC em termos de votantes, que com muita pena minha vai acabar por definhar.
Só também acrescentar que acho que a esquerda mais radical não vai morrer e ainda vai crescer. É extremamente atractiva para as novas gerações, basta ver o que se está a passar nos EUA, mas muitos ainda não têm idade para votar e isso não se ilustra totalmente nos resultados eleitorais. O que acho é que vai chegar a um ponto em que as pessoas vão acabar por perceber que muitas daquelas ideias não têm validade e contribuem muito pouco para o bem-estar das sociedades.

Um outro problema é que a esquerda mais radical se "apropriou" de certa forma com as questões climáticas e também isso contribuiu para atrair muitos jovens. Esta é uma causa que deveria ser muito mais explorada pelos partidos do centro, que também têm bastante dificuldade em atrair eleitorado mais jovem.
 

Tony_Gomes9

Arquibancada
25 Julho 2020
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Só também acrescentar que acho que a esquerda mais radical não vai morrer e ainda vai crescer. É extremamente atractiva para as novas gerações, basta ver o que se está a passar nos EUA, mas muitos ainda não têm idade para votar e isso não se ilustra totalmente nos resultados eleitorais. O que acho é que vai chegar a um ponto em que as pessoas vão acabar por perceber que muitas daquelas ideias não têm validade e contribuem muito pouco para o bem-estar das sociedades.

Um outro problema é que a esquerda mais radical se "apropriou" de certa forma com as questões climáticas e também isso contribuiu para atrair muitos jovens. Esta é uma causa que deveria ser muito mais explorada pelos partidos do centro, que também têm bastante dificuldade em atrair eleitorado mais jovem.
A verdade é que o centro deixou cair algumas dessas bandeiras para os extremos, alimentando-os com a sua ausência.
As alterações climáticas e os direitos LGBT, por exemplo, são assuntos em que a sua defesa deveria ser facilmente consensual nos partidos mais moderados, da direita à esquerda. Tornar estes assuntos, que se querem apartidários, em armas de arremesso direita vs esquerda só promoveu o esvaziamento do centro e vão-se perdendo muitas pontes que sempre existiram.
A verdade é que a direita, muito por culpa própria diga-se, deixou que lhes colassem o rótulo de negacionistas das alterações climáticas ou de anti liberdades individuais na comunidade LGBT, por exemplo, o que depois descredibiliza muito um projeto politico de futuro. Falando especificamente de Portugal, este fenómeno só serviu para exacerbar a caricatura de conservadorismo que injustamente abrange muitos eleitores que se revêm em projetos económicos sociais-democráticos e que queriam mudanças estruturais nas instituições que fazem crescer o país mas que esbarram nessas paredes invisíveis que a Direita deixou que outros lhes colocassem no campo das liberdades individuais. Houve esperança que Pedro Passos Coelho fosse carismático e consensual suficiente para liderar essa nova direita, sem esses complexos conservadores arcaicos, mas o mesmo passou de ateu convicto a fazer campanha com terço na mão em pouco tempo, deslumbrou-se com os tiques de uma ala perigosa do Relvas que, sabe-se hoje, pariu uma bastonária como a dos enfermeiros ou o próprio Andre ventura... Converteu-se a esse papel em troca de aceitação imediata pelos seus pares e pelo caminho perdeu o país, condenando a direita a assumir a imagem que a esquerda montou dela mesma, caiu na armadilha de ser meramente uma caricatura política.

Há muito eleitorado em Portugal que está à espera de um candidato diferente, de centro e que assuma uma posição livre desses pressupostos. Reconheço ao João Cotrim Figueiredo e ao Carlos Guimarães Pinto capacidade para o fazer, assim como em menor grau a alguns do CDS como o Adolfo Mesquita Nunes, mas precisam de ser mais vincados a afirmar não só aquilo que são mas também aquilo que não são, pois temo que também eles se deixem engolir pelas suas bases mais radicais, que já se habituaram a viver politicamente unicamente com o propósito de ser acriticamente anti-esquerda.

Sá Carneiro nunca teve medo de se afirmar como social democrata mesmo sendo desdenhado tanto pelos adversários de esquerda como pelos colegas de direita, esta guerra não é nova, mas ele sempre prioritizou a consciência centrista da classe média portuguesa. Nao tenho duvidas que hoje, nao fosse pelo peso simbólico da sua história, muitos daqueles que invocam o seu nome seriam os primeiros a empurra-lo para fora dos seus partidos por se recusar a pertencer a essa caricatura política a que condenaram o centro direita português.
 

sirmister

Tribuna Presidencial
21 Março 2008
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  • Abril/19
A verdade é que o centro deixou cair algumas dessas bandeiras para os extremos, alimentando-os com a sua ausência.
As alterações climáticas e os direitos LGBT, por exemplo, são assuntos em que a sua defesa deveria ser facilmente consensual nos partidos mais moderados, da direita à esquerda. Tornar estes assuntos, que se querem apartidários, em armas de arremesso direita vs esquerda só promoveu o esvaziamento do centro e vão-se perdendo muitas pontes que sempre existiram.
A verdade é que a direita, muito por culpa própria diga-se, deixou que lhes colassem o rótulo de negacionistas das alterações climáticas ou de anti liberdades individuais na comunidade LGBT, por exemplo, o que depois descredibiliza muito um projeto politico de futuro.
É importante saber distinguir a realidade do twiter e no caso a realidade e da realidade da extrema esquerda.

E depois é necessário dar a importância que as coisas têm, que direitos LGBT é que queres que o centro ande a falar?

E quanto ás alterações climáticas não deves ter a noção, mas Portugal é um dos Países do mundo que mais energia consome de fontes renováveis, e não o é por causa da extrema esquerda..
 

Tony_Gomes9

Arquibancada
25 Julho 2020
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É importante saber distinguir a realidade do twiter e no caso a realidade e da realidade da extrema esquerda.

E depois é necessário dar a importância que as coisas têm, que direitos LGBT é que queres que o centro ande a falar?

E quanto ás alterações climáticas não deves ter a noção, mas Portugal é um dos Países do mundo que mais energia consome de fontes renováveis, e não o é por causa da extrema esquerda..
Falei de dois exemplos de muitos outros temas que deveriam ser relativamente consensuais e inócuos e portanto, facilmente resolvidos pelo centro.
Nos últimos 20-30 anos a crise de identidade à direita levou a que se entregasse muitas dessas bandeiras à esquerda que foram pequenas "vitórias" fáceis de obter porque não deveriam sequer ter sido causas de conflitos. E com isto foi-se descredibilizando um possível projeto politico alternativo, entregando-se de mão beijada ao partido socialista parte do eleitorado de centro e centro-direita que não alinha nesta fantochada da luta contra o "marxismo cultural", essa autentica batalha contra os moinhos de vento.

"é necessário dar a importância que as coisas têm" precisamente! e na historia da democracia portuguesa muitas medidas conservadoras foram preservadas puramente por teimosia de alguns dinossauros que preferiram abdicar de construir uma alternativa credível para darem prioridade à oposição a essas coisas sem sentido nenhum. O fenómeno inverso também se verifica, com partidos à esquerda mais preocupados em debater esses assuntos menores e tornando-se assim em partidos monotemáticos sem projetos políticos credíveis, mas o PS ao menos teve a inteligência de gerir esses assuntos sem se deixar definir por estes.

Quando outro partido no centro tiver essa capacidade, no futuro, penso que surgirá daí o próximo grande projeto politico alternativo ao atual. Como disse anteriormente, atualmente so vejo esse potencial na IL e em alguns membros do CDS/PSD, mas estes ultimos estão neste momento reféns da completa inaptidão dos seus líderes, que se entregaram ao vazio do Chega.
 

sirmister

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Falei de dois exemplos de muitos outros temas que deveriam ser relativamente consensuais e inócuos e portanto, facilmente resolvidos pelo centro.
Nos últimos 20-30 anos a crise de identidade à direita levou a que se entregasse muitas dessas bandeiras à esquerda que foram pequenas "vitórias" fáceis de obter porque não deveriam sequer ter sido causas de conflitos. E com isto foi-se descredibilizando um possível projeto politico alternativo, entregando-se de mão beijada ao partido socialista parte do eleitorado de centro e centro-direita que não alinha nesta fantochada da luta contra o "marxismo cultural", essa autentica batalha contra os moinhos de vento.

"é necessário dar a importância que as coisas têm" precisamente! e na historia da democracia portuguesa muitas medidas conservadoras foram preservadas puramente por teimosia de alguns dinossauros que preferiram abdicar de construir uma alternativa credível para darem prioridade à oposição a essas coisas sem sentido nenhum. O fenómeno inverso também se verifica, com partidos à esquerda mais preocupados em debater esses assuntos menores e tornando-se assim em partidos monotemáticos sem projetos políticos credíveis, mas o PS ao menos teve a inteligência de gerir esses assuntos sem se deixar definir por estes.

Quando outro partido no centro tiver essa capacidade, no futuro, penso que surgirá daí o próximo grande projeto politico alternativo ao atual. Como disse anteriormente, atualmente so vejo esse potencial na IL e em alguns membros do CDS/PSD, mas estes ultimos estão neste momento reféns da completa inaptidão dos seus líderes, que se entregaram ao vazio do Chega.
E eu pedi para seres especifico, porque direitos e medidas é achas que o Rui Rio devia lutas para os LGBT, e sobre que medidas é que o Rui Rio devia lutas sobre as alterações climaticas?

O PS e o PSD são partidos com muitos problemas e não precisam de mais um que é ser contaminado pela extrema esquerda (BE), é evidente que o BE tem uma representatividade desproporcionada online e nas TV, mas o grosso da população o que quer saber é porque é que temos uma das energias eletricas mais caras da europa e todos os invernos morre gente com frio, e porque é que os hospitais não têm o investimento que precisam e porque é que não há medicos de famila etc... Não são as polemicas fake do twiter, isso é ficção e tem piada de seguir, mas é isso.
 

Vlk

Tribuna Presidencial
3 Junho 2014
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Só também acrescentar que acho que a esquerda mais radical não vai morrer e ainda vai crescer. É extremamente atractiva para as novas gerações, basta ver o que se está a passar nos EUA, mas muitos ainda não têm idade para votar e isso não se ilustra totalmente nos resultados eleitorais. O que acho é que vai chegar a um ponto em que as pessoas vão acabar por perceber que muitas daquelas ideias não têm validade e contribuem muito pouco para o bem-estar das sociedades.

Um outro problema é que a esquerda mais radical se "apropriou" de certa forma com as questões climáticas e também isso contribuiu para atrair muitos jovens. Esta é uma causa que deveria ser muito mais explorada pelos partidos do centro, que também têm bastante dificuldade em atrair eleitorado mais jovem.
A extrema esquerda sempre foi mais atrativa para as pessoas mais novas por várias razões, rebeldia, menor preocupação com questões económicas, maior relação com causas culturais e de liberdade de costumes. À medida que crescem vão passando mais para o centro.
Já era assim há 20 e 40 anos. Nos EUA, como cá e em todo o lado.
Se cresceu ou não é tremendamente difícil de afirmar, porque também é de quantificar.

Em relação às questões climáticas tb não é de agora estarem mais ligadas à esquerda. O Greenpeace não sendo declaradamente já era há 30 anos um movimento de tendência claramente de esquerda. Aliás, por uma questão de princípio, estando mais associada ao bem comum é normal ser uma causa mais querida à esquerda (obviamente não exclusiva).
 
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Ripas

Fodei-vos
6 Março 2019
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Tenho vista para o Dragão.
Se são frequentes e evidentes, então o que é que a tua querida esquerda fez para tentar corrigir isso ao longo das últimas décadas? De 76, em que deixamos de ter governos provisórios, até aos dias de hoje a esquerda esteve 22 anos no poder, ou seja, metade do tempo... A partir de 2021 passaremos a ter a esquerda como a ala política que esteve mais tempo a liderar este país em democracia.

Sacanas desses fdp da direita que estão sempre a puxar este país para baixo.
 

Ruben1893

"Clube aparenta ser um quintal"
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MiguelDeco

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2 Setembro 2013
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Depois acordam no dia a seguir às eleições petrificados, indignados, a insultar o povo e a perguntarem-se o que é lhes aconteceu.
Um bolsonaro chegou ao poder, não foi por causa de questões morais nem de género, foi pela pobreza e pela criminalidade.
Houveram ditaduras nos anos 30, não foi pela corrupção nem por questões de género, foi pela fome e por uma ausência de esperança no futuro.
A fome e a ausência de esperança no futuro vieram de quê, na época do salazar? Não terá sido, à semelhança daquilo que vemos hoje em dia, da constatação da população que existe neste país uma imensa corrupção instalada que tem tanto de crónica como de insolúvel?
Agora pensava-se era que a história já tivesse ensinado alguma coisa. Pelos vistos não.