Mika-Genebra disse:
Este problema dos terroristas nao digo que seja facil de resolver mas os interesses de X ou Y tambem complica e de que maneira.
Basicamente "estamos" numa luta contra terroristas, pessoas que nao tem vergonha ou receio de matar gente inocente. Esses terroristas ja atacaram todos os paises "relevantes" do globo, e continuam a tentar (umas vezes conseguem outras os atentados sao evitados).
Os politicos desses paises "importantes" dizem todos que esta na hora de acabar com isso etc etc, lamentam as mortes a cada atentado etc etc, mas vai-se a ver e sao eles proprios que vendem as armas ou tem interesses especificos nas zonas à volta do EI.
Se nao fossem uma cambada de hipocritas e que quisessem MESMO acabar (ou pelo menos diminuir drasticamente o EI), "bastava" que todos, em vez de andarem com discursos hipocritas, se juntassem e atacassem de forma feroz e conjunta o EI.
Se as tropas de EUA, Russia, França e outros se juntassem a sério e bombardeassem toda a zona ocupada pelo EI algum dia os gajos resistiam?
Isso provavelmente nao evitaria outros terrores no futuro porque muitos que se radicalizaram ja regressaram à Europa e a qualquer momento podem atacar. Mas pelo menos a "sede" onde os gajos sao endoctrinados ia com o crl. Atacar a "raiz" é vital.
Tu tens razão nalgumas coisas.
Primeiro importa entender que, em política externa, cada pais protege os seus interesses ou os interesses do seu bloco. Ora, para já, para entendermos o Médio Oriente é muito importante entender que o Petróleo é um recurso económico muito importante para o Ocidente. Mas mesmo muito. Qualquer instabilidade na Arábia Saudita seria perigoso para a nossa economia. Provocaria imediatamente uma crise sem precedentes. Basta olhar para a história para perceber isso. Então quando dizem "é tudo por causa do petróleo", deveria-se dizer "também é por causa do petróleo e recursos naturais". As pessoas são inocentes ao ponto de achar que deveríamos deixar que um recurso natural muito mas muito importante para a economia ocidental fosse destabilizado?
Depois dizes e com razão que muitos países vendem armas e recursos nesses países. Mas partes do pressuposto que, se eles não vendessem, ninguém vendia. E todo o exemplo que quiseres arranjar contraria isso. Imagina a situação na Síria e o programa de treino e armamento de grupos rebeldes moderados. Tens uma revolução em curso, num país que possui um regime que é hostil ao Ocidente (i.e. que não protege os interesses Ocidentais na região, e já percebemos o quão importante é a região para o Ocidente). Tu tens obrigatoriamente de aumentar a tua influência, porque se não o fizeres, e se um determinado grupo chegar ao poder, não vais ter influência sobre esse grupo. Mas ainda assim, os EUA tem uma capacidade histórica para fazer merda nesse tipo de situações, isto é, de se envolverem e depois deixarem de se envolver conforme muda a Administração (veja-se Afeganistão com Reagan/Bush I e depois Clinton), por exemplo. De permitirem que um regime como o Iraquiano, que apoiava sectarismos e que tinha uma grande influência no Irão se mantivesse no poder (de forma democrática, o que é irónico, no mínimo).
Sobre atacar o terrorismo, tens de perceber que não é do interesse de ninguém praticamente atacar o Daesh numa coligação onde entrassem regimes tão opostos como o da Rússia e o dos EUA. Porquê? Porque os vazios de poder são sempre ocupados. E qualquer um dos blocos vai querer ter influência nesses regimes, porque se situam em zonas muito importantes do ponto de vista estratégico.
A bombardear não resolves praticamente nada. Ninguém concorda que bombardear seja solução. É mais para conter. Há sempre problemas Mika, porque não sabes o que bombardear por norma. Dai tens de ter sempre gente no terreno. Mas isso é um risco muito mas muito grande para os líderes, porque não podem andar a dizer que não tem gente no terreno, e depois serem apanhados com gente no terreno (vide Obama)...
Numa coisa tens razão: o Daesh era aniquilado numa semana. Os EUA já mostraram do que são capazes quando a sua força militar é usada em termos (e não te iludas, os EUA são a maior força militar da história, numa guerra convencional, todos os países do mundo unidos contra os EUA não teriam a mínima hipótese). Mas isso implica determinadas coisas que os líderes não querem. Porque para obteres informação por exemplo, vais ter de usar formas de tortura, para manteres o "tempo" das operações. Para desmantelar uma rede terrorista (ou conte-la ao máximo) tens de ser muito rápido, muito surpreendente, e muito violento.
E as populações ocidentais não estão preparadas, na opinião pública, para este tipo de acção. Nem os líderes para a permitirem de uma forma contínua.
A nível de longo prazo, podes conter o terrorismo. Nunca o erradicas, mas controlas.