Esse exemplo que dás é uma das poucas excepções do que devia ser regra.Zeus disse:@Ripas citei-te aqui no tópico do treinador para não fazer offtopic no tópico do Oliver.
Deixa-me dizer-te que o teu comentário tem algumas coisas erradas... já andava para fazer este comentário à uns tempos então ca vai.
Primeiro erro comum dos colegas aqui no fórum é dizer que o Porto só joga com dois jogadores no meio campo, é mentira como se pode comprovar através destas imagens:
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Para uma pessoa que saiba contar até dez chega facilmente à conclusão que o Porto joga com 4 jogadores no meio campo a única coisa que muda é a disposição dos 4 no campo, ora em linha, ou em losango ou 1+3. Outro erro que muitos caiem é dizer que uma organização defensiva em 433 é mais conservadora e dá mais equilíbrio que uma organização em 442, mais uma mentira e vejamos o exemplo do Liverpool que defende em 433:
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Através desta imagem vemos duas linhas de 3 homens a primeira linha e segunda linha e para a provar que esta organização defensiva é mais arrojada que a organização defensiva do Porto (442) basta fazer um exercício básico matemático, se a primeira linha do Liverpool for batida fica a defender num 4+3 se a primeira linha do Porto for batida fica a defender num 4+4, é preciso muito treino e muita inteligência da parte dos jogadores para defender da forma como o Liverpool defende porque se não aquilo torna-se um caos.
Aquilo que muitos pedem ao Sérgio é que retire um avançado para colocar mais um médio e passe a jogar num 451 (facilmente confundido com o 433, eu tb costumo cair nesse erro) à imagem deste exemplo:
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O primeiro problema que identifico nesta organização defensiva caso o Porto a adoptasse é que retiraria o ponto mais forte do Porto do Sérgio que é a capacidade de pressionar alto recuperar bolas em zonas altas e sair na transição ofensiva, por isso é que estou completamente contra que o Sérgio retire um avançado para acrescentar mais um médio e em vez de passarmos a jogar com 4 passávamos a jogar com 5 médios, não faz sentido!
Continua-se a discutir demasiado a sistema tático não digo que não é importante mas está longe de ser o mais importante até porque o futebol não é matraquilhos e as variantes durante os 90min são constantes e o Porto do Sérgio é um bom exemplo disso, uma coisa que tb muitas vezes é descartado pelos os adeptos na análise aos diferentes jogos é as características dos jogadores que desempenham determinadas funções, por exemplo um linha média de 4 com Brahimi, Oliver, Herrera e Corona é totalmente diferente de uma linha de 4 com Corona, Herrera, Danilo e Otavio, reparem que o sistema é o mesmo linha de 4 mas a dinâmica é completamente diferente porque as características dos jogadores são diferentes e oferecem coisas diferentes, isto é muito mais relevante discutir e analisar do que estar aqui a bater no 442 433 ou 451.
A regra tem sido uma equipa demasiado esticada, setores muito afastados e espaços enormes entre eles.
Tem faltado uma mecanização devidamente oleada no apoio que os extremos devem dar aos dois elementos sozinhos no meio campo.
Essas debilidades tornam-se muito mais evidentes quando enfrentamos equipas evoluídas na troca de bola, no preenchimento dos espaços e na pressão orientada.
O modelo do Conceição depende demasiado do vigor físico dos seus jogadores em posições chave.
É esse vigor físico que permite atenuar bastante as debilidades do modelo, como já se viu na primeira metade da época passada.
Tinha dois laterais completos a fazer piscinas nos corredores, a todo o vapor.
Dois médios pujantes a transbordar pelo meio campo.
Dois avançados que eram bestas físicas.
6 jogadores que pareciam que estavam em todo o lado.
Se esses 6 estiverem sempre com grandes níveis físicos a coisa até disfarça, mas o que temos neste momento é isto:
Setor defensivo com um lateral completo, ok, mas limitado fisicamente.
O outro é um central adaptado.
1º setor desiquilibrado.
Meio campo com um elemento limitado fisicamente (Danilo) e um outro mais ou menos ao mesmo nível da 1ª metade da época passada.
2º setor desiquilibrado.
Ataque apenas com uma besta física ao mesmo nível da 1ª metade da época passada.
3º setor desiquilibrado.
O Conceição tem de reinventar o seu sistema, porque está demasiado dependente da pujança física nas posições que falei.
Precisa que a equipa jogue mais junta entre setores, para que se diminuam os espaços onde podemos ser agredidos e que permita uma circulação de bola mais segura e fluída.
Jogar assim também permite uma pressão mais eficiente, orientada, e também uma reação melhor à perda de bola.