Draconem disse:
Tinha expetativas que o Uribe ia ganhar mais metros neste jogo, mas não se confirmou. O Uribe tocou 6 vezes na bola dos últimos 35 metros e o seu maior raio de ação foi atrás da linha do meio-campo.
Manter o equilíbrio é uma virtude mas não podemos perder capacidade de encontrar soluções entre linhas. Este 4x4x2 tira-nos muito "espaço" no eixo atrás dos avançados e na zona interior. Ou vamos pelos corredores ou somos obrigados a bater na frente. A jogar contra 10, para mim, não se justificava tantas bolas do Marcano e do Pepe despejadas na frente.
O sistema de Sérgio Conceição este ano fortaleceu ainda mais defensivamente com a entrada de Uribe.
Repara, antes tínhamos Pepe ( antes Felipe ) e Marcano ( ano passado Éder Militão) com Danilo Pereira. Estes 3 jogadores com a função de realizar passes longos, destruir jogo, como construir de trás para a frente. Os 3 tinham que compensar no jogo aéreo e na antecipação seriam determinantes. Com isto, ambos os laterais podem ter liberdade para subir e realizarem o papel de ala ou medio ala. Jogadores perfeitos para este sistema de Sérgio, além de Alex Telles, seria na direita o Ricardo Pereira.
Este ano, Sérgio coloca Danilo, Pepe e Marcano nas mesmas funções e Uribe com o papel de recuperador de bolas e de colocar logo a bola na frente. Uribe tem que também ter o papel de transportar a bola e deveria aparecer mais vezes no ataque, contudo Sérgio não abdica em nada nesta possibilidade, pois prefere sempre as subidas de Alex, Corona e depois lançar as bolas para a velocidade de Marega, Luis Diaz e Zé Luís.
Ou seja, um adversário que bloqueia as laterais e fique somente lá atrás, conseguirá anular o sistema de "transição" de Sérgio, pois Uribe não assume ainda papéis mais ofensivos. Por isso Óliver teria sempre dificuldade que Uribe em principio não terá.
Agora Sérgio tem ali um desafio, pois coloca Baró como médio interior direito e para compensar as possíveis subidas de Corona. Problema é que Corona não é um atleta com o perfil de Alex Telles, não tem a mesma resistência, pulmão e visão. Teria que ser um Ricardo Pereira, que a meu ver devem ter visto isso no Saravia e possivelmente no Tomás Esteves. Ou seja, um jogador que trabalho a extremo, como na ala ou lateral.
Quase que me atreveria a dizer que ter Alex a subir na esquerda e um Luis Diaz na direita, se calhar conseguiríamos maior intensidade em ambas as alas e caramba Uribe aparecer mais vezes no ataque.
Resta saber como iremos trabalhar com o perfil de Nakajima e como conseguirá colocar Otávio em funções que Baró faz na perfeição lá atrás.
O sistema exagera na posse de bola, nos passes longos e exagera no tempo de espera que um lateral suba para assumir o ataque.