Mas vocês "esquecem-se" que o homem está há quase 7 anos no cargo. Que outro treinador esteve tanto tempo num dos grandes sem ser ele nas últimas décadas?
Estou a antecipar-me e corro o risco de engolir estas previsões mas, correndo mal esta época em termos de título nacional e taças, vai sair do clube com 3 títulos nacionais e mais umas 7 taças (3 de Portugal, uma da Liga e 3 Supertaças, salvo erro). Sinceramente, é um bom registo mas não é um registo extraordinário. Por exemplo, trocava uma ou duas taças por mais um título nacional neste período.
Sim, apanhou uma SAD decrépita que não lhe deu muitos craques. Mas gastou-se muito dinheiro nestes 7 anos. É um facto. Dinheiro que se calhar daria para trazer mais craques e menos entulho se melhores escolhas tivessem sido feitas.
Também não vale a pena falar do polvo porque ele sempre andou bem ativo. O NES e o Lopetegui que o digam.
Isto dava para uma longa conversa mas, na minha opinião, o registo do Conceição é bom mas longe de extraordinário. Os seus defensores dirão: apanhou um período negro do clube em termos financeiros. OK, é um fator mas acho que não explica tudo porque, como disse atrás, gastou-se muito dinheiro. Mesmo assim, mesmo com polvos e SAD em decadência óbvia, era possível ter feito mais e melhor.
3 títulos nacionais em 7 anos, com a vantagem óbvia de ter tido mais do que tempo para solidificar a sua ideia de jogo e ir evoluindo o mesmo aos jogadores que chegaram, sabe a pouco em termos de títulos nacionais. Em termos de taças melhor era difícil, sim.
Passará a registo extraordinário se vencer o 4º título em 7 anos. O que é que um Villas Boas ou um Mourinho não teriam feito e conquistado a mais no clube se tivessem ficado 7 anos seguidos por cá?
Os outros são os adversários do FC Porto, nao são os seus treinadores individualmente, e já agora não é o SC individualmente, é o FC Porto como clube, com o Sérgio Conceição.
Que no fundo é o que me interessa, o FC Porto, não alguma individualidade específica ou comparação individual.
Foi nesse sentido que falei.
Não é só a SAd decrépita, que nos enfranqueceu pelo seu lado, os adversários também estão melhores, não vão andar eternamente com os Quiques Flores, a contratar Kings e Pringles, Caneiras, Argeis, Bergessios ou velhos acabados com nome, nem outros terem eternamente Paulos Bentos a jogar no quadrado mágique, e o Tonel e o Polga e o Postiga decrépito no ataque. Dão muito mais luta num miato de não estarem assim, como de extras (o sêlêbê conta com super padres desde 2013 e o saporte com esta aliança também começa a ir contando).
Portanto nós embora o ambicionemos não podemos ter a nossa cabeça em exigir pentas e tetras como em outros tempos em que se cumpria o binómio de sermos bem melhores e os outros serem também piores. Aliás durante anos as arbitragens (embora não ao nível completamente sem vergonha do que vemos desde 2013) o máximo que serviam era para evitar vergonhas e para não teres vários campeonatos seguidos que em Dezembro já se sabia o campeão quase.
No entanto obviamente e reportando-nos ao futebol podemos e temos de exigir que se jogue muito muitoooo mais do que "isto" que estamos a jogar esta época.
Mas os portistas não podem pensar que estamos num tempo de grandes desiquilibrios de forças e em que se vai ganhar uma grosa de campeonatos seguidos.
O enfike só o conseguiu, aquele treta, com corrupção visível a todos e conhecida e em vários campos simultaneamente e sempre ganho à tangente e sem qualquer brilhantismo tirando uma época em que não teve rivais porque o único que o era fez aquele acidente de escolher um "novo Quinito" e pronto, mas foi uma excepção que por o ser se auto-justificou como tal.
Há um equilibrio maior por tudo o apontado.
Estamos num período mais análogo com os anos 80, naquele período de transição entre o soltar as amarras do FC Porto e o estabelecer-se.
Houve muito saltitar de títulos.
É um bom trabalho tendo em conta as condicionantes claro.
Extraordinário é quando se ganha um título continental.
No entanto esta época temos estado francamente mal, e a responsabilidade é sempre do timoneiro.