Actualidade Nacional

bluemonday

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4 Maio 2024
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  • Reinaldo Teles
  • José Maria Pedroto
... a chamada de atenção em torno da pretensa obrigatoriedade de respeitar valores e cultura tem toda a razão de ser, independentemente da disseminação de notícias falsas. Quais são os valores e cultura a que cada um de nós, no dia-a-dia, somos obrigados a observar? Pensemos em cada um de nós, não nos imigrantes, pois se estes têm os tais deveres, nós também teremos. Coisas que não façam parte da lei. Importa esclarecer de que se fala ao certo... normas sociais que não têm força de lei? Quais?.... etiqueta? Costumes culturais?... que conversa é essa? Convém materializar.
As Constituições não são alheias a valores. Subjaz à nossa Constituição um quadro axiológico bastante vincado. Portanto, quando o Gonçalo Ribeiro Telles diz: « Os imigrantes não têm de respeitar qualquer cultura, valor ou modo de vida português. Isso não existe. Têm, sim, de respeitar as leis portuguesas e todos os valores e princípios consagrados na constituição.», estamos perante um enorme contrasenso.

Quanto aos aspetos culturais que não encontram respaldo jurídico, são evidentes. Qualquer um que leia uma obra do Eça de Queirós facilmente poderá notar isso.

E, já agora, a Moral, a Religião, etc., independentemente do facto de não terem o aparelho coativo do Estado a seu bel-prazer, não deixam de ser ordens normativas importantíssimas para o Homem. Especialmente a Moral - são estes conjuntos de cânones que guiam a atuação de cada um de nós no seu dia-a-dia, antes e para além do Direito, não raro em conflito com este.

Além disso, nem é por acaso que se admite o costume como uma fonte de direito.

De todo o modo, o problema com alguma imigração reside mesmo no desrespeito de valores e normas consagrados pela Constituição e por outros diplomas. Claro está que o imbróglio não tem que ver com a hipótese de se gostar ou não de fado, de bacalhau ou de comemorar o São João.
 

wolfheart

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30 Novembro 2015
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Bragança
Sim,

Homicídio involuntário.

Es julgado e provavelmente ilibado.

Mas com a justiça tuga é imprevisível
Estavam para aí uns parças felizes da vida e a esfregar as unhas, pensando que a indiciação do PSP por homicídio era sinal de culpabilidade automática…. tipo uma vitória moral, do nós bem avisamos "que o policia é que era o mau" e o "assaltante á mão armada, traficante" era o bom da fita…
Malta que se congratulou mais com esta noticia, de que com a noticia, da detenção de quem tentou matar o Condutor do Autocarro por imolação, esse sim um inocente…
É difícil compreender ...mas há gente assim.
 
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bluemonday

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4 Maio 2024
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  • Reinaldo Teles
  • José Maria Pedroto
É um fenômeno Mundial. E dificilmente erradicado.
Tal como a violação é um fenómeno mundial. Não deixa de ser mais prevalecente em certos países.

Existe uma diferença entre o Reino Unido, que desde o século XIX fornecia mecanismos de defesa à mulher vítima, e Portugal, que só os consagrou efetivamente após o 25 de abril.
 

Manageiro de futból

Tribuna Presidencial
25 Julho 2007
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Eu não tenho problemas nenhuns em entrar no meu prédio e ter os corredores a cheirar a chamuças e a caril. Nem tenho problemas que o tasco que servia vinho de pacote, presunto, iscas e tinha meia dúzia de borrachões à porta agora seja uma chafarica que vende kebabs e meia dúzia de marmelos encostados à parede da rua.

A cultura é um ser vivo em constante transformação. Não vale a pena dizer que ser português é isto ou aquilo quando há 100 anos atrás éramos completamente diferentes.

No entanto, há direitos que Portugal e a sociedade ocidental conquistou que são inegociáveis.
Ver uma mulher de burka ou lá como se chama o cortinado que traz na cabeça é uma afronta a todas as mulheres e a sua liberdade. E isso, para mim, não é nem devia ser permitido.

Não podemos permitir tudo em nome do multiculturalismo. O mundo não é a Rua Sesamo onde no fim do dia acabamos todos de mãos dadas a cantar uma canção.
É um local feio onde basta uma pequena distracção para regredirmos centenas de anos.

Mas também não há como não adorar a hipocrisia que reina na esquerda caviar deste país relativamente ao multiculturalismo.
Mas isso fica para outro episódio.
Diz lá que não é bonito ver a esquerda a marchar pelos direitos LGBTIQA+ à sexta-feira e ao sábado estar ao lado de imigrantes homofóbicos.

Mas lá está, a esquerda por principio lutará sempre ao lado dos desprotegidos e dos desprivilegiados. E isso às vezes pode ser contraditório.
 
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J | [Ka!s3r^].

Tribuna Presidencial
7 Abril 2012
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  • Alfredo Quintana
O que eu acho fascinante nessa conversa é que é a mesma direita conservadora que quer acabar com as aulas de cidadania porque a "educação dos meus filhos sou eu que a dou", que depois quer que os imigrantes sigam os nossos valores e cultura, quase como se fosse preciso reeducá-los.
Afinal temos ou não valores que são comuns à nossa sociedade, como a igualdade de género ou o respeito pelas minorias? Pelos vistos depende.
Tudo isto é nebuloso. O que se quererá expressar com modo de vida, "o nosso modo de vida", num país com mais de dez milhões de habitantes? Cada cidadão tem o seu próprio modo de vida, empreende as suas próprias práticas sociais e culturais, tem a sua escala de valores... à margem do que prescreve a lei. Não há uma única forma de se ser português ou europeu. A vida comum é sim regulada por normas formais que enquadram as vivências individuais e colectivas, de carácter mandatório. Mas o que daí resulta não esgota toda a prática social... De facto existem normas além da lei, coercivas até certo ponto, mas não obrigatórias. Ou não penalizadas em caso de incumprimento. O mesmo serve quanto à ideia de identidade nacional. O que dela é estritamente impositivo encontra-se formalizado...

Mais vale dizer que não se quer pessoas provenientes de país x, y e z. Por esta e aquela razão. Ou que se dá preferência a pessoas que dominem a língua portuguesa. Coisas claras e palpáveis, que possibilitem um qualquer debate. De contrário... pouco se compreende além do soundbyte.
 

bluemonday

Tribuna
4 Maio 2024
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  • Reinaldo Teles
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Diz lá que não é bonito ver a esquerda a marchar pelos direitos LGBTIQA+ à sexta-feira e ao sábado estar ao lado de imigrantes homofóbicos.

Mas lá está, a esquerda por principio lutará sempre ao lado dos desprotegidos e dos desprivilegiados. E isso às vezes pode ser contraditório.
Isso é treta. Tanto a direita como a esquerda só o fazem por estratégia eleitoral.

O problema é mesmo a polarização inerente. Português bom, imigrante mau. Pobre bom, rico mau.

Prefiro um imigrante bom do que um português mau. Condeno-os de igual forma caso cometam o crime, embora depois defenda medidas legais distintas (deportação em certos casos, por exemplo). Se tenho um gajo homofóbico e machista ao meu lado, não vou marchar com ele só porque é pobre. Tal como não vou marchar com um português criminoso ao meu lado só porque é português.
 
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Tiagotg999

Tribuna Presidencial
19 Maio 2016
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Vila Das Aves
O que eu acho fascinante nessa conversa é que é a mesma direita conservadora que quer acabar com as aulas de cidadania porque a "educação dos meus filhos sou eu que a dou", que depois quer que os imigrantes sigam os nossos valores e cultura, quase como se fosse preciso reeducá-los.
Afinal temos ou não valores que são comuns à nossa sociedade, como a igualdade de género ou o respeito pelas minorias? Pelos vistos depende.
Eu sempre que leio "direita conservadora", só me vem á cabeça o célebre vídeo (que depois foi satirizado pelo humorista Guilherme Duarte) do deputado Pedro Frazão e restantes betos a pedirem o "regresso das missas" em plena altura de COVID-19.

É a imagem que tenho desses "conservadores": betos, 250 filhos, calça bege, missa ao sábado e domingo, peidos são dados numa zona especifica da casa e nunca na presença dos outros elementos da família, tratar os filhos por "você", dar umas pinocadas por fora...sim porque pinar a mulher só para procriar.
 

Manageiro de futból

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25 Julho 2007
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Mas a violência doméstica, entre nós, é mesmo em parte um problema cultural.
Certo. Não digo o contrário. Eu não nego que existe um problema de violência sexual no Indostão ou no sub-continente asiático. Só acho que não se deve reduzir 1/5 da população mundial ao traço geral caricatural de que todos são predadores sexuais e que atacam em grupo, como se fossem leões.

Estava a responder a uma pessoa que dizia que um tipo que assassinou a esposa e a enteada tinha um problema psicológico grave.
Não sabemos se tinha ou não. Pelo menos, eu não sei. Até podia ter. Não podemos é achar que um crime feito por um estrangeiro é cultural e um crime cometido por um português é psicológico. Muita da violência doméstica vem de uma cultura de machismo e dominação.
 
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Manageiro de futból

Tribuna Presidencial
25 Julho 2007
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Eu sempre que leio "direita conservadora", só me vem á cabeça o célebre vídeo (que depois foi satirizado pelo humorista Guilherme Duarte) do deputado Pedro Frazão e restantes betos a pedirem o "regresso das missas" em plena altura de COVID-19.

É a imagem que tenho desses "conservadores": betos, 250 filhos, calça bege, missa ao sábado e domingo, peidos são dados numa zona especifica da casa e nunca na presença dos outros elementos da família, tratar os filhos por "você", dar umas pinocadas por fora...sim porque pinar a mulher só para procriar.
Eu confesso, penso sempre no pai de Famalicão.
 

Filipe Mendes

Bancada central
24 Janeiro 2024
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Diz lá que não é bonito ver a esquerda a marchar pelos direitos LGBTIQA+ à sexta-feira e ao sábado estar ao lado de imigrantes homofóbicos.

Mas lá está, a esquerda por principio lutará sempre ao lado dos desprotegidos e dos desprivilegiados. E isso às vezes pode ser contraditório.
Mas essa é a hipocrisia que eu critico.
A esquerda caviar (não a esquerda moderada, atenção!) não quer muito saber dessas lutas. Quer é monopolizar e apropriar-se do eleitorado. Nada mais do que isso. São meros populistas a desfrutar da ignorância e necessidades das pessoas.

Este último caso do despedimento das grávidas é o exemplo acabado.
Tudo farinha do mesmo saco.
Mas para quem está familiarizado com a teoria da ferradura não vê propriamente novidade nestas coisas.
 
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MiguelDeco

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2 Setembro 2013
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  • Hulk
  • Alfredo Quintana
1738251473696.png

Bater no gajo depois de levar um tiro - Check
Inventar facas na mão da vítima - Check
Falsificar o auto - Check

Pensava eu que iam admitir que estavam a mentir. Afinal continuam a marrar na mentira. O normal.

Ps: ver estes gajos que acusam tudo e todos a defender a presunção de inocência é de ir ás lágrimas..
 
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Manageiro de futból

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25 Julho 2007
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LoL

Ainda vamos a ver que um destes gajos é afinal um destes calhaus que por aqui andam com este discurso..
Agora imagina, a viabilidade de um governo regional depender dos caprichos de um gajo destes.
 

Tiagotg999

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19 Maio 2016
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Vila Das Aves
Eu confesso, penso sempre no pai de Famalicão.
Esse caralho preocupava-se com o facto de serem dados módulos de “educação para a igualdade de género” e “educação para a saúde e sexualidade”.

Seria irónico um dos filhos vir a ser homossexual e o outro engravidar a prima só porque desconhece por completo métodos de contraceção (que podia aprender na escola).
 

bluemonday

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4 Maio 2024
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  • Reinaldo Teles
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Eu confesso, penso sempre no pai de Famalicão.
Acho que a questão do pai de Famalicão não é tão clara como pode parecer à primeira vista.

De facto, se fosse pai, eu cagava. A mente do meu filho não vai ser manipulada só por ir a aulas de Cidadania. Além disso, é notório que o pai colocou os seus interesses ideológicos e a sua agenda à frente dos interesses do filho. Ainda por cima, normalmente as aulas de Cidadania servem para fazer TPC ou falar de problemas das turmas.

Por outro lado, quando tu tens, no programa da disciplina, matérias que são enformadas por ideologia, devias ter a possibilidade de recusar que o teu filho participe nessas aulas. Atenção que eu não estou a transmitir uma opinião minha; o Tribunal Constitucional, a respeito de outros assuntos, já deu esse entender.

Seguiu-se posteriormente uma luta mesquinha e inútil entre Estado (melhor dizendo, governo) e pai de Famalicão. Quem foram os grandes prejudicados? Os filhos.

A questão também segue noutros campos, suscitando a velha pergunta: os pais gozam de um poder-dever quanto aos filhos, ou trata-se de um verdadeiro direito subjetivo seu perante estes? A resposta a esse dilema é extremamente relevante para solucionar possíveis problemas.
 

J | [Ka!s3r^].

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7 Abril 2012
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  • Alfredo Quintana
As Constituições não são alheias a valores. Subjaz à nossa Constituição um quadro axiológico bastante vincado. Portanto, quando o Gonçalo Ribeiro Telles diz: « Os imigrantes não têm de respeitar qualquer cultura, valor ou modo de vida português. Isso não existe. Têm, sim, de respeitar as leis portuguesas e todos os valores e princípios consagrados na constituição.», estamos perante um enorme contrasenso.

Quanto aos aspetos culturais que não encontram respaldo jurídico, são evidentes. Qualquer um que leia uma obra do Eça de Queirós facilmente poderá notar isso.

E, já agora, a Moral, a Religião, etc., independentemente do facto de não terem o aparelho coativo do Estado a seu bel-prazer, não deixam de ser ordens normativas importantíssimas para o Homem. Especialmente a Moral - são estes conjuntos de cânones que guiam a atuação de cada um de nós no seu dia-a-dia, antes e para além do Direito, não raro em conflito com este.

Além disso, nem é por acaso que se admite o costume como uma fonte de direito.

De todo o modo, o problema com alguma imigração reside mesmo no desrespeito de valores e normas consagrados pela Constituição e por outros diplomas. Claro está que o imbróglio não tem que ver com a hipótese de se gostar ou não de fado, de bacalhau ou de comemorar o São João.
Concordo, com algumas reticências. Não vejo qualquer incoerência, pois os valores que temos necessariamente de respeitar encontram-se eles próprios inscritos na lei. Aliás, bastará ler os primeiros artigos da Constituição. Afinal, que é a lei senão uma forma de organizar a vida social conforme os valores defendidos, e a sua hierarquia, por uma determinada sociedade? Haverá mais valores e mais realidade para lá da lei, mas não os podemos forçar. Não significa que não possam ser relevantes, porém a sua observância não nos é legalmente imposta.

A discussão, creio, não deverá assentar em tais termos. No mínimo, em coisas concretas e escrutináveis, passiveis não só de debate mas de estudo. Não falamos de comer bacalhau nem de comemorar o São João, certo. Falamos então de quê? Exemplos de coisas concretas, de coisas sociais e culturais, supõe-se, que os imigrantes (todos nós, conclusão óbvia) têm forçosamente de respeitar e que não se encontram na lei.
 
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Manageiro de futból

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25 Julho 2007
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Mas essa é a hipocrisia que eu critico.
A esquerda caviar (não a esquerda moderada, atenção!) não quer muito saber dessas lutas. Quer é monopolizar e apropriar-se do eleitorado. Nada mais do que isso. São meros populistas a desfrutar da ignorância e necessidades das pessoas.

Este último caso do despedimento das grávidas é o exemplo acabado.
Tudo farinha do mesmo saco.
Mas para quem está familiarizado com a teoria da ferradura não vê propriamente novidade nestas coisas.

Concordo, mas não entendo completamente. Sabes porquê? Se esta abordagem for motivada por razões eleitorais, então é uma estratégia completamente errada, como demonstram os últimos resultados eleitorais. Estão presos num círculo fechado, a falar apenas para quem já partilha das mesmas ideias.
Por outro lado, se forem privados deste discurso, ficam sem mais nada para defender. O partido sofreu um esgotamento ideológico desde que temas como os direitos reprodutivos das mulheres, a legalização do consumo de drogas e o casamento entre pessoas do mesmo sexo se tornaram conquistas consolidadas. Falta agora reformular o discurso para abordar os desafios actuais. Mas enfim, essa é uma discussão que deve ser feita nos espaços internos do partido.

O que me preocupa é que, enquanto a esquerda já compreendeu esta questão, à direita do PSD e da IL ainda há muita gente a cair no canto da sereia.
 

wolfheart

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30 Novembro 2015
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Bragança
Concordo, com algumas reticências. Não vejo qualquer incoerência, pois os valores que temos necessariamente de respeitar encontram-se eles próprios inscritos na lei. Aliás, bastará ler os primeiros artigos da Constituição. Afinal, que é a lei senão uma forma de organizar a vida social conforme os valores defendidos, e a sua hierarquia, por uma determinada sociedade? Haverá mais valores e mais realidade para lá da lei, mas não os podemos forçar. Não significa que não possam ser relevantes, porém a sua observância não nos é legalmente imposta.

A discussão, creio, não deverá assentar em tais termos. No mínimo, em coisas concretas e escrutináveis, passiveis não só de debate mas de estudo. Não falamos de comer bacalhau nem de comemorar o São João, certo. Falamos então de quê? Exemplos de coisas concretas, de coisas sociais e culturais, supõe-se, que os imigrantes (todos nós, conclusão óbvia) têm forçosamente de respeitar e que não se encontram na lei.
Tipo os valores de a mulher não ter de andar três passos atrás do homem na rua. Ou o valor de só poder sair á rua acompanhada de um familiar masculino. Ou o valor de poder tirar a carta de condução ou ir a um estádio de futebol.
Há cá gajos que tratam as mulheres como se fossem de segunda ? Há. É a maioria dos homens portugueses que trata assim as suas mulheres ? Não.
 
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bluemonday

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4 Maio 2024
3,673
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  • José Maria Pedroto
Concordo, com algumas reticências. Não vejo qualquer incoerência, pois os valores que temos necessariamente de respeitar encontram-se eles próprios inscritos na lei. Aliás, bastará ler os primeiros artigos da Constituição. Afinal, que é a lei senão uma forma de organizar a vida social conforme os valores defendidos, e a sua hierarquia, por uma determinada sociedade? Haverá mais valores e mais realidade para lá da lei, mas não os podemos forçar. Não significa que não possam ser relevantes, porém a sua observância não nos é legalmente imposta.

A discussão, creio, não deverá assentar em tais termos. No mínimo, em coisas concretas e escrutináveis, passiveis não só de debate mas de estudo. Não falamos de comer bacalhau nem de comemorar o São João, certo. Falamos então de quê?
O meu entender limita-se tão só ao panorama jurídico. Todas as minhas reticências em relação a conduta de alguns imigrantes prendem-se com isso. Sei que estás a falar do Pedro Nuno, mas convém lembrar que: i) o PNS não é conhecido por ser propriamente um doutrinador eloquente e; ii) fez isso só para não perder o comboio eleitoral.

No entanto, eu vejo sim uma incoerência no que o Gonçalo Ribeiro Telles diz. Pois, se devemos respeitar a Constituição e os seus valores e princípios, também devemos respeitar a cultura e os valores portugueses; a diferença é que estes estão espelhados na Constituição segundo um critério de mínimo denominador comum, só está lá o essencial para organizar a vida em comunidade, privilegiando o direito à diferença. Ponto é: a cultura e os valores portugueses estão lá, pelo que, ao contrário do que diz GRT, eles existem e devem ser respeitados. O autor tenta traçar uma destrinça entre valores constitucionais e valores culturais portugueses (correção - nega a existência destes), quando na verdade se tratam de dois enormes círculos: o grande círculo dos valores culturais portugueses, e dentro dele outro círculo, bastante mais pequeno, dos valores constitucionais. O que releva - melhor dizendo, o que basta para atenuar qualquer incompatibilidade entre imigrantes e portugueses - está na Constituição, o mesmo é dizer, está na nossa ordem jurídica como um todo. Não é preciso sair desse quadro para solucionar qualquer problema.

Atento ainda para o facto de alguns valores constitucionais não estarem presentes na Constituição. Com efeito, para determinar aquilo que são os nosso valores constitucionais, temos de conciliar vários diplomas (Constituição, leis infraconstitucionais, Declaração Universal dos Direitos do Homem, acordos internacionais, cartas comunitárias, etc.).
 
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