Quando falo do 1%, e coloquei dentro de aspas exatamente para evitar associações fáceis com teorias de conspiração, refiro-me concretamente a grupos económicos que têm controlo efetivo sobre setores estratégicos e têm capacidade real de influenciar decisões políticas e legislativas. Não por manipulações secretas, mas através de lobby formal, financiamento de campanhas ou presença institucional nos centros de decisão.Pagavam salários aceitáveis nos que pudessem ser competitivos os outros fechavam.. se fores a um super mercado vais ver que a maior parte da fruta não é portuguesa... há uns tempos andavam os agricultores de laranja a deitar fora laranja e no supermercado havia laranja da africa do sul...
A questão é essa, se as coisas fossem colocadas como colocas acho que não há problema, a questão é que andam a enganar as pessoas e a dizer que o que estão a fazer é para haver estado social.. Eu tambem já passei essa fase, agora é só ver os hipócritas que andaram a defender isto a chorar lagrimas de crocodilo.
Mas tambem não podes falar dessa forma sobre o 1% quando defendes que se importe mão de obra barata para eles..
Obviamente têm interesse que as transformações estruturais, como a transição energética, digitalização, descarbonização, etc, ocorram de forma previsível e a uma velocidade que permitam manter os setores sob o seu controlo. Ou seja, mantêm as alterações ao ritmo que os seus modelos de negócio precisam para se ajustar sem perder margens ou quotas de mercado.
A polarização da opinião pública serve apenas para isso. Podem prolongar os processos de decisão e manter os ritmos de mudança dentro de parâmetros confortáveis. Enquanto houver resistência social, independentemente de que lado (geralmente do conservador, mas nem sempre), existe margem para adiar essas medidas e evitar transições disruptivas que poderiam alterar equações de poder.
Quando Milei foi eleito, suspendeu o financiamento às cozinhas comunitárias e deixou as pessoas mais necessitadas à fome. E a pobreza até aumentou antes de começar a baixar.A pobreza na Argentina baixou para os 31% quando era de 42%, quando Milei foi eleito. Como é que existe mais gente a passar fome?
A inflação baixou de 13% para 2%. Defices controlados. PIB argentino a subir na casa dos 7%. Nao percebo de onde vem essa história de ter lá mais gente a passar fome.
Convém também referir que o limiar da pobreza na Argentina não é calculado da mesma maneira que na Europa. Baseia-se num método de rendimento absoluto, comparando o rendimento dos agregados com o custo de um cabaz básico de bens essenciais, uma espécie de peso relativo da alimentação nos gastos das famílias. Com a redução da inflação e com o aumento dos stocks (já chego aqui), foi possível estabilizar essa parte e reduzir estatisticamente a taxa de pobreza. Não significa que as pessoas estejam a viver melhor.
O aumento dos stocks tem também a ver com a renegociação com o FMI que foi feita no final do ano passado, e que se recuares milhares de páginas aqui, verás que foi algo que defendi que tivesse sido feito imediatamente após a eleição. A Argentina esteve vários meses à la Venezuela com um colapso de abastecimento, porque a liberalização abrupta do câmbio e o fim dos controlos de importação tornaram inviável a reposição de produtos. As pessoas iam ao supermercado, mesmo com dinheiro, e só encontravam prateleiras vazias.
Nunca na vida me viste a defender o Lula. Mas já estou habituado aos teus whataboutisms...Continuas a defender políticas tipo Lula... Não eras um dos que se riam do Milei há uns meses ????
A vaga de migração do Brasil, para o mundo inteiro continua a aumentar.....de muitos que votaram Lula.
Teoria é teoria....