Disseste bem, tem vários de nível medio bom, e falta um grande líder... eu continua a ter uma pena o Joao não ter ido para lá. O cenário na UAE parece cada vez mais negro.
Digo com alguma tristeza que o João qualquer dia acomoda-se, visto que há o risco de ser ultrapassado. Só se andar a apostar no Giro nos próximos 4 anos. O Ayuso qualquer dia está a morder os calcanhares do Tadej.
Eu sei que alguns aqui não gostam da Movistar, mas eu já vi coisas na UAE este ano que na Movistar nunca aconteceram. Houve erros estratégicos na Movistar, principalmente nos tempos da liderança tri-partida. Mas o principal problema da equipa era falta de pernas, embora um mau ambiente entre os líderes não ajude.
Primeiro o Unzué nunca iria apostar num miúdo de 19 anos como líder, não por achar que ele não estivesse preparado fisicamente, mas não o iria meter à frente do Mas e do Valverde na hierarquia a curto prazo ou mesmo equipirá-lo a estes dois. Os estatutos também importam. O Ayuso iria ter de conquistar o seu lugar, trabalhando para um deles e provavelmente até iríamos ver uma grande volta em que o Ayuso estava mais forte que o líder, ao estilo do Quintana 2013. Aí as coisas começavam a mudar.
Segundo não me lembro de ver um gregário com a liberdade que vimos o Soler usufruir na Emirates. A Movistar, por vezes, dava ordens ao Soler para ir para a fuga, mas o objetivo era quase sempre usá-lo como ponte ou fazê-lo descair. A vitória na etapa era secundária. Mesmo a etapa que ele ganha em 2020, não foi porque o protegeram. O Soler trabalhou a subida toda até não conseguir mais, foi descarregado e quando voltou na descida, passou por todos a alta velociadade sem resposta. Foi uma bela recompensa pelo trabalho que realizou.
Por último, o João é um ciclista com algum currículo e a equipa parecia disposta a dar-lhe um papel bem importante na equipa. Do que se fala até iria receber um ordenado ao nível do Bala, na casa dos 2 milhões. Iria também ajudar a tirar pressão sobre o Mas e iria ganhar ainda mais espaço na equipa após a retirada do Bala. Provavelmente geriam a situação João/Mas como fizeram com o Bala e o Nairo, pós Tour de 2015. Eram os dois líderes absolutos e se fosse preciso, um trabalhava para o outro quando uma vitória estivesse em causa.
Preferia que o João tivesse ido para a Movistar ou mesmo para a Bora, que provou no Giro que a gestão de egos funciona.Ou mesmo para a Ineos...a forma antiga de correr deles acentava-lhe bem e estão a precisar de alguém que faça a diferença.