Cubillas

Ferjo

Tribuna
18 Julho 2006
4,890
31
Perth Australia
> Timofte 2-3 Comentou:

conquistou a TP porque participou na campanha...mas não a ganhou efectivamwnte >


Qual e\' a diferenca entre conquistar e ganhar efectivamente?

Jogou na Competicao, venceu! qual \'e a duvida?


Os dados que citei sao de um site que tem supostamente todos os dados oficiais da carreira do jogador. Com total de jogos e golos oficiais e respectivos parciais por epoca, por clubes e por competicao.


Onde estavas ROALMEIDA e sdvaladares aqui h\'a 4 meses atr\'as?, o que eu andei \'a procura destes dados.... ;-)
 
H

hast

Guest
Este homem é venerado

http://www.dailymotion.com/video/x2xzwc_teofilo-cubillas-el-nene_sport

mais

http://blog.pucp.edu.pe/fernandotuesta/entrevista-al-gran-teofilo-cubillas
 

jsm

Tribuna
29 Abril 2007
3,319
16
Como já disse vi o Cubillas em dois mundiais, no de 70 onde foi simplesmente genial a par do Pelé, do Jairzinho ou do Tostão e no de 78 onde já esteve menos bem. De qualquer modo a sua passagem pelo Porto foi um dos grandes momentos do nosso clube. Pena ter vindo numa altura em que ainda lambiamos as feridas de anos de desilusão...mas foi por pouco...
 
L

luis casals

Guest
no dia que chegou ao porto,foi uma felecidade para todos os portistas,era um heroi,treinou durante a semana e jogou em guimarães e teve logo um penalty para euforia de toda a nação portista mas falhou :).Já não ,e lembro desse resultado mas lembro-me de jogos fantasticos desse grande sr TEOFILLO CUBILHAS
 
R

ROALMEIDA

Guest
> luis casals Comentou:

> no dia que chegou ao porto,foi uma felecidade para todos os portistas,era um heroi,treinou durante a semana e jogou em guimarães e teve logo um penalty para euforia de toda a nação portista mas falhou :).Já não ,e lembro desse resultado mas lembro-me de jogos fantasticos desse grande sr TEOFILLO CUBILHAS
__________________________________________________________



Não foi esse o 1º jogo de Cubillas.

Esse jogo em Guimarães foi na 22ª (0-0).

Na jornada anterior, a 21ª, o Porto venceu em Aveiro o Beira Mar por 2-1 tendo Cubillas marcado um dos golos.

Na 20ª, nas Antas, frente ao Montijo (1-0), também jogou.

Fica a dúvida se a sua estreia oficial terá sido na 19ª jornada na Cuf (0-0), ou na referida 20ª.
 
T

Tifo1893

Guest
Ainda ontem se falou disso, há coisas do arco da velha! Fantástico...
 
H

hast

Guest
> ROALMEIDA Comentou:

> > luis casals Comentou:

> no dia que chegou ao porto,foi uma felecidade para todos os portistas,era um heroi,treinou durante a semana e jogou em guimarães e teve logo um penalty para euforia de toda a nação portista mas falhou :).Já não ,e lembro desse resultado mas lembro-me de jogos fantasticos desse grande sr TEOFILLO CUBILHAS
__________________________________________________________



Não foi esse o 1º jogo de Cubillas.

Esse jogo em Guimarães foi na 22ª (0-0).

Na jornada anterior, a 21ª, o Porto venceu em Aveiro o Beira Mar por 2-1 tendo Cubillas marcado um dos golos.

Na 20ª, nas Antas, frente ao Montijo (1-0), também jogou.

Fica a dúvida se a sua estreia oficial terá sido na 19ª jornada na Cuf (0-0), ou na referida 20ª.

* * * * *

Parece que o \"Almanaque do FC Porto 1893-2011\" será o suficientemente credível para acabar com algumas dúvidas em relação ao Teófilo Cubillas.

Pois bem, e fazendo fé no mesmo, pode-se afirmar que o Cubillas fez o seu 1º jogo oficial pelo FC Porto no dia 10 de Fevereiro de 1974, em jogo a contar para a 19ª jornada do campeonato, no Estádio Alfredo da Silva, no Barreiro.
Resultado final, 0-0. O treinador era o húngaro Bela Guttmann.

O FC Porto alinhou com: Tibi, Leopoldo, Ronaldo, Rolando e Guedes; Rodrigo (Vieira Nunes, 61\') e Bené; Oliveira, Marco Aurélio (Ricardo, 85\'), Cubillas e Nóbrega.

Na jornada seguinte, a 20ª, continuaria em branco frente ao Montijo, nas Antas. Marcaria o seu 1º golo, como disse o ROALMEIDA, e bem, na 21ª jornada, no Estádio Mário Duarte, em Aveiro, quando inaugurou o marcador aos 13\', contribuindo assim para uma sofrida vitória por 2-1.

Voltaria a marcar 15 dias depois, nas Antas, o que seria o golo da vitória (2-1), frente ao Benfica (10/03/1974).

Para a Taça de Portugal, \"molharia a sopa\" logo no 1º jogo dessa época (07/04/1974), apontando o 2º e 3º golos da goleada infligida ao Lusitânia (Açores?), 8-0.

De volta ao campeonato, só voltaria a facturar no dia 12 de Maio, na 29ª jornada, na vitória por 4-2 frente ao Boavista e por duas vezes: 1-0 aos 29\' e 4-1 aos 77´.

Nos primeiros quatro meses em que esteve ao serviço do FC Porto, disputou 16 jogos (12CN+4TP), marcando 4+2 golos, respectivamente.

Não disputou jogos da UEFA porque na época anterior (1972/73), o FC Porto, apesar de ter ficado em 4º lugar não participou nas competições europeias. Benfica 1º - TCE, Belenenses 2º e V. Setúbal 3º - UEFA, Sporting 5º (vencedor da TP) - Taça das Taças.

Voltarei outra vez a este tema, porque ainda faltam muitos números até à despedida daquele que eu considero um dos jogadores mais geniais que passou por Portugal. ;-)
 

Ferjo

Tribuna
18 Julho 2006
4,890
31
Perth Australia
Ora bem hast c\'a ficamos ansiosamente \'a espera desses magicos numeros. :)

Eu volto a fazer um apelo, quem tiver ou quem souber de um Video com um golo do Cubillas pelo FC Porto.

Hehehe, a revolucao para o FC Porto comecou em Marco e nao em Abril de 74! ;-)
 
H

hast

Guest
CUBILLAS - ÉPOCA 1974/75

Campeonato Nacional
Na sua primeira época completa e tendo como treinador o brasileiro Aimoré Moreira, o Cubillas seria um dos dois únicos titulares absolutos do plantel, (o outro foi o guarda-redes Tibi). Em 30 jogos apenas não completou dois (!): o FC Porto – V. Guimarães – 8ª jornada, E 1-1 -; saiu aos 56 minutos para dar o lugar ao Lemos e na 17ª jornada frente ao Oriental, também nas Antas, quando foi rendido pelo Júlio, aos 75 minutos
Marcou 13 golos assim distribuídos:

22/09/1974 3ª Jornada – Estádio das Antas (1 golo)
FC Porto 1-1 Sporting
Marca o golo do empate aos 84 minutos. Os leões tinham-se adiantado no marcador por intermédio de Yazalde, aos 50 minutos.

06/10/1974 5ª Jornada - Estádio das Antas (1 golo)
FC Porto 4-1 Olhanense
Nesta goleada, o peruano abriu o activo aos 10 minutos, para depois dar passo a um hat-trick de Lemos.

13/10/1974 6ª Jornada – Estádio Municipal (2 golos)
Académico 1-2 FC Porto
Em Coimbra, onde defronta o então denominado Académico, marca os dois tentos da vitória, aos 26 e 40 minutos, arrumando com a contenda.

19/10/1974 7ª Jornada – Estádio da Luz (1 golo)
Benfica 0-1 FC Porto
No último jogo em que FC Porto e Benfica estiveram frente a frente nas Antas, a contar para o campeonato da época anterior (73/74), o Cubillas tinha garantido a vitória ao marcar o 2º golo. Desta vez foi na Luz, que D. Teofilo fez questão de assinar o ponto. Marcou aos 15 minutos, de grande penalidade.

24/11/1974 10ª Jornada - Estádio das Antas (1 golo)
FC Porto 5-0 Atlético
Após um mês de jejum, marcou o 3º golo aos 63 minutos, num jogo em que Gomes abriu, Lemos bisou e Oliveira fechou.

08/12/1974 12ª Jornada - Estádio das Antas (1 golo)
FC Porto 2-0 Farense
Marca o 1º golo, aos 31 minutos. O melhor estava para vir.

15/12/1974 13ª Jornada - Estádio do Mar (1 golo)
Leixões 0-1 FC Porto
Num campo sempre difícil, naquela altura ainda o era mais e por variadíssimas razões, Cubillas fez questão de mostrar toda a sua categoria, marcando um golo de antologia, um golo só alcance dos sobre dotados. Como o jogo não atava, nem desatava, decidiu resolver o jogo sozinho. Aos 77 minutos arranca ainda do seu meio campo, e com um slalom estonteante deixa pelo caminho quantos adversários lhe apareceram pela frente, parando apenas, juntamente com a bola, no fundo da baliza dos matosinhenses. Por muitos anos que viva nunca esquecerei este jogo.

23/03/1975 26ª Jornada - Estádio das Antas (1 golo)
FC Porto 3-0 U. Tomar
Após aquele golo inesquecível, Cubillas andaria divorciado dos golos mais de três meses! Nesse período de tempo (12 jornadas), além de não ter facturado, viu como o FC Porto “botava” mais uma época pela borda fora. O FC Porto passaria de 1º classificado à 13ª jornada, com 1 ponto de vantagem sobre o Benfica, para 3º à entrada desta 26ª, a 7 pontos do Benfica (1º) e a 2 do Sporting (2º). Derrotas fora de casa com a CUF (1-2 - 16ªJ), Sporting (1-2 – 18ªJ), V. Guimarães (0-2 – 23ªJ), aliadas às sofridas nas Antas com o Belenenses (0-4 – 19ªJ), Benfica (0-3 - 22ªJ) e empate, também caseiro, com o V. Setúbal, ofuscaram tudo e todos. Teófilo Cubillas não foi excepção.
Foi seu, o 2º golo, de uma equipa que já não era orientada por Aimoré Moreira. Tinha sido despedido 15 antes, após a derrota em Guimarães, tendo Monteiro da Costa assumido as responsabilidades da equipa.

Para a Taça de Portugal, onde o FC Porto viria a ser eliminado nos quartos-de-final pelo Belenenses, no Restelo, Cubillas teve o seguinte registo goleador:
Samora Correia (casa – V 6-0) – 1 golo
V. Guimarães (fora – V 3-2) – 1 golo

Para a Taça UEFA marcaria 2 golos ao Wolverhampton, um na 1ª e outro na 2ª Mão. Seriamos eliminados pelo Nápoles, na 2º eliminatória, com duas derrotas por 1-0, em casa e fora. Vide vídeo do Velasquez.

Total do Cubillas na época 1974/1975: 38 Jogos - 13 golos CN, 2 golos TP e 2 golos TU.


A época seguinte ainda seria mais desastrosa.
 
  • Like
Reações: Dagerman
H

hast

Guest
CUBILLAS - ÉPOCA 1975/76 (Parte I)

Esta época foi negra para o FC Porto. Não foi além do 4º lugar no campeonato, a 11 pontos do vencedor (Benfica), ao que se juntou a eliminação da Taça de Portugal, em Guimarães, e da Taça UEFA, nos quartos-de-final perante o Hamburgo.

Mas, paradoxalmente, para Teófilo Cubillas, eleito capitão da equipa, seria uma temporada recheada de golos. Novamente o jogador mais utilizado, inicialmente pelo treinador jugoslavo Branko Stankovic e depois pelo “bombeiro de serviço”, Monteiro da Costa.
Cubillas disputou 38 jogos repartidos por três competições: campeonato (29), pela Taça de Portugal (3) e pela Taça UEFA (6) e, em todas fez o gosto ao pé. A sua veia goleadora fez-se sentir, principalmente no campeonato, onde apontou 28 golos, ficando a apenas dois do principal artilheiro desta época, Rui Jordão, do Benfica, que chegaria aos 30 remates certeiros. Na Taça de Portugal marcaria por quatro vezes e na Taça UEFA igual número. Resumindo, 36 golos não foram suficientes para evitar o descalabro. Facto comum e corrente por estas alturas.

A distribuição dos golos:

Campeonato Nacional (28)
07/09/1975 1ª Jornada – Estádio das Antas (2 golos)
FC Porto 6-1 U. Tomar
O U. Tomar adianta-se no marcador, logo aos 11 minutos. Cubillas marca o golo do empate aos 18 e voltaria a repetir aos 57 (4-1).

14/09/1975 2ª Jornada – Estádio Municipal - Coimbra - (1 golo)
Académico de Coimbra 1-1 FC Porto
O FC Porto arrancou um empate a ferros nesta deslocação a Coimbra. Depois de estar na situação de desvantagem a partir dos 77 minutos, Cubillas assegurou a repartição dos pontos aos 88.

07/09/1975 6ª Jornada – Estádio Alfredo da Silva - Barreiro - (1 golo)
CUF 0-3 FC Porto
Num campo que sempre foi um obstáculo muito difícil de transpor, o FC Porto cedo dissipou as duvidas que pudessem existir em relação ao vencedor. Ademir, aos 3 e 23 e Cubillas aos 12 minutos, foram os \"carrascos\" de serviço. Esta jornada deixava quatro equipas (Benfica, Boavista, Belenenses e Braga) empatadas no 1º lugar, com 9 nove pontos. O FC Porto e Sporting com 8. Quatro jornadas depois, o panorama, seria bem diferente, para pior.


01/11/1975 9ª Jornada – Estádio das Antas (2 golos)
FC Porto 8-2 Leixões
Depois da vitória sobre a CUF, o FC Porto foi derrotado nas duas jornadas seguintes: pelo Sporting (2-3) nas Antas, com o célebre golo fantasma do Gomes, marcado pelo apanha bolas numa noite de nevoeiro, a não ser suficiente para evitar o desaire e na semana seguinte novo desaire (0-1), desta vez no Bessa, perante o «Boavistão» de José Maria Pedroto.
O Dia dos Fieis, de 1975, foi mesmo de enterro para os leixonenses. O FC Porto na primeira meia hora marcou quatro golos, para chegar aos oito já perto do final do desafio. Cubillas fez o 3-0 aos 26 minutos e o 7-2 aos 86. A título de curiosidade, os golos do Leixões foram apontados por Frasco e Albertino, dois jogadores que mais tarde viriam a jogar de Azul e Branco.

23/11/1975 10ª Jornada – Estádio Mário Duarte – Aveiro - (1 golo)
Beira Mar 2-2 FC Porto
Cubillas faz o 1-1 aos 33 minutos. Consequências deste empate: FC Porto em 6º lugar, juntamente com Estoril, a seis pontos do sensacional Boavista, de Pedroto. Boavisteiros comandam a prova sem derrotas e com o melhor ataque e defesa do campeonato!

07/12/1975 11ª Jornada – Estádio das Antas (1 golo)
FC Porto 2-0 Atlético
Cubillas abre as hostilidades. Aos 27 minutos faz funcionar o marcador.

14/12/1975 12ª Jornada – Campo António Coimbra da Mota - Estoril – (1 golo)
Estoril 1-3 FC Porto
Marca o 3º golo, aos 82 minutos, pondo ponto final na incerteza quanto à atribuição dos dois pontos.

28/12/1975 14ª Jornada – Estádio do Bonfim – Setúbal – (2 golos)
V. Setúbal 2-2 FC Porto
Na jornada anterior, o FC Porto, tinha dado mais um passo atrás ao empatar, nas Antas, com o V. Guimarães. Desta vez não fez melhor e, apesar dos dois golos de Cubillas, 0-1 aos13minutos e 1-2, aos 82, não foi capaz de segurar a vitória. Manteve o 5º lugar, a 7 pontos do Boavista.

04/01/1976 – O FC porto perde com o Benfica, nas Antas, por 3-2. Cai para o 6º posto da classificação, a nove pontos do 1º.

11/01/1976 16ª Jornada – Estádio 25 de Abril – Tomar – (3 golos)
U. Tomar 0-5 FC Porto
Sobre este jogo eis um pérola:

U. TOMAR – Quim Pereira; Kiki , Calado , Faustino, «cap» e Zeca ; Pavão (57m – Caetano ), Barrinha, Florival e José Luís (72m – Alcino ); Camolas e Bolota
PORTO – Rui; Teixeira, Rolando (80m – Rodolfo), Simões e Gabriel; Octávio, Cubillas, «cap» e Seninho; Oliveira, Gomes e Dinis (80m – Ademir)
0-1 – Oliveira – 11m
0-2 – Seninho – 57m
0-3 – Cubillas – 67m
0-4 – Cubillas – 72m
0-5 – Cubillas – 89m

«Suplentes – Silva Morais, Carvalho, Cardoso, Alcino e Caetano.
Suplentes - Tibi, Alhinho, Rodolfo, Ailton e Ademir.
Substituições (quatro, todas na segunda parte): no União de Tomar, aos doze minutos, imediatamente após o segundo golo portista, Pavão por Caetano, e, aos vinte e sete minutos, imediatamente após o quarto golo portista, José Luís por Alcino; no F. C. Porto, aos trinta e cinco minutos, de uma assentada, Rolando por Rodolfo e Dinis por Ademir.

Ao intervalo: 0-1.
Aos onze minutos. Dinis, pela esquerda, flectiu para dentro do terreno, entregou a Seninho, à entrada da grande-área, este tocou ligeiramente para a sua direita e Oliveira, na zona frontal à baliza, chutou, rasteiro, a um canto, mas muito frouxo, anichando-se, no entanto, a bola nas redes porque o guarda-redes Quim Pereira se lançou muitíssimo mal, consentindo um autêntico «frango».
Na segunda parte: 0-4.
0-2, aos 12 minutos. Perto da grande-área portista, belo desarme de Octávio e imediata saída para o contra-ataque do mesmo Octávio, que sprintou, conduzindo a bola, uns bons 30-40 metros, até entregar, no flanco direito, a Oliveira, o qual, por seu turno, fez uma bela simulação, derrotando Zeca, e arrancou para, perto da linha de cabeceira, muito lúcido, levantar a cabeça e tirar um centro verdadeiramente «a régua e esquadro», indo a bola direitinha à cabeça de Seninho, colocado próximo do poste do lado contrário, que a atirou (muito bem, aliás, de cima para baixo) para dentro da baliza, quase sem precisar de tirar os pés do chão. Um belo lance do ataque portista! Mas onde estavam os defesas e o guarda-redes de Tomar, para Seninho poder cabecear tão à vontade e tão próximo da baliza?
0-3, aos 22 minutos, por Cubillas, num remate à meia-volta, perto da grande área, na zona central, tabelando a bola ligeiramente em Faustino, mas não sofrendo a sua trajectória suficiente desvio para justificar que Quim Pereira (sem reflexos, esse o seu problema) consentisse, tão infantilmente, o golo, passando-lhe a bola por debaixo do corpo, lentamente, pois o pontapé de Cubillas até fora frouxo.
0-4, aos 27 minutos. Preciosa jogada individual de Cubillas pela zona frontal à baliza, onde, driblando numa nesga de terreno, «furou» entre Calado e Faustino, sendo derrubado, aí a uns dois palmos do risco da grande-área. O «livre» foi marcado pelo próprio Cubillas, com um pontapé rasteiro, muitíssimo bem colocado a um canto, exactamente o do lado contrário àquele onde se encontrava o guarda-redes – e, por isso, para além do talento de Cubillas, das duas uma, ou o guarda-redes ou a barreira estavam mal colocados.
0-5, aos 44 minutos. O terceiro golo consecutivo de Cubillas, e, desta feita, um golo simplesmente magistral. Cubillas conduzia a bola, pela zona central, a meio do meio-campo de Tomar, e, de súbito, de surpresa, sem, nem ao de leve, denunciar o que ia fazer, arrancou um «tiro» simplesmente fabuloso, rasteiro, seco, muito desviado, com milimétrica precisão, anichando o esférico nas redes, mesmo, mesmo, a raspar um poste – sem que o guarda-redes tivesse tempo para, sequer, pestanejar. Mas terá sido o golo em que Quim Pereira teve menos culpas, pois pareceu-nos que teria a visão tapada pelos seus de[f]esas, e, sobretudo, o pontapé de Cubillas foi verdadeiramente sensacional!
———-
O F. C. Porto «cilindrou» o Tomar, depois de ter passeado em Tomar. Os golos foram cinco, poderiam ter sido seis, sete ou oito…

O «passeio» portista foi todo um alarde de categoria de um bom número dos seus jogadores. E, ontem, as capacidades individuais de um Octávio, de um Cubillas, de um Dinis, de um Seninho, de um Oliveira (e não só estes…) interligaram-se para uma excelente exibição.

A exibição e o resultado, ontem…
As capacidades individuais são potenciais, não episódicas – toda a gente sabe, desde o início do campeonato que o F. C. Porto tem um dos dois melhores (senão mesmo o melhor, em quantidade de qualidade) «plantéis» do País…
Só que uma e outra coisa, individualidades e equipa não têm andado ligadas. Ou, por outra, ligam-se aqui, desligam-se ali. E até têm sido mais as vezes em que se têm desligado…

Não é esta a primeira vez que o escrevemos (e não «descobrimos a pólvora»): reside nisto o estranho problema do F. C. Porto, no incompreensível desfasamento entre os que os seus jogadores valem e o que a equipa produz. Daí esse autêntico fenómeno, esse «caso» deste Nacional, que tem sido a espantosa regularidade da irregularidade das exibições e resultados deste F. C. Porto que, à partida para este campeonato, foi, como nunca, candidato ao título.

Ontem, uma vez mais se viu que belos jogadores o F. C. Porto tem! E, no decorrer da prova, aqui e ali, tem-se visto como, às vezes, eles conseguem formar uma bela equipa! Às vezes… Poucas vezes… Ontem foi vez «sim» e… tão categoricamente «sim» que até faz uma confusão dos diabos (para não dizer que até chega a ser chocante!) ver este F. C. Porto completamente arrumado na corrida para o título, a nada menos de oito pontos do «comandante»! E a sete do segundo classificado… E a seis do terceiro… E até a quatro do quarto…
Quatro contra três no meio-campo, mas foram sempre três contra ninguém…

Não terá tido o F. C. Porto a sua tarefa facilitada, ontem, em Tomar? Há que dizer que sim. Não tanto por alguns dos seus golos terem sido terrivelmente consentidos (mas os portistas criaram ocasiões para marcar quase outros tantos), mas sobretudo porque dificilmente o F. C. Porto voltará a enfrentar um adversário tão «macio». No entanto, a verdade é que, tacticamente, o «xadrez» de Tomar até estava, em teoria, bem montado para tapar o caminho a Cubillas & Companhia.

Só que, na prática, o «4-4-2» tomarense (povoando o meio-campo, para aí, procurar emperrar a manobra portista, sobretudo no que toca aos estrategas Cubillas e Octávio) nunca funcionou e revelou-se mesmo um «zero» tão grande que foi exactamente o «miolo» o ponto mais forte do F. C. Porto que, nessa zona do terreno, manobrou sempre como muito bem lhe deu na gana. «No papel», Barrinha marcava Cubillas, Pavão enfrentava Seninho e José Luís «chateava» Octávio – ficando ainda o Tomar com uma quarta «pedra» (Florival) livre no «miolo», para acorrer às dobras dos companheiros batidos.

Mas o que se viu logo nos primeiros minutos, foi que Pavão nem uma só vez conseguiu segurar Seninho quando este, velocíssimo, «entrava» no seu ataque. E Seninho teve um golo nos pés logo nos primeiros minutos (rapidíssimo, em «tabela» com Gomes, entrou na grande-área e chutou ao lado), esteve no lance do primeiro golo, etc., etc., sempre com Pavão «nas covas» quando ele arrancava do meio-campo para o ataque (e onde estava Pavão quando Seninho surgiu na grande-área para fazer o segundo golo?). Mas não era só Pavão e não era só Seninho… Também Barrinha e José Luís nunca encontravam Cubillas e Octávio (respectivamente) até Cubillas e Octávio, num bulício constante, sempre a mudarem de sítio e com o talento que têm, não eram encontráveis, fazendo «gato sapato» dos seus opositores. E o «livre» Florival ia sempre à «dobra» errada, quando se balanceava para um lado, logo a bola era enviada para o flanco oposto…

Tentou o «meio-campo» tomarense a marcação «homem-a-homem», esboçou, depois, a marcação «à zona», mas nunca atinou com a forma de travar o super-inspirado «miolo» portista…
…Que embalava para o ataque, que servia o seu ataque verdadeiramente em quantidades industriais (e, aí, no ataque, Oliveira, Gomes e Dinis, jogando bonito, pecaram, no entanto, sobretudo na primeira parte, por uma displicência na hora de fazer ou não o golo…), mas, sobretudo, a grande virtude do «miolo» do F. C. Porto foi a de, chegando sempre primeiro à bola, raramente perdendo a sua posse e fazendo-a circular pelo campo fora, conseguir isso mesmo: ter sempre a bola, com a obrigatória consequência de o adversário nunca a ter.

E foi assim (em linhas gerais) que, com uma facilidade às vezes incrível (fruto, por um lado, do talento próprio, e, por outro, das lacunas dos antagonistas) que o F. C. Porto passeou em Tomar, até com alardes de classe que terão deixado o público nabantino a fazer mil vezes a pergunta de como é possível que este F. C. Porto que tão excelentes jogadores possui e que é capaz de tão bem assim jogar… ser um modesto quinto classificado com a meta do título já completamente fora do horizonte.

Pergunta sem resposta… Ou, por outra, resposta há-de haver para uma equipa com as potencialidades deste F. C. Porto andar a fazer um campeonato mais ou menos no tipo de «engatar» ou não «engatar» – eis a questão…

No tocante a actuações individuais, as notas que atribuímos já dizem que no terceto do meio-campo, Octávio-Cubillas-Seninho, estiveram os «donos» do jogo. Um Seninho muito veloz e codicioso (e «pau para toda a obra», jornada após jornada, ora joga no «meio-campo», ora é «ponta-de-lança», ora é extremo, ora volta ao «meio-campo»), um Octávio… «à Octávio», um Cubillas que, para além do que jogou no «miolo» (aí, no entanto, não tão brilhante como Octávio), fez «só» três golos, o último dos quais verdadeiramente genial!
Todos os restantes com nota «2», embora talvez Gabriel e Gomes só justificassem nota «um e meio».

Tomar – não será por ontem…
Pouco a dizer da equipa do União de Tomar. Claro que este era, normalmente, um jogo «de perder». Logo, não será por ontem (mesmo com «goleada» e tudo) que o «gato irá às filhoses», no tocante à luta nos últimos lugares da tabela. O futuro nabantino na I Divisão será decidido nos jogos do «seu campeonato». Já vimos a equipa num desses desafios e jogou incomparavelmente melhor e, até, com outra codícia. Ontem, o F. C. Porto até estava em tarde «sim»! E adiantou-se cedo no marcador…

Individualmente, no Tomar, Zeca foi, de longe, o melhor, mesmo não sendo, como se sabe, um defesa-esquerdo de raiz e tendo Oliveira pela frente. O guarda-redes e o todo do sector defensivo consentiram golos incríveis e do meio-campo já ficou dito o suficiente para se ver que falhou totalmente na tarefa especial que pela táctica adoptada, lhe estava destinada. Nem defendeu, nem atacou. E Camolas e Bolota, no ataque, ficaram sozinhos.
Excelente arbitragem de Nemésio Castro, até não «ligando» a dois ou três sinais de fora-de-jogo que o fiscal-de-linha do lado da bancada (erradamente) lhe fez.»
(“A Bola”, 12.01.1976 – Crónica de Santos Neves)
 
  • Like
Reações: Dagerman

Ferjo

Tribuna
18 Julho 2006
4,890
31
Perth Australia
> Velasquez Comentou:

Na serie de videos que eu deixei em cima, é o próprio Teófilo que diz que não existe um unico desses videos, pois o arquivo da RTP ardeu em lisboa... >

Ardeu mas foi mesmo no Monte da Virgem (famoso tragico incendio).

quanto ao hast, obrigado pela dedicacao e por proporcionar estes historicos relatos, em momentos a anteceder a viragem definitiva do futebol Portugues! :)
 

grandeporto

Tribuna Presidencial
25 Agosto 2006
30,396
20,968
Gaia
Tenho reparado que nos ultimos meses o Velasquez tem feito um enorme trabalho sobre o Cubllas. Tem buscado videos entrevistas e citaçoes do meu idolo entre os 11 e os 14 anos, naqueles anos em que a memória retém tudo.
Fico feliz por saber que o Velasquez teve este gesto de grande magnitude e humildade de recuperar para todos os Portistas que viram e nao viram jogar Cubillas.

Da minha parte obrigado ao Velasquez, ao hast, ao Ferjó e osutros users que ne emocionaram às lágrimas por ver peças do Cubillas, que era um ser humano sensível e humilde.

Podem crer que a falta de imagens dele com a camisola do Porto é uma tragédia.
A camisola 10 do Cubillas era muito bonita e com ela marcou golos memoraveis, era jogador para driblar 5, 6 jogadores e oferecer uma assitencia. O Oliveira disse que foi com Cubillas que aprendeu a marcar livres e a usar a trivela.
O Eusébio e o Péle marcavam livres com violencia e forte remate, o Cubillas era à base de efeito, folha seca, trivelas e bolas na gaveta.

Foi emocionante ele falar do Pedroto.
 

grandeporto

Tribuna Presidencial
25 Agosto 2006
30,396
20,968
Gaia
Esses incendios deixam sempre a plga atrás da orelha, hácada incendio.

Incendiar os grandes golos do Cubillas é uma coisa iconoclasta
 
H

hast

Guest
CUBILLAS - ÉPOCA 1975/76 (Parte II)

Á entrada para a 17ª jornada, o FC Porto, ocupava o 5º lugar com 19 pontos, a uns já longínquos 9 do comandante Benfica. O título já não passava de uma miragem, mas Cubillas prosseguia, teimosamente, a facturar como um “doido”. Golos era o seu passatempo favorito (13 golos no campeonato, mais 3 na Taça UEFA), sem que tal facto se traduzisse no rendimento da equipa. Infelizmente.

18/01/1976 17ª Jornada – Estádio das Antas (2 golos)
FC Porto 5-1 Académico de Coimbra
Se na 1ª volta tinha sido determinante para que o FC Porto não saísse derrotado de Coimbra, neste jogo ajudou à festa da goleada. Marcou o 3º golo, aos 64’, e fechou o placard aos 85’.
Classificação: 1º Benfica 29, 2º Boavista 28, 3º Sporting 25, 4º Belenenses 23, 5º FC Porto 21, 6º V. Guimarães21
Nestas alturas, a nossa luta resumia-se ao 5º lugar(!) tendo como adversário directo o … V. Guimarães.

Na 18º jornada, mais um tombo, em Belém. O golo belenense foi marcado pelo paraguaio Gonzalez, que viria a ser jogador do FC Porto dois anos depois (1977/78).
Como não resisto a este tema e para que se tenha uma ideia mais pormenorizada sobre o que era o campeonato português há 35/36 anos, não podia deixar de referir a luta titânica que o Boavista travou, com o Benfica, pela conquista do título de campeão. Pois bem, nesta jornada o Benfica foi perder (0-1) a Matosinhos, com uma equipa que nós tínhamos goleado dois meses antes! O Boavista aproveitou não só para vencer o B. Mar (4-1), em casa, como também para se apossar, novamente, do 1º lugar. O FC Porto, com a derrota em Belém, baixou ao 6º posto, uma vez que o Guimarães tinha ido empatar a Braga (0-0).
1º Boavista 30, 2º Benfica 29, 3º Sporting 27, 4º Belenenses 25, 5º Vit. Guimarães 22, 6º FC Porto 21

01/02/1976 19ª Jornada – Estádio das Antas (2 golos)
FC Porto 6-1 Farense
A derrota na jornada anterior ditou o afastamento de Branko Stankovic. Seria Monteiro da Costa, mais uma vez, a apanhar os cacos de uma época, que, também ela, não deixaria saudades a ninguém. Com Monteiro da Costa a equipa ainda esboçou uma leve reacção (12J 8V 2E 2D), o que lhe valeu atingir o 4º lugar e consequente apuramento para a Taça UEFA.

Num pequeno aparte e ainda sobre o treinador jugoslavo despedido, para dizer que a sua chegada ao clube esteve rodeada de polémica desde o principio.
Durante as férias do futebol, no Verão de 1975, o Estádio das Antas foi transformado em cinema. Américo de Sá descobriu, enfim, o substituto para Aimoré, desfeita a esperança de Pedroto: o jugoslavo Branko Stankovic. Sinais dos tempos: o Sindicato dos Treinadores, com Joaquim Meirim à cabeça, vetou a sua contratação, lançando à liça frases então muito em voga nos dias quentes da Revolução. Apesar de a FPF lhe ter, inclusivamente, recusado o cartão que lhe permitia sentar-se no banco dos suplentes, Stankovic assumiu o comando técnico do F. C. Porto.
Mas, antes ainda de ter caído em desgraça, perante a investida sindicalista, Alfredo Borges, director do Departamento de Futebol, saltou a terreiro em defesa do clube e da sua honra beliscada: «O F. C. Porto está farto de ser enxovalhado. O meu clube limitou-se a proceder como sempre tem feito quando contrata um treinador estrangeiro. Stankovic não é um turista em Portugal. Tem licença de residência no Porto e todo o processo autorizado pelo Ministério do Trabalho. A ilegalidade em todo esse processo é da parte do Sindicato Nacional dos Treinadores, quando, através de alguns plenários, passa por cima do seu próprio estatuto, que não recusa aos técnicos estrangeiros poderem trabalhar em Portugal. Ilegalidade, também, da parte da própria Federação, quando nos recusa a emissão do cartão identificativo do treinador, para que Stankovic possa permanecer no «banco», depois de saber que ele tem um diploma que o habilita, passado pela sua congénere jugoslava.»
De Stankovic disseram os oficiais do mesmo ofício conchavados no Sindicato que «era um turista que não poderia treinar em Portugal», que era «um estrangeiro que estava a tirar o pão aos trabalhadores portugueses» — e outros que tais desmandos que alguns anos depois só poderiam ser santo e senha de Le Pen ou de seus próceres. Dos dirigentes do F. C. Porto disseram desrespeitarem os ventos da Revolução, os sinais dos tempos, «os direitos dos trabalhadores portugueses». Assuadas que Alfredo Borges considerou «tristes e demagógicas».
Joaquim Meirim preocupou-se, também, com o facto de o F. C. Porto estar a desbaratar divisas contratando Stankovic, alertando as autoridades para esse «desvio revolucionário». Replicou Alfredo Borges: «Pobre presidente do Sindicato que passa noites sem dormir, preocupado com a saída de divisas, as quais tanto podem prejudicar o nosso país! Será que ele não sabe que o F. C. Porto não participa em jogos dúbios e mais que ninguém está interessado no engrandecimento de Portugal e, como tal, paga a Stankovic em escudos?»
Stankovic foi despedido a 29 de Janeiro de 1976. Oliveira desvendou: «Não nos conseguimos adaptar aos métodos de Stankovic. Nós gostamos de iniciativa, de dispor de uma certa liberdade de movimentos e Stankovic cultivava um processo de jogo onde o jogador era apenas uma peça, um autómato. Foi, sobretudo, por isso que ele falhou no F. C. Porto, como teria falhado em qualquer equipa portuguesa.» Rodolfo, considerando-o um «grande preparador físico, duro, mas muito respeitador», contestou-lhe os métodos, dizendo, ironicamente, que, por vezes, marcavam «os adversários pelo número das camisolas»...
Foi a primeira «chicotada psicológica» de Branko Stankovic. Treinador de prestígio. Por isso, desolado, deixou a sua casa em Gaia e nunca mais apareceu... Não quis sequer que o F. C. Porto lhe pagasse o que poderia exigir pela rescisão.

Voltando à goleada imposta ao Farense, com quem tínhamos perdido (0-1) na 1ª volta, Cubillas fez mais dois golos, o 1º aos 53’ de penalty (3-0) e o 2º, mais uma vez a fechar a contabilidade pessoal e da equipa, aos 86’ 6-1).
O Boavista empata com o Atlético em Alcantara e o Benfica “apanha-o” no 1º lugar. 1º Benfica e Boavista 31P,…6º FC Porto 23P.

01/02/1976 19ª Jornada – Estádio Municipal de Braga (1 golo)
Braga 0-3 FC Porto
Cubillas marca o 1º, aos 8’.
O V. Guimarães empata (1-1), em Alvalade e o FC Porto passa para 5º lugar.

Na 21ª jornada o FC Porto bate a CUF, nas Antas, golo de Ailton. Dos seis primeiros classificados só o FC Porto vence [Benfica 1-1 Belenenses, V. Setúbal 2-2 Sporting e V. Guimarães1-1 Boavista] e chega ao 4º lugar, a sete pontos dos primeiros: 1º Benfica 34, 2º Boavista 34, 3º Sporting 29, 4º FC Porto 27 5º Belenenses 27, 6º V. Guimarães 26

22/02/1976 22ª Jornada – Estádio de Alvalade (1 golo)
Após três vitórias consecutivas eis-nos de volta a uma dolorosa realidade. Cubillas inaugura o marcador, aos 5’, mas o Sporting reage imediatamente e no minuto seguinte empata até chegar à mão cheia de golos. Consequência: baixamos ao 5º lugar para fazer companhia ao V. Guimarães. Benfica e Boavista não desarmam.
Como curiosidade, o Tibi, que já vinha alternando o lugar com o Rui, a partir deste jogo nunca mais foi titular, em jogos do campeonato, até ao final da época.

07/03/1976 23ª Jornada – Estádio das Antas (1 golo)
Cubillas marca o 2º golo, aos 87’, e ajuda a desfechar um golpe duríssimo no Boavista, que nunca mais se recompôs deste desaire. Começava nas Antas o adeus do Boavista, e de Pedroto, ao título.
Continuamos no 5º lugar, a 9 pontos do agora isolado Benfica.

14/03/1976 24ª Jornada – Estádio do Mar (1 golo)
Leixões 0-3 FC Porto
“El Nene”, com também era conhecido Cubillas, a fazer mais uma vez o gosto ao pé. Marcou o 2º golo, de penalty, aos 66’.
Nesta jornada e apesar de ainda faltarem seis para o fim do campeonato, o Boavista comete haraquiri. A derrota com o U. Tomar, em pleno estádio do Bessa, iria significar a despedida definitiva da luta pelo 1º lugar. O Benfica aproveita e aumenta a distância para quatro pontos. Belenenses em pata na CUFe V. Guimarães ganha ao Atlético. O Sporting não vai além de um empate caseiro (3-3), com o Académico, em casa. A luta pelo 4º (!) lugar está ao rubro: 1º Benfica 40, 2º Boavista 36, 3º Sporting 34, 4º FC Porto 31, 5º Vit. Guimarães 31, 6º Belenenses 31.

Na 25ª jornada, mais uma sessão de masoquismo nas Antas: empate a zero, com o B. Mar. O Benfica não deixa os seus créditos por mãos alheias e goleia o Braga na Luz por 7-1 (!). Num dos derbys de Lisboa, o Belenenses, parte interessada no 4º lugar, derrota o Sporting (1-0). O Boavista genha em Coimbra (1-0) e o Guimarães, a jogar dentro de portas, vence o Estoril (3-1).
Estamos, novamente, no 6º lugar. Que triste sina a nossa!

04/04/1976 26ª Jornada – Campo da Tapadinha (1 golo)
Atlético 0-4 FC Porto
A resistência alcantarense dura até aos 67’. Seninho enche-se de brio e faz um hat-trick (67’, 76’ e 85’). Cubillas marca o 2º golo, aos 72’.
O Benfica ganha V. Guimarães (0-3), no Minho, o Boavista bate o Belenenses, no Bessa. O FC Porto tira partido e sobe outra vez ao 4º lugar, com um ponto de vantagem (34 – 33), sobre vimaranenses e belenenses.

11/04/1976 27ª Jornada – Estádio das Antas (2 golo)
FC Porto 2-2 Estoril
Dois golos do peruano não foram suficientes para derrotar o Estoril nas Antas!
Cubillas empata aos 21’ e faz o 2-1 aos 30, de penalty. Os homens da linha de Cascais empatariam aos 58’ e mais uma frustração
O FC Porto mantém o 4º lugar, agora empatado como o Belenenses (35p), e a apenas 1 ponto do Sporting, que perdeu em Braga (1-2). O Benfica goleia a CUF (5-1), na Luz e o Boavista vai a Faro aplicar uma sova (4-1) ao Farense.

09/05/1976 28ª Jornada – Estádio Municipal (1 golo)
V. Guimarães 2-1 FC Porto
Os golos de Cubillas não conseguem tirar o FC Porto de um marasmo que parecia institucionalizado. Esta visita a Guimarães não fugiu à regra. Don Teófilo abre mais uma vez o marcador, aos 15’, mas a equipa não corresponde à mestria dele. O FC Porto sofre o empate logo de seguida (17’), tal como em Alvalade, e não consegue, sequer, empatar.
Os adversários directos na tabela classificativa, além do V. Guimarães, ganham os seus jogos: O Belenenses, em Aveiro (2-0), e o Sporting, em casa, a CUF (1-0).
A duas jornadas do fim com o Benfica quase campeão, o Boavista vai tentando negar o que é evidente, a luta pelo 3º e 4º lugar está ao rubro. E o Cubillas a vê-los passar.
Classificação: 1º Benfica 48, 2º Boavista 44, 3º Sporting 38, 4º Belenenses 37, 5º FC Porto 35, 6º V. Guimarães 35

15/05/1976 – Quartos de Final da Taça de Portugal
V. Guimarães 2-1 FC Porto
Embora Cubillas não tenha marcado qualquer golo neste jogo, abro este parêntesis para realçar a pobreza do FC Porto durante esta época. Depois da derrota na semana anterior, eis que, em nova visita a Guimarães, acontece mais um insucesso e pelos mesmos números. O Guimarães adianta-se no marcador aos 41’. Seninho empata aos 54’ mas, a quatro minutos dos 90’, vamos pela borda fora! Mais uma vez.

23/05/1976 27ª Jornada – Estádio das Antas (2 golos)
FC Porto 2-0 V. Setúbal
Mais uma vez Cubillas. Mais uma vez dois golos. Abriu o livro aos 71’ e repetiu o gesto aos 78’.
À entrada para a última jornada, estes dois pontos permitiram ao FC Porto distanciar-se do V. Guimarães, que perdeu em Tomar (0-3) e ficar a apenas 1 ponto do, agora ocupado pelo Sporting, que se deixou bater em Alvalade pelo Benfica (0-3), permitindo a este sagrar-se campeão nacional. A vitória do Boavista, sobre a CUF (0-1), no Barreiro, não lhe valeu da nada. O Belenenses, que venceu em casa o Atlético (1-0), manteve firme o 3º lugar.
1º Benfica 50, 2º Boavista 46, 3º Belenenses 39, 4º Sporting 38, 5º FC Porto 37

30/05/1976 30ª Jornada – Estádio da Luz
Benfica 2-3 FC Porto
O FC Porto tinha obrigatoriamente que ganhar ao Benfica, e esperar que o Sporting perdesse na sua deslocação ao Bessa, caso pretendesse participar nas competições europeias da época seguinte (1976/77). E tudo se conjugou para que isso acontecesse!
Numa jornada em que nenhum jogo ficou a zero, na Luz, o Benfica, chegou aos 2-0 por intermédio de Toni (16) e de V. Baptista (33). Aos 51’ Ademir (tinha entrado para a 2ª parte rendendo Rodolfo) reduziu, para Júlio (substitui Oliveira aos 65’), empatar aos 68’ e marcar o golo da vitória a dois minutos do fim. Cubillas ficou em branco.
Teófilo Cubillas, que na 1ª volta também não tinha marcado, chegava assim ao fim da sua única temporada completa, ao serviço do FC Porto.
Fez 30 jogos sem nunca ter sido substituído, marcando 28 golos!

PS.: Neste dia, FC Porto, Benfica, Sporting e Belenenses completaram o seu milésimo jogo no Campeonato.

Classificação Final:
1º Benfica ............ 30/50 (Taça dos Campeões Europeus)
2º Boavista .......... 30/48 (Taça das Taças)
3º Belenenses ..... 30/40 (Taça UEFA)
4º FC Porto .......... 30/39 (Taça UEFA)

Para a Taça de Portugal fez três jogos: Braga (2-0), 5ª eliminatória, Oriental (6-0), 6ª eliminatória e V. Guimarães (1-2), quartos de final. Apontou 4 golos, todos eles ao Oriental

Para as competições europeias (Taça UEFA), fez 6 jogos e marcou 3 golos:
Avenir Beggen (1ª Mão – 1ª Elim. 7-0, 3 golos)
Avenir Beggen (2ª Mão – 2ª Elim. 3-0, 0 golos)
Dundee United (1ª Mão – 2ª Elim. 2-1, 0 golos)
Dundee United (2ª Mão – 2ª Elim. 1-1, 0 golos)
Hamburgo (1ª Mão – 3ª Elim. 0-2, 0 golos)
Hamburgo (2ª Mão – 3ª Elim. 2-1, 0 golos)
 

ssm

Bancada central
6 Maio 2007
2,088
0
excelente. excelente

aquilo que o clube deveria fazer, fazem-no os carolas.

se anda por aqui alguém ligado à estrutura do clube, que alerte a mesma para a pobreza franciscana com que encaram e tratam a história do nosso clube.

assim de repente, lembro-me da nova revista dos dragões que pura e simplesmente acabou com as páginas fantásticas do Sr. Luís César
 
H

hast

Guest
CUBILLAS - ÉPOCA 1976/77

Antes de abordar o que foi, desportivamente, a pequena participação de Cubillas, nesta temporada e apesar de ter feito apenas 14 jogos e de “só” ter marcado 10 golos (7CN, 2TP e 1 TUEFA), gostava de fazer uma pequena introdução.

A chegada de José Maria Pedroto à Antas.
Ao serviço do Boavista, Pedroto mantivera quase até à última jornada acesa a chama do título. O Benfica acabou por ganhar ao sprint. Mas Pedroto venceu a Taça de Portugal. Na Pastelaria Petúlia, a euforia dos boavisteiros atingia o clímax. Pinto da Costa estava entre amigos, à mesa do café, jogando cartas até de madrugada, mas era portista e sofria. Naquele dia, as piadas e os remoques deixaram-no em dorido silêncio horas a fio. Hernâni Gonçalves estranhou e perguntou-lhe o que se passava. Pinto da Costa disse apenas que «largos dias tem 100 anos», levantou-se, saiu e prometeu que, no dia seguinte, falaria com Américo de Sá. Falou e recebeu luz verde para tentar convencer Pedroto. Convenceu. Com uma condição imposta pelo técnico: que ele fosse o director de futebol. Foi. E, na casa de Pinto da Costa, Pedroto assinou contrato, batido à máquina ali mesmo por Álvaro Clemente. Depois da histórica assinatura, simbolicamente, Pedroto deixou-se fotografar com Alexandre Pinto da Costa. E não escondeu o caminho que era preciso trilhar, custasse o que custasse: «Chegou a altura de estarmos de sobreaviso e verificar que a infelicidade dos árbitros já ultrapassou os limites e que, eventualmente, tenhamos de adoptar medidas de autodefesa, mas que possam definitivamente acabar com o gozo a que vamos estando sujeitos por aqueles que, não sendo do FC Porto, gozam, semana a semana, com as grandes penalidades que nos são sonegadas e os golos irregulares que nos são marcados. Trata-se, realmente, de um gozo, até humilhante, e que em defesa da nossa dignidade não poderemos deixar que continue.»

O novo contrato de Cubillas e Pedroto disfarçado de polícia

Não muito depois, a 1 de Agosto de 1976, Cubillas assinou novo contrato com o F. C. Porto. Válido até 31 de Julho de 1978. Diferente do anterior, que não contemplava qualquer tradicional esquema de prémios em jogos nacionais. Desta feita teria um ordenado de 80 contos por ano e mais 60 de «luvas», prémios rigorosamente iguais a todos os seus companheiros, em todos os jogos, subsídio de férias de 80 contos e subsídio de Natal de 40 e duas viagens de ida e volta em primeira classe para o Peru, para si, para a mulher e para a filha recém-nascida...
Para o FC Porto vieram ainda Freitas e Duda, que depressa se transformariam em peças preponderantes no esquema arquitectado por Pedroto, à conquista do sucesso. Montar a máquina leva tempo. Por isso, à entrada para 1977 o FC Porto estava a sete pontos do Sporting. Se ainda ardia um fogo de esperança, era ténue. Por essa altura, no Bonfim, Pedroto em bolandas. O FC Porto ganhara por 1-0, golo de Cubillas, mas o treinador portista, intempestivo, dirigiu-se, em jeito de mata-mouros, a um dos fiscais de linha do lisboeta Adelino Antunes. Altercação e nervos à flor da pele. De Pedroto se abeirou Diamantino (esse mesmo que haveria de brilhar como jogador do Benfica), disse ele com o intuito de o acalmar. Confusão ainda mais grossa, bancadas em ebulição, uma bofetada do técnico portista no jogador sadino!
A irritação dos ânimos assoprada pelo desejo quente de vingança. Os adeptos do Vitória montaram cerco à cabina do FC Porto. Deixaram que os seus jogadores saíssem sem os incomodar, mas Pedroto, esse, pressentindo a borrasca, ficou retido na cabina, não fosse o Diabo tecê-las.
Muito tempo depois, o treinador do FC Porto acabaria por abandonar o Bonfim disfarçado de polícia! Foi a sua sorte. O incidente não o atemorizou. E garantiu logo que continuaria a fazer tudo para defesa do F. C. Porto, naquele jeito guerreiro que abrira.
Por essa altura se ficou a saber que o passivo do FC Porto era de 68.557 contos. Contudo, segundo Américo de Sá, não havia razão para dramatismos, a sua gerência endividara o clube em apenas 34.927 contos, já que herdara 33.630 contos de défice quando, em 1971, Afonso Pinto de Magalhães lhe deixou a presidência do FC Porto.
No futebol profissional, em 1975, as despesas eram de 13.748 contos e as receitas eram de apenas... 4813 contos! Um anos depois, a despesas de 17.385 contos corresponderam receitas de 10.053 contos. Ou seja, para um aumento de despesas de 26,5 por cento, um acréscimo de receitas de 108,9 por cento! Era sinal de esperança, asseveraram os dirigentes do FC Porto.


Cubillas começa esta época como tinha terminado a anterior: como capitão e a marcar golos.
04/09/1976 1ª Jornada – Estádio das Antas (1 golo)
FC Porto 3-0 Portimonense
O FC Porto apadrinha a estreia dos algarvios na prova maior do futebol português e Cubillas faz questão de ajudar à festa. Marca o 2º golo, de penalti, aos 62’.

19/09/1976 3ª Jornada – Estádio das Antas (2 golos)
FC Porto 5-2 Beira Mar
O FC Porto, em 12 minutos marca três golos (entre os 20’ e os 32’), os aveirenses ainda reduzem antes do intervalo. Aos 55’ Cubillas faz o 4-1, para fechar a contagem aos 70’, de penalti.

Na 5ª jornada, o FC Porto perde na Póvoa (1-0) e ainda não conseguiu vencer fora de portas: empates em Matosinhos (0-0, 2ª Jorn.) e no Montijo (1-1, 4ª Jorn.).
1º Sporting, 10 2º Varzim, 7 3º FC Porto, 6 (…), 11º Benfica, 4

24/10/1976 6ª Jornada – Estádio das Antas (1 golo)
FC Porto 8-2 Atlético
Chuva de golos na tentativa de curar pecados antigos. Neste jogo, o Gomes marca seis (!) golos. Cubillas contribui com um, de penalti, aos 24’.

7ª jornada – Sporting 3-0 FC Porto. A travessia da ponte ainda fazia das suas. Quarto jogo fora, 1 golo marcado e 5 sofridos!

07/11/1976 8ª Jornada – Estádio das Antas (2 golos)
FC Porto 5-2 Braga
Quarto jogo em casa, quatro vitórias, 21 golos marcados e 6 sofridos! O peruano aponta o 1ºgolo aos 20’ e o 2º aos 24’, de penalti.

9ª jornada – Estoril 2-1 FC Porto. O FC Porto passa de 2º para 6º classificado, a 10 pontos do 1º( Sporting)! O Benfica, que era 11º à 5ª jornada, já é 2º! Actuar fora das Antas tornou-se um autêntico pesadelo.

19/12/1976 11ª Jornada – Estádio do Bonfim (1 golo)
V. Setúbal 0-1 FC Porto
À 11ª jornada e quase quatro meses após o início do campeonato, finalmente uma vitória ao domicilio. Teófilo Cubillas assina o ponto, aos 29’, com aquele que seria o último golo enquanto atleta do FC Porto. 1º Sporting, 21 2º Benfica, 16 3º FC Porto, 14

Depois de uma vitória, em casa, sobre o Boavista, por 2-0, nova derrota (0-2) longe das Antas. Desta vez o feliz contemplado com tal benesse, foi o Belenenses. Adivinhem quem marcou o 2º golo dos “pasteis”?
Artur Jorge!

16/01/1977 - 14ª jornada – FC Porto 0-1 Benfica. Primeira derrota nas Antas, e logo contra quem. O Chalana, com um pontapé de quase do meio campo (!), estabelece o resultado final, aos 11’.
Este foi o último jogo que Teófilo Cubillas fez com a camisola Azul e Branca.

Para Taça de Portugal, D. Teófilo, efectuaria apenas dois jogos. O primeiro em Viseu, contra o Académico, a contar para os 64 avos-de-final, onde marcou o 2º golo, aos 86’, numa vitória suada (2-0). A outra partida foi nas Antas (29/12/1976), na eliminatória seguinte, em que o FC Porto não teve quaisquer dificuldades em bater o Alba por 8-0. Cubillas marcou o quarto golo, aos 33’.

Na Taça UEFA, o FC Porto não foi além da 1ª eliminatória. Apanhou pela frente o Schalke 04, empatando na Luz (!) a dois golos, na 1ª mão. Cubillas marcou o golo do empate, aos 64’. Para completar a informação, na 2º mão, em Gelsenkirchen, o FC Porto esteve a vencer por 2-0 até aos 68’, mas os alemães, em 14 minutos (dos 74’ aos 88’), viraram o marcador a seu favor.

A Taça que Cubillas não pôde ganhar

Pedroto espalhou depressa o seu fascínio pelas Antas. E, em 1977, o FC Porto ganhou a Taça, com Mário Soares na festa. Cubillas não esteve, por causa de 6380 contos!

Nos primeiros dias de Janeiro de 1977, Pedroto perdeu uma das suas pérolas. Não se impacientou, nem sequer lhe passou pela cabeça que a sua equipa se pudesse amodorrar por isso. Cubillas partia, mas tinha já na manga trunfo para lançar, definitivamente: Fernando Gomes...

O peruano partiu numa manhã de morrinha, depois de, na véspera, se ter despedido de todos os companheiros e técnicos, em jantar sentimental no restaurante de... António Oliveira, em Rio Tinto. Os colegas ofereceram-lhe uma salva de prata, houve discursos que vincaram o seu coração bom e a sua conduta humana e na hora do adeus lágrimas rorejaram nos olhos de quase todos.

Do Alianza do Lima, que contratara Cubillas, o FC Porto recebeu (em dólares) 6380 contos e deixou de pagar de ordenados e prémios pelos menos 2720 contos. Por isso, Jorge Vieira, o homem que o contratara, afirmou: «Cubillas foi grande em tudo; pela sua técnica, pelo seu aprumo. Quem quis aprender, muito aprendeu com ele. Era um modelo de disciplina e a melhor prova disso é que depressa chegou, democraticamente, a «capitão» do FC Porto. Que pena não ter sido possível pôr lado a lado Cubillas e Pavão. Que prejuízo incalculável para o FC Porto a morte do transmontano ter ocorrido pouco antes de Cubillas vir... E, por outro lado, ainda ficámos a ganhar. Cubillas acaba de ser vendido por mais 780 contos do que custou e, entretanto, levou para os cofres do clube milhares de contos, não será exagero afirmá-lo. Houve uma subscrição pública e um jogo de apresentação que renderam 1200 contos, houve outros jogos com equipas nacionais e internacionais e com tudo isso somado pode dizer-se que Cubillas ficou de graça ao FC Porto. Nestes três anos Cubillas terá recebido 4700 contos e não é caricato dizer que muito mais que isso recebeu o FC Porto graças a Cubillas.»
Pelo FC Porto, Cubillas fez 128 jogos e apontou 65 golos. Só não ganhou nada em títulos. Mas se tivesse ficado mais algumas semanas...

A conquista desta Taça representou a luz que iluminou o longo e tenebroso túnel das derrotas e das amarguras. Pedroto finalmente acendeu-a.

18 de Maio de 1977

F.C. Porto - Torres; Gabriel, Carlos Simões, Freitas e Murça; Octávio, Rodolfo e Taí (Seninho); Duda (Celso), Gomes (1) e Oliveira.
Sp. Braga - Fidalgo; Artur, Serra, Ronaldo e Manaca; Pinto, Beck (Caio) e Marinho; P. Rocha, Chico Gordo e Chico.

A final da 37ª edição da Taça de Portugal ficou marcada por três factos relevantes: este encontro teve lugar antes do Campeonato da Primeira Divisão terminar, contrariando a ideia consensual que a ‘Taça’ deveria ser sempre o fecho condigno e festivo de cada época, o jogo foi marcado para uma quarta-feira e, finalmente, o estádio não foi neutro, ainda que a sua escolha tenha tido a aceitação prévia de ambos os contendores.

O F.C. do Porto acabou por conquistar o seu quarto troféu, através de um golo de Gomes, após uma jogada de insistência de Duda?.

O percurso de ambos finalistas:
1/16 de Final - FC Porto 7-1 Montijo Sp. Braga 5-0 Olhanense
Oitavos de Final - FC Porto 9-0 Aliados Lordelo Almada 0-2 Sp. Braga (Sporting 3-0 Benfica)
Quartos de Final - FC Porto 3-0 Sporting Famalicão 0-1 Sp. Braga
Meia Final - FC Porto 3-0 Fafe Sp. Braga 0-0 Gil Vicente - Desempate - Sp. Braga 4-1 Gil Vicente
Final - FC Porto 1-0 Sp. Braga