Despedidas do mundo dos vivos

A

Antilamp

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> adriano cabral Comentou:

> Quantos não vituperaram a Selecção Nacional do Socolari? ou qd nos tentaram afastar da CL?
Quantos já consideraram que as vitorias do F.C.Porto não são nacionais? jornalistas, politicos, etc.
_____________________________

As vitórias do FC Porto não são vitórias nacionais. São vitórias do FC Porto.
 

surpresa07

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25 Julho 2007
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Bem, se ao Kerouac por respeito intelectual ainda me daria ao trabalho de responder, há aqui malta que pela \"elevação\" dos seus posts, não vale a pena tentar-lhes escrever 3 linhas, que seria tempo desperdiçado (a iliteracia graça e de que maneira, e nem 20 Saramagos seriam suficientes para elevar o país)

Cumprimentos Portistas
 

Kerouac

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> Antilamp Comentou:

> > adriano cabral Comentou:

> Quantos não vituperaram a Selecção Nacional do Socolari? ou qd nos tentaram afastar da CL?
Quantos já consideraram que as vitorias do F.C.Porto não são nacionais? jornalistas, politicos, etc.
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As vitórias do FC Porto não são vitórias nacionais. São vitórias do FC Porto.
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:)
 

Nuno Martins

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5 Novembro 2006
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Trofa
Eu nao defendo o Saramago por apreciar os seus livros e muito menos pelos seus ideais politicos. Defendo-o por ter engrandecido muito o nome de Portugal. Como admiro Eusébio. Como admiro Amália, mesmo nao gostando de fado.
 

Rabah Madjer

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> Antilamp Comentou:

As vitórias do FC Porto não são vitórias nacionais. São vitórias do FC Porto.


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Sem tirar nem pôr..........................QUanto ao saramago, despertou-me tanto interesse em vida, como agora,............, que descanse lá para onde vai em paz, e sem a nossa companhia por muitos anos
 
19 Maio 2008
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Saramago era um génio da Literatura, e é era um português cuja lusitanidade percorre toda a sua obra PONTO. Os seus livros e Portugal correram o mundo e deram visibilidade a este pequeno rectângulo. É o maior da contemporaneidade. Claro que muito atrás de Camões, Pessoa ou Éça, mas grande sem dúvida.

Por isso acho até que ele pode merecer um lugar no panteão nacional.

Saramago o homem e os seus comportamentos e a sua ideologia ou a sua visão de Portugal ou do mundo está nos antípodas da minha visão! As dúvidas em relação á religião ou á Igreja, são na minha opinião altamente pertinentes e aí partilho de algumas, não todas.



Agora daqui até pedir que toda a gente o idolatre e o reverencie vai uma grande distância. A presença da ministra da cultura parece-me bem. Claramente a sua morte serviu para o Louça ou o Jerónimo politizarem a questão. O que é pena. Aliás estes paladinos da verdade não apareceram na morte da Amália(outro grande símbolo nacional) , que perseguida foi pela extrema esquerda portuguesa.

Eusébio é para muitos um herói nacional, sobretudo para os benfiquistas, não tem de ser necessariamente para mim. Detesto unanimismos. Muitas vezes as reacções menos tolerantes e democráticas vêm deste paladinos da verdade, que atenção, só podem ser de esquerda, pois só a estes foi dada o estatuto moral para serem sérios e patrióticos. E o povo pá? Mas depois vemos os Jaimes Gamas e os Manueis Alegres a renovar as frotas de BMW série 7 a gastarem 1 milhão de euros e a gozarem com o Povo pá...


RIP SARAMAGO

E promovam a genialidade e a seriedade quer seja de esquerda ou de direita, quer seja do Porto ou de Lisboa...

PS: A não presença do Cavaco é um não caso, na minha opinião. Importante é os seus livros serem matéria nas escolas portuguesas e do mundo!
O país é medíocre por muitas razões e é genial por algumas razões, mas isto levar-no-ia longe...
 

Devenish

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Há uma figura que não se reclama de esquerda, até é filho de um antigo ministro da ditadura (bom diga-se), e não tem complexos em opinar de forma séria sem ranger os dentes ou balbuciar palavras de circunstância como muitos da direita ou esquerda que não conseguem fugir do espírito de clã em que vivem.
Chama-se Marcello Rebelo de Sousa e poderia ter sido muito mais do que foi na vida política portuguesa. Prefere contudo ter a liberdade de andar por onde quer e opinar sem estar sujeito a poderes - tenho algumas divergências ideológicas e teológicas com ele (tivemos percursos distintos em épocas bem diferentes na Faculdade) mas é uma pessoa com quem se pode debater tudo.
Não há muitas vozes assim em Portugal, ainda estamos presos às amarras de 74 e 75 em que os \"bons\" estavam apenas na nossa família política e fora dela ou eram apelidados de \"comunistas\" ou \"reaccionários\" ou mesmo \"fascistas\". Portugal precisa de muita coisa a todos os níveis mas precisa antes de tudo de haver tolerância e respeito pelas opiniões diferentes das nossas sem as catalogar de forma primária. Aqui poderia entrar o falecido Saramago que nos últimos anos de vida mostrou uma faceta humana desconhecida (talvez ele próprio não a conhecesse) e até entrou em conflito em várias ocasiões com o seu Partido de sempre, nunca o abandonou mas em situações embaraçosas nunca lhe sugeriram a saída porque podem ser dogmáticos mas não são burros. Na questão teológica aquele seu último debate na SIC com um padre bem conhecido que não recordo agora o nome mostrou bem que era um homem de bem, ele tinha dúvidas teológicas e vivia atormentado por não as resolver, ele nunca recusou a discussão. Poderia escrever muito mais mas vem-me agora à ideia uma frase dele que li esta semana nos jornais;
dizia mais ou menos isto;
\"Estou a ver que vou partir sem perceber muita coisa do Universo, quero saber mais mas sinto que não tenho tempo - que chatice\".
Era um homem preocupado com questões sociais sim mas também com questões espirituais. Teve um rompimento com Cuba dizendo que não o enganavam mais.
O mal desta vida é que vivemos pouco tempo...e todos nós temos coisas a corrigir e a descobrir. No caso dele, e de muitos como ele já falecidos e outros ainda não mas que um dia também irão, perdemos um homem que escrevia e preenchia as mentes de muita gente. Um escritor daquele calibre é imortal, amado e odiado mas mal daqueles que recebem unanimidade é sinal que não valem nada.
 

surpresa07

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Devenish, o \"rompimento\" com Cuba foi pouco mais de um ano, ele inclusivé regressou em 2005. Não concordou com a condenção dos raptores, mas o \"engano\" fizeram-lhe (como sempre nas questões cubanas), os media mainstream.
 

Devenish

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Não estou bem a par disso surpresa07 estou a basear-me no que li esta semana no JN creio. A mim os cubanos (refiro-me ao regime) nunca me enganaram e se não fossem os soviéticos terem tido medo de iniciar uma provocação e mandaram os mísseis regressar a casa teríamos tido uma guerra nuclear no início dos anos 60 e por culpa do Fidel.
 

surpresa07

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Isso daria pano para mangas, Devenish, e se quiseres (como percebi que gostas como eu de uma boa conversa) no próximo encontro falamos sobre isso.

Provavelmente eu pensava como tu, até que conheci aquele povo, e fiquei super-surpreendido por ser tudo ao contrário do que eu via nas tv\'s e afins. Porque é que eles adoravam o Fidel se por cá diziam \"cobras e lagartos\"???

Entretanto aquando da minha primeira licenciatura (Relações Internacionais) dediquei-me um pouco mais ao estudo de Cuba, e aquela imagem que tinha foi completamente ultrapassada.

Fica prometido (caso aches interessante), conversarmos sobre o tema no próximo encontro.

Abraço
 

Devenish

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Ok, fica prometido! Estes são os meus temas preferidos muito mais que falar de futebol.
 

surpresa07

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Okis, e se fores apreciador levo uns Cohiba. Eu não sou apreciador mas tenho aqui uma caixa e em ambientes festivos até se fuma um.
Este ano só fumei um quando o Braga espetou 2 secos aos gayvotas ;)
 

Devenish

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Se eu ainda fumar nessa altura...estou a ver como me livrar deste maldito vício.
Queres ver?\"
Vou agora levar o lixo e comprar um maço ao café convívio.
 

Devenish

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Li a tua msg tarde, vim agora de comprar mas só vou fumar um ou dois eu não engulo o fumo é vício de boca.
Charutos é diferente porque não se inala o fumo, tirando uma cubana muito idosa que inalava tudo contaram-me anteontem, e tem uma característica diferente dos cigarros que é o não ter papel - o papel nos cigarros tem uns produtos anexados que viciam mais que a própria nicotina criando hábitos de fumar constantemente.
Esse tal tipo que me falou da cubana agora fuma tabaco de enrolar e tem uma pequena máquina que enrola o filtro e o tabaco num instante, fica muito mais barato e não se fumam tantos cigarros pelo trabalho que dá em deitar tabaco na caixa meter o filtro e ficar pronto, para além disso porque fumei um pareceu-me muito mais agressivo que os cigarros normais e não fumaria muitos de rajada como faço aqui no PC.
 

Devenish

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Fui agora ao tópico e o Antilamp diz;
Fica numa rua que sobe da Ribeira para a antiga cadeia da relação. Não sei o nome

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mas ainda falta tempo.
 

jsm

Tribuna
29 Abril 2007
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Bom não pelo Nobel que eu aplaudo o Saramago caro Kerouac (já agora gosto muito da Beat Generation!), aplaudo a pela sua obra. Uma obra original que não comete, como bem diz o Harold Bloom, o pecado de ter de matar o pai inspirador, ou seja sem sofrar da angústia da influência. É isso que define o Canon ocidental onde entram autores como Kafka, Musil, Shakspeare, Falkner ou Pessoa. Quanto à ideologia se vamos por aí vamos muito mal. A arte vale por ela. A partir do momento em que uma obra está concluida, já não é do autor, mas sim dos leitores, ou ouvintes, o espectatores, pois farão dela as suas particulares leituras. É por isso que Umberrto Eco fala da Obra Aberta, uma obra capaz de ser lida de muitas maneiras. Foi esse o sonho de Mallarmé, ser capaz de escrever uma obra passível de infinitas leituras. Borges também o tentou e Pessoa ou desdobra-se em muitos autores também o tentou. É evidente que Saramago não é comparável a Homero ou a Dante, mas eu pergunto e quem o é?Saramago é um autor português que espalhou a nossa língua pelo mundo, e deixou obras como o Memorial do Convento, ou o Ano da Morte de Ricardo Reis que podem rivalizar com qualquer grande obra do século XX. A questão da ideologia na arte foi um tema muito debatida e batido durante o século vinte desde os estudos de Luckacs até ao Goldmann. Hoje é um tema irrelevante na crítica literária, de arte ou músical. Senão teríamos o incómodo de ter o Picasso e o Miró comunistas, ou o Mayakovsky, ou o Chaplin...Teriamos a suprema maçada de levar com o Ezra Pound e o Marinetti fascistas ou o Celine, também fascista, o Carl Orff nazi ou o Herbert Von Karajan também nazi, o Pessoa monárquico ou o T.S.Eliott conservador católico ou o Kerouac budista, o Green católico, ou o Sartre ateu...Não é por aí que devemos ir. Há a obra e há o homem e as suas circunstâncias e é assim que devemos ver as coisas. Senão somos uns trauliteiros, ou uns Talibans destruidores dos grandes Budas só por que o pobre do Buda nunca ouviu falar de Maomet...Aliás Ratzinger esse ieólogo insuspeito é maior respeitador das obras de arte, e não tem os problemas teológicos/ideológicos de muitos talibans da nossa praça e até do nosso espaço de reflexão tão saudavelmente portista. Bem hajam a todos, pensem coomo pensarem.
 
T

Tripeirofcp

Guest
> Antilamp Comentou:

As vitórias do FC Porto não são vitórias nacionais. São vitórias do FC Porto.

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GRANDE!
 

Kerouac

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nunca pus em cauda a obra.

apenas não a li

reconheço que pode ser genial apesar de não saber onde a posicionar em termos do TOP das obras literárias

ou sequer se esse top faz sentido.

os livros estão lá. é obra. leiam-se. quem quiser

o que eu questiono é o Saramago humanista. Não o é. Não tem quase nenhuma das características de um grande humanista.

O Homem, o Grande Português, o Grande Humanista, o Grande Intelectual, o Grande Revolucionário das Letras. O Grande Nobel!

Faça-se uma semana de luto, o país está de luto.

Ridículo

O Regime Cubano por muito mau que tenha sido. e foi e é ainda muito mau substituiu um ainda muito pior.

Ter simpatia à partida por esse regime é compreensível. Como é compreensível que Sartre e Beauvoir se babassem com o regime soviético estalinista.

E é claro que como em tudo na vida não devemos ver a história pelos olhos dos outros muito menos dos americanos.

Agora trata-se de um regime opressor, com censura (a mesma que o Sr. Saramago não queria para ele) com perseguições, com mortes e com muita coisa completamente escusada.

isto sabe-se à 20/30 anos com muita clareza e objectividade.

um humanista médio, já não falo de um Grande Humanista nunca mas nunca poderia patrocinar aquilo.

não é patrocinável. pode até ser aceitável ou tolerável (por falta de alternativa melhor) mas patrocinável?

O Sr. Saramago tinha um padrão e uma bitola para aqueles que pensavam como ele e outra completamente para quem pensava de forma diferente. Como acontece com muitas pessoas, génios ou não.

Mas isso, essa falta de tolerância. Essa falta de capacidade de aceitar a diferença é uma ferida de morte, para mim, no seu Humanismo.

Por vezes tenho esperança que houvesse dois Saramagos. Um intimo, que eu por vezes dislumbro, com vontade de entender, de aceitar, de acreditar, de procurar com humildade e respeito e outro Saramago, o público, que por qualquer razão sentia necessidade de chocar e insultar.

que sobretudo acreditava na legitimidade de impor coisas pela força. mesmo que essa imposição seja por força de algo que ele considerava correcto

esse Saramago não me diz nada. o outro será lembrança de quem conviveu com ele e teve essa vivência.