Estórias da nossa história

H

hast

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Ontem, terminado o jogo do basquetebol, tive o prazer de conhecer pessoalmente o Sr. Luís César. Foi-me apresentado pelo Velasquez.

Apesar da brevidade do encontro e das palavras de circunstância, fiquei a saber que o Sr. Luís César tem um pequeno museu, particular, na sua terra natal (Santa Cruz da Trapa), relativo ao FC PORTO. Quando tiver oportunidade, e se me for permitido, visitá-lo-ei com todo o gosto.

Um bem-haja ao Sr. Luís César
 
H

hast

Guest
Da «Estrofe que falta nos Lusíadas» ao «Aleluia»

Terminou um ano, outro começou e as nossas contas com os leitores ainda não estão saldadas. Entre as promessas por cumprir está uma recente relacionada com o clube de origem de Madjer, quando, em 1985/86, o atleta se transferiu do futebol francês (em boa hora…) para o nosso clube.

Tours ou Matra Racing?
A dúvida colocou-se a partir de uma reportagem do jornal «i» com o argelino (à qual aludimos no nº 298 da Dragões, de Setembro/Outubro 2010), dando-o como se tendo transferido via Tours que passamos a citar, «não o quis por mais uma época por insuficiência técnico-tácticas» (isto de acordo com as declarações de um dirigente francês do jornal L’Equipe, na sua edição de 18 de Agosto de 1985).
Dissemos nós, na altura, que, se o nosso «software» ainda estava actualizado e dentro do prazo de validade, o atleta se tinha transferido do Matra Racing (clube que Artur Jorge viria mais tarde a treinar, levando-o a efémeras glórias) prometendo esclarecer, com o próprio, a dúvida – Tours ou Matra Racing?
O inesquecível convívio que a viagem a Viena de Áustria proporcionou permitiu-nos «tagarelar» com Madjer, recordar tantas tardes e noites de glória e, obviamente, «colocar o azul no branco», que é, como quem diz, esclarecer os factos.
Conclusão?
Não erro formal na informação do «i» (apenas uma inverdade da qual nenhumas culpas lhe cabem) e não há também erro formal nos arquivos da nossa memória (apenas uma insuficiência de dados). Parece charada mas não é.
Exemplificamos. Na verdade, Madjer transferiu-se via Tours, clube que nunca representou, no qual nunca esteve fisicamente, cujas instalações nunca frequentou, porque foi essa a fórmula encontrada (disse-nos ele que de burocracia nada entendia…) para se poder transferir para o FC PORTO.
O Matra Racing foi, de facto, o último que representou, de corpo e alma, antes de ingressar no seu clube «fetiche». O atleta viajou directamente de Paris para o Porto, enquanto a sua papelada deu «um salto» a Tours antes de viajar para Portugal.
Inverdade da versão «i» - o clube francês não o podia ter querido «por mais uma época (e muito menos por insuficiências técnico-tácticas) porque ele nunca lá jogou nem uma peladinha…
Insuficiência de dados nos arquivos da nossa memória – desconhecíamos que para chegar de Paris ao Porto (leia-se Matra Racing a FC PORTO), Madjer tivesse feito um desvio por Tours… Assim ninguém correrá o risco de ser impreciso quando recordar o currículo desportivo de Rabah Madjer.
Tudo esclarecido, fica a informação, completa.

A estrofe que falta aos Lusíadas
Quando se pensa que tudo já foi dito sobre determinado assunto. Aparece, quase sempre, qualquer coisa inédita capaz de nos surpreender. É este o caso. Julgávamos que sobre o inédito Penta (iniciado em 1994/95 com Robson – vitória caseira sobre o SC Braga, por 2-0, na jornada inaugural – e finalizado em 1998/99, com Fernando Santos, com mais uma vitória caseira por 2-0, esta sobre o Estrela da Amadora) tudo já tinha sido dito, redito, escrito e lavrado em acta, quando vasculhando velha papelada (arrumada numa desarrumação organizada) nos veio parar às mãos… «O ECO».
E o que é isso de «O ECO», perguntará o leitor.
Perguntará e perguntará bem.
«O ECO» é (ou era) – porque não sei se ainda existirá – um «jornal» fotocopiado, de índole familiar, com redacção e impressão na Foz do Douro, na Rua de Marechal Saldanha e que para além de animar o convívio de imperdíveis (calculámos nós) serões, permitia aos convivas dar asas à sua criatividade literária. Tudo são e salutar.
É assim que nele encontramos este anúncio original:
«Trespassa-se (motivo falência) País com 90.000 km quadrados, vista mar, bem localizado (junto à Europa, mesmo ao lado de Espanha) a precisar de obras. Contactar Agência S. Bento.»
Ou na página das curiosidades, uma coluna de Porquês com algumas interrogações bem-dispostas - «Por que é que “separado” se escreve tudo junto e “tudo junto” se escreve separado?», «Por que é que os kamikazes usam capacete?», Qual a ideia de esterilizar uma agulha a um condenado que vai receber uma injecção letal?», «Porque não comida para gato com sabor a rato?» e por aí fora.
E foi assim que no meio destes e de muitos outros aperitivos saboreamos uma lauta iguaria, «confeccionada» por José Gavião, cujo título encima (a meias) esta estória de hoje e constitui um inédito contributo para o acervo literário que cantou o inédito «Penta».
Saboreiem-na os nossos leitores e tomem, tal como nós (e mais do que nós, José Gavião, o seu autor), esta estrofe que falta nos Lusíadas como uma homenagem do «povo» anónimo à «forte gente que nas Antas fez raiar a nova aurora».
«Mais que os heróis de antanho, homens de outrora,
É preciso cantar a forte gente,
Que nas Antas fez raiar a nova aurora,
E a cidade encheu de luz resplandecente.
São os bravos que o Povo comemora,
Em agradecimento permanente.
Para os outros cinco anos de tormenta,
Para eles as vitórias e o Penta.»

Pedro Homem de Mello e a «Aleluia»
Foi poeta. Foi professor. Exerceu advocacia. Viveu em Afife, junto ao rio, num local paradisíaco, onde escreveu parte da sua obra. «Povo que lavas no rio», «Havemos de ir a Viana» e o «Rapaz da camisola verde» são poemas que imortalizam Pedro Homem de Mello.
Às gerações antigas o nome dirá muito. À geração actual provavelmente muito pouco.
Num inquérito de rua acreditamos que uma ínfima minoria – e mesmo essa já de cabelos bem branquinhos – conseguiria associar o seu nome à história do nosso clube. Se fizesse esta pergunta simples – Já ouviu falar da «Aleluia» de Pedro Homem de Mello? Um rotundo «confesso que não» seria a resposta (quase) inânime.
Talvez que os antiquíssimos consócios se lembrassem que nos idos 60 e 70, na RTP, havia um popular apresentador de um programa que divulgava o folclore português, chamado Pedro Homem de Mello.
Agora «Aleluia»... «não confesso que não sei do que se trata».
Têm razão. Esta «Aleluia» tem andado escondida na nossa história. De quando em vez, para relembrar que «deram tudo por nós estes atletas» e «não há derrotas quando é firme o passo» a «Aleluia» ressuscita. Durante muitos anos um painel de azulejos com a «Aleluia» de Pedro Homem de Mello era o emblema maior do hall de entrada do Estádio das Antas. Diariamente quem por lá passava ficava a saber que «azul e branca essa bandeira avança… azul, branca, indomável, imortal».
«Aleluia» foi ainda (como aqui se reproduz) página primeira de um desdobrável, editado pelo FC PORTO, alusivo ao fecho da Maratona e da Arquibancada e apelando ao mesmo tempo, para colaborarmos na campanha dos 70.000 sócios.
Depois «Aleluia» perdeu-se.
Evocá-la neste início de 2011 é relembrar (como diria o poeta que o Porto viu nascer a 6 de Setembro de 1904) que «ninguém fale em perder! Ninguém recua…» evocá-la neste início de 2011 é (re)colocá-la na nossa história da qual nunca saiu, é certo, mas na qual é certo, também, nunca foi transversal a todas as gerações.

Aleluia
Dúvida? Não. Mas luz, realidade
E sonho que, na luta, amadurece
- O de tornar maior esta cidade.
Eis o desejo que traduz a prece.
Só quem não sente o ardor da juventude
Poderá vê-la de olhos descuidados
Porto – palavra exacta. Nunca ilude.
Renasce nela a ala dos namorados!
Deram tudo por nós estes atletas.
Seu trajo tem a cor das próprias veias
E a brancura das asas dos poetas…
Ó fé de quem andam nossas almas cheias!
Não há derrotas quando é firme o passo.
Ninguém fale em perder! Ninguém recua…
E a mocidade invicta em cada abraço
A si mais nos estreita. A pátria é sua.
E, de hora a hora, cresce o baluarte!
Lembro a torre dos Clérigos, às vezes…
Um anjo dá sinal quando ele parte…
São sempre heróis! São sempre portugueses!
E, azul e branca, essa bandeira avança…
Azul, branca, indomável, imortal.
Como não pôr no Porto uma esperança
Se «daqui houve nome Portugal?»

FC PORTO foi o primeiro clube português a jogar em Barcelona

A história regista-a mas efeméride já «nonagenária». Remonta ao longínquo ano de 1921 e refere o facto de ter sido o FC PORTO o primeiro clube português a jogar em Barcelona.
Tudo começou com um convite do Real Madrid para o FC PORTO jogar no seu estádio. «Aproveitando a boleia», o Desportivo Europa (então uma das mais conceituadas equipas espanholas) também quis medir forças com o nosso clube, convidando-o para efectuar dois jogos em Barcelona. Dito e feito, o FC PORTO aceitou o repto e tornou-se, então, o primeiro emblema português a actuar naquela cidade.
Era grande, naquela altura, a diferença que marcava o futebol exibido pelos representantes dos dois países. Não admira, pois, que a contabilidade final tenha sido amplamente desfavorável ao FC PORTO – duas derrotas em Madrid, frente ao Real Madrid a 19 e 20 de Março (3-1 e 2-1) e uma derrota (5-1) e um empate (1-1) frente ao Desportivo Europa a 27 e 28.
Na viagem do FC PORTO a Madrid jogou pela primeira vez Artur Augusto (baptizado pelos jornais desportivos como «Artur Cunha»…) que pertencia ao Benfica e veio a ingressar definitivamente no nosso clube pouco tempo mais tarde.
Na «campanha» de Barcelona a equipa recebeu o reforço de Artur José Pereira e seu irmão mais velho Francisco Pereira.
A imprensa deu algum destaque a esta digressão a Espanha pelo que, sobre cada jogo, há algumas notas impressivas que não ficam mal recordar.

Real Madrid – FC PORTO, 19 de Março – o jogo começou às 16h15 e o árbitro sr. Monteiro era Racing Clube de Madrid. Ovação para o FC PORTO à entrada em campo e pontapé de saída favorável ao Real Madrid. Primeiros quinze minutos de forte assédio madrilista mas caberia ao FC PORTO a abertura do «placard» à passagem do minuto 25 – centro fraco de Pires mas bem aproveitado por Alexandre Cal para colorir o marcador. Um mau alivio de Artur Augusto, ainda na primeira parte, colocou a bola ao alcance de Del Campo que não perdoou (1-1), tal como Ubina, o avançado centro, não perdoaria a possibilidade de fazer o 2-1 com a conivência, é certo, do «keeper» Valença, que deu valente «peru», não sustendo um remate feito de muito longe e De Miguel (embora em claríssimo fora de jogo) também não. Valença não esboçou sequer a defesa e o marcador alterou-se pela última vez (3-1).

Real Madrid – FC PORTO, 20 de Março – Eram 16h20 quando o árbitro sr. Riete, do Atlético Clube, chamou os grupos.
Escolhido o campo, o FC PORTO jogou contra o vento e durante vinte minutos pressionou, aproveitando a boa onda de ter marcado logo aos 5 minutos (marcador não referenciado). Ainda antes do intervalo, De Miguel, de cabeça, empatou e pouco depois marcaram os madrilenos o golo da vitória… preparado com a mão (não há nota do seu autor). Rezam as crónicas que o FC PORTO viria a marcar um golo limpinho por Pires, que daria o empate, tendo Manzanedo devolvido de cabeça quando a bola já ultrapassara o risco fatal, começando aqui uma toada de jogo violento que o árbitro não soube evitar.
Em ambos os jogos o FC PORTO alinhou assim: Valença; Ferreira, Artur Augusto, Velez Carneiro, Floriano e J. Francisco, Lopes Carneiro, Reis, Alexandre Cal (cap.), Tavares Bastos e Pires.

Desportivo Europa – FC PORTO, 27 de Março – O jogo iniciou-se às16h20 e foi arbitrado pelo sr. Cruelhe. O FC PORTO começou bem e logo aos 5 minutos, concluindo uma excelente avançada, Francisco Pereira fez 1-0. Reagindo, os espanhóis, por intermédio de Olivela (mais um «off-side» claríssimo) chegam ao empate. A parcialidade evidente do árbitro enerva e desorienta a nossa equipa e ainda dentro do primeiro tempo, novo «peru» de Valença permitiu a Sotilos fazer o 2-1. Aproveitando uma arbitragem muito parcial, o Desportivo Europa marcou por mais três vezes, duas das quais… mercê de novos «off-sides»!

Desportivo Europa – FC PORTO, 28 de Março – Pela primeira vez uma arbitragem correcta e parcial, esta a cargo do sr Peris, do FC Barcelona. Uma belíssima meia hora inicial do FC PORTO. Jogo rápido concluído com incontáveis remates, sem, contudo, se traduzirem na obtenção de qualquer golo.
A beleza do jogo deu lugar à violência e ao terminar a primeira parte Alexandre Cal cai magoado e «foi retirado em braços». Voltaria para a segunda parte mas deslocado para extrema-esquerda. Ao Europa valeu-lhe a classe do seu guarda-redes Bardoy para fazer render o 1-0, conseguido aos 75 minutos, e evitar uma derrota que o volume de jogo azul e branco justificava.
Tudo Bardoy foi defendendo, menos, mesmo ao findar o encontro, um remate colocado de… Alexandre Cal! Um golo que desanimou por completo a assistência que «nem por uma questão de delicadeza aplaudiu».
Nos dois jogos em Barcelona foi o seguinte «eleven» do FC PORTO: Valença, Artur Augusto; J. Ferreira, Velez Carneiro, Artur José Pereira e Floriano; Lopes Carneiro, Reis, Francisco Pereira, Alexandre Cal (cap.) e Tavares Bastos.

Luís César
in «Revistas dos Dragões» Dezembro de 2010
 
D

Deco_10

Guest
http://www.todocoleccion.net/abonament-especial-trofeu-joan-gamper-f-c-barcelona-temporada-1987-88-lateral-2-graderia~x20034044

Um bilhete para assistir ao Joan Gamper em 1987, edição que vencemos com

2-1 ao Barcelona

2-0 ao Bayern
 
D

Deco_10

Guest
http://www.allcollection.net/22-trofeu-joan-gamper-estadi-f-c-barcelona-1987-acomiadament-to-esteban-vigo~x11936644

Cartaz alusivo à mesma edição
 

Dragao_man

Tribuna Presidencial
1 Março 2007
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24
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Maia
  • Madjer
  • Jardel
  • Deco
  • Hulk
Curioso que para eles nós somos CF Porto, enquanto que o Barça é que é FC Barcelona lool
 
D

Deco_10

Guest
1987 - Joan Gamper

Participants:

FC Barcelona (Spain)
FC Porto (Portugal)
AFC Ajax (Netherlands)
FC Bayern München (Germany)

Semifinals [Aug 18]

FC Barcelona 1-2 FC Porto
[0-1 Madjer 12´, 1-1 Schuster 28´, 1-2 Placido 49´].

FC Barcelona: Zubizarreta; Cristobal, Migueli, Julio Alberto (Vinyals), Victor, Salva,
Hughes (Carrasco), Schuster, Roberto (Urbano), Lineker, Caldere.

FC Porto: Mlynarcsyk; Joao Pinto, Eduardo Luis (Inacio), Celso, Eurico,
Semedo, Magalhaes, Madjer, Gomes (Placido), Sousa, Andre.

Bayern München 1-1 Ajax Amsterdam [Bayern München 5-3 on pen.]
[0-1 Bosman 18´, 1-1 Wohlfart 42´]

B. München: Pfaft; Winklofer, Eder, Augentaler, Pflugher, Flick,
Brehme, Matthaus, Kogl, Wohlfart, Lunde.

AFC Ajax: Menzo; Blind, Spelbos, Wouters, Silooy, Bosman (Witschge),
Rijkaard, Sorensen (Scholtwen), Boeve, Bergkamp (Winter), Neyer.

Third place match [Aug 19]

FC Barcelona 3-2 AFC Ajax Amsterdam
[1-0 Víctor 28´, 1-1 Bosman 43´, 2-1 Lineker 53´,
2-2 Wouters 57´, 3-2 Roberto 74´].

FC Barcelona: Zubizarreta (Urruti); Gerardo, Moratalla (Migueli), Julio Alberto, Victor, Alexanko,
Esteban (Urbano (Caldere)), Schuster, Roberto, Lineker, Amarilla (Hughes).

AFC Amsterdam: Menzo; Blind, Spelbos, Wouters, Silooy, Dick (Dick), Meyer (Bergkamp),
Rijkaard (Bosman), Stapleton, Witchle, Vant Schip.

Final [Aug 19]

FC Porto 2-0 Bayern München
[1-0 Semedo 49´, 2-0 Madjer 89´].

FC Porto: Mlynarczyk; Pinto, Eurico, Celso, Inacio, Semedo, André,
Pacheco, Sousa, Placido (Barros), Madjer.

B. München: Aumann; Nachtwech, Fuck, Augenthaler, Bayerschmidt (Lunde), Matthaus,
Eck (Kogl), Dorfner, M. Rummenigge; Tschiskale (Wohlfart), Wegmann.
 
F

Francisco Oliveira

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Se alguém tiver imagens do golo do MADJER na final com o Bayern a \"girência\" agradece rever esse magnifico golo. Uma verdadeira obra d`arte de um Artista.
 

Dragao_man

Tribuna Presidencial
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> Deco_10 Comentou:

> B. München: Aumann; Nachtwech, Fuck, Augenthaler, Bayerschmidt (Lunde), Matthaus,
Eck (Kogl), Dorfner, M. Rummenigge; Tschiskale (Wohlfart), Wegmann.
_______________________________________________________________________________________

Então o Bayern joga a meia-final com quase todo o seu 11 base e depois na final só joga com 3 habituais titulares??
Já agora diga-se que o nome de um dos defesas centrais do Bayern é deveras interessante xDDD
Fosse ele inglês que seria gozado forte e feio xDD
 

jsm

Tribuna
29 Abril 2007
3,319
16
Obrigado hast pelas tuas narrativas relativas ao nosso Porto. Delicioso o post do Madje e épico o grande e inesquecível Zé do Boné, o grande José Maria Pedroto!!!Talvez não saibas mas o primeiro jogador do FCPORTo cujo nome conheci foi o do Pedroto. Era eu um puto de 3 ou 4 anos e o meu pai falou-me nele com tanto entusiasmo, dizendo dele como jogador tais maravilhas, que o imaginei o maior génio da bola de todos os tempos, uma espécie de super heroi. Ainda hoje, passados tantos anos e já não são poucos, pois estou nos cinquenta quando oiço o nome de Pedroto recuo até aquele dia em que o meu pai me falou nele. Não sei porquê, mas por muitos jogadores que tenham passado pelo nosso clube, aquele será sempre o mais especial, o mais genial, o verdadeiro jogador do Porto!
 
R

Reinaldo

Guest
http://www.jn.pt/infos/maio1940.pdf
Capa da ediçao do JN do dia seguinte a termos vencido o campeonato de 1939/40 em pleno galinheiro
 
V

Vitor Santos

Guest
É aqui que quero que se volte a escrever História!
http://youtu.be/H0rmW0ynAo8
 
H

hast

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Um cadáver e um Mausoléu

Não se assuste o leitor com o título. Tão pouco pense que lá por o mês de Março (escrevemos quando o dia dos enganos ainda não chegou) ser consagrado ao deus Marte (deus da guerra na mitologia romana) e o ano de 2011 influenciado pelo planeta Saturno, esta irá ser uma soturna crónica com muitos mortos e feridos. Prometemos que não lhe reservamos um desfilar de estórias tétricas e deprimentes. Poderíamos ter escolhido outro título - «Um cadáver num mausoléu», mas, que diabo, colocar um cadáver num mausoléu é coisa tão óbvia que não despertaria a curiosidade de ninguém e só nos daria pano para uma manga.
Nesta crónica, um cadáver e um mausoléu são coisas distintas, embora a história do mausoléu seja anterior à do cadáver. Em bom rigor, o título deveria ser «Um mausoléu e um cadáver». Acontece que primeiramente encontramos a estória do cadáver e só depois a do mausoléu, pelo que o título ficou assim mesmo, embora as estórias de hoje não se esgotem no FC Porto - Académica que decidiu o título de 19555-56 e na evocação de um treinador húngaro que no início dos anos 40 treinou o nosso clube – Lipo Herczka.
Para memória futura da nossa história, aqui ficam, então, algumas estórias e apontamentos que a nossa última pesquisa nos revelou e, a partir de agora, passamos a partilhar com os leitores.

Cadáver no balneário
Comecemos pelo cadáver. Ninguém, por certo, de quantos acompanham a história do FC Porto, se esquece da época de 1955/56.
Relembramo-la recuando à de 1939/40, era Miguel Siska o treinador. Com apenas uma derrota em 17 jogos (frente ao Sporting, por 4-3, na 14ª jornada), o FC Porto chegou à última jornada com tolerância zero para perder pontos e com uma difícil deslocação às Amoreiras, para defrontar o Benfica.
Como se pode ler em «O Século do Dragão», foi um duelo épico, de muito sofrimento, de corações apertados, de unhas roídas até ao sabugo, que o nosso clube venceu com dois gigantes entre os heróis: o guarda-redes húngaro Bela Andrasick e o «velho» Pinga, autor de dois dos três golos que coloriram a vitória azul e branca por 3-2.
O Sporting, segundo classificado, caía de pé e o FC Porto, com dois desconhecidos vindos do Leste, sempre de chuteira quente – Kordonya (28 golos) e Petrack (16) – conseguia, tal como o seu treinador, o bicampeonato. Era o tempo dos guarda-redes Bela Andrasick, Soares dos Reis e Rosado, de Castro, Carlos Nunes, Gomes da Costa, Pacheco, Kordonya, Petrack, Pinga e António Santos na avançada, Baptista da Costa, José Baptista, Carlos Pereira, Lopes Carneiro, Guilhar, Pereira da Silva, Poças, Sacadura, Sarrea e Zeca na defesa e meio campo.
Depois… bom, foram dezasseis anos de travessia de deserto até à chegada de Dorival Knippell, um brasileiro descendente de imigrantes alemães, que desde os seus tempos de bem sucedido guarda-redes ganhara a alcunha de Yustrich.
Contratado pelo presidente Cesário Bonito, quando era vendedor de automóveis em Belo Horizonte, a sua terra natal, Yustrich virou a equipa do avesso, mudando-lhe os hábitos e as mentalidades, apostando tudo no profissionalismo, na organização e na disciplina. Ganhou. O campeonato não foi, longe disso, pipoca doce. A derrota sofrida na penúltima jornada (25ª) frente ao Sporting (1-0) só segurou o FC Porto no comando por obra e graça do empate (1-1) conseguido no ninho das águias (21ª jornada), o qual valeu ouro no confronto directo, uma vez que na sua casa o FC Porto vencera (8ª jornada) por 3-0.
Mas, para ser campeão, era preciso vencer a Académica de Coimbra nas Antas, no último jogo.
E é aqui que entra a estória (quase desconhecida do cadáver. Quem viu ao vivo esse jogo, como nós, sabe o sofrimento que se viveu naquelas bancadas enquanto o resultado se manteve teimosamente, sem que qualquer das equipas conseguisse violar a baliza contraria. As macas andaram num verdadeiro corropio, socorrendo corações descompassados, porque o FC Porto não marcava e Ramim, o guarda-redes academista, rubricava a melhor actuação da sua vida. Defendeu tanto que cansava só de ver.
Ao intervalo tudo como no início. – nem um só golo a colorir o placard. Como conta o jornalista Homero Serpa, em «Cândido de Oliveira, uma biografia» e é reproduzido em «A Paixão do Povo - História do futebol em Portugal», da autoria de João Nuno Coelho e Francisco Pinheiro, foi então que – e passamos a citar - «o inesperado aconteceu. Ao voltarem para o balneário, os “estudantes” deparam com algo perfeitamente inverosímil: numa mesa de massagista repousava o cadáver de um adepto Portista que morrera vítima de ataque cardíaco na bancada, tapado com a bandeira do FC Porto. Os jogadores da Académica ficaram estupefactos, sem reacção. Até que um deles terá afirmado: “Eles puseram aqui o morto para nos impressionarem, mas não nos impressionam nada, porque lá no hospital de cadáveres tratamos nós todos os dias”».
Como acrescentaram os autores de «A Paixão do Povo - História do futebol em Portugal», nunca saberemos até que ponto esta visão macabra terá afectado os conimbricenses na Segunda parte da decisiva partida. A verdade é que o FC Porto alcançaria a desejada vitória e o título nacional. «Resta saber se o morto terá tido algum mérito nessa proeza…».
Mérito teve, de certeza, Hernâni. Com uma calma olímpica transformou o penalty (sem contestação) de que a equipa beneficiou e iniciou os festejos que a chegada do segundo e terceiro golos transformou no primeiro grande abraço entre o Porto – Clube e o Porto - Cidade.
Nomes do título? Acúrsio, Pinho, Carlos Duarte, Eleutério, Gastão (brasileiro), Gonçalves (brasileiro), Hernâni, José Maria, Miguel Arcanjo, Monteiro da Costa, Osvaldo Cambalacho, Pedroto, Perdigão, Henrique Sá Pereira, António Teixeira, José Valle, Virgílio e esse enorme goleador brasileiro chamado Jorge de Souza Matos, mas que «acudia» pela alcunha de uma ave pernalta brasileira com nome singular – Jaburu.
Um negrão desajeitado mas goleador, que morreu pobre e macambúzio, atropelado em Copacabana, e que, só à sua conta, essa época, em 28 jogos (23 para o campeonato e 5 para a Taça de Portugal) facturou por 29 vezes (22+7). Um ídolo tamanho, que, numa das confeitarias da nossa nobre e leal cidade invicta, o bolo-rei natalício não tinha a tradicional fava. Tinha antes (como se conta no «Livro de Ouro do FC Porto» publicado pelo «Diário de Noticias») «entre as fatias recheadas um bonequinho preto que era o encanto da catraiada pela festa do nascimento do Menino Jesus: o Jaburu».

Mausoléu em Montemor-o-Novo
Passemos, agora, ao mausoléu. Não ao do FC Porto, no cemitério do Prado do Repouso, de todos conhecido, mas ao de Montemor-o-Novo. Perguntará o leitor – e que tem o FC Porto a ver com ele?
Directamente… nada. Indirectamente, alguma coisa.
Como veremos, certamente que o nome de Lipo Herczka não será, de todo, desconhecido para muitos dos nossos fiéis leitores. Já nele aqui falamos em crónica anterior, quando passamos em revista os treinadores estrangeiros que treinaram o nosso clube.
Basta recuarmos ao princípio dos anos 40 (como atrás escrevemos) para o encontramos.
O húngaro Lipo Herczka foi um treinador do mundo com passagens por Alemanha e Espanha (Real Madrid, Athletic de Bilbao, Hércules de Alicante e Real Sociedad).
Em Portugal, treinou não só o Benfica e FC Porto, como, entre outros, a Académica de Coimbra, o Vila Real, o Portimonense e o União de Montemor, o clube da cidade onde viria a falecer. No FC Porto (assinou em 18 de Março de 1943) não foi feliz. Semi-finalista da Taça de Portugal e sétimo classificado no Campeonato Nacional na época em substituiu Miguel Siska (1942/1943), o treinador húngaro nada relevante conseguiu para o clube na época seguinte, sob a responsabilidade da Direcção presidida por Luís Ferreira Alves – foi quarto classificado no campeonato e ficou-se pelos quartos-de-final da Taça de Portugal, eliminado aos pés do Estoril Praia. Ainda sobreviveu na época seguinte (1944-45), em Direcção presidida por Cesário Bonito, mas, não tendo superado a fasquia anterior (voltou a ser quarto no campeonato e eliminado da Taça de Portugal logo nos oitavos-de-final), Lipo Herczka deixou o FC Porto no final da época (entrou Joseph Szabo), rumando ao Portimonense, clube que levou à fase final do Campeonato Nacional da Segunda Divisão, com a taluda da subida a sorrir ao Estoril Praia.
Fixou-se em Montemor-o-Novo e ali faleceu. A 10 de Novembro de 1951 é «inaugurado» o mausoléu de Lipo Herczka, no qual, sempre que a Montemor-o-Novo se desloca, o Portimonense deposita flores, tal como o FC Porto faz com Pepe quando se desloca ao Restelo.
Pensamos que este é um facto desconhecido para a maioria da família Azul e Branca. Encontramos as referências no livro que com frequência vimos citando («A Paixão do Povo - História do futebol em Portugal») e no site oficial do Portimonense. Um bom motivo para que o FC Porto, agora conhecedor do facto, em próxima deslocação ao Alentejo, preste a sua homenagem a uma figura que não se pode dissociar da sua história. Fica a sugestão.

As passagens meteóricas de Fandiño e Amaury
Dezassete épocas separam a presença de Fandiño (1948) e Amaury (1965) no FC Porto.
Um (Fandiño) foi dos primeiros argentinos a jogar no nosso clube (diríamos mesmo que antes dele apenas se exibiu, a partir de 1936, Reboredo). Outro (Amaury) foi um craque de estalo, um dos grandes jogadores brasileiros que a nossa história consagra.
Um e outro tiveram um ponto em comum – quase tão depressa chegaram como partiram. Por inadaptação? Não. Por talento! Sim. Fandiño (Francisco Sixto Fandiño) estreou-se na época de 1948-49 pela mão de Alejandro Scopelli, mas não chegaria a fazer uma dúzia de jogos (8 para o Campeonato e 3 para a Taça, com dois golos apontados, um em cada prova). Transferido do Grémio de Porto Alegre por 20 notas de conto, estreou-se a 3 de Outubro frente ao Sporting de Braga. Antes do final da época deixou o clube e… ingressou no Barcelona.
Amaury (Amaury da Silva) chegou ao Porto a 16 de Junho de 1965 para integrar o plantel comandado pelo seu compatriota Flávio Costa. Contratado ao Flamengo por 1960 contos, Amaury integrou, juntamente com o seu patrício Valdir, um plantel formado por Américo, Rui, Atraca, Bernardo da Velha, Carlos Baptista, Carlos Manuel, Custódio Pinto, Ernesto, Festa, Eduardo Gomes, Jaime, Luís Pinto, Manuel António Naftal, Nóbrega, Paula, Pavão, Rolando, Sucena, Valdemar e Alípio Vasconcelos.
Apenas suplantado no tiro ao golo por Manuel António (10), Amaury disputou 19 jogos para o campeonato para o Campeonato (7 golos), oito para a Taça de Portugal (1 golo) e três para a Taça das Cidades com Feira (Stade Français e Hannover 96). No final da época, Amaury representou uma considerável mais-valia para as finanças do clube, ao transferir-se para o Santos (de Pelé) por 2400 contos.
Vimo-lo jogar várias vezes e o seu futebol, simultaneamente fantasista e acutilante, sempre nos deliciou. Nascido a 6 de Março de 1942, Amaury, se ainda for vivo (o que desconhecemos) terá 69 anos. Celebrava o seu aniversário no mesmo dia do guarda-redes Américo, que no passado dia 6 de Março completou 78 anos.

Luís Cesar

in «Revistas dos Dragões» Fevereiro de 2011
 

hrc

Bancada lateral
18 Junho 2007
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Arcos de Valdevez, 1982
Tenho lido este tópico de uma ponta a outra. Grandiosa a História que por aqui se conta, principalmente para portistas como eu, que só conheceram o Porto das grandes vitórias, e nunca conheceram os terríveis anos que o Porto passou durante os tempos da velha senhora.

Duas coisas me chamaram particularmente a atenção. Um, as ligas a ricardos bostas e afins destes tempos, são meninos ao pé de muitas das coisas que se passavam nos anos da grande travessia e não só.

Dois, há ans 6 ou 7 anos atrás, fui fazer uns trabalhos a um escritório de advogados na rua de Sá da Bandeira. Marcou-me ver um Senhor já na altura com mais de 90 anos ainda no activo, e com uma grande disposição, sem peneirices a conviver com o \"pessoal\" que lá estava a trabalhar.

Esse senhor dava pelo nome de Ponciano Serrano, nunca mais me esqueci do nome. Qual é o meu espanto, quando através deste tópico descubro que ele foi certamente uma das pessoas mais importantes da história do nosso Porto. Já confirmei, e era mesmo ele. Infelizmente já faleceu... Não soube exactamente quem era na altura, só agora, mas por algum motivo nunca mais me esqueci dele, algo me disse para não esquecer, apesar de quem me ter pago ter sido o sócio.

Um enorme bem haja ao hast por se dar ao enorme trabalho de transcrever todas esta Histórias e partilhar com o pessoal :)
 

mmmkk

Tribuna Presidencial
23 Fevereiro 2007
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Porto
Ninguém se lembra de um jogo de pré-época que fizemos no Brasil contra o Grêmio, em 1995, que ficou 3-0 a nosso favor, se não estou em erro? Alguém me consegue arranjar estatísticas ou dados desse jogo?
 

mmmkk

Tribuna Presidencial
23 Fevereiro 2007
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Porto
tinha sido o campeão sul americano. Foi com o Grêmio. Eles tinham jogado a intercontinental com o Ajax e depois jogaram connosco nessa pré-época de 1995-96