Líder, Presidente, responsável máximo.
A quem tem de se questionar, de quem tem de se esperar algo, a cara de tudo isto.
Independentemente da ilusão que a classificação ainda alimenta, muito por conta de uma mediocridade tão grande ou maior que anda por quem está à beira de ser tetra, é preciso fazer um estado da nação.
Porque daqui a nada, está o fim da época, o começo da outra.
O problema do clube está muito acima do treinador, incapaz, ou de problemas avulsos no plantel principal.
O FC Porto vive uma crise muito mais grave, mais profunda, que começa precisamente aqui.
Na sua cabeça principal, no trono, no poder.
Não há contestação, crítica, oposição, exigência, escrutínio.
Do poder vem uma imagem de desresponsabilização, de alienação, afinal está tudo bem.
Quando está tudo mal.
Mais do que mal.
Que caminho segue o FC Porto?
Contas de meter as mãos à cabeça e sempre a afundar, fair play financeiro é uma pistola apontada à cabeça, receitas futuras saqueadas e dívidas a aumentar a ritmos para lá de proibitivos.
Não se reconhece linha estratégica nenhuma, nem razoabilidade ou responsabilidade, temos Fernando Gomes como homem das contas e o que se diz e faz em relação às contas é deveras preocupante.
No capítulo desportivo as coisas são as piores, vazio desportivo, quando somos uns falsos ricos.
Muita gente enriquece com o clube, o clube afunda, ningúem quer saber do clube.
O clube está num ponto em que é uma antítese do que foi.
Existe um choque que ninguém quer enfrentar.
Assumir.
Existe uma tentativa de manietar e reeducar as gentes, enquanto lá em cima se desfruta de outras coisas, sabe-se que as vitórias escondiam o resto mas fazer com que em tão pouco tempo as derrotas tenham igual efeito é algo estarrecedor.
Não se vislumbra preocupação, mudança de caminho, inconformismo algum.
Não se fala nem pensa do que se vai fazer no futuro.
Não se fala, mas vamos ter uma campanha negra contra nós, para sermos castigados pelo fair play financeiro.
Nao vejo as coisas a serem bem tratadas.
Vamos vender tudo o que mexer, veremos se chega, tenho sérios receios.
Que plantel se pensa construir? Que treinador se pensa ter? Que planeamento existe? Quando vai existir?
O panorama é preto. Grave. Péssimo.
E há-de ter de existir alguém que lide com ele.
Como se explica que se contratem tantos funcionários para o clube sem motivo aparente?
AS relações perniciosas entre vários elementos e movimentos do clube.
As famílias, os amigos.
Uma quinta.
Fortificada à volta.
Tende a ficar, num fim de linha, de olhos em bico.
Não existe maior frustração do que assistir ao assassinato do clube sem que haja resistência.
Amor ao clube.
Quando hoje só existe amor às vidas pessoais e às carteiras.