Isso de ter os melhores jogadores e não inventar muito, tem que muito que se lhe diga.
Em relação à parte táctica do jogo, isto não é uma questão de inventar uma táctica inovador que nunca ninguém tenha pensado, o futebol não é jogado parado, os sistemas são um ponto de partida, uma referência para cada jogador. A partir desenvolve-se o futebol e desengane-se quem pense que os jogadores recuam para pegar no jogo porque lhes apetece, ou o avançado descai para o flanco esquerdo porque lhe deu na gana, ou o médio defensivo na primeira fase de construção junta-se aos centrais formando uma linha de 3 e permitindo aos laterais subir mais no terreno, ou o GR sai da área quando a equipa está muito subida no terreno porque é maluco.
As movimentações de uma equipa, a dinâmica, tem que ser tudo treinado, e é aqui que os grandes treinadores fazem a diferença. Os melhor conseguem passar a mensagem e fazer com que os jogadores operacionalizem muito mais rapidamente e com muito mais qualidade, naturalmente que quanto maior for a qualidade dos jogadores melhor será a execução, mas se o treinador for fraco, não é por se ter os melhores jogadores, os craques, que por milagre vão fazer de uma equipa com um futebol e uma dinâmica pobre uma equipa demolidora.
Os jogadores dentro do campo tomam as decisões, de quando passam, quando rematam, quando recuam, quando avançam, etc, mas estas decisões são treinadas, têm que ser treinadas, e são melhores quanto melhor for o treino.
Mas agora voltamos aos anos 90 em que toda a gente achava que para ser campeão bastava ter os melhores jogadores e não interessava quem era o treinador? Mas brincamos?
Analisem o passado dos 3 grandes na era de maior sucesso do FCPorto e vejam quem eram os treinadores, uns andavam com Tonis, Manuel Josés, Carlos Queiroz, Octávios Machados, outros andavam com Bobby Robsons, Antónios Oliveiras (que para a realidade do futebol português era bem melhor que os outros), etc... O Sporting tinha Bobby Robson e estava em primeiro e despediu o treinador. O FCPorto nos períodos em que teve treinadores mais fracos ou falhou, ou então ganhava porque os adversários tinham treinadores ainda piores.