Olha a palhaçada fresquinha!
Para os que não estarão recordados, esta foi a reação do presidente da APAF, Fontelas Gomes, quando veio a público a história das ofertas do Benfica. «Não posso quantificar quanto custa cada jantar, mas posso garantir que os árbitros respeitam integralmente o código ético da UEFA. O código de ética da UEFA estabelece que o valor máximo das lembranças não pode ultrapassar os 200 francos suíços, o que dá qualquer coisa como 183 euros.»
Diferença de tratamento
Ora o presidente da APAF veio logo a público fundamentar uma defesa para a prática do Benfica. Com falácia e mentiras, pois todos sabem que as diretrizes da UEFA, nomeadamente no artigo dos tais 200 francos, dizem apenas referência às competições europeias, não ao campeonato português. De qualquer forma, notou-se bem cedo o pânico da APAF em tentar fundamentar uma defesa do Benfica, que não existe nem nunca existiu, motivo pelo qual o Benfica permanece desde o primeiro instante calado.
Como não pode desmentir as acusações de que é alvo, é hora de desviar as atenções para outro lado, sobretudo após a derrota com o Sporting. O Benfica precisa mais do que nunca de Vítor Pereira e de passar entre os pingos da chuva, motivo pelo qual usa hoje o CM para atacar por duas vias: primeiro, os roupões que o FC Porto colocou à disposição de Soares Dias. Os clubes colocam toalhas e material de banho à disposição dos árbitros no balneário (se calhar o Benfica deixa-os passearem-se nus no balneário, não sabemos), não há espanto absolutamente nenhum - se personalizam o roupão, é normal, pois todas as camisolas e peças de vestuário do FC Porto são personalizadas; o FC Porto personaliza material para utilizar nas instalações do clube, no dia de jogo, não distribui cupões para irem jantar fora quando quiserem ou cede presentes que não têm referência absolutamente nenhuma ao jogo que o árbitro apitou. Mas se o CM descobre que o FC Porto cede água quente aos árbitros, aí sim o escândalo rebenta. Depois, uma bicada a Pedro Proença, candidato à liga apoiado por FC Porto e Sporting. O Benfica queria Luís Duque.
Então, agora reparem bem na reação de Fontelas Gomes, da APAF, à notícia sobre o FC Porto. «Nem sei se isso é um brinde, se o árbitro o tem, mas espero que se faça tudo de forma clara, que a Liga e a federação digam o que é ou não permitido, que se faça tudo de forma clara para não se andar neste clima». Eis a diferença: quando se soube das práticas ilícitas do Benfica, Fontelas Gomes deu-se ao trabalho de fundamentar uma desculpa, recorrendo a informações falsas; agora, em relação ao FC Porto, onde se desconhece toda e qualquer ilegalidade, desafia a Liga e a Federação a investigarem o tema. Uma diferença de tratamento que devia voltar a envergonhar uma das instâncias do futebol português, neste caso a APAF e quem a preside.
Continuando. Depois do apelo aqui feito, as palavras de Jorge Jesus no Sporting x Estoril já estão, pelo menos, na ordem do dia. E que grande eficiência a do Conselho de Arbitragem, que foi extremamente rápido a reagir. Quando comparado com o tratamento a toda a Liga Aliança que fez do Benfica bicampeão, é para rir. E para rir foi também a suposta reação do Sporting citada pelo CM.
(parte 1)