Vários problemas.
Seriam precisos centenas de milhares de trabalhadores no terreno para conseguirem limpar as florestas num pais com uma mancha florestal tão grande.
Além disso, esses trabalhadores teriam de trabalhar apenas sazonalmente, entre Abril e Junho, que é quando o mato cresce. O que é que fariam no resto do ano?
E principalmente, onde é que os íamos buscar? Quem mora no interior sabe que há uma imensa falta de mão de obra, que tens muita dificuldade em conseguir contratar um trolha ou um trabalhador agrícola, uma vez que a maioria emigrou para países onde esses trabalhos são mais bem pagos.
Depois há o problema dos custos. Gastar centenas de milhões de euros numa actividade não produtiva, que não geraria nenhum tipo de dividendos, significaria apenas mais uma despesa para o estado (para os contribuintes). E isso não parece ter muita lógica do ponto de vista económico, sobretudo num país onde faltam médicos ou enfermeiros, por exemplo,
Por isso, não acho que seja um problema fácil de resolver.
Por isso é que defendo que não devem ser "bombeiros", mas profissionais com valências em diversas áreas. A floresta não é, nem pode ser, só apagar fogos.
E não estamos a falar de custos acrescidos.
Os custos no combate aos fogos são brutais e por isso é que raramente são falados de forma clara.
Mas se falarmos também em custos indiretos então nem sei até que ponto é possível calcular.
A maior parte das pessoas, por causa do seu distanciamento aos território atingido, só fica indignada com os incêndios por causa do espetáculo dos meios de comunicação social, mas tudo isso é rapidamente esquecido a partir de Setembro/Outubro.
A verdadeira noção do impacto social e económico só é sentida pelos residentes no interior do país e aqui mais uma vez temos o nosso território dividido em dois.
Aquilo que as pessoas veem arder não é só mato e árvores...há muito mais para além disso.
Há muita economia local dependente desta natureza, mas não me vou alargar, se não ainda falo demais.